No alto de uma colina, com um véu negro cobrindo o céu da noite, cujo único brilho tinha origem da lua ao fundo, que brilhava em uma tonalidade única, um vermelho como sangue, belo como a mais pura arte, uma pintura real, feita por um pintor divino, mas o que estava ali para ser banhado pelo eclipse sanguíneo? Naquele terreno costeiro estava localizado um farol, responsável por conduzir os viajantes marítimos, guiados por uma luz, evitando assim os mais terríveis acidentes,  além de ser um ponto turístico no País da Lua, com inúmeras visitas, a maioria planejada, mas era o caso daquela que acontecia na noite vermelha. Tengoku estava ali, usando como um esconderijo aquela estrutura, ficando como responsável por zelar momentaneamente aquele lugar, um contrato simples que teria feito apenas para lucrar uns trocados e dar o fim daquele país.

Toda aquela construção de 30 metros de altura passava um ar sinistro, assim como era aquela noite de luar anômalo, transmitindo uma certa solidão por onde passava, mesmo com o loiro sabendo que não estava sozinho, já que tinha outros dois homens com ele, responsáveis por tudo ali, com uma própria hierarquia que teria o nukenin como inferior, afinal era o que poderia ser chamado de estagiário, iniciando seus trabalhos ali. Mesmo estando próximo do topo, Tengoku sentia baixo, com um frio arrepiando sua espinha e levantando seus pelos corporais, se sentia estranho, com seus ouvidos captando sons misteriosos em certos momentos, mesmo mergulhado em silêncio, não ouvindo nem o bater das marés contra o rochedo, apenas sussurros desconhecidos, o que forçava a uma reclusão, indo para o canto do que era a zona de convivência de funcionários, uma verdadeira zona, iluminada por algumas lamparinas, que com uma luz fraca iluminava o cômodo, cuja única ação era o jogo de cartas pelos farofeiros, que não passavam de pescadores locais. - Aí loirinho, precisava ficar fechado assim não, vem aqui, jogue conosco, temos um pouco de bebida aqui também! - Um dos homens diria, com uma aparência suja, com barba e cabelo bagunçados, de corpo magro e odor desagradável. - Não tá dando pra ver pelo jeito dele? Deve ser um fresco, que se acha um príncipe encantado. Né não novato? - O outro homem diria, sua forma física era de alguém em sobrepeso, também sujo e fedorento, desprovido de uma beleza, mas em excesso um sentimento de repulsão, como um porco idiota

Todas aquelas tentativas de diálogo eram ignoradas pelo renegado, que no momento optava por estar em silêncio, apenas ouvindo um sussurro em seus ouvidos, que entrava em seus tímpanos e chegava até seu cérebro, que aos poucos era tomado por aquilo, como se entrasse em um transe, focalizando seu olhar em apenas um ponto, que era o chão de madeira, um pouco desgastada, com algumas manchas de sujeira. Tengoku estava desligado do mundo exterior, viajando em meio aos seus pensamentos, memórias que sempre vinham a retornar, como o seu pai abusivo, ou a morte de sua mãe, tudo aquilo voltava para atormentar sua vida, forçando a serrar seus punhos como se estivesse para atacar, mas em um último instante, despertava daquilo com a ajuda do rato magrelo. - Tá precisando descansar, loirinho. Pode ir dormir, deixa que o velho Inuarashi aqui e Jimbei cuidem de tudo, deu pra ver que você não está bem. - O rato Inuarashi diria, com uma tentativa de ajudar o renegado, mas que optava por se levantar, balançando sua cabeça e levando sua esquerda ao bolso, pegando o seu cigarro. - Só preciso de um ar, qualquer coisa vou estar lá em cima. - Ainda na sua tentativa de se isolar daqueles vermes, Tengoku diria e partia a subir os andares de escadas até o topo, onde estaria a luz guia para os viajantes.

Ali, no topo daquele pequeno mundo o qual se encontrava, mergulhado pelo brilho da luz branca, aquela que guiava os perdidos, que batia nas suas costas angelicais, esculpidas em um nível de perfeição divina, Tengoku era derrubado pelos encantos da lua vermelha, que refletiam no seu olhar sanguinário, mergulhado em seus pensamentos, surdo por um som encantador, que sempre voltava a tomar forma, não importava o quanto acordasse, o feitiço teria seu retorno misterioso. Aquele farol tomava uma aura oculta, rodeado por uma energia pesada, era sentida mesmo por aquele sem sensores, apenas uma crença própria, agora quebrada. O renegado podia ser facilmente considerado vítima do canto de uma sereia, o que combinaria com aquela paisagem, um vasto oceano, inexplorado, cheio de segredos. Todo aquele ocultismo tomava forma magnífica, o corpo de uma bela donzela, cabelos brancos como a neve, rosto esculpido e vestes azuis como o mar, com suas delicadas mãos sendo postas na face do nukenin, admirado com tal beleza. - Venha, irei te levar até o que você mais sonha! Não tema, meu amor, tudo irá ficar bem, basta vir comigo até o fundo da minha paixão! - A bela dama, com sua voz suave, sussurrava no ouvido do loiro, um pouco tentado por tal figura, mas ainda com sua vontade corrompida em seu auge, afinal estaria o mais próximo do céu que poderia, o topo, estava acima de tudo aquilo, falsas promessas ou ilusões, era seu desejo de Deus que movia cada músculo em seu corpo, e com isso despertava novamente. - Muito obrigado, mas não! Não sou apenas de uma, acho que deu pra entender. Não é você, sou eu! - Deixando a figura ali sozinha, o renegado virava suas costas, retomando para dentro do farol, onde buscava descer todos aqueles degraus.

Por vingança ou o que fosse, aquela assombração começava a perseguir o loiro por aquele estrutura, tomando um caminho direto até o térreo, onde estaria aqueles outros homens, vermes humanos. Tengoku então resolvia apressar seu passo, percorrendo o mais rapidamente toda a escadaria e chegando onde estava anteriormente, deparando com a cena do gordo coberto de sangue, enquanto o magrelo estava com suas entranhas para foras e com sinais de canibalismo. - Puta que pariu! Foi aquela assombração vagabunda que fez isso com você? - Olhando para o farofeiro possuído, com olhos negros e uma aura amaldiçoada que era visível, o renegado buscava nivelar a porra do jogo, liberando de seu ombro seu Juinka parcial, que cobria seu corpo, correndo ao rumo do seu inimigo atual, cobrindo com uma sequência de 5 golpes seguidos, dos mais variados tipos, com toda sua força, o suficiente para causar sérios danos, deixando momentaneamente o porco incapacitado, até que teria seu fim ao penetrar seu peito com um golpe.

Ainda coberta por sua ira, o espírito da dama tomava uma forma demoníaca, que realizava um grito, o suficiente para que os ouvidos de Tengoku escorresse sangue, por pouco não lhe deixando surdo, mas ainda gerando bastante dor, até que sumisse, destruindo os vidros de bebida com o ecoar de sua voz, encharcando o chão de álcool, o que para o renegado era até que bom, livre da influência da sua maldição pessoal,  passando pela porta e indo até o lado de fora, mas não antes de jogar um cigarro que acabava de ascender ao chão alcoolizado, que gerava um incêndio que tomava aos poucos poder. Pela manhã todo o farol havia sido tomado pelas chamas, ficando sobre responsabilidade de uma lenda local, figura a qual o loiro havia encontrado, conhecida como a Dama do Oceano, que sempre aparecia em noite como aquelas, onde o luar tomava cor de sangue, fenômeno raro ali. Verdade ou não, Tengoku se mantinha cético em relação ao ocorrido, duvidando com toda sua crença do sobrenatural, as vezes podendo ser até que bem natural.

Considerações:

Status:

Jutsus:

Armamento:

Aprovado