Haviam duas lápides na minha frente, uma do lado da outra com escrituras que enaltecem a vida anterior da pessoa

Olá Pai... Mãe... Estou aqui de novo, como sempre... Vim conversar um pouco, já fazem quase três anos desde que me tornei um ninja oficial da Nuvem, um inocente genin cheio de ideais nobres e puros carregados desde a infância e agora... Não tenho tempo para nada e a vida sempre parece ser um tanto cinza.

Então, desde a invasão ao país das Ondas se passaram dois anos, o relacionamento de Kumo com as outras vilas está até que boa, mesmo comigo e o Tsuchikage não se dando tão bem, eu até consegui algumas amizades fora da vila. Essa época até que teve seus pontos positivos, já o trabalho de Raikage está complicado como sempre, agora que Katsumi, minha conselheira não é mais minha professora de burocracia, não preciso ficar mais estudando por horas sobre assuntos tão irritantes, mas ela ainda me enche o saco sobre isso. Pelo lado bom, todo esse tempo no cargo me deu mais experiência e sabedoria, mesmo jovem, sinto como se tivesse bem mais idade. É estranho se sentir velho sendo tão novo, mas não é como se eu tivesse perdido completamente meus desejos de criança, com o salário de Kage, conseguir melhorar a casa onde moro e comprei as edições limitadas dos meus antigos livros e mangás favoritos.

Minha relação com Murata não tem avançado muito, ele parece estar preso dentro da própria cabeça, provavelmente refém do passado. De fato, Murata é um homem misterioso, ainda não entendo o que se passa na cabeça dele. Além dos mais, tudo parece ter ficado pior quando a minha tia reapareceu. Mãe... Sua irmã é complicada, quando não trabalha, fica lá em casa enchendo a paciência. Já eu e Hanako estamos incrivelmente próximos depois desses anos, nosso laço de amizade hoje está firme como diamante.

Tanya é minha aluna mais promissora, mesmo com todo seu comportamento impulsivo, sua presença parece divertir mais a vida. Nesses anos em que estivemos nessa relação de professor e aluno, foi produtiva, não tanto quanto eu esperava. Tanya melhorou bastante, porém sua personalidade continua a mesma e sinceramente, não acho que isso possa ser mudado. Sinceramente, essa garotinha é como uma irmã menor pra mim.

Kimi Fujii, nem dá para acreditar o quanto ela mudou, amadureceu tão rápido quanto eu, tornou-se uma verdadeira magnata na indústria, sua família ajudou de forma extremamente eficiente na guerra com a produção de armas e equipamentos. Tirando o profissionalismo, Kimi é minha uma das minhas amigas mais próximas, quando a conheci pela primeira vez, era como uma princesinha, agora, se tornou uma dama de ferro nos negócios.

Mas, tem algo me incomodando e é fora da vila da nuvem, diversos corpos e sinais bizarros me preocupam demais... Irei contar algumas das minhas missões...
 

[...]

Respiro fundo enquanto coço minha cabeça. Olhava um papel com informações de um ninja ANBU que solicitei, sua ficha era impressionante, diversas missões concluídas, sendo a maioria delas caças bem sucedidas a nukenins. Então, sem precisar aguardar muito, a porta do gabinete se abre e um ninja de cabelos com a mesma cor que os meus, porém, de estilo diferente, usava uma máscara ANBU e o uniforme padrão da organização de Kumogakure. De prontidão, ele se ajoelha e toma a palavra.

- Sou Shinji Musashi, rank jounin, ninja a serviço da ANBU, codinome, "Toupeira", venho a chamado do senhor Nanadaime - Diz de forma direta.

- Muito bem Toupeira, preciso do seu serviço em uma missão, o risco é grande e precisamos ser cautelosos...

- Estou sempre a disposição, diga do que precisa? - Ele me questiona.

- Aparentemente, todas as pistas indicam para uma estranha jovem, ela tem ameaçado a vila atos terroristas e alguns assassinatos, foi vista a ultima vez nos subúrbios do Distrito 25... Mas algumas investigações concluíram que ela não está na superfície e sim... Nos túneis abandonados, nossa missão é caça-la e captura-la, talvez tenha haver com outros ataques, preciso dela viva e também das suas habilidades de Doton e Caçada, relatórios dizem que suas habilidades se comparam a um jounin - Explico a situação superficialmente.

- Sim senhor, mande as demais informações para o quartel, estarei indo lá me preparar - Ele parecia apressado, já se levantando e indo ao serviço, não muito educado, mas admiro pessoas objetivas.

- Espere... - Levanto da minha cadeira tacando o papel bruscamente na mesa, encarando-o seriamente - Eu irei participar dessa operação, para garantir seu sucesso, são vidas que estão em risco. Honrado, ele assente e me aguarda.

- Katsumi, assuma daqui, vou dar uma saída - Deixo para minha conselheira e segui para colocar meu equipamento.

Cruzamos a vila como quem não queria nada, evitando as grandes multidões para não chamar atenção desnecessária além de sempre andar com o Henge no Jutus ativado. A vila estava agitada, mas não demorou muito para entramos com sucesso no distrito-25, uma parte mais afastada e de economia menor que do centro.

- Por aqui... Está e a última localização dita - Falo ao ninja que me acompanhava e ambos nós destransformamos, abrindo a tampa de esgoto e fazendo um grande fedor subir. Mesmo assim, descemos lá, um verdadeiro ato de coragem.

Mesmo com a iluminação quase inexistente do túneis de esgoto, o Toupeira parecia não se importar nem um pouco, tanto que até liderava o caminho. O ANBU para repentinamente e começa a fazer um selos de mão, batendo ambas mãos no chão e batendo por um tempo.

- Estou buscando minha presa - O ninja diz para não me deixar no escuro.

- Encontrei, está a mais 80 metros daqui, a noroeste, perto do distrito 22 - Explica, voltando a andar em frente, virando em algumas esquinas. Eu não fazia ideia de que jutsu era aquele ou como ele fez isso, mas ele conseguiu.

Depois de uma longa caminhada, dava de encontro com uma sala da equipe de manutenção já que andamos tanto que paramos perto de uma estação de esgoto. Me esgueiro e visualizo um indivíduo, tinha aparência feminina e era bem jovem, parecia estar brincando com uma faca de cozinha girando várias vezes em suas mãos. Perto dela, dois homens inconscientes amarrados vestido uniformes de funcionários da estação. Tudo estava desligado, sem luz fraca, podíamos ver apenas silhuetas. No três, eu e Toupeira invadimos taticamente a sala, ambos com nossas lâminas prestes a atacar e prender a agressora, todavia, de maneira impressionante, a mesma percebe e desvia de nossos golpes com um movimento acrobático. Tento realizar outro golpe e nossas armas se colidem liberando um pouco de faísca pelo impacto.

Eu estava em completa desvantagem no escuro e em um lugar pequeno, mas Toupeira parecia saber de tudo que estava acontecendo. Um tipo de lutas de sombra começou, enxergando apenas silhuetas, balanço a Kumo-Ha com toda minha força, mas a mulher era escorregadia, desviava de tudo com extrema facilidade e portando apenas uma simples faca, com certeza não era uma pessoa normal, sua técnica era perfeita demais, semelhante a como um ANBU maneja uma espada.

- Que covardia, atacando eu, uma pobre garota - Ela diz rindo em um tom insano, ficando cada vez mais e mais agressiva. Minha resposta é simples, minha espada estão fica envolta por diversos relâmpagos azuis e ilumina um pouco a área, mas não o suficiente - Ansatsu Jutsu! - Ela grita e diversos cortes consecutivos avançam até mim, de forma que eu não consigo me defender direto, recebendo vários cortes leves no corpo e eles ardiam bastante, entretanto, não desisto de continuar tentando me defender e esquivar, porém, antes que possa receber algum fatal, a voz do ANBU ecoa pela sala.

- Earth Release: Rock Shelter! - Toupeira consegue criar um escudo de terra na minha frente que protege do ataque, tanto que consigo escutar o som da lamina se partindo ao atingir a rocha. Sem tempo, pulo aquela estrutura e executo um ataque supressa no inimigo, cortando sua mão dominante e fazendo-a perder o equilíbrio por um curto momento - Doton: Dorojigoku! - Novamente, ele executa um outro jutsu e aproveitando o momento, a prende com uma terra condensada, imobilizando-a.

- Vocês ainda não viram nada... Vou abrir ambos com minha faca e continuar minha diversão - Ela ameaça, porém, o gerador ativa e as luzes daquele armazém volta, revelando a face de todos naquele momento e me ver, ela paralisa de repente, arregalando seus olhos e estes brilham como se estivessem vendo algo precioso. Aproveito esse momento para tira-la da terra sem resistência e amarrar a criminosa. Porém, estranhamente, ela não ria mais, apenas abriu um grande sorriso com o genuíno sentimento de felicidade, uma verdadeira maluca que eu não queria ter o trabalho de entender. Com a jovem presa, eu e Toupeira saímos daquele lugar fétido, mas não antes de soltar os reféns. Então entregamos-a para a polícia, logo ela seria interrogada e sentenciada, mas eu sentia um mal pressentimento vindo dela.

[...]

- Abra seus olho Hanako, eles podem estar por aqui, é perto da última missão deles - Aviso correndo por uma estrada de terra no pé de uma montanha, estávamos ao sudoeste  do pais do relâmpago e cada minuto perdido era fatal para a missão.

- Nem precisava dizer - Ela responde objetivamente, me acompanhando na corrida.

O objetivo daquela missão era simples, investigar uma série de assassinatos nos arredores de um vilarejo, os moradores juntaram dinheiro e pediram uma investigação, considerei uma Rank A, mas com o desaparecimento, isso é com certeza uma Rank S e para um Kage. Logo, corro o mais rápido que consigo, pois tinha acabado de encontrar pistas de sangue e alguns corpos jogados pela floresta que cercava aquela trilha, sendo todos civis ate aquele momento.

- Cuidado! - Hanako percebe a armadilha a tempo e me puxa para trás com tudo, longe da área de acerto do tronco que cairia sobre minha cabeça - Quem precisa abrir os olhos é você - A garota me repreende e estica a mão para levantar-me, mas com um ótimo reflexo, ignoro sua mão, levantando-me rapidamente e com uma kunai empunhada rebato duas shurikens que iriam atingi-la. Nem precisava dizer que estávamos quites, entendíamos isso apenas pelas ações.

- Muito impressionante jovem Nanadaime, mas sua sorte não vai durar... Com certeza meu nome será conhecido com sua morte, me preparei a um ano para isso - O indivíduo que montou a armadilha e arremessou as Shurikens sai das sombras, revelando-se um nukenin com a bandana de Kumo riscada.

- Foi você? Você que sumiu com nossos ninjas? - Questiono, encarando diretamente em seus olhos.

- Você fala daqueles cadáveres? Infelizmente eu não fiz nada a eles, vim aqui apenas te matar - O nukenin fala com tom de superioridade, sem nem dar tempo para mim responde, corre para cima de mim utilizando de um taijutsu rápido, em um piscar de olhos já estava em cima de mim, pronto para me dar um chute. Com um rápido desvio para o lado, evito o primeiro ataque, porém não consigo perceber o segundo a tempo, este que é impedido por um golpe cortante de Hanako.

Uma luta complicada se inicia e em nenhum momento aquele nukenin deixava espaço para realizar selos de mão ou sacar minha as, tendo que fazer o possível para lutar corpo a corpo ao lado de minha companheira ninja. Vários minutos de luta se passam e todos os envolvidos estavam ficando cansados e feridos, consigo sentir meus músculos doendo e tanto esforço e golpes recebido, assim, era hora da estratégia final. O criminoso avança para cima de Hanako, porém, ao acertar, a sua substituição ativa.

- Suiton: Daibakufu no Jutsu! - Ela gruta a distância expelindo água de sua boca o suficiente para deixar o alvo imerso dentro de uma coluna de água.


- Hachiraishin! - Também grito ao terminar meus próprios selos de mão, levantando minha mão direta e abaixando rapidamente, enviando um raio descendente bem no alvo que estava dentro do turbilhão de água feito por Hanako que o atravessa como se não fosse nada. Todo o liquido é energizado e o alvo então é frito de forma brutal pela mistura de técnicas poderosas. Quando ele vai no chão quase sem vida, me aproximo.

- Conte! Onde eles estão imediatamente - Intimido o nukenin, pegando em sua gola sem ser importar seus ferimentos, apenas queria saber dos ninjas desaparecidos.

O homem parecia estar com o pé na cova, nem conseguia falar, seu corpo queimado desfalecia aos poucos. Então, ele apenas estica a mão, apontado com seu dedo para um determinada direção De qualquer jeito, esse inimigo não iria muito longe, então, apenas o deixo ali sem mata-lo.

Depois do bosque, seguindo a direção dita pelo renegado e com o nível de corpos aumento cada vez mais, nos deparamos com uma cena horrenda. Uma carnificina, diversos e diversos corpos, sejam de crianças, mulheres, idosos, de todos os tipos, talvez o maior até aquele momento. O sangue seco cobria o chão, as moscas e urubus faziam a festa pousando, circulando e comendo a carne dos mortos, mas peculiarmente, haviam quatro ninjas de Kumo, dois homens e duas mulheres que servem a nação. diferente dos civis, eles estavam empalados por estacas de madeira que atravessava seus corpos de baixo para cima. Essa paisagem era impactante até mesmo para os ninjas mais experientes. Caminhando pelo mar de corpos, buscávamos sobreviventes do massacre, então, um dos ninjas presos na estaca desperta fracamente e foca seus olhos quase sem vida em mim, como se eu fosse uma espécie de salvador.

- Nana... Daime... M-M-Me ajude... Po... avor... - O ninja de Kumo implora com toda a sua força restante, ignorando a estaca saindo de seu ombro, mas a vida esvazia de seu corpo cada vez mais rápido. Corro até ele e tento verificar a situação e acalma-lo.

- Calma soldado, vai ficar tudo bem, o reforço chegou, vamos te levar para casa... Hanako, vá ajudá-lo com seu iryo-ninjutsu - Ordeno para ela, tentando pensar em um jeito de ajudar o meu compatriota que agonizava de dor, em uma tentativa falsa de me enganar para afastar a tristeza.

- Fuyuki... - Ela põe a mão no meu ombro - Não tem o que fazer... Ele está em seus últimos momentos - Ela explica e mesmo não querendo, devo aceitar a realizado, logo, observo a situação de maneira mais racional, o homem e outros de sua equipe haviam sidos empalados brutalmente e ao redor, os outros corpos de civis massacrados cruelmente.

- Isso não é mais tolerável... Eu vou encontrar quem está fazendo isso contra nosso ninjas e contra nossa população... E vou garantir de fazê-lo pagar da pior forma possível... - Digo cerrando meus punhos enquanto sou obrigado a ver uma pessoa que acreditou em mim até o fim como Raikage, perder sua vida na minha frente.

- Temos que ir... - Hanako me fala e eu concordo com a voz baixa, fechando os olhos do ninja que acabara de morrer, então, saímos do lugar para começar a tomar outras medidas, mas esse problema dos massacres me assombraria.

[...]

Bom, acho que chegou a hora de ir... Agradeço por me ouvirem...

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