RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Konohagakure Jōnin
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
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Títulos : Sem título
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
Canção de Cisne
Canção de Cisne



O estalo das chamas da fogueira era o único som preenchendo o vazio daquela noite. Meu casaco de couro era a cobertura que mantinha meu corpo protegido do frio, enquanto o fogo tratava de subir e manter a temperatura. O inverno na estrada podia ser rigoroso, especialmente no País do Relâmpago, e especialmente para alguém do País do Fogo. Já fazia quase um ano desde que Treze e eu nos separamos, e já havia desistido da pergunta recorrente que pestiava minha mente, questionando como ele estaria. Suspirei, sem sono, enquanto minha mente divagava de volta para a Folha. - Já faz quase um maldito ano… - Refletia sobre o motivo que me levou a deixar minha terra de criação, abrançando o status de renegado.

Ou melhor, a pessoa que causou aquela situação toda, e por que ela ainda respirava.

O céu estrelado era uma ótima companhia para aquela noite, e enquanto mordiscava o bolinho de arroz quase passado de velho, apreciava a vista do pequeno riacho que corria montanha abaixo, pouco mais à frente de onde meu abrigo improvisado estava montado.

Foram algumas horas de silêncio até que a monotonia fosse interrompida; a lâmina de uma faca kunai tocou meu pescoço, empunhada por alguém atrás de mim. O aço gelado contrastava com o pouco calor que eu tentava manter em minha pele, e nem precisava deslizar a arma para sentir o quão afiada estava. - Posso ajudar? - Finalmente quebrei o silêncio depois de algum tempo sem ver meu antagonista. - Só vou avisar uma vez, cai fora e não volte mais. Se tentar chegar perto daqui de novo, a única coisa que verá será o corte dessa lâmina atravessando seu pescoço. Agora levanta, e some daqui sem olhar pra trás, babaca. - Uma voz feminina forte advertiu, à qual sequer tentei contestar. Ouvi um grunhido de cachorro, que vinha da mesma direção dela, e prontamente levantei minhas mãos. - Ok, to indo.

Sem sequer olhar para trás, juntei minhas coisas e segui meu caminho, pegando a trilha em linha reta por ali. - Que merda foi essa? Será que ela mora por aqui? - Seguia a trilha enquanto reproduzia a cena mentalmente. Poucas pessoas eram tão furtivas e ao mesmo tempo seguras o bastante para me ameaçarem daquela forma, sendo tão convincentes. Parei não muito distante, onde ateei fogo mais uma vez em um punhado de lenha. A merda do abrigo estava perdido no “território marcado” da terrorista desconhecida no topo da trilha, então já era esperança perdida ter uma noite decente de sono. Encostei a cabeça em uma pequena árvore seca, e deixei as chamas da fogueira me aquecerem outra vez enquanto a penumbra ia trazendo o sono lentamente. Foram apenas algumas poucas horas, quando abri os olhos, já via a luz do dia nascendo. Espalhei os restos da fogueira, que agora era apenas fumaça, recolhi meus equipamentos, e voltei para a trilha que subia a montanha, de onde fui expulso.

Pouco menos de meia hora caminhando e avistei o abrigo, destruído. Ela realmente não queria companhia. Olhei em volta, analisando o solo, em busca de sinais de presença animal; precisava comer algo decente. Avistei algumas pegadas que seguiam na direção para onde eu ia, pelo meio da relva baixa, e tratei de seguir. Caça foi uma dessas coisas que aprendi vivendo como andarilho por aí. Sabe como é, você se obriga quando precisa sobreviver por conta própria sem um teto sob a cabeça. Um velho caçador, no País da Grama, foi quem me ensinou. Devia ir visitá-lo qualquer hora, por falar nisso, antes que o decrépito morra de idade.

Enfim.

A trilha seguia pelo leste, adentrando a área mais arborizada, onde dava para avistar o pequeno cervo pastando. Quatro kunais deixaram minha bolsa, presas entre meus dedos, enquanto me aproximava o mais lenta e silenciosamente possível, sem emitir ruídos. Procurava a brecha certa, quando seu pescoço estivesse exposto, para abatê-lo rápido, mas quando preparei o lançamento, vi a criatura cair. Lâminas perfuraram seu pescoço. Do jeito que eu planejava fazer. Alguém ali sabia o que estava fazendo, pelo jeito. Permaneci escondido, observando enquanto a figurava saia dos arbustos e se aproximava. Uma mulher loira, de pele branca, feições pouco amigáveis. Seu olhar vitorioso contemplava a caça que conquistara, como um troféu. Sua faca terminou o serviço, abrindo o pescoço do pobre coitado, e ela não demorou a juntar suas patas e começar a arrastá-lo. Mas ela não era a única boa no que fazia; avistei não muito longe da mulher um homem, esgueirando-se pelos arbustos. Seus movimentos eram sincronizados e perfeitos, não forneciam nenhum sinal de sua existência. Quase como um fantasma. Ele se aproximou sorrateiramente, mas antes que pudesse investir contra ela, uma kunai rasgou a distância entre nós dois, perfurando seu pescoço e jogando seu cadáver no chão. O sangue jorrava incessantemente enquanto a garota processava o que havia acontecido, apontando uma besta engatilhada em minha direção. Ergui as mãos, sinalizando que estava desarmado.

Quem era ele? - Ela perguntou, seu olhar era duro e firme, mais do que o meu próprio. Ela vestia um colete jeans escuro surrado, com marcas de uso.
- Me diga você, não era eu que ele estava tentando matar. - Retruquei.

Ela permaneceu em silêncio por um bom tempo - dava pra ver no olhar que estava me estudando para saber se estava mentindo. Minha feição inexpressiva apenas aguardava.

- Quem é você?
- Um viajante.
- De onde vem?
- País do Fogo.
- E para onde vai?
- País do Fogo.


O diálogo, por mais objetivo que fosse, revelava muito de um para o outro. Ela Não parecia ser shinobi, mas claramente sabia o que estava fazendo. Outro momento de silêncio se seguiu, com ela se aproximando vagarosamente, ainda empunhando a arma agora mais perto do meu rosto.

- Um dia, nada mais - Ofereceu estadia, embora agora a ponta da flecha de sua besta tocasse meu queixo. - Se tentar qualquer coisa, se passar um milímetro da linha, eu estouro sua cabeça. - Outra vez ouvi um latido de cachorro, e o animal não demorou para se revelar do meio dos arbustos. Se aproximou dela, parando logo ao seu lado, me encarando.
- Qual o nome dele? - Ousei perguntar, enquanto caminhávamos para sua cabana.
- Cão. - Ele latiu ao ouvir o nome, corroborando a história.
- Uau, criativo. Ao menos vai ser difícil esquecer o nome.

E naquela noite, foi quando conheci Usui Mikami. Uma mulher sozinha, que fugiu quando seu pai foi morto, durante a guerra. Os anos na estrada a fizeram alguém solitária, fechada, desinteressada em socializações e coisas do tipo. Sem necessidade de palavras, nossos olhares se entendiam; bastava uma troca deles para que fossemos capazes de entender um ao outro.

Pra ser honesto, fazia tempo que não me sentia daquela forma.

O que era para ser um dia, se tornou uma semana, até que se passou um mês, e depois mais. Pela primeira vez em muito tempo, acordava sorrindo pela manhã, e dormia normalmente à noite. Sem fantasmas do passado, sem pesadelos, sem ódio. Havia paz. A vida ali era simples, sem luxo, mas sabe, só de estar ao lado de alguém com ela, não precisava de mais nada. Ex-policial, finalmente descobri de onde a postura vinha. Da Força do Trovão, força de proteção das cidades locais do País. Mas debaixo de toda a carapuça de durona e metida, encontrava-se um coração que jamais havia visto. Os meses que passamos juntos foram os melhores em muito tempo.

Mas estava para aprender uma lição repetida; algumas pessoas não nasceram para ter um final feliz.

Aconteceu enquanto eu estava caçando pela manhã. Ao voltar, me deparei com a pequena cabana onde vivíamos revirada. Portas abertas, coisas quebradas, tudo jogado pelos ares. Sangue e corpos caídos por todo lado. Chamei por seu nome várias e várias vezes, mas não havia resposta.

Até que houve.

Quando atravessei a porta do quarto, caí de joelhos sob a beira da cama. O vento frio da região montanhosa atravessou a janela quebrada, balançando o lençol branco manchado de vermelho vive pelo líquido que ainda pingava das bordas, batendo contra o chão. Ali mesmo, sob a poça de sangue que se formou no piso de madeira rústica, fiquei, observando-a. Seu corpo já sem vida, jogado sob a cama, estampava uma mensagem, talhada em sua carne. Não tive palavras, não tive reação, não sabia o que fazer. Não chorei, não gritei, não corri, sequer me movi; apenas observava seus olhos esbugalhados, vazios. Foram incontáveis horas ali, sob seu velório involuntário, até que finalmente conseguisse levantar. Ergui seu corpo da cama, carregando-o no colo para o lado de fora. Após cavar sua cova, deitei seu corpo no interior, cobrindo as feridas que os invasores fizeram com uma faca em seu peito, escrevendo algumas palavras. Tirei seu jeans, o que ela tanto gostava, que fora um presente de seu pai antes de ir para sua última batalha, e o vesti. Joguei a terra por cima da cova, tapando seu túmulo, onde finquei a besta que ela portava como cabeceira da lápide. Com um último adeus, dei as costas voltando para a cabana. Gasolina espalhada por todo lado, ascendi a pequena fagulha que iniciou o fogo, incinerando o lugar todo; levando consigo as lembranças.

Joguei o jeans por cima do ombro, segurando-o pela gola com uma das mãos, enquanto fazia meu caminho em direção à fronteira. A imagem da mensagem talhada no peito dela ainda era nítida em minha mente, e as palavras escritas recitadas em minha boca.

“Sua sombra não esqueceu de você. O tempo de seu propósito está chegando, liberte-se do que o torna fraco”.

Meus passos iam à largo em sentido à Nação do Fogo, acompanhado pelo famigerado Cão; um pequeno papiro foi deixado com uma mensagem para ser entregue por um mercenário qualquer para meu ex-companheiro de viagem. As palavras eram breves e curtas, mas ele entenderia o recado. “Chegou a hora. Em dois dias, no campo de Treinamentos.”


Informações:
Considerações:


Emme


Leonheart
Ficha de Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t4187-f-p-3-0-uchiha-squall#36128
Criações do Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t996-cj-leonheart
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