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Fazia pouco tempo que eu havia me formado na academia ninja, sinceramente sequer sabia porque tinha feito isso já que as aulas eram tediosas e não sentia qualquer motivação para ser um ninja, na verdade eu não sentia ânimo para fazer nada, nada era interessante o suficiente ou emocionante, muitas das vezes me peguei pensando se existe sentido em treinar tanto.

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Vez e outro me pegava lembrando das palavras do meu pai dizendo que se treinasse e me tornasse um shinobi da folha, eventualmente eu encontraria algo pelo qual valia a pena lutar. - “Espero que esteja certo.” - Mas até então ainda me sentia vazio. De qualquer forma, em comemoração a minha graduação meu pai ia me levantar para comer em um vilarejo um pouco mais afastado de Konoha, porém ainda dentro do país do fogo.

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Em pouco tempo nos reunimos na entrada da vila e começamos a saltar pela floresta em direção ao tal vilarejo. - Você vai gostar de lá, é um local com um clima agradável. - Meu pai estava de bom humor como de costume, se tinha algo que eu raramente tinha visto na minha vida era um dia em que ele não estivesse bem humorado, mesmo em dias difíceis. - Mal posso esperar então. - Retribui seu sorriso com o meu próprio.

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Demoramos alguns minutos no trajeto, mas não tivemos problemas para chegar até a vila, assim como meu pai tinha dito era um lugarzinho simples, as casas em sua grande maioria não possuíam um segundo andar, as ruas eram largas e algumas crianças corriam sem preocupação. - Acho que agora entendi o que você quis dizer com clima agradável. - Deixei um riso escapar. - Não é? Acho que quando me aposentar quero viver em um lugar desses. - Ele parecia mesmo em casa, caminhando como se já fosse um morador local. - É bem a sua cara mesmo. - Dei de ombros.

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Fomos caminhando pela vila até chegar em uma restaurante local, era um local com poucas mesas, cerca de cinco ou seis e apenas uma delas estava ocupada, nós nos sentamos em uma mais ao fundo. - Oooh, Dojima. - O atendente se aproximou da mesa. - A quanto tempo, o que o trás aqui hoje? -  Questionou o sujeito, o mesmo estava todo de branco com vestes tradicionais de cozinheiros, possuía uma barba branca bem cheia e poucos fios de cabelo. - O meu filho finalmente se tornou um genin e vim trazê-lo para conhecer o melhor restaurante do país do fogo, huahuahuahuhua! - A gargalhada preencheu o salão. - Então você é filho do Dojima? Sinta-se em casa, eu sou Shirako, é um prazer. - O cozinheiro baixou um pouco a cabeça em respeito. - Sim, eu sou Kain é um prazer. - Repeti o gesto.

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Nas horas seguintes aproveitamos o momento, comendo comida de qualidade e eu podia entender porque meu pai gostava tanto daquele lugar, a comida era realmente boa, talvez a melhor ou no mínimo uma das melhores que já tinha experimentado, jogamos conversa fora e ouvi algumas fofocas do dono do lugar sobre meu pai, no geral histórias engraçadas e vergonhosas de encrencas em que ele se meteu em algumas de suas passagens pela vila.

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A noite já estava para cair então decidimos que já era hora de voltar. - Kain, eu vou acertar a conta. - Me levantei e fui até a porta do estabelecimento, onde fiquei esperando. Nesse momento observei o movimento da vila que a essa altura já tinha diminuído bastante, quase não se via gente na rua. - É realmente bem diferente de Konoha. - Murmurei comigo mesmo, notando as diferenças sutis, a essas horas o centro da vila ainda devia estar bem iluminado e movimentado.

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Enquanto esperava algo estranho chamou minha atenção, uma luz fraca emanava de um beco mais afastado, olhei para dentro, meu pai ainda estava conversando com Shirako e aquilo poderia demorar um tempo, então decidi olhar o que era por conta própria. Chegando ao beco fui surpreendido por um homem mais velho, seu torso estava descoberto expondo diversas marcas de cicatrizes antigas, ele estava apontando uma kunai para uma garota um pouco mais velha do que eu.

- Han? O que quer aqui garoto? Volte pra sua casa não me atrapalhe aqui. - Alternei o olhar entre os dois e a garota parecia desesperada, seus olhos marejados pareciam pedir por socorro, mas ela estava em choque ao ponto de não conseguir falar. - Claro, mas antes solte a garota e vamos fingir que nada aconteceu. - Nesse momento o homem soltou o braço da menina o veio em minha direção. - O que você disse seu merdinha? Repete pra mim. - A garota agora livre correu aos prantos sem perder tempo. - Aaarh! Veja só o que você fez! Agora você vai ter que assumir a responsabilidade! - O brutamontes veio em minha direção segurando a Kunai e tentou me apunhalar, contudo a areia de ferro me protegeu parando seu ataque com facilidade.

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Naquele momento eu senti algo, uma palpitação, era um sentimento novo. - Mas que merda é essa? - Assustado o meliante se afastou, mas logo em seguida avançou novamente, dessa vez com mais ferocidade. Estendi uma das mãos em sua direção e a areia de ferro avançou em sua direção como uma lança, espalhando-o de uma vez. - Uuugh… - Arregalei os olhos surpreso e dei um passo para trás, aquela foi a primeira vez que eu tinha tirado uma vida. Minhas mãos estavam calmas, sem tremulação alguma, houve apenas uma choque inicial junto a um novo sentimento, um mais intenso do que o comum, então aquela era a sensação de estar em um combate com sua vida em jogo? Aquilo… Foi ali que entendi que descobri a emoção que existia na morte.

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Houve uma comoção depois disso, meu pai veio correndo me acudir e a menina que salvei estava com outras pessoas do vilarejo explicando tudo o que tinha acontecido, aparentemente aquele homem era um ladrão famoso na região, contudo nada disso me importava, no momento tudo em que conseguia pensar era naquele sentimento novo, aquela emoção, então era isso que meu pai tanto dizia? O sentimento que existia no calor do combate verdadeiro.