Ryuji estava habitualmente sentado em seu lugar dentro da sala de aula, há pouco havia passado o horário de almoço e todos ainda estavam com aquele expressão cansada no rosto. O garoto se debruçava sobre a mesa começando a ensaiar um cochilo no momento em que um homem entrou na sala e ordenou que todos esperassem na recepção para serem chamados.

- Oka. - Suspirava, como de costume, enquanto se levantava vagarosamente e ia em direção a porta sem nenhuma pressa.

Enquanto aguardava os alunos serem chamados por ordem alfabética, Ryuji vagava novamente em seus pensamentos. Nada no local parecia particularmente interessante, alunos entravam e saiam da sala, alguns mais alegres outros mais tristes.

"Bege... esse teto ficaria bom pintado de bege", pensava no momento em que uma mulher o chamava para ir até a sala de aula novamente. Ryuji levantou-se após alguns segundos, é como se a informação tivesse demorado para fazer sentido e aos poucos o garoto ia voltando para a realidade. Desde sempre tinha esse hábito, parecia que instintivamente atrasava a sua reação a qualquer coisa enquanto ganhava tempo para pensar. As pessoas podiam acha-lo lerdo ou até mesmo preguiçoso, mas sua mente sempre tentava antecipar o que estava por vir.

Ryuji seguiu a mulher e ouviu o que o homem tinha para falar. No momento que soube o que estava por vir, sua mente já começava a trabalhar. Pensou por um momento estar com sorte, devido a ordem escolhida para chamar os alunos talvez o avaliador já se encontrasse cansado. Mas essa ideia se foi no segundo seguinte, ele provavelmente não se cansaria com tão pouco.

- Me desculpa sensei, acho que eu não ouvi direito... podia jurar que você falou alguma coisa parecida com combate... não foi isso que eu ouvi? foi? - Enrolava mais alguns segundos enquanto continuava tentando pensar em algo. Sendo realista, já havia descartado completamente a possibilidade de vencer, restava então tentar impressionar o avaliador. Neste momento, buscava estimar as dimensões da sala e avaliar a sua posição em relação ao ambiente e ao oponente. Neste momento ainda encontrava-se de pé com mais ou menos dois metros de distância do adversário

Enquanto o homem ainda, possivelmente, responderia alguma coisa, já começava a pensar em uma estratégia. Ryuji se abaixou em direção aos pés como se fosse amarrar os cadarços, que coincidentemente, estavam frouxos. Durante este movimento o garoto passou um fino cabo de aço quase transparente entre dois senbons e os fixou ao chão, criando assim uma armadilha perpendicular ao solo e quase invisível a olhos desatentos.

Ficou em pé novamente e após os dizeres - Lá vou eu! - começou o seu primeiro movimento evidente. Como estávamos em uma sala de aula, o avaliador provavelmente tentaria manter os danos colaterais o mínimo possível, então Ryuji não estava esperando nenhuma investida extravagante e sim um combate mais próximo e físico. Removeu ambas as mãos do bolso e, com a maior agilidade de selos que conseguiu, criou dois clones ilusórios. Não esperava que isso fosse confundi-lo por muito tempo, mas queria conseguir ao menos correr em círculo e dar a volta no seu oponente, ficando agora na direção completamente oposta da onde havia iniciado. Os bushins, se ainda ativos, sincronizariam seus ataques junto de Ryuji para que tentassem recuar o avaliador para trás, em direção a armadilha de cabos posicionada mais cedo.

Os ataques seriam um combinado de socos e chutes desferidos em direção ao oponente, mas sendo real apenas os movimentos do garoto, enquanto os clones serviam apenas para distração. Os ataques tinham a intenção de recuar o avaliador em direção à armadilha, e caso conseguisse, poderia fazer com que o mesmo se desequilibrasse ao esbarrar no fio de aço criando assim uma brecha ideal para um chute vindo de cima caindo com toda a força que poderia.

Considerações:

Bolsa Ninja:

Técnicas Utilizadas:

O fluxo da batalha parecia seguir o ritmo planejado pelo garoto. Assim como esperado o avaliador não havia percebido a armadilha e criou-se uma brecha para um ataque direto aos seus pontos de vida. Era hora do duelo - como diriam popularmente em algum jogo de cartas por aí.

Ryuji agora já sentia um pouco de fatiga proveniente das ações anteriores, então respirava por menos de um segundo enquanto esperava pelo momento exato de abertura. Esvaziou o peito, esperou os ombros caírem enquanto relaxava a musculatura, flexionou os joelhos e saltou com certa pressa em direção ao teto, um trajeto curto, devido às dimensões limitadas da sala teria que improvisar para conseguir o ataque mais devastador possível. Grudou-se no teto aplicando uma técnica básica focando o chakra nos pés, e agora estando de ponta cabeça em uma diagonal com o seu alvo, fechou-se novamente e sem esperar disparou em direção ao avaliador com a impulsão vindo de cima. Neste momento limitou-se a não usar toda a sua força ou velocidade a fim de não danificar a superfície.

O ataque consistia em um único chute direto e focado no peito do homem que ainda poderia estar desequilibrado no meio do ar. Porém com um movimento brusco e desajeitado pôs fim ao seu ataque. Ryuji se obrigava a direcionar toda a força restante para a perna de apoio, conseguindo assim parar o chute a poucos centímetros do peito do seu adversário.

O garoto permaneceu naquela pose ofensiva por pouco mais de um instante, permitindo que seu corpo se recuperasse enquanto voltava para uma posição de sentido. Inclinou-se levemente para frente em sinal de respeito enquanto dizia - Peço desculpas pela armadilha Sensei! Eu esqueci de perguntar se estava valendo qualquer coisa! É um velho hábito, quando me dei conta já tinha feito, espero que isso não tenha me eliminado do teste de combate!

Ryuji neste momento estendia a mão para ajudar o homem a levantar-se do chão. Ao fazê-lo percebeu que na palma da sua mão tinha colado um Kibaku Fuuda, no mesmo momento o recolheu e ofereceu o outro braço como ajuda, agora sem nenhum truque baixo.

Se desculpava novamente enquanto exibia um sorriso desconcertado no rosto.

O garoto havia tomado todo o cuidado para não danificar nenhuma parte da sala, depredação de prédio público não era uma inflação que queria adicionar em sua ficha.

Considerações:

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