Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.
Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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[Gaiden] Um dia inesquecível - Postado Ter Mar 15, 2022 10:26 pm
Abri os olhos desnorteado. O mundo estava desconexo, parecia que tudo girava ao meu redor. O meu senso de equilíbrio tinha se esfacelado com o que ocorrera, e a única coisa que eu sabia era que estava largado no chão. Meus olhos se depararam com o céu negro e cheio de nuvens. Um estrondo... E novamente eu estava perdendo os sentidos. O enjoo e a dor por todo o meu corpo eram o que me chamavam para a realidade. Meus olhos estavam muito pesados. Minha relutância não adiantava de nada. A visão começou a embaçar novamente até que, por fim, eu perdi os sentidos novamente.
Quando me dei por mim estava num lugar calmo. O silêncio. E ao me deparar com o ambiente a minha volta era uma enorme campina a se perder de vista para todos os lados. O céu era reluzente e não tinha uma nuvem para onde se olhasse. A luz do Sol irradiava sua luz e calor por toda a extensão da minha visão e além.
- Não vá se acostumando com a visão! Isso não é para você! – Dizia uma voz que eu bem conhecia. – Pelo menos não por agora. – Completou aquela voz firme e trovejante, mas que continha uma doçura singular.
Olhei em direção à voz. E lá estava ele. O ninja mais imponente que tinha conhecido e por sinal era o seu sensei, Theo.
- Onde estamos? Eu não me lembro do que aconteceu... – Falei tentando puxar pela memória.
- Quanto a sua primeira pergunta, eu não sei bem. Mas acho que estamos em sua mente! – Disse colocando a mão em seu queixo e alisando a sua barba por fazer. Levou o que parecia uma eternidade para ele me responder novamente. – Tente lembrar-se de onde estava e para onde estava indo? – Me questionou.
- Bem, lembro-me de visitar o país da Terra, conhecer alguns membros de alguns clãs daquela terra e um jantar sensacional, tinha de tudo! E tudo simplesmente delicioso! – Dei uma pausa para puxar na memória. – Depois reuniões sem fim e finalmente eu e as demais crianças fomos dispensados para conhecer as redondezas... – Continuava com muita dificuldade de lembrar.
Respirei fundo.
Expirei. E olhei para o meu sensei.
- Você estava lá e junto com outros guardiões. Como sempre me vigiando! – Eu o olhei com um olhar de raiva e inquisidor. – Mas me deixou brincar com as outras crianças...
- O que mais se lembra, Irvin? Você precisa se lembrar, logo! – Dizia com certa impaciência.
- Porque está com pressa? Têm-se todo o tempo do mundo! E olha que lugar lindo para se apreciar com calma! – Respondia irritado.
- Vou te ajudar, começou com a nossa volta para casa...
Eu o olhei com suspeita. E continuei puxando pela memória, uma coisa começou a me incomodar. O ambiente todo tremeluziu para um ambiente negro, mas logo assumiu o dia claro novamente.
- Vamos garoto, você está quase lá! – Disse tranquilamente.
O ambiente não estava mais tão caloroso. Um vento frio começou a cobrir todo o local e movendo as nossas roupas e cabelos. Peguei uma das minhas balas e a comi devagar.
- Ainda estávamos no País da Terra quando meu pai ordenou que parássemos para dar uma descansada da viagem e apreciar um pouco do país vizinho. No entanto, lembro-me dos guardas avisando meu pai que não era uma boa ideia depois do que ocorrera na reunião. Você inclusive o alertou! – Disse olhando para ele sem saber o que pensar.
- Isso, e estava certo, não é? – Respondeu frio.
- Sim! – E novamente o ambiente oscilou entre a luz e a escuridão. Minhas mãos começaram a doer junto com parte do meu corpo. Um dor que irradiava e me paralisava. – O que está acontecendo? – Falava ao olhar para o meu corpo dolorido.
- Você está quase acordando, Irvin! Mas eu preciso que toda a informação permaneça com você! Não se esqueça do que aconteceu hoje! – Falou firme. – Pois será a última vez que nos veremos. – Disse, por fim, me olhando com aqueles olhos em chamas que ele sempre tinha. Era a sua determinação sem precedentes.
Eu tentava focar nos acontecimentos posteriores, mas quanto mais me aproximava das lembranças da noite, mais meu corpo doía. Era como se meu corpo se negasse em aceitar o que havia acontecido, como se ele quisesse que eu me esquecesse de tudo e seguisse a minha vida normal. Mas eu tinha que recordar, conforme orientação do meu sensei.
A luta era grande e era como se uma enorme porta pesada de madeira sólida se manifestasse para bloquear toda e qualquer informação que eu estava querendo acessar. E quanto mais tentava mais meu corpo doía e todo o ambiente tremeluzia.
Outro estrondo...
A dor foi tamanha que parecia que iria rasgar a minha alma. Eu acabei cuspindo sangue. A dor ficou lancinante.
Uma torrente de imagens se passava por cima do firmamento, tão límpidas como a água mais cristalina, seria um genjutsu? Não saberia dizer e nem estava em condições de verificar, pois o meu foco era nas imagens e tentar não pensar nas dores.
No final eu me lembrava da nossa caravana fora atacada por várias pessoas encapuzadas e mascaradas. Uma luta se travou intensamente. Ambos os lados eram muito fortes e a batalha era intensa para todos os lados. Mas aqueles que não sabiam lutar foram caindo sobre o jugo dos mascarados quando algum dos nossos caía ou não estavam por perto. Eu me escondia atrás de uma das carroças. Percebi o meu sentimento de alívio, seria impossível me acharem. O que não durou muito. Uma máscara que me lembraria a um terrível palhaço sanguinário apareceu a minha frente.
- Achei você! – Falou uma voz fria, mas cheia de desejo por sangue.
No medo soquei na direção da máscara, foi somente para bagunçar o capuz daquele homem e revelar um símbolo. Corri, mas o homem me perseguia e brincava comigo, como um lobo corria atrás da sua presa. Não via meu pai ou o meu sensei por lugar nenhum. Só via corpos esquartejados, queimados, pedaços por todos os lados. E a risada daquele homem.
- Não se foque no ambiente, jovem Irvin! Eu não fui ao seu encontro? – Theo se fez ser notado em meio a todas aquelas cenas. – Não tema, garoto! – Falou.
Theo apareceu para confrontar o homem que me caçava. A batalha que ocorreu parecia que durava mil anos, deveria ser o efeito do medo e da adrenalina a mil na minha corrente sanguínea. Mas boa parte eu não conseguia ver a não ser as faíscas e quando eles paravam. Para depois seguir o embate.
Mais um estrondo...
Uma enorme explosão acometeu no campo de batalha. E antes que a explosão me pegasse em cheio vi o sensei se pondo como escudo. Mesmo com ele o impacto me acertou e ambos foram arremessados para longe junto com o mascarado.
As cenas cessaram.
- E esse é nosso adeus, garoto! Proteja a sua família e quem é importante para você! Se torne um guardião como eu! – Falava começando a perder sua determinação e força. Entretanto, convicto de que pelo menos esse sentimento eu carregasse comigo. E começou a desaparecer da minha frente, foi perdendo a sua forma e se desfazendo dos pés até a cabeça.
- E lembre-se do símbolo que causou esse incidente! – Falou antes de sumir de vez. - Nos vemos no outro mundo!
Meu corpo mantinha a dor lancinante e cuspi sangue novamente quando fui abrir a boca para falar.
- Não vou esquecer-me do símbolo da Pedra. – Falei determinado e reproduzi as chamas em meus olhos como ele tinha feito antes.
Com isso eu consegui abrir os meus olhos novamente. Meu corpo respondia muito mal aos meus comandos. Novamente cuspi sangue. Até que alguém me alcançou. Uma donzela dos cabelos rosa. Senti um calor em meu peito que foi expandindo para o restante do corpo. Uma sensação de acolhimento, e então, meu pai apareceu. Ele não falou nada, mas seu rosto transparecia que tudo ficaria bem.
Com isso eu me rendi ao calor vindo da donzela. Lágrimas escorriam dos meus olhos. E estes pesados se fecharam novamente.
Palavras: 1.357/1.000
Mononoke
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Re: [Gaiden] Um dia inesquecível - Postado Ter Mar 15, 2022 10:55 pm
Aprovado!