Senjutsu: Movendo-se é mais difícil

No último ano, a kunoichi da Pedra já tinha alcançado o ápice do controle sobre a energia natural necessário para acessar o Modo Sennin na forma mais perfeita existente. No entanto, algo bastante específico ainda incomodava a morena: para absorver energia da natureza, ela precisava se manter inerte. Embora o problema fosse evidente, estava treinada a se valer da proteção de uma das imensas Serpentes da Caverna Ryüchi, mas aquela circunstância em particular se mantinha como uma sujeira em sua habilidade.

A principal questão a ser levada em conta é se seria possível ter acesso à energia natural em pleno movimento e, se isso fosse realmente possível, se a morena teria aptidão para realizar mais este treinamento. Rememorando, não tinha essa informação repassada pela Hakuja Sennin. Portanto, era algo que a garota precisaria desenvolver sozinha. Desde que tinha deixado o País do Fogo, depois da reunião com a Hokage e seu comandante militar, aquela ideia já permeava seus pensamentos. Já em casa, mais precisamente próxima às cavernas em que sempre treinou, desde sua graduação como gennin, Pandora olharia à sua volta, buscando estar sozinha no ambiente inóspito. De fato estava sozinha com a entidade que ressoava em sua cabeça. ”Eu já sei o que você pretende, Pandora. Desenvolver-se até o ápice para tentar matá-lo, não é isso?... É evidente. Não só ele que usurpa o poder que é inteiramente nosso. Já está passando da hora… Compreendo!”

Ela sempre se mostrou calma, independentemente do que estivesse acontecendo, traço marcante de seu comportamento frio e de sua racionalidade exagerada. Tal personalidade, lhe facilitava sentir a energia em torno e absorvê-la, com maestria, aliás. Mas aquilo que a kunoichi buscava era bastante diferente dos treinamentos anteriores, voltados para o domínio da energia e, posteriormente, para aumentar a quantidade de chakra natural.

Ao menos não era algo complexo de testar. Bastava a ela caminhar para romper a unidade com a natureza. No caso, aquela unidade com a qual a morena já tinha se acostumado. Movimentando-se, a concentração para absorver energia do ambiente acabava por se dissipar, quase instantaneamente. Como era de se imaginar, não seria tarefa fácil para ela concluir aquele plano. Inúmeras tentativas em sequência para fracassar na empreitada.

”Ah! O que que há?... Não parece estar sendo fácil para você realizar isso… Não é, nunca foi. Mesmo eu sendo Mestre em Controle de Chakra e tendo dominado diversas habilidades especiais com o meu chakra e a energia natural, não parece ser algo possível… E se realmente não for possível e estiver só perdendo seu tempo? Talvez lidar com a natureza não seja algo útil de verdade. Eu te mataria milhares de vezes antes de te deixar quieta absorvendo energia natural para ficar mais forte…” Algumas coisas pareciam demais com a verdade e isso deixava Pandora ainda mais reclusa em sua mente. Seus pensamentos e estratégias, sempre aguçados, lhe renderiam algum fruto, mesmo que suas ideias se mostrassem falhas ao final.

Talvez a velocidade de movimentação fosse o principal limitador para aquela individualidade se desenvolver ao nível que ela pretendia. Curtos passos e movimentos com os braços eram os únicos movimentos realizados pela kunoichi, ainda mantendo certa sincronia para facilitar um resultado positivo que lhe impedisse uma decepção. Lentamente, a sintonia fina entre a existência do chakra dela e da energia natural começaria a surgir e se destacar em relação aos fracassos do passado. Entretanto, ainda era pouco para ela conseguir aperfeiçoar o controle do chakra da natureza. Movimentos mais complexos eram necessários para que a morena impusesse a si mesma maior desafio sobre seu próprio manejo da imensa energia à sua volta.

Era algo bastante diferente. Uma coisa era alcançar unidade com a natureza com pequenas oscilações de concentração. Outra, bem distinta, era conseguir se sincronizar com a energia com movimentos bruscos como saltos e corridas. Movimentos assim eram típicos que qualquer tipo de combate entre ninjas e a morena teria que se concentrar exatamente naquele ponto.

Fechava os olhos se imaginando em um local calmo e livre das pressões cotidianas de uma ninja. Uma longa inspiração de ar e a expiração paulatina eram os meios para recobrar a concentração e, por consequência, a absorção da energia natural. Os movimentos mais bruscos iniciavam logo depois, com ela tentando se manter concentrada, algo realmente difícil de se fazer.

Beirava o inacreditável a genialidade da kunoichi de cabelos negros não a auxiliar nenhum pouco para facilitar o treinamento. A frustração, naturalmente, era inimiga dela para a atividade que se punha a realizar. Repetição de todo o processo era feita diversas vezes e, mais devagar do que ela gostaria, aos poucos, ia conseguindo resultados cada vez melhores.

Por óbvio, a absorção do chakra natural era bem inferior, em termos de quantidade, do que fazia enquanto parada, mas fosse pela exaustão, fosse pela frustração normal que atingiria uma verdadeira gênia como ela depois de tanto tempo de trabalho sobre uma coisa que nem era possível aperfeiçoar, encerraria o treinamento ali mesmo. Era passada a hora de ir até seu laboratório para buscar alguns resultados imperiosos.