Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.
Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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[Gaiden] Cirandar de Solstícios - Postado Dom Abr 17, 2022 7:53 pm
〘Cirandar de Solstícios.〙
gaiden
É sabido que o Solstício de Verão, protagoniza o grande abre-alas da temporada calorenta. E, com suma justificativa.
Ascendendo ao posto mais alto no pódio celeste, o sol regozija-se de seu auge, presenteando o período com um irradiar prolongado de sua centelha, sucedendo assim no dia mais duradouro do ano.
O povo da Areia, que dentre todos os outros, convive sob a regência continua da estrela suprema a reconhece como sua divindade. Assim, para deleitar seu soberano, perpetuou por gerações uma ansiada celebração, dedicada a glorificar o marco da chegada do estio.
Entretanto, certa garotinha reagia à solenidade com uma caricata expressão de tédio.
Aprontada com o esmero, que apenas as mãos maternas poderiam. Os trançados fios cor-de-rosa dividiam-se em um par de caracóis. Vestia uma Yukata amarela, arrematada por um Obi negro. Enlaçada a cintura, pedia uma corrente, que consistia em repetidas insígnias douradas da casa dos Nara.
No ápice de seus seis anos, Kuromi já desenvolvera muito de seu gênio peculiar. Balançando as perninhas, distantes do solo, ela exalava frustação. Cansara-se das canções e chateara-se com as coreografias, visto que a pouca idade não lhe permitia compreender o caráter sacro do festejo.
Salvava um sorriso ou dois, dirigidos a conhecidos que a cumprimentavam. Contudo, moveria o rostinho, negando os convites destes para juntar-se a brincadeiras, por considerar as correrias muito frenéticas para o seu ritmo.
Já farta de seu aborrecimento, constatou que a única que poderia diverti-la de acordo com os seus pitorescos gostos, seria ela mesma.
Ao seu lado, seu pai já desistira de disfarçar seu desinteresse em eventos como aquele, comparecendo apenas pela insistência da esposa. Sereno, cochilava embalado por uma única dose de Sake. Um obstáculo a menos.
Entretanto, ainda havia um empecilho que empacava a sua fuga da maçante prisão.
Não muito distante, uma vigília safira mantinha-se sobre o seu paradeiro. Se alternando entre o cuidado para com sua herdeira, a mulher bailava junto à procissão de outros Sunenses, envolvida pelos embates contra os Okedō e os acordes do Koto.
Paciente, Kuromi observava a folia. Aguardaria até que a oscilação de corpos ocultasse sua posição aos olhos da mãe. A espera que parecera durar centenas, surgiria em uma fração de segundos.
Aproveitando-se de um ponto cego no zelo daquela que a brindara com a cor dos cabelos, a menor estava livre. Assim, ela vaguearia pelos corredores, misturando-se entre os conterrâneos que prestigiavam o Matsuri.
Enquanto as suas sandalinhas enterravam-se na areia, Kuromi se pegou ansiando por desafio.
Já a certa distancia da localidade em que a comemoração acontecia, ela perambulava pelos arredores, explorando os caminhos rochosos que emolduravam seu vilarejo.
Um vento suave balançou os seus fios, alastrando consigo, uma fragrância exótica para a menina Nara; mista de doçura e refrescância.
Procurando sua origem, ela notaria uma tímida emanação, fumegando de uma gruta solitária.
Na ponta dos pés, a molequinha se aproximaria da entrada. O aroma se acentuaria e junto deste, sua audição identificaria sons pipoqueantes. Cautelosos, os olhos acastanhados espiariam seu interior.
Instalado na cavidade forjada por uma escavação natural, havia um aposento. Em prateleiras flutuantes, jaziam inúmeros frascos contidos de fluídos coloridos e latas prateadas. No entorno, uma mesa de madeira circulava pelo espaço, ostentando redomas translúcidas que abrigavam diversificados espécimes de flora – muito dos quais, Kuromi jamais saberia nomear.
Apesar da unicidade do cenário, foi o hipotético dono daqueles pertences que ganhou a atenção da criança.
Um humanoide tão alto, quanto qualquer outro adulto que conhecia. Suas vestes consistiam em um manto preto de bordados alvos nas mangas e interior vinho, usava uma camisa branca combinada de um colete e calças, também tingidos de ébano. O pescoço, a única área exposta daquela encarnação, possuía uma coloração purpura escura.
Apesar do traje pomposo, não era este que a cativava, mas sim, duas outras características.
A primeira a atraia por familiaridade; esta seria a galhada que o vivente ostentava na cabeça. Deveras semelhante aos dos cervos criados pelos seus parentes de Konohagakure. Porém, divergindo dos daqueles, visto que estes não continham ramificações, torcendo-se em uma única alongada onda cor-de-carvalho.
Seu progenitor de sono fácil, lhe contara antes de adormecer, que os ornamentos que portavam, tratar-se-iam de coroas dadas por Yokais residentes das florestas. Estes, em sua sapiência divina, os condecoraram como príncipes dos prados.
A segunda a chamava pela incógnita; o rosto da compleição; parte que para si, exprimia o primeiro fragmento de identidade de um anônimo que se contata, matinha-se oculto. Coberto por um véu de vermelho vivo.
A entidade, de aparente pacatez, se ocupava em alimentar uma chama alaranjada, com uma pequenina viga; composta de ervas aromáticas condensadas, o que explicaria a fumaça perfumada.
Instigada, Kuromi inclinaria a face, ambicionando saciar sua interrogativa. Por intermédio do acaso, a garotinha de madeixas róseas teria sua dúvida esclarecida.
O borralho do incenso artesanal se juntaria a contida flama, resultando em um intensificar do esfumaço. Em resposta ao imprevisto, o ser se assustaria, afastando-se da defumação. Levantado o véu, buscaria desobstruir-se da aspiração indesejada. Na busca de ar, se voltaria à direção da entrada.
Em órbitas vazias, luminescências rubras encontrariam a sua observadora.
Diante da fisionomia, a menina perceberia que apesar dos chifres de um herbívoro, a face da figura consistia em um crânio similar a de um coiote. Como os muito que havia encontrado no Laboratório do vilarejo, em que o pai trabalhava.
Embora quisesse, não poderia indicar quem ou o que seria o ente diante de si. A lúdica mente infantil se anteciparia, divertindo-se com a estranheza, e assim Kuromi riu.
Porém, antes que qualquer dialogo pudesse ser iniciado, haveria uma interrupção.
Um grupo de homens, ostentando bandanas com uma ampulheta talhada no metal, estaria nas proximidades. Conversas trocadas entre eles e as suas silhuetas projetas no solo, noticiariam o acercamento eminente.
O cornífero manter-se-ia calado, sacando um pergaminho de sua manta. Performando selos de mão, conjuraria uma arte ninja desconhecida à menininha. Ao seu comando, toda a mobília, aparatos e itens seriam sugados para o interior do papel.
Em seguida, o ser levaria o indicador enluvado à arcada exposta e clamaria sigilo de sua testemunha.
Temendo ser punida pelo seu próprio crime, Kuromi cobriria os seus lábios cereja com as palmas, reprimindo a euforia de sua descoberta e obedecendo ao requerido. A garotinha adentraria a gruta, envolvendo-se na escuridão e esconder-se-ia dos shinobi da Areia, atrás de rochas mais robustas.
O quarteto de Jōnin, vasculharia o interior da cavidade umbrosa. Porém, nenhum Kanchi Taipu estaria entre eles e a vistoria deteria pouca minucia. Sem óbvios vestígios do que procuravam, eles desistiriam de continuar sua perscrutação naquele antro.
Em seu esconderijo, Kuromi resguardou-se, até que as sombras dos adultos diminuíssem e desaparecessem por completo. Confiando naquele método, para se certificar de que haviam se distanciado. Sentindo-se segura, ela surgiu do rocado.
O ente imitara sua movimentação, do lado oposto, saindo de seu abrigo vagarosamente. Frente a frente, ele ponderou por alguns momentos, curioso pelo comportamento da criança diante de sua aparência.
– Como se chama? – Indagou-a a voz grave, de um ecoar sobrenatural.
Sabendo que a mãe muito se entristeceria se fosse mal-educada, a infante endireitou a postura, curvando-se brevemente antes de responder.
– Kuromi, Nara Kuromi. – Ela se apresentou, perguntando-se em pensamentos, como aquela mandíbula se movia sozinha. – E você?
A criatura conheceria bem a linhagem de shinobi mencionada e vislumbrando o símbolo replicado nas vestes da menor, parecia chegar a alguma conclusão.
– Apropriado. – Diria, e então, agradado com a etiqueta daquela em sua presença, se introduziria. – Respondo por Einzuwāsu Eriasu.
Ela lhe sorriria. A civilidade demostrada, confirmaria a teoria introspectiva levantada, quando notara os adornos da cabeça alheia. Aquela criatura era detentora de alguma nobreza.
Ainda perplexo, Eriasu tamborilou os dedos contra o rosto, analisando a situação. Então, suas pupilas avermelhadas voltar-se-iam a entrada da caverna.
– Deixarei Kaze no Kuni, por algum tempo. – Ele anunciou, vislumbrando o horizonte. – Nos reuniremos em um futuro solstício estival. – Ele deu uma pausa, tornando a olhar a garotinha, findando. – Este, será o momento de continuarmos essa conversa.
A menina de madeixas roseadas assentiria entusiasmada, reconhecendo valor em compartilhar uma promessa.
As getas afundar-se-iam nas partículas que integravam o oceano áureo aos seus pés, enquanto a menininha refazia o caminho exercido, intendendo por retornar ao Festival e a companhia dos seus.
Ela rodopiava, vibrando com o acontecido como a oitiva das batidas contra o Taiko pulsava contra seus tímpanos.
(⋆⋆⋆)
Girava e girava, assim como as estações que de mão dadas seguiriam, entoando a cantiga do tempo e movimentando a roda dos anos.
Uma década de verões cirandariam desde aquele encontro.
Rodando e rodando em sua infinita dança cíclica.
(⋆⋆⋆)
Girava e girava, assim como as estações que de mão dadas seguiriam, entoando a cantiga do tempo e movimentando a roda dos anos.
Uma década de verões cirandariam desde aquele encontro.
Rodando e rodando em sua infinita dança cíclica.
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E girando o tronco, a Kunoichi se voltou aos corredores entre as barracas. As írises chocolate encontrariam a coloração desbotada dos tecidos, a audição captaria as batidas apáticas do percussionista.
Contudo, a Genin não frequentava o Festival do Solstício por entretenimento.
Lá, estava para cumprir deveres corriqueiros de indivíduos de sua patente shinobi. Na tarefa vigente, escudava comerciantes oriundos de um vilarejo vizinho, para que estes mercassem seus produtos durante o evento.
Diante do risco corrido, a garota não vinha vantagem na pretensão de seus clientes. Além do pouco movimento, ela bem sabia da miséria vivida entre seus conterrâneos.
Conquanto, ela assumira o tramite, pois a recompensa acordada, se fazia necessária para sua própria família.
Em reflexo a piora do cenário de guerra, sua mãe quase não voltara da ultima missão que fora designada, ainda repousava no Hospital da Vila Oculta.
A bonificação recebida pelo pai, por sua atuação na comunidade científica de Suna, decaíra bruscamente...
Nos últimos quatro períodos sazonais, uma vertigem se nutriu em seu interior, derivada da sensação de decrescência em sua vida. Por vezes revisitaria em suas maquinações mentais, inúmeras alternativas que poderia ter seguido, para mudar a realidade corrente.
A moça não tinha como saber, que as mazelas que ela e tantos outros que habitavam Sunagakure sofriam, iam além do resgate falho da Princesa do Vento.
– É, esse rolê floopou mesmo. – Brincou, na tendência costumeira de reverter sua melancolia em graça. – Mais vazio que a minha alma.
A brisa de veraneio desalinhou lhe os fios corados, reproduzidos no tom das maçãs do rosto, exposto a arraiada diurna. Espairecendo o seu pessimismo, o sopro a convidaria a reimaginar aquela celebração, projetando-a em tempos mais prósperos.
As previsões de futuro se mesclariam a memórias do passado.
Junto aquele sopro, ela inalou um perfume de especiarias conhecido. Naquela vez. Aquela recordação tão desalinhada com o seu presente, que as suas sinapses insistiriam em dizer que a recordação era fajuta, fruto da sua imaginação.
Todavia, o captado pelo olfato prevaleceria sobre a racionalização. Com o uivo do deserto lhe acompanhando, a garota refazei-a os passos daquele mesmo trajeto.
Enquanto as suas botas saltavam pela areia, Kuromi se pegou ansiando por esperança.
Ela ziguezagueou entre as rochas até que as diminutas dunas fossem rareando, e o chão tornara-se rochoso.
Ali, no pico da falésia, uma figura a aguardava.
– Não brinca. – Entregou à garota incrédula, reconhecendo a aparição tão real quanto se recordava. – Eriasu?
Sem tirar e nem por de sua reminiscência, o exato ser cornífero de vestes requintadas e rosto mascarado pela seda de tom rubi, se aproximaria.
Respeitador de formalidades - assim com a garota o memorava - ele levantou o véu, exibindo a face caveirosa.
– Saudações, Criança das Sombras. – Anunciou a voz gutural. – É chegada a hora de prosseguirmos a conversa iniciada a uma dezena. – Curvando-se em uma mensura, Eriasu questionaria a perplexa kunoichi. – Nara Kuromi, se interessaria em ser minha aprendiz?
- Dados:
- Considerações:
- ⋆ Gaiden constituído de 1.917 palavras.
- Bolsa de Armas:
- ⋆ 5 Kunais.
⋆ 5 Kibaku fuudas.
- Jutsus:
- Jutsus Usados:
- Jutsus em Preparação:
- Jutsus Ritualísticos:
Naga
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Re: [Gaiden] Cirandar de Solstícios - Postado Dom Abr 17, 2022 9:52 pm
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