Os olhares do povo do deserto recaiam sobre a excêntrica imagem que desfilava com orgulho em meios as ruas empoeiradas de Sunagakure. Com calçados maiores do que seus pés, meias coloridas e trocadas, uma bermuda surrada, regata roxa e cabelo verde, Yamanaka Kaido sorria e se sentia orgulhoso em poder se dirigir para o prédio das Sombras, local onde realizaria sua primeira missão como um shinobi.
Apesar de saber que dificilmente seria chamado para realizar alguma missão de alta periculosidade e importância, Kaido ainda assim se sentia animado e esperançoso, como se aquele pequeno passo desse inicio a um novo ciclo em sua vida, o que de fato era verdade, afinal, o primeiro passo é nada mais do que o inicio de uma jornada cujo fim apenas os deuses poderiam ter a petulância de dizer quando seria.
O batalhão de guardas que vigiavam os portões do prédio olharam com certa estranheza para o garoto, mas não o questionaram ou lhe impediram de adentrar no prédio, afinal, a bandana sobre sua cabeça agora servia como uma espécie de documento, um símbolo de pertencimento a horda de shinobis que protegiam as estruturas sobre o deserto e sob os ventos que davam nome ao país.

Descrição:

Kaido adentrou ao edifício e logo foi recebido por uma garota cujas vestes não apresentavam sequer uma mancha ou amassado. O rapaz sequer reparou naquele detalhe significante para a interpretação da personalidade da assistente, ele na realidade não ligava muito para aquelas banalidades.
A garota pousou seus olhos sobre um documento que carregava entre os braços, obviamente tentando desvendar se aquela excêntrica figura em sua frente era o shinobi que procurava – Voce deve ser Yamanaka Kaido, certo? -. Kaido acenou positivamente com seu polegar, abrindo um sorriso de orelha a orelha no processo. A garota relutou em abrir um sorriso de canto de boca, provavelmente ainda tentando entender como alguém que levava o nome Yamanaka e se apresentava como um shinobi poderia ser tão diferente – Certo... Voce foi incumbido de limpar as salas de reunião do segundo andar. Essa é uma missão de dificuldade D, não deve ser muito difícil de ser realizada, mas também não deixe de se esforçar por isso -. Kaido voltou a acenar com seu dedão, sem deixar de sorrir por um segundo sequer. A garota percebeu que seu recado havia sido dado e devidamente entendido e então deixou o local, provavelmente indo ao encontro de um outro novato cujas instruções para a missão ainda deveriam ser entregues.

Kaido subiu as escadas do edifício, indo ao encontro do segundo andar do prédio, onde incontáveis eram as salas de reuniões. Logo em frente a primeira delas um carrinho com baldes, panos, sabão, vassoura e esfregão descansava, esperando o próximo coitado que passaria seu dia a batalhar contra o pó e as manchas de ketchup que algum burocrata deveria ter derramado sobre as mesas.
Sem se deixar abater Kaido abriu triunfalmente a porta da primeira sala e adentrou com o carrinho de limpeza. A primeira coisa que despertou a atenção do rapaz foi um velho rádio jogado em um canto do recinto. Sorrindo, Kaido foi até o rádio e o ligou, desejando com todas as suas forcas que alguma boa música estivesse sendo tocada naquele momento.
O som de uma orquestra penetrou cada canto da sala e fez com que os pelos do corpo de Kaido se oiriçassem. Algo dentro do cérebro do rapaz despertou e ele então saltou para trás e se armou com uma vassoura. Ao ritmo de uma das músicas mais badaladas de Sunagakure “Cheia de Manias – Raça Shinobi”, Kaido passou sua tarde golpeando incansavelmente o pó e as manchas.

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