A Folha irradiava como nunca. Os rostos, perambulando pelas ruas, demonstrava um brilho nascente que não aparecia desde que eu vivia aqui, antes de ser expurgado daquelas terras pelo finado Interino. Assentado ali, sob aquela alta montanha, assistia ao correrio do dia a dia das pessoas simples, do maior ao menor. Cômico como um lugar tão grande podia ser tão pequeno. Pouco tempo havia se passado desde os acontecimentos da Invasão, que queimavam fortemente em minha memória, como uma chama.

Algumas cartas foram enviadas por mensageiros anônimos; era hora da Folha se erguer. Era hora da Chama arder. Os tempos de fraqueza haviam perecido, juntamente com o velho. A hora da Folha mostrar seu poder e sua superioridade se aproximava, enfim. E para isso, alguém precisa fazer aquele trabalho que chama de "sujo". As coisas que ninguém mais quer fazer, sujar as mãos na lama, sem medo do que isso representa. O mundo mostrou, com os anos que se passaram desde que me tornei um Shinobi, que essa realidade só se dobra àqueles que possuem poder. Quem se prende à trivialidades, morre vítima de sua própria insignificância e mediocridade. As guerras sempre existiram, desde o começo do mundo; a lição de história já nos mostrou isso desde os tempos de academia. Quantas vezes eu mesmo participei de guerras? País das Ondas, a Vila das Ondas, a guerra entre a Chuva e a Grama, a dita Igreja do Fogo Eterno, o ataque contra a Folha, entre tantas outras coisas que aconteceram nos últimos anos. Inferno, a nossa própria investida contra o Interino, invadindo este lugar, é um exímio exemplo. A guerra, a morte, tudo está intríseco a vida neste sistema, é irreversível. E é por isso que eu não ficarei sentado. Não ficarei dormindo, nem vendarei meus olhos para a verdade.

O poder será meu. Será nosso.

Me encaminhei para fora da Folha; uma construção abandonada, longe dali, no norte, era meu destino. Os corredores escuros seriam o local indicado nas cartas que mandei para eles, cujo pergaminho estava selado com um símbolo. O interior dava os detalhes da reunião, sendo breve e simplista.




— Está começando.

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