Mais uma vez Yukio acordava pela manhã, pegava uma fruta e um copo de café. Degustava de seu alimento devidamente e sem muita pressa, tinha parado de pegar missões simples que sempre pegou com o intuito de treinar e conseguir pegar missões mais complexas e com recompensas maiores. ”Esse meu pacto, esse preço que devo pagar vai chegar a minha porta um dia… até preciso ficar forte para acabar com isso. Eu sei que esse preço vai ser bem pesado, foi uma vida que tirei” ponderava dando a última mordida em sua maçã.

Seguia para fora de casa buscando o portão da vila. Aquele momento de guerra era o pior para fazer aquilo que planejava, mas tinha que fazer, ele precisava ver aquilo novamente. Passava pelo guarda do portão fazendo um aceno com a cabeça de cima para baixo e partia para a floresta no pé da montanha que ficava nos arredores da vila. O ninja ainda via algum movimento, mas o ar ali estava estranho, estava pesado. Com seu kanchi ativado, o jovem não via nenhuma assinatura de chakra que destoasse dos civis que passavam mais próximos de si.

Chegava na caverna onde fez seu pacto, agora com uma tocha que improvisa com os materiais da floresta e um pedaço de pano velho que havia trazido de casa. Naquele local ele via que não tinham mais cobras, agora era apenas uma paleotoca antiga com pinturas em suas paredes. Yukio se aproximava passando a mão pelas paredes, ”isso aqui parece uma história de um homem, alguém, que simplesmente criou e chamou um mar de cobras” pensava vendo uma imagem de uma espécie de onda feita por diversos traços separados que ainda sim formavam essa onda. Selos, perto do rodapé haviam símbolos de selos e o local de concentração e modulação de chakra. Assim o ninja repetia o feito.

Fazia os selos devidamente concentrando o chakra em seu estômago, logo uma sensação repentina da ânsia corria pelo seu corpo. Se agachava começando a respirar de forma mais rápida, sentia que algo estava para ser expelido de seu corpo, algo invasor que não deveria estar ali. ”Será que estou fazendo algo errado? Não, vou até o fim, é assim que a parede está falando” apoiava as mão no chão e simplesmente deixava aquela sensação horrível fluir. Porém nada saia, a sensação apenas crescia, era como se tivesse algo podre em sua barriga. Começava a pressionar sua própria barriga, tentando forçar aquilo a sair, sentia sobre sua pele algo se movendo, sua cabeça tentava maquinar como fazer aquilo acabar.

”Eu vou ter que abrir minha barriga aqui se isso não sair… primeiro cortarei o alimento de chakra” fazia com que toda aquela quantidade de chakra que ia para sua barriga fosse cortada, os animais se debatiam ali dentro. Felizmente começavam a sair, o lado ruim que aquilo parecia um vômito interminável, de boca de Yukio incontáveis cobras começavam a sair e não parecia que iria acabar tão cedo. Simplesmente fechava seus olhos e deixava tudo aquilo sair. ”Malditas” pensava ao ver que lhe usaram para repopular aquele lugar com cobras.

Os animais saiam em tamanha quantidade que formavam uma grande onda ou parede que se chocava contra o outro lado da caverna e depois disso seguiram seu rumo se movendo e preenchendo aquele local.

Considerações:

Yukio estava em seu quarto passando por mais um daqueles dias onde não queria sequer sair da cama. Seu rim lutava contra sua mente na tentativa de urinar, o ninja passava a mão pela barriga, na região onde se encontram seus rins, sentia eles rígidos e inconfortáveis no seu corpo. ”Malditos rins, inferno de rins, arrancaria eles se soubesse como” amaldiçoava o próprio corpo com suas imperfeições irritantes.

Ainda girando na sua cama emaranhado em meio aos seus lençóis e mantas, pegava um livro sobre as cobras da caverna Ryuchu. Era um livro de contos, em sua maioria bobos, que falava sobre os diversos seres que se encontravam naquele local. Pasmem, para a surpresa de muitos contava histórias sobre cobras bem humanizadas que falavam e tudo, mas Yukio não entrou em contato com nenhuma que tivesse essa capacidade além da voz que ecoa em sua cabeça quando estava na caverna.

”Livro bobo, chato, capenga, anêmico” continuava com a descrição de tudo que havia lido até então. *O infinito labirinto de Eroshi” foi o primeiro título que de fato puxava o foco do garoto que se sentava em sua cama para ler esse conto. Nesse conto falava de um homem que perdeu uma gigante cobra dentro da barriga de outra, essa cobra presa vagou até o fim de seus dias procurando por uma saída que nunca encontrou. Na história até mesmo falava dos selos que o homem vez e a sua sequência.

— Não custa nada tentar — comentava consigo mesmo deitando em sua cama novamente. Fazia um selo após o outro enquanto pensava precisamente na sequência ”Cobra, tigre, rato, tigre, dragão, macaco e cobra” concentrava seu chakra e o deixava fluir tocando todo seu quarto, inundava o local que rapidamente começava a mudar de forma. As paredes de seu quarto começavam a criar tecidos rosados e rugosos como as paredes de um intestino gigante. Yukio reconhecia aquilo facilmente graças ao seu grande conhecimento em anatomia, o cheiro também era um sinal claro que aquele intestino ainda estava em atividade.

Passava a mão na parede mais próxima da sua cama sem se levantar, ”uma prisão perfeita, mas eu estou nela também" pensava vendo uma grande falha da técnica ao seu ver. Se virava vendo que o chão também havia se tornado aquele tecido do intestino de uma colossal cobra. ”Finalmente, agora eu posso mijar sem precisa me levantar” virava para a borda da cama que se direcionava no chão, sacava seu instrumento e relaxava esperando todo aquele liquido sair de seu corpo. Tudo caia em uma das invaginações do intestino que rapidamente absorve aquele líquido.

Aliviado, Yukio parava de alimentar a técnica que deixava de tomar seu quarto. Olhava para o chão e via o esperado ”eu invoquei o estômago ou intestino da cobra, meu banheiro particular” sorria voltando a dormir mais aliviado agora que já não precisava mais fazer xixi.

Considerações: