Eu acordo e meus músculos ainda estão doendo, mas o dinheiro não vai do céu, se eu quiser comprar uma casa, vou ter que continuar trabalhando para cumprir meus objetivos. Após buscar inspiração para me levantar, começo a me arrumar para mais um dia de trabalho, pegando meus equipamentos e saindo do orfanato, em direção ao local de distribuição de missões. Quando chego, já peço uma missão e recebo uma rank D para variar, mas o que continha na missão foi o que me surpreendeu, eu deveria ajudar um senhor a enterrar a espada de sua esposa em uma cerejeira, isso era diferente de todas as missões que eu tinha feito, era bem simples até, mas, missão é missão.
Caminho vagarosamente até a casa do senhor por causa da dor no corpo, mas consigo chegar tranquilamente. Já na residência, cuja era pequena, mas bonita, eu bato na porta e depois de uns minutos um senhor bem velho abre a porta e eu me apresento como Fuyuki Hatake, o genin designado para a missão. Ele me convida para entrar, então eu obedeço. Lá dentro, eu me sento e o senhor pega a espada, se senta também. Nós dois ficamos sentados, calados por um tempo, mas ele resolve começar um diálogo:

- A vida passa tão rápido, garoto, minha esposa era uma bela Kunoichi, uma mestre em kenjutsu, adorava essa katana. Desde que ela morreu, há um ano atrás, nunca consegui me desfazer dessa espada, era a única coisa material que restou da minha esposa, nós éramos tão felizes, eu fiquei muito triste e sofri com sua morte, cheguei a me isolar, porém, após refletir bastante, eu decidi superar finalmente, entretanto o único jeito era se desfazendo de sua arma, eu não consegui fazer por conta própria, por isso fiz uma missão... Fuyuki, seu nome?, então, para onde você acha que nos vamos quando morremos? - Eu estava ouvindo tudo atentamente, porém, essa pergunta me pega de surpresa. Inicialmente fico pensativo e lembro rapidamente dos meus pais, então eu respondo:

- Um mundo pós vida, eu acho, o que chamam de paraíso para as pessoas boas e inferno para as más - Uma reposta simples e clichê, mas era o que eu acreditava, na verdade, eu nunca parei para pensar nisso, mas o senhor ri um pouco e responde:

- Hmm, eu acho incrível como as pessoas tem opiniões diferentes, a minha amada esposa acreditava em reencarnação e que depois de uma pessoa morrer, sua alma vai para um novo recipiente, mas eu nunca entendi direito o que era alma, o que isso significa para você? - Outra pergunta dessas, não estava preparado para um papo filosófico desses, mas depois de pensar um pouco e viajar sobre minhas ideias, eu digo:

- Eu acredito que alma seja nossa consciência, tudo o que sentimos, seja, nossos sentimentos, pensamentos, lembranças e experiências são a nossa alma, ela define o nosso caráter e personalidade - Eu acabo dizendo isso tudo, meio que falando o que vinha a mente na hora e ele pensa um pouco e sorri:

- Entendo... ah, me desculpe esse tipo de conversa, eu não converso com ninguém tem um tempo, e a solidão mexe com as pessoas, enfim, aqui garoto, pegue a espada dela, essa pá e vá à cerejeira no alto de um monte ao sul, tem uma trilha até lá, por favor, enterre a arma e faça o que eu nunca consegui fazer... - O homem estava meio melancólico, mas parecia determinado a seguir com a decisão.

- Sim senhor - Eu respondo e parto para a localização dita.

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Durante o caminho, eu reflito sobre ao nosso dialogo, eu nunca tinha parado para pensar profundamente sobre isso, acho que sei o porque... Aquele homem me deixou pensativo, o que há realmente depois da morte? O que nós somos? Por quê estamos aqui? entre várias outras perguntas que rondavam minha cabeça que até me faziam esquecer da dor. Estava quase chegando na cerejeira, o trajeto não foi difícil e eu nem tinha percebido o tempo passar, enfim, eu finalmente chego no monte que o velho disse. Havia uma bonita cerejeira com folhas rosas que balançavam com o vento no topo do monte, logo eu uso a pá emprestada, começando a cavar uma pequena cova. Assim que abro, coloco a espada e novamente uso a ferramenta para jogar a terra por cima e cobrir o buraco. Ao terminar tudo, acabo olhando para frente e vejo a área de moradia e a vista ali de cima era incrível. Fico admirando por um tempo e depois volto a casa do velho. Quando chego, devolvo a pá, confirmando o enterro e ele apenas diz:

- Obrigado - Ele não estava triste como antes, mas feliz, então eu me despeço, indo embora de volta ao centro de distribuição de missões, falando o relatório e entregando o pergaminho com a missão concluída.

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