Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.
Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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[Gaiden Timeskip] - Serafim Sem Asas - Postado Dom Dez 11, 2022 11:43 pm
[Gaiden Timeskip] - Serafim Sem Asas
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Eu acordo assustado e suando frio, respirando aceleradamente. Ponho a mão no peito e agarro a frente da camisa com força. Os minutos vão passando e eu me acalmo aos poucos. Era mais um pesadelo que me atormentava na escuridão da noite, não me deixando esquecer do passado em momento algum. Logo, o despertador toca inutilmente, pois acordado eu já estava.
Bato no aparelho e saio da cama, wuase arrastando meu corpo ainda exausto da noita mal dormida. O sol nem havia raiado e eu já estava em minha atividade rotineira. No meu pequeno apartamento escuro, acendo a luz fraca do meu quarto relativamente apertado, arrumando minha cama metodicamente e indo ao banheiro escovar os dentes e tomar um bom banho, trocando de roupa vagarosamente no fim, ainda sonolento. Com passos lentos, vou para a sala-cozinha, apagando a luz do cômodo passado e acendendo do novo para economizar energia.
Na cozinha, eu esquentava a água e preparava um café preto para beber enquanto fritava alguns ovos como café, pondo-os no prato quando prontos e preparando uma jarra de café quente.
Sento no chão, a frente da pequena mesa, fazendo um pequeno agradecimento com as mãos juntas antes de começar a comer o café sa manhã. Estava tudo tão silencioso e monótono como sempre, apenas ouvia o som da minha boca triturando a comida sem pausas. Nenhum som externo, apenas eu parado ali sem dizer uma única palavra enquanto encarava o nada com um rosto inexpressivo, só conseguindo pensar no que tinha planejado.
Olho para os lados e lembro da minha família, dos almoços em conjunto como se fossem ilusões. Eu era apenas uma criança, mas era divertido. Depois, eu tinha uma nova família e ainda não havia percebido, com Murata, Tadashi, Tanya, Kimi e vários outros que estiveram ao meu lado. É irônico, só dei valor para isso depois que já havia perdido. Mas agora, eu como completamente sozinho, mesmo que eu não falasse muito, era agradável ter alguém que falasse por você. Naquele momento de solitude, eu sentia um vazio no meu coração, falta de alguma coisa que não estava mais comigo a muito tempo e eu odiava pensar nisso. Balanço a cabeça para remover esse pensamento da minha mente, pegando uma bolinha de borracha e apertando várias vezes. Quando eu me tratava, a psicóloga me recomendou isso para acalmar-me em situações de estresse.
Terminando de comer, me levanto do chão e coloco mais uma xícara de café, que a essa altura, eu já estava praticamente viciado em tal líquido estimulante, posicionado o pratinho embaixo para não queimar meus dedos. Encosto minhas costas na parede fina do apartamento recém construído, olhando pela janela da cozinha.
Todas as casas, algumas em reconstrução, com suas luzes apagadas e uma chuva fina caindo sobre a vila. O clima que pairava sobre a vila era bem frio e úmido, mas eu estava ali, observando tudo. Eu morava em um bairro até que bem desfavorecido, conhecido pela violência e assaltos, mas depois que passei a morar aqui, se tornou um dos lugares mais seguros da vila. Só espero que isso não valorize o imóvel e eu tenha que me mudar.
Coloco a xícara na pia para lavar depois, indo abrir minha caixa de correiro. Como sempre, tinha cartas que não acabavam mais, se bem que haviam diminuído nos últimos tempos. Eram todas de fãs e algumas de dívida. Como sempre faço, guardo embaixo da cama do meu apartamento. Me sento novamente em frente a mesinha da sala, divindo o dinheiro do salário para já adiantar esse processo. O salário de Raikage era bem grande, mas eu tiro 65% para a vila, 15% para as contas e deixo os restante 20% para mim. Não preciso de muito, só o necessário para sobreviver, a vila necessita muito mais, não mereço me enriquecer com dinheiro público, principalmente depois da minha falha.
Acabo olhando para cima, mais uma vez me deparo com a luz sangrenta, pelo menos, é assim que chamo aquilo. Toda noite, ao olhar aquilo, lembro daquele fatidico dia e ressalta o perigo que corremos no futuro, pois com certeza, aquela lua era um mal sinal e se eu ficar parado, Kumo evaporará e dessa vez, sem segunda chance.
Vendo finalmente o sol nascer no horizonte com seus raios de calor gentilmente tocando minha pele e abraçando a vila da nuvem, finalizo aquelas tarefas básicas e me preparo para sair.
[...]
Eu andava calmamente pelas ruas, portando um guarda-chuva de coloração preta cujo me protegia dos pingos gelados da chuva. O movimento nas ruas era fraco, se tratavando de um domingo e eu tinha tirado o dia de folga para algumas atividades importantes. Eu tinha marcado de fazer algo que virou uma rotina a se repetir de tempos em tempos, se tornando praticamente um ritual para minha própria mente.
Ao entrar no hospital da vila, completamente reconstruído e reformado, fecho o guarda-chuva, balançando um pouco para tirar o excesso de água. Todos funcionários olham para mim e me cumprimentam. É um lugar mais tranquilo com relação a isso, pois todos me conhecem e não me bajulam, apenas um "bom dia" está bom. Muitos na vila me tratam como um amigo íntimo mesmo que eu nunca tenha visto a pessoa na vida. Depois de um tempo, isso fica irritante.
- Quero visitar a paciente Kimi Fujii - Falo para a moça que estava na recepção. Aparentemente, ela era novata, pois seu rosto não me era familiar e eu não costumo esquecer.
- Oh claro senhor Raikage... O senhor é parente da paciente? Apenas familiares podem ter esse tipo de acesso, principalmente com seu estado atual... Caso contrário, não é permitido - Ela avisa, até que de forma inocente, mas eu não estava com paciência suficiente no momento e nem queria convencer ninguém.
- Parente?... Eu sou o Raikage - Falo com o rosto frio e sem expressão, o que para muitas pessoas, pode ser considerado ameaçador, somado o fato da autoridade que eu exercia. Não que eu quisesse ser rude, mas eu precisava usar da minha autoridade para quebrar as regras do hospital, caso o contrario, não conseguiria visita-la. Eu consigo perceber seu temor diante da resposta e logo, uma outra colega assume seu lugar em um piscar de olhos.
- Me desculpe senhor, ela é nova... Sim, você pode ficar a vontade - Uma médica aparece, uma que eu conhecia desde um ano e que é a responsável por tratar Kimi Fujii.
- Hmm... - Murmuro ao ver a intervenção e então, começo a segui-la até os andares superiores do hospital.
[...]
- Vou deixa-lo um tempo só como sempre... Volto em cerca de uma hora... - A médica se despede, indo fazer o seu trabalho em outro lugar.
Como sempre, me sento na cadeira ao lado da cama, apoiando os cotovelos nas minhas pernas. Olho para Kimi deitada na cama branca de hospital. Ela estava do mesmo jeito que a vi há um tempo atrás, seus cabelos loiros espalhados no travesseiro, uma roupa branca com algumas bolinhas cinzas de paciente.
O apito constante da máquina de batimento cardíaco era o único som da sala, assim como a fraca respiração da mulher desacordada desde a tragédia de Kumo. Seus músculos parcialmente atrofiados pela falta de movimento, com os braços conectados a bolsas de soro.
- Olá Kimi... To de volta... Como você está? - Pergunto, mesmo sabendo que ela nunca me daria uma resposta - Entendo... E eu? Bom... - Ajo como se tivesse tido alguma resposta e concersasse normalmente com ela. Respiro fundo, ficando um tanto reflexivo. - Está difícil como sempre... Muito cansaço acumulado... Acho que eu já comentei que o trabalho de um chefe se resume a resolver problemas e bom... Sendo Kage de Kumo você já deve imaginar como é - Era para ser um momento comico, mas minha seriedade mórbida estragaria tudo se tivesse mais alguém ali para escutar obviamente.
- Foi basicamente isso que fiz todo o ano... Trabalhei sem parar... Aguentei pressões que ninguém conseguiria... E lutei para compensar meu erro... No fim, com muito esforço, Kumo foi colocada de volta nos eixos apesar de muitas construções ainda acontecerem... Atualmente estamos tentando resgatar os refugiados que estão em outros países... - Acabo entrando em um assunto de trabalho de novo e balanço a cabeça para fugir desse assunto pesado que sempre entro por força do hábito.
- Desculpe... - Interrompo o assunto. Eu tentava evitar falar de assunto de trabalho deve ser chato para ela e eu falo demais já sobre isso, além do mais, principalmente eu não gosto de comentar sobre minhas missões, elas são sangrentas, terríveis e nada gloriosas, apesar de faze-las sem pestanejar - Enfim, eu estava preocupado com o aumento do aluguel, mas felizmente não aconteceu... Além disso, aquela vizinha parou de tentar aprender musica depois que seu trombone sumiu... Os genins estão eficiente - Comento coisas do dia a dia para tentar descontrair, maa novamente, minha face não ajudava - Boas notícias, aprendi a fazer doces dangos... Quando acordar vou fazer sempre para você comer... - Digo forçando um sorriso meio feio e de fato, aprendi a fazer tal doce só para ela. Pensar no seu sorriso me inspirou a tal atividade e eu faria de tudo para vê-lo novamente.
Vou conversando em tom baixo como sempre, sem fazer muitas expressões, mas com Kimi, era literalmente a única pessoa no mundo que eu conseguia sorrir um pouco, sentir esperança, revigorar minhas forças e agir como uma pessoa normal, abandonando a faceta de Raikage e ninja por um mísero momento. Absolutamente ninguém vivo, já me viu agir como eu ajo com Kimi e é bom continuar assim.
Converso sobre como foi meu dia-a-dia, minhas opiniões sobre acontecimentos, pessoas, passado e tudo que uma conversa casual tem direito e a hora passava como se fossem segundos. Eu realmente me sentia aliviado em conversar, era como se eu lavasse minha alma, porém, sempre que parava para refletir, olhando para seu corpo, o vazio continuava e a culpa voltava.
- Ah sim... Lembra do Satori? Aquele meu amigo de infância tímido que eu te contei? - Faço uma parada, como se esperasse uma resposta - Reatamos nossa amizade, mas ele ta diferente... Parece que todos nós mudados... - Por que? O que tem de errado comigo? Por que nenhuma conversa consegue avançar sem ficar melancólica.
- Já que é assim... Vou adiantar um assunto... - Suspiro cansado - Aconteceu de novo... Sua família distante que apareceu e roubou toda sua riqueza... Novamente solicitou que você tenha o tratamento interrompido para que finalmente possa "descansar" eternamente... - Respiro fundo, dando uma pequena pausa - Em teoria, eles teriam direito de fazer isso... Porém, usei minha autoridade para burlar regras e impedir isso... É egoísta, mas eu não deixarei... Ainda tenho esperança - Sei o que estou fazendo não é certo, mas eu não ligo, não vou deixar matarem meu raio de luz.
Como comentei antes, observar minha amada naquele estado partis meu coração. Eu tentava fingir que estava bem, até simulava respostas como se ela estivesse acordado, mas não passava de algo para me confortar. Coloco as mãos na cabeça, olhando para o chão branco daquele quarto de hospital. Não adiantava, aquele era o meu lugar de desabafo, por mais que eu negasse. Eu conversava com uma pessoa desacordada como um insano esperando que ela fosse responder, eu já havia deixado de ser são há muito tempo atrás.
- ... Eu sinto saudades de você... Kimi... Eu sinto saudades de todos com quem eu era próximo... - Cruzo os dedos e coloco o meio deles na testa, como se fosse uma prece - Sinto falta daquele tempo... Lembra quando dançamos sob o luar, encontro no festival e no bosque? Foi tão... Incrível... Você não tem ideia do quanto eu queria poder voltar no tempo... - A frustração toma conta de mim, uma raiva do passado, contra mim mesmo e a casca fria vai se despedaçando de pouco em pouco. Pressiono meus dentes em uma tentativa de me controlar e segurar esses sentimentos - Porém... - Olho pela janela, vendo que o céu acabara de abrir e ali, a lua sangrenta quase apagada nós vigiando, mesmo durante o dia - O tempo não retrocede... - Suspiro.
- Estou preocupado, essa lua... Só pode ser obra dele... - Me referia ao Shodai Hokage - Tempos ainda mais sombrios se aproximam Kimi, mas eu vou proteger a vila... Vou te proteger... Por isso, eu te peço... Por favor... Não vá - Pego a mão dela, segurando com cuidado como se fosse uma frágil joia rara - Não me deixe sozinho... - Imploro baixinho, pegando sua mesma mão e colocando a palma na minha bochecha, para sentir o seu calor no meu rosto mais uma vez.
Era patético. Naquele quarto de hospital, ao lado da mulher que eu amo, era onde toda minha fraqueza estava localizada. O único lugar que eu conseguia sair da minha casca fria e gelada, onde eu conseguia discutir meus sentimentos com uma pessoa que sequer está me escutando. Porém, foi isso que me impediu de surtar e enlouquecer, conversar horas e mais horas com Kimi, buscar apoio ao seu lado mesmo que sua consciência não estivesse aqui. Ou será que eu já esteja louco e não saiba.
Na mesma hora, sinto um cheiro diferente e escuto sons atrás de mim. Imediamente faço um único selo de mão e com ele, me viro e ativo o jutsu "Chidori Elso" criando uma longa lamina de raios que se estende até a origem do som.
- Quem está aí? - Pergunto, olhando para o indivíduo que avistava sentado na janela que ele abrira com a lâmina de relâmpago a poucos centímetros do seu peito.
- Oras, não lembra de mim garoto? Cerca de 4 ou 5 anos atrás... - Era um homem de cabelos grisalhos, roupões antigos como se fosse um mendigo e carregando uma garrafa redonda de álcool, mas não parecendo muito preocupado.
- Não lembro - Falo de forma ríspida e seca, sem hesitação na voz - Mas exijo que se identifique e depois saia daqui se não quiser ser partido ao meio - Ameaço e eu não estava blefando. Ele sabia disso.
- Calma Fuyuki... - Ele pede, chamando-me pelo meu primeiro nome, levantando a garrafa de cachaça e tomando um gole - Pode não lembrar de mim... Mas e isso disso? - O velho pega um pingente com símbolo clássico de "Yin Yang", balançando na minha frente e eu identifico na hora, lembrando enfim daquele homem de tantos anos atrás.
- É você... - Na mesma hora interrompo o fluxo de chakra, desativando a técnica, porém, sem tirar os olhos do velho.
- Viu, eu sabia que me reconheceria, principalmente por causa desse pingente... Akemi.. Ela era uma aluna tão promissora, me trazia muito orgulho - Fala ressaltando o passado, citando minha mãe. Eu tinha uma dívida com aquele homem, apesar de nukenin ser, ele era diferente.
- ... - Não falo nada enquanto diz sobre minha mãe, provavelmente um antigo conhecido ou o mais provável pelo diálogo, um tipo de sensei, não iria perder meu tempo questionando coisas inúteis - O que veio fazer aqui... Depois de tanto tempo... Não creio que corra tanro risco apenas para ficar lembrando do passado - Questiono. Eu já havia deixado aquele tempo para trás sabendo que não voltaria, apesar de ainda lembrar com carinho.
- Tão frio quanto sua mãe... Sinto o gelo daqui - O velho desce da janela, entrando sem permissão no quarto de hospital da minha amada, enquanto acompanho cada passo atentamente, mas sem mudar minha expressão.
- Bom... Tem algo que eu quero te ensinar... - Mais uma vez ele mostra o pingente, mas um detalhe que eu não tinha percebido era que ele consegue se partir em dois - O Yang - Ele mostra uma parte completamente negra com um ponto branco no meio.
- O que é isso? - Pergunto.
- É uma habilidade... Uma transformação de natureza fora do ciclo interno das cinco naturezas elementares básicas - Diz, me apresentando um poder na qual nunca havia ouvido falar - Seu funcionamento é um tanto complexo, pois usa energia para controlar a vitalidade, como por exemplo, dar vida a seres inanimados - Explica parecendo um professor apesar da aparência surrada.
- Como isso pode ser útil? Não uso bonecos para lutas - Murmuro, afinal, não tem motivos de eu querer esse poder se não seria útil a mim.
- Lembra que eu disse que funciona como uma transformação a parte? Se Você fundir essa energia com seu Raiton, será muito mais potentes... É claro, se você quiser reduzir essa técnica a uma mera arma de guerra - Ele ri no final, todavia, sua frase desperta meu genuíno interesse.
- Não sei o porquê de estar quer me ajudar... - Mais uma vez questiono o velho homem.
- Nada mais nada menos que treinar o filho da minha pupila favorita e torna-lo mais forte - Fala com um tom convencido, tomando mais um gole da sua garrafa - Venha - Pede, pulando para fora da janela.
Penso e olho uma última vez para Kimi, como uma despedida silenciosa e então, o sigo, podendo explicar a situação para a médica depois.
[...]
Chegamos em uma área de treinamento secreta, cujo apenas eu uso para não ser atrapalhando. O velho entra, tomando ainda mais pinga e se senta no meio das pedras.
- Antes de tudo, vou me apresentar... Sou Tatsuo e você todos já conhecemos Sefarim da Montanha - Ele ri, mas eu mantenho a seriedade, me sentando em posição de lótus - Vamos lá, o Yang ou Yoton é um conceito muito abstrato e não científico como um médico por exemplo... Seria usar sua energia física para aplicar em ninjutsus, misturando as naturezas com essa energia... - O homem explica.
- Vou tentar - É difícil aprender algo cujo você não sabe direito o que é, eu só cosneguia absorver enegia natural e concentrar meu chakra para manipulação do mesmo. O que era o Yang? Energia física? Chakra? Tsk, seria uma longa e cansativa tarefa.
Fico horas e horas ali, naquela mesma posição, treinando e concentrando minha mente. O treinamento de senjutsu me ajudou a compreender parte do Yang, como concentração e compressão de chakra. Energia física, tive que pensar fora da caixinha e transformar o chakra em algo que nunca vi antes, tentando transforma-lo em energia pura. Depois, a segunda tarefa seria misturar tal energia com outros chakras.
Minha mente não estava tão conturbada quanto ano passado, mas ainda era difícil manter o foco algumas vezes, principalmente sozinho em minha própria cabeça. Eu chegava a suar frio e minhas reservas se drenavam de pouco em pouco, mas não desistia, já tinha passado por provas muito, mas muito mais difíceis. Quando de repente, apos incontáveis horas de esforço e paciente, sento uma energia diferente fluindo.
Levanto, respirando fundo. Faço os selos de um jutsu raiton rank B, não muito forte apenas para testar. Na hora da conjuração, em meio a transformação do chakra no elemento raiton, adiciono um chakra extra da transformação de Yang, aumentando a vitalidade e potência do jutsu com a energia. Um poderoso relâmpago sai de minha boca, podendo se comparar a um Rank A, perfurando varias rochas so mesmo tempo em apenas um feixe. Novamente, treino e retreino a mistura de chakra até melhorar por completo.
- Tatsuo, eu consegui dominar o "Yang" - Falo, avisando o meu "mestre". Ele então, acorda subitamente do seu sono alcoólico.
- Huh? Voce conseguiu? Meus parabéns jovem, sempre soube que conseguiria, foi quanto tempo mesmo? Nah, não importa, provavelmente foi rápido - Não, não foi - Mas antes de eu ir, quer um conselho? - Pergunta.
- Hm? - Murmuro, mandando prosseguir.
- Sabe aquela sua namoradinha? Sei que você tem muito apreço por ela... Mas você sabe... Deixa-la viva é a única coisa que te impede de atingir o potencial máximo de sua força... - Tatsuo fala o seu coselho, indo beber mais uma garrafa, mas fica vazio.
- O que disse? - De primeira, parece que não entendi o que eu ouvi, me virando lentamente para encarar seu rosto.
- Essa mulher que estava no hospital... É a sua única fraqueza... Enquanto ela viver, você será fraco... A morte dela literalmente te deixará sem nada e então, finalmente não vai ter outra motivação na vida do que defender a vila... - Tatsuo explica e eu lembro da reencarnação da minha mãe dizendo que as mortes dos meus entes-queridos me deixam mais forte.
- Eu recomendo altamente que cale a boca antes que eu... - Cerro os punhos, mas ele nem me deixa terminar a ameaça, me cortando e continuando a falar.
- Só estou dando um conselho como um velho mestre... Eu não tenho mais nada e isso não me coloca limites... Sua mãe era uma aluna brilhante, mas depois que conheceu aquele cabeça oca do seu pai... E principalmente, quando concebeu você... Ela se tornou fraca e por isso... Teve seu destino selado... Essa é a mais pura verdade... Eu a treinei para ser uma máquina de guerra, não brincar de casinha - Argumenta, mostrando mais daquele homem do que eu havia percebido.
- ... - Eram realmente poucas coisas que destruíam minha compostura e me deixassem com raiva. Porém naquele momento, mesmo sendo grato pelo que fez no passado e pelo ensinamento, eu tinha uma genuína vontade de cortar a cabeça dele. Se ele continuasse falando por muito mais tempo, a chance disso ocorrer dobrava de segundo em segundo.
- Você quer proteger a vila? Você quer ficar mais forte?... Apenas acabe com todo seu lado sentimental e você se transformará em uma máquina de lutar imparável - Fala, com um sorrisinho malicioso no rosto - Bom, agora é minha deixa, pense nisso Fuyuki... A falha de sua mãe destruiu aoenas sua família, no seu caso... Destruiu a vila e você não quer que isso se repita não é mesmo? - Aquele sorriso, aquele maldito sorriso, eu tinha vontade de arrancar da cara dele, fazer ele engolir todss aquelas palavras na base da violência. Eu não me irritava tanto a muito tempo.
- Estou me controlando... Suma logo ou vou teste essa técnica no primeiro alvo vivo - Meu Sakki transborda, nem parecendo que havia sido desgastado pelo treino, quase paralisando o "sensei" que fica apreensivo, mas ainda sorri no final.
- Hmpf... A escolha é sua - O velho murmura, indo embora e me deixando sozinho ali. Eu estava grato pela técnica ensinada, mas deixar ele vivo já nós fazia quites afinal, não deixava de ser um nukenin. Na próxima vez que nos vermos, vou arrancar um pedido de perdão da boca dele.
Pego o cordão "Yang" que ficou largado no chão e o guardo.
[...]
No final de tudo, me encontrava no cemitério da vila que continha milhares de túmulos e homenagens aos mortos da tragédia da nuvem. Vou andando pelas lápides, visitando uma por uma lentamente. Meu pai, minha mãe, Mureta, Tadashi, Kaito, Yoshiro, Lee, Hana, Hanako, Tanya e mais uma outra porção de mortos. Refletia a morte de cada um individualmente, dando o tempo devido enquanto o tempo fechava.
Na frente do túmulo do meu pai, eu carregava um buquê de flores como sempre faço so visitar aquele local. Gotas de chuva voltavam a pingar e eu tinha esquecido meu guarda-chuvas no hospital. Deixo as flores em seu túmulo e tiro a tantõ hereditária das minhas costas, junto de um pequeno pergaminho.
- É hora de encerrar esse capítulo... Algum dia no futuro, alguém empunhará essa lâmina, assim como nós dois fizemos e compartilhará de nossos ideais... Obrigado por tudo pai... - Selava a tantõ da minha família no pergaminho para guardar em casa futuramente, simbolizando a troca de fase. A partir de hoje, usaria apenas minha fiel Kumo-Ha. Apesar dos ideais bonitos, essa espada deve conter quantias de sangue inimagináveis. Mas, nenhuma vitória é adquirida sem derramamento de sangue. Esse foi o legado que meu pai deixou e eu deixarei.
Um ninja aparece ao meu lado de joelhos, ficando um pouco em silêncio antes de falar algo, em respeito.
- Senhor Raikage, uma emergência surgiu, sua presença é solicitada imediatamente no gabinete - Um ninja mensageiro fala serenamente.
- Estarei lá - Digo, guardando o pergaminho, mantendo as mãos no bolso e me movendo para meu local de trabalho enquanto a chuva aumentava e molhava Kumogakure.
Bato no aparelho e saio da cama, wuase arrastando meu corpo ainda exausto da noita mal dormida. O sol nem havia raiado e eu já estava em minha atividade rotineira. No meu pequeno apartamento escuro, acendo a luz fraca do meu quarto relativamente apertado, arrumando minha cama metodicamente e indo ao banheiro escovar os dentes e tomar um bom banho, trocando de roupa vagarosamente no fim, ainda sonolento. Com passos lentos, vou para a sala-cozinha, apagando a luz do cômodo passado e acendendo do novo para economizar energia.
Na cozinha, eu esquentava a água e preparava um café preto para beber enquanto fritava alguns ovos como café, pondo-os no prato quando prontos e preparando uma jarra de café quente.
Sento no chão, a frente da pequena mesa, fazendo um pequeno agradecimento com as mãos juntas antes de começar a comer o café sa manhã. Estava tudo tão silencioso e monótono como sempre, apenas ouvia o som da minha boca triturando a comida sem pausas. Nenhum som externo, apenas eu parado ali sem dizer uma única palavra enquanto encarava o nada com um rosto inexpressivo, só conseguindo pensar no que tinha planejado.
Olho para os lados e lembro da minha família, dos almoços em conjunto como se fossem ilusões. Eu era apenas uma criança, mas era divertido. Depois, eu tinha uma nova família e ainda não havia percebido, com Murata, Tadashi, Tanya, Kimi e vários outros que estiveram ao meu lado. É irônico, só dei valor para isso depois que já havia perdido. Mas agora, eu como completamente sozinho, mesmo que eu não falasse muito, era agradável ter alguém que falasse por você. Naquele momento de solitude, eu sentia um vazio no meu coração, falta de alguma coisa que não estava mais comigo a muito tempo e eu odiava pensar nisso. Balanço a cabeça para remover esse pensamento da minha mente, pegando uma bolinha de borracha e apertando várias vezes. Quando eu me tratava, a psicóloga me recomendou isso para acalmar-me em situações de estresse.
Terminando de comer, me levanto do chão e coloco mais uma xícara de café, que a essa altura, eu já estava praticamente viciado em tal líquido estimulante, posicionado o pratinho embaixo para não queimar meus dedos. Encosto minhas costas na parede fina do apartamento recém construído, olhando pela janela da cozinha.
Todas as casas, algumas em reconstrução, com suas luzes apagadas e uma chuva fina caindo sobre a vila. O clima que pairava sobre a vila era bem frio e úmido, mas eu estava ali, observando tudo. Eu morava em um bairro até que bem desfavorecido, conhecido pela violência e assaltos, mas depois que passei a morar aqui, se tornou um dos lugares mais seguros da vila. Só espero que isso não valorize o imóvel e eu tenha que me mudar.
Coloco a xícara na pia para lavar depois, indo abrir minha caixa de correiro. Como sempre, tinha cartas que não acabavam mais, se bem que haviam diminuído nos últimos tempos. Eram todas de fãs e algumas de dívida. Como sempre faço, guardo embaixo da cama do meu apartamento. Me sento novamente em frente a mesinha da sala, divindo o dinheiro do salário para já adiantar esse processo. O salário de Raikage era bem grande, mas eu tiro 65% para a vila, 15% para as contas e deixo os restante 20% para mim. Não preciso de muito, só o necessário para sobreviver, a vila necessita muito mais, não mereço me enriquecer com dinheiro público, principalmente depois da minha falha.
Acabo olhando para cima, mais uma vez me deparo com a luz sangrenta, pelo menos, é assim que chamo aquilo. Toda noite, ao olhar aquilo, lembro daquele fatidico dia e ressalta o perigo que corremos no futuro, pois com certeza, aquela lua era um mal sinal e se eu ficar parado, Kumo evaporará e dessa vez, sem segunda chance.
Vendo finalmente o sol nascer no horizonte com seus raios de calor gentilmente tocando minha pele e abraçando a vila da nuvem, finalizo aquelas tarefas básicas e me preparo para sair.
[...]
Eu andava calmamente pelas ruas, portando um guarda-chuva de coloração preta cujo me protegia dos pingos gelados da chuva. O movimento nas ruas era fraco, se tratavando de um domingo e eu tinha tirado o dia de folga para algumas atividades importantes. Eu tinha marcado de fazer algo que virou uma rotina a se repetir de tempos em tempos, se tornando praticamente um ritual para minha própria mente.
Ao entrar no hospital da vila, completamente reconstruído e reformado, fecho o guarda-chuva, balançando um pouco para tirar o excesso de água. Todos funcionários olham para mim e me cumprimentam. É um lugar mais tranquilo com relação a isso, pois todos me conhecem e não me bajulam, apenas um "bom dia" está bom. Muitos na vila me tratam como um amigo íntimo mesmo que eu nunca tenha visto a pessoa na vida. Depois de um tempo, isso fica irritante.
- Quero visitar a paciente Kimi Fujii - Falo para a moça que estava na recepção. Aparentemente, ela era novata, pois seu rosto não me era familiar e eu não costumo esquecer.
- Oh claro senhor Raikage... O senhor é parente da paciente? Apenas familiares podem ter esse tipo de acesso, principalmente com seu estado atual... Caso contrário, não é permitido - Ela avisa, até que de forma inocente, mas eu não estava com paciência suficiente no momento e nem queria convencer ninguém.
- Parente?... Eu sou o Raikage - Falo com o rosto frio e sem expressão, o que para muitas pessoas, pode ser considerado ameaçador, somado o fato da autoridade que eu exercia. Não que eu quisesse ser rude, mas eu precisava usar da minha autoridade para quebrar as regras do hospital, caso o contrario, não conseguiria visita-la. Eu consigo perceber seu temor diante da resposta e logo, uma outra colega assume seu lugar em um piscar de olhos.
- Me desculpe senhor, ela é nova... Sim, você pode ficar a vontade - Uma médica aparece, uma que eu conhecia desde um ano e que é a responsável por tratar Kimi Fujii.
- Hmm... - Murmuro ao ver a intervenção e então, começo a segui-la até os andares superiores do hospital.
[...]
- Vou deixa-lo um tempo só como sempre... Volto em cerca de uma hora... - A médica se despede, indo fazer o seu trabalho em outro lugar.
Como sempre, me sento na cadeira ao lado da cama, apoiando os cotovelos nas minhas pernas. Olho para Kimi deitada na cama branca de hospital. Ela estava do mesmo jeito que a vi há um tempo atrás, seus cabelos loiros espalhados no travesseiro, uma roupa branca com algumas bolinhas cinzas de paciente.
O apito constante da máquina de batimento cardíaco era o único som da sala, assim como a fraca respiração da mulher desacordada desde a tragédia de Kumo. Seus músculos parcialmente atrofiados pela falta de movimento, com os braços conectados a bolsas de soro.
- Olá Kimi... To de volta... Como você está? - Pergunto, mesmo sabendo que ela nunca me daria uma resposta - Entendo... E eu? Bom... - Ajo como se tivesse tido alguma resposta e concersasse normalmente com ela. Respiro fundo, ficando um tanto reflexivo. - Está difícil como sempre... Muito cansaço acumulado... Acho que eu já comentei que o trabalho de um chefe se resume a resolver problemas e bom... Sendo Kage de Kumo você já deve imaginar como é - Era para ser um momento comico, mas minha seriedade mórbida estragaria tudo se tivesse mais alguém ali para escutar obviamente.
- Foi basicamente isso que fiz todo o ano... Trabalhei sem parar... Aguentei pressões que ninguém conseguiria... E lutei para compensar meu erro... No fim, com muito esforço, Kumo foi colocada de volta nos eixos apesar de muitas construções ainda acontecerem... Atualmente estamos tentando resgatar os refugiados que estão em outros países... - Acabo entrando em um assunto de trabalho de novo e balanço a cabeça para fugir desse assunto pesado que sempre entro por força do hábito.
- Desculpe... - Interrompo o assunto. Eu tentava evitar falar de assunto de trabalho deve ser chato para ela e eu falo demais já sobre isso, além do mais, principalmente eu não gosto de comentar sobre minhas missões, elas são sangrentas, terríveis e nada gloriosas, apesar de faze-las sem pestanejar - Enfim, eu estava preocupado com o aumento do aluguel, mas felizmente não aconteceu... Além disso, aquela vizinha parou de tentar aprender musica depois que seu trombone sumiu... Os genins estão eficiente - Comento coisas do dia a dia para tentar descontrair, maa novamente, minha face não ajudava - Boas notícias, aprendi a fazer doces dangos... Quando acordar vou fazer sempre para você comer... - Digo forçando um sorriso meio feio e de fato, aprendi a fazer tal doce só para ela. Pensar no seu sorriso me inspirou a tal atividade e eu faria de tudo para vê-lo novamente.
Vou conversando em tom baixo como sempre, sem fazer muitas expressões, mas com Kimi, era literalmente a única pessoa no mundo que eu conseguia sorrir um pouco, sentir esperança, revigorar minhas forças e agir como uma pessoa normal, abandonando a faceta de Raikage e ninja por um mísero momento. Absolutamente ninguém vivo, já me viu agir como eu ajo com Kimi e é bom continuar assim.
Converso sobre como foi meu dia-a-dia, minhas opiniões sobre acontecimentos, pessoas, passado e tudo que uma conversa casual tem direito e a hora passava como se fossem segundos. Eu realmente me sentia aliviado em conversar, era como se eu lavasse minha alma, porém, sempre que parava para refletir, olhando para seu corpo, o vazio continuava e a culpa voltava.
- Ah sim... Lembra do Satori? Aquele meu amigo de infância tímido que eu te contei? - Faço uma parada, como se esperasse uma resposta - Reatamos nossa amizade, mas ele ta diferente... Parece que todos nós mudados... - Por que? O que tem de errado comigo? Por que nenhuma conversa consegue avançar sem ficar melancólica.
- Já que é assim... Vou adiantar um assunto... - Suspiro cansado - Aconteceu de novo... Sua família distante que apareceu e roubou toda sua riqueza... Novamente solicitou que você tenha o tratamento interrompido para que finalmente possa "descansar" eternamente... - Respiro fundo, dando uma pequena pausa - Em teoria, eles teriam direito de fazer isso... Porém, usei minha autoridade para burlar regras e impedir isso... É egoísta, mas eu não deixarei... Ainda tenho esperança - Sei o que estou fazendo não é certo, mas eu não ligo, não vou deixar matarem meu raio de luz.
Como comentei antes, observar minha amada naquele estado partis meu coração. Eu tentava fingir que estava bem, até simulava respostas como se ela estivesse acordado, mas não passava de algo para me confortar. Coloco as mãos na cabeça, olhando para o chão branco daquele quarto de hospital. Não adiantava, aquele era o meu lugar de desabafo, por mais que eu negasse. Eu conversava com uma pessoa desacordada como um insano esperando que ela fosse responder, eu já havia deixado de ser são há muito tempo atrás.
- ... Eu sinto saudades de você... Kimi... Eu sinto saudades de todos com quem eu era próximo... - Cruzo os dedos e coloco o meio deles na testa, como se fosse uma prece - Sinto falta daquele tempo... Lembra quando dançamos sob o luar, encontro no festival e no bosque? Foi tão... Incrível... Você não tem ideia do quanto eu queria poder voltar no tempo... - A frustração toma conta de mim, uma raiva do passado, contra mim mesmo e a casca fria vai se despedaçando de pouco em pouco. Pressiono meus dentes em uma tentativa de me controlar e segurar esses sentimentos - Porém... - Olho pela janela, vendo que o céu acabara de abrir e ali, a lua sangrenta quase apagada nós vigiando, mesmo durante o dia - O tempo não retrocede... - Suspiro.
- Estou preocupado, essa lua... Só pode ser obra dele... - Me referia ao Shodai Hokage - Tempos ainda mais sombrios se aproximam Kimi, mas eu vou proteger a vila... Vou te proteger... Por isso, eu te peço... Por favor... Não vá - Pego a mão dela, segurando com cuidado como se fosse uma frágil joia rara - Não me deixe sozinho... - Imploro baixinho, pegando sua mesma mão e colocando a palma na minha bochecha, para sentir o seu calor no meu rosto mais uma vez.
Era patético. Naquele quarto de hospital, ao lado da mulher que eu amo, era onde toda minha fraqueza estava localizada. O único lugar que eu conseguia sair da minha casca fria e gelada, onde eu conseguia discutir meus sentimentos com uma pessoa que sequer está me escutando. Porém, foi isso que me impediu de surtar e enlouquecer, conversar horas e mais horas com Kimi, buscar apoio ao seu lado mesmo que sua consciência não estivesse aqui. Ou será que eu já esteja louco e não saiba.
Na mesma hora, sinto um cheiro diferente e escuto sons atrás de mim. Imediamente faço um único selo de mão e com ele, me viro e ativo o jutsu "Chidori Elso" criando uma longa lamina de raios que se estende até a origem do som.
- Quem está aí? - Pergunto, olhando para o indivíduo que avistava sentado na janela que ele abrira com a lâmina de relâmpago a poucos centímetros do seu peito.
- Oras, não lembra de mim garoto? Cerca de 4 ou 5 anos atrás... - Era um homem de cabelos grisalhos, roupões antigos como se fosse um mendigo e carregando uma garrafa redonda de álcool, mas não parecendo muito preocupado.
- Não lembro - Falo de forma ríspida e seca, sem hesitação na voz - Mas exijo que se identifique e depois saia daqui se não quiser ser partido ao meio - Ameaço e eu não estava blefando. Ele sabia disso.
- Calma Fuyuki... - Ele pede, chamando-me pelo meu primeiro nome, levantando a garrafa de cachaça e tomando um gole - Pode não lembrar de mim... Mas e isso disso? - O velho pega um pingente com símbolo clássico de "Yin Yang", balançando na minha frente e eu identifico na hora, lembrando enfim daquele homem de tantos anos atrás.
- É você... - Na mesma hora interrompo o fluxo de chakra, desativando a técnica, porém, sem tirar os olhos do velho.
- Viu, eu sabia que me reconheceria, principalmente por causa desse pingente... Akemi.. Ela era uma aluna tão promissora, me trazia muito orgulho - Fala ressaltando o passado, citando minha mãe. Eu tinha uma dívida com aquele homem, apesar de nukenin ser, ele era diferente.
- ... - Não falo nada enquanto diz sobre minha mãe, provavelmente um antigo conhecido ou o mais provável pelo diálogo, um tipo de sensei, não iria perder meu tempo questionando coisas inúteis - O que veio fazer aqui... Depois de tanto tempo... Não creio que corra tanro risco apenas para ficar lembrando do passado - Questiono. Eu já havia deixado aquele tempo para trás sabendo que não voltaria, apesar de ainda lembrar com carinho.
- Tão frio quanto sua mãe... Sinto o gelo daqui - O velho desce da janela, entrando sem permissão no quarto de hospital da minha amada, enquanto acompanho cada passo atentamente, mas sem mudar minha expressão.
- Bom... Tem algo que eu quero te ensinar... - Mais uma vez ele mostra o pingente, mas um detalhe que eu não tinha percebido era que ele consegue se partir em dois - O Yang - Ele mostra uma parte completamente negra com um ponto branco no meio.
- O que é isso? - Pergunto.
- É uma habilidade... Uma transformação de natureza fora do ciclo interno das cinco naturezas elementares básicas - Diz, me apresentando um poder na qual nunca havia ouvido falar - Seu funcionamento é um tanto complexo, pois usa energia para controlar a vitalidade, como por exemplo, dar vida a seres inanimados - Explica parecendo um professor apesar da aparência surrada.
- Como isso pode ser útil? Não uso bonecos para lutas - Murmuro, afinal, não tem motivos de eu querer esse poder se não seria útil a mim.
- Lembra que eu disse que funciona como uma transformação a parte? Se Você fundir essa energia com seu Raiton, será muito mais potentes... É claro, se você quiser reduzir essa técnica a uma mera arma de guerra - Ele ri no final, todavia, sua frase desperta meu genuíno interesse.
- Não sei o porquê de estar quer me ajudar... - Mais uma vez questiono o velho homem.
- Nada mais nada menos que treinar o filho da minha pupila favorita e torna-lo mais forte - Fala com um tom convencido, tomando mais um gole da sua garrafa - Venha - Pede, pulando para fora da janela.
Penso e olho uma última vez para Kimi, como uma despedida silenciosa e então, o sigo, podendo explicar a situação para a médica depois.
[...]
Chegamos em uma área de treinamento secreta, cujo apenas eu uso para não ser atrapalhando. O velho entra, tomando ainda mais pinga e se senta no meio das pedras.
- Antes de tudo, vou me apresentar... Sou Tatsuo e você todos já conhecemos Sefarim da Montanha - Ele ri, mas eu mantenho a seriedade, me sentando em posição de lótus - Vamos lá, o Yang ou Yoton é um conceito muito abstrato e não científico como um médico por exemplo... Seria usar sua energia física para aplicar em ninjutsus, misturando as naturezas com essa energia... - O homem explica.
- Vou tentar - É difícil aprender algo cujo você não sabe direito o que é, eu só cosneguia absorver enegia natural e concentrar meu chakra para manipulação do mesmo. O que era o Yang? Energia física? Chakra? Tsk, seria uma longa e cansativa tarefa.
Fico horas e horas ali, naquela mesma posição, treinando e concentrando minha mente. O treinamento de senjutsu me ajudou a compreender parte do Yang, como concentração e compressão de chakra. Energia física, tive que pensar fora da caixinha e transformar o chakra em algo que nunca vi antes, tentando transforma-lo em energia pura. Depois, a segunda tarefa seria misturar tal energia com outros chakras.
Minha mente não estava tão conturbada quanto ano passado, mas ainda era difícil manter o foco algumas vezes, principalmente sozinho em minha própria cabeça. Eu chegava a suar frio e minhas reservas se drenavam de pouco em pouco, mas não desistia, já tinha passado por provas muito, mas muito mais difíceis. Quando de repente, apos incontáveis horas de esforço e paciente, sento uma energia diferente fluindo.
Levanto, respirando fundo. Faço os selos de um jutsu raiton rank B, não muito forte apenas para testar. Na hora da conjuração, em meio a transformação do chakra no elemento raiton, adiciono um chakra extra da transformação de Yang, aumentando a vitalidade e potência do jutsu com a energia. Um poderoso relâmpago sai de minha boca, podendo se comparar a um Rank A, perfurando varias rochas so mesmo tempo em apenas um feixe. Novamente, treino e retreino a mistura de chakra até melhorar por completo.
- Tatsuo, eu consegui dominar o "Yang" - Falo, avisando o meu "mestre". Ele então, acorda subitamente do seu sono alcoólico.
- Huh? Voce conseguiu? Meus parabéns jovem, sempre soube que conseguiria, foi quanto tempo mesmo? Nah, não importa, provavelmente foi rápido - Não, não foi - Mas antes de eu ir, quer um conselho? - Pergunta.
- Hm? - Murmuro, mandando prosseguir.
- Sabe aquela sua namoradinha? Sei que você tem muito apreço por ela... Mas você sabe... Deixa-la viva é a única coisa que te impede de atingir o potencial máximo de sua força... - Tatsuo fala o seu coselho, indo beber mais uma garrafa, mas fica vazio.
- O que disse? - De primeira, parece que não entendi o que eu ouvi, me virando lentamente para encarar seu rosto.
- Essa mulher que estava no hospital... É a sua única fraqueza... Enquanto ela viver, você será fraco... A morte dela literalmente te deixará sem nada e então, finalmente não vai ter outra motivação na vida do que defender a vila... - Tatsuo explica e eu lembro da reencarnação da minha mãe dizendo que as mortes dos meus entes-queridos me deixam mais forte.
- Eu recomendo altamente que cale a boca antes que eu... - Cerro os punhos, mas ele nem me deixa terminar a ameaça, me cortando e continuando a falar.
- Só estou dando um conselho como um velho mestre... Eu não tenho mais nada e isso não me coloca limites... Sua mãe era uma aluna brilhante, mas depois que conheceu aquele cabeça oca do seu pai... E principalmente, quando concebeu você... Ela se tornou fraca e por isso... Teve seu destino selado... Essa é a mais pura verdade... Eu a treinei para ser uma máquina de guerra, não brincar de casinha - Argumenta, mostrando mais daquele homem do que eu havia percebido.
- ... - Eram realmente poucas coisas que destruíam minha compostura e me deixassem com raiva. Porém naquele momento, mesmo sendo grato pelo que fez no passado e pelo ensinamento, eu tinha uma genuína vontade de cortar a cabeça dele. Se ele continuasse falando por muito mais tempo, a chance disso ocorrer dobrava de segundo em segundo.
- Você quer proteger a vila? Você quer ficar mais forte?... Apenas acabe com todo seu lado sentimental e você se transformará em uma máquina de lutar imparável - Fala, com um sorrisinho malicioso no rosto - Bom, agora é minha deixa, pense nisso Fuyuki... A falha de sua mãe destruiu aoenas sua família, no seu caso... Destruiu a vila e você não quer que isso se repita não é mesmo? - Aquele sorriso, aquele maldito sorriso, eu tinha vontade de arrancar da cara dele, fazer ele engolir todss aquelas palavras na base da violência. Eu não me irritava tanto a muito tempo.
- Estou me controlando... Suma logo ou vou teste essa técnica no primeiro alvo vivo - Meu Sakki transborda, nem parecendo que havia sido desgastado pelo treino, quase paralisando o "sensei" que fica apreensivo, mas ainda sorri no final.
- Hmpf... A escolha é sua - O velho murmura, indo embora e me deixando sozinho ali. Eu estava grato pela técnica ensinada, mas deixar ele vivo já nós fazia quites afinal, não deixava de ser um nukenin. Na próxima vez que nos vermos, vou arrancar um pedido de perdão da boca dele.
Pego o cordão "Yang" que ficou largado no chão e o guardo.
[...]
No final de tudo, me encontrava no cemitério da vila que continha milhares de túmulos e homenagens aos mortos da tragédia da nuvem. Vou andando pelas lápides, visitando uma por uma lentamente. Meu pai, minha mãe, Mureta, Tadashi, Kaito, Yoshiro, Lee, Hana, Hanako, Tanya e mais uma outra porção de mortos. Refletia a morte de cada um individualmente, dando o tempo devido enquanto o tempo fechava.
Na frente do túmulo do meu pai, eu carregava um buquê de flores como sempre faço so visitar aquele local. Gotas de chuva voltavam a pingar e eu tinha esquecido meu guarda-chuvas no hospital. Deixo as flores em seu túmulo e tiro a tantõ hereditária das minhas costas, junto de um pequeno pergaminho.
- É hora de encerrar esse capítulo... Algum dia no futuro, alguém empunhará essa lâmina, assim como nós dois fizemos e compartilhará de nossos ideais... Obrigado por tudo pai... - Selava a tantõ da minha família no pergaminho para guardar em casa futuramente, simbolizando a troca de fase. A partir de hoje, usaria apenas minha fiel Kumo-Ha. Apesar dos ideais bonitos, essa espada deve conter quantias de sangue inimagináveis. Mas, nenhuma vitória é adquirida sem derramamento de sangue. Esse foi o legado que meu pai deixou e eu deixarei.
Um ninja aparece ao meu lado de joelhos, ficando um pouco em silêncio antes de falar algo, em respeito.
- Senhor Raikage, uma emergência surgiu, sua presença é solicitada imediatamente no gabinete - Um ninja mensageiro fala serenamente.
- Estarei lá - Digo, guardando o pergaminho, mantendo as mãos no bolso e me movendo para meu local de trabalho enquanto a chuva aumentava e molhava Kumogakure.
- Considerações:
Palavras: 3985
Ficha e M.F: No Perfil
Considerações:
- Gaiden timeskip com quest de individualiade: "Yang"
Alcunha Local: Relâmpago Celestial
Alcunha Mundial: Sefarim da Montanha
Reputação Positiva: Nv. 34 - Herói: Liberada Alcunha Global. Todo o mundo shinobi tem ciência de sua existência ou já ouviu falar de si. As pessoas em sua própria vila procuram sempre expressar gratidão, sempre que em espaços públicos, todos vão procurá-lo para conversar, abraçar e elogiar afinal, és o herói da vila. Inimigos sempre vão procurar se preparar mais para enfrentá-lo por já terem ouvido falar de seus feitos.
Raputação Negativa: Nv. 9 - Delinquente: Conhecido pelos moradores e shinobis de sua vila como um desordeiro.
Roupas & Aparência:
- Camisa de manga longa preta
- Calça preta
- Sapatos escuros
- Bandana pendurada no pescoço
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Re: [Gaiden Timeskip] - Serafim Sem Asas - Postado Seg Dez 12, 2022 7:17 am
Aprovado
Algum dia eu vou te xingar de 50 formas diferentes em 30 segundos porque é a única forma que consigo pensar pra dizer o quanto adoro suas escritas