Keiko e Tomie saíram em direção sabe-se lá Deus para onde, guiadas pelas indicações que suas mãe, ou pelo menos quem as duas supunham ser, tinha tracejado num mapa. Pode-se imaginar, no entanto, um observador menos atento, que aquela viagem parecia não produzir nada de relevante, entretanto, desde que tinha reencontrado Tomie, aquele era o objetivo da aleijada.

Enquanto as duas saíam a esmo, a ninja, Sombra da folha, aproveitaria para reencontrar algumas pessoas que faziam parte de seu passado e que podiam colocar a sua posição em risco, uma vez que isso envolvia diretamente a vila, as duas pessoas que visitaria foram categorizadas como de alta periculosidade e por isso dá missão rank S.

— Tomie, vamos descansar um pouco, creio que andar por aí com uma pessoa como eu não seja nada fácil — observou a irmã.

Tomie apenas assentiu, sabia que se arrastar com Keiko por aí fazia uma viagem de algumas horas, durar dias, quiçá semanas, mas isso não abateu a jovem, pelo contrário, deveria descobrir aquele segredo juntos, aquele poder secreto que aquela mulher que algum dia chamou de mãe, tinha deixado para as duas.

— De certa forma, você parece saber o que nos espera no final dessa viagem — comentou a Hokage.

A mulher abriu um sorriso, deixando seus olhos ficarem vermelhos por um instante, Tomie abaixou a cabeça, atrás delas surgiam três homens fortemente armados com espadas afiadíssimas, como é comum dos covardes, usam armas por não saberem usar jutsus.

Considerações:

Os homens imediatamente pararam diante dos olhos vermelhos de Keiko, que ardiam como fogo. Eram meros capangas e por isso Tomie sequer se mexeu, não teve tempo.

— Parece que as duas pessoas que você está indo atrás, já se mexeram e estão atrás da gente — comentou Keiko, como se o atentado que tivesse acontecido fosse só mais um dos percalços de sua vida. Seus se acenderam ao encarar Tomie, que caminhou em direção aos corpos tentando encontrar alguma coisa.

— Não, acredito que eram apenas bandidos de estrada — a Sombra olha ao redor, observando a paisagem. Folhas verdes vindas de árvores frondosas, projetavam, junto aos galhos de árvores, sombras escuras e intensas. Um vale se erguia, como um muro, abaixo do planalto mais elevado donde estavam, e se estendia até onde a visão das duas poderiam alcançar. Uma massa de ar frio, em contato com a superfície mais quente do lugar, fazia soerguer uma névoa tímida, quase invisível, sobre uma porção de casas de um vilarejo quase tão distante quanto o horizonte. Dali, as duas poderiam ver uma grande montanha, talvez a maior montanha do país de fogo, que exibia, orgulhosa, seu tamanho para todos, criando uma verdadeira armadura para qualquer incursão a norte.

— Seguiremos em direção aquela aldeia — comentou Keiko, cortando os pensamentos de sua irmã.

— Foi lá que você viu minha mãe pela última vez? — Questionou Tomie.

A mulher assentiu e as duas continuaram a viagem.

Considerações:

As duas continuaram sua descida em direção ao vale, cada passo que dava, o ar frio descendente parece tomar conta de seus pulmões e peles, fazendo a pele já pálida de Tomie e de Keiko, se tornarem meros reflexos do que já foram, quase espectros fantasmagóricos sem vontade alguma.

Se por um lado, aquela descida longa e sofrida junto com a aleijada, tinha recaído sobre a vontade da empreitada, por outro lado, cada passo que davam em direção ao seu objetivo final, mais perto cada uma dela sentia daquele objetivo verdadeiro, único, cristalizado em suas mentes.

— Você tem alguma suspeita do que seja, irmã? — perguntou à Keiko, rompendo o silêncio pela primeira vez em muitas horas.

— Sim, mas não acho que deva contar, não ainda — respondeu, Keiko parecia mais abatida que Tomie, aquela força e confiança que tinha foi logo sobrepujada pela dificuldade de locomoção.

— Quer descansar? — perguntou a sombra. — Deve ser muito cansativo para você ter que…

— Calada!

A voz de Keiko ecoou para todos os lados, os pássaros voaram diante de sua voz. A mulher não aceitaria aquela pena irônica de sua irmã, pelo menos não mais; ela era mais forte que Tomie, conhecia o mapa e os segredos e não deixaria aquelas palavras de piedade atingir seu ego.

— Em breve chegaremos ao destino final, é isso que importa — comentou Keiko, agora num tom de voz mais baixo e olhando para o horizonte, cada vez mais sendo engolido pela planície, como se flutuasse diante de seu olhos, algo tão claro e perfeito, que só ela poderia ver e só ela tivesse direito de tocar.

Considerações:

Quando chegaram a tal vila, as casas de madeiras distribuídas desigualmente ao longo de um rio meândrico, as portas abertas, recebiam a lua pálida, da noite que timidamente substituiu o Sol e a generosidade do calor.

— Era pra vila está desse jeito — sussurrou a Sombra. — As portas estão abertas…

Keiko olhava para a parte superior de cada uma das casas, o que fez Tomie repetir o gesto, um símbolo pousava sobre cada uma delas, um olho que flutuava e que continha a sua pupila formando um desenho espiralado e continuo, a tonalidade avermelhada que preenchia a íris, informava que se tratava de uma técnica única do clã Uchiha.

— Então parece que estamos no caminho certo, e mais alguém sabe que atravessaríamos esse caminho exatamente hoje — comentou irmã, até se dá conta de um barulho incomum, que invadia a paisagem de maneira quase que sobrenatural.

Um corpo parecia ser arrastado à norte de onde estavam, as duas olharam subitamente, enquanto do outro lado, numa distância de trinta metros, uma mulher de cabelos acinzentados puxava o corpo de um homem de dentro do rio. A mulher apercebeu-se da presença das duas. Da primeira vez que olhou aquele rosto, Tomie não conseguiu chegar a conclusão alguma, mas agora, observando bem, ela tinha a mais absoluta certeza.

— Mamãe…

Considerações:

As duas não ousaram se aproximar, mas a figura sim, ela caminhou e caminhou e as duas meninas não demonstraram qualquer reação. Tomie suava, seu corpo parecia estar prestes a se partir no meio, estava, enfim, diante da única pessoa que poderia dizer quem ela era de verdade.

Os olhos da mulher subitamente foram se tornando avermelhado, enquanto por de trás das duas, e Tomie foi a única capaz de virar-se de costa para constatar isso, viam uma menina e um menino, ambos aparentavam ter entre doze e catorze anos e caminhavam com a feição fechada.

— Mãe… — pensava Tomie — essa menina, não, essa é aquela garota? — sua cabeça agora viajava em um turbilhão de apreensões.

— Queridas filhas, não esperava encontrar as duas tão cedo — disse a mãe, com sua pele pálida e olhos escarlates como sangue —, gostou do presente que trouxe, Tomie?

As duas pessoas que a Sombra procurava, as duas criaturas que tinha deixado, em uma de suas muitas obscuras empreitadas, sobreviver.

— Você não mudou nada, Keiko — disse a senhora sorridente. As duas outras figuras misteriosas pararam há uns quinze metros das duas irmãs.

Tomie, ainda misteriosamente assustada pelo passado que vinha como uma onda do mar diariamente em seu rosto, virou-se para a irmã, que também tinha ativado o seu sangue avançado e exibia o escarlate dos uchiha.

— Keiko…

— Tomie…

Uma escuridão tomou conta do campo de batalha e Tomie não conseguia ver mais nada.

Keiko - Jutsus Usados:

Considerações:

A escuridão preencheu todo o horizonte e a ninja não conseguia ver mais nada, tudo o que contava agora era o seu olfato e audição e, mesmo eles, pareciam estar vedados por aquele mar de trevas que engoliu o corpo da mulher.

— KEIKO! KEIKO! KEIKO! — Gritou, desesperadamente a sombra, como se estivesse relembrando alguma coisa de seu passado, quase de maneira infantil. Um passo, um soco no rosto, Tomie cambaleou para o lado e caiu no chão, pondo a mão sobre a bochecha avermelhada, enquanto de sua boca escorria sangue.

— Lembra de mim, lembra do que você fez com meus pais? — disse uma voz feminina. Golpes começaram a ser desferidos sobre a cabeça da sombra, provavelmente pontapés, devido a força, embora a pessoa que executasse não fosse mais forte do que a que lhe desferido um soco.

— Então mãe, já descobriu como devemos proceder? — foi o que Tomie conseguiu ouvir, enquanto era linchada pelo que supunha ser as duas figuras de outrora, daquele passado longínquo que ela não acreditava mais ter produzido.

— Keiko… Me salva — Tomie desaguou a chorar. A fragilidade tomou conta de seu corpo, quase como se sua mente fosse constituída do mais frágil dos vidros, ela tinha certeza que morreria ali, enquanto sua mente não cessava em repetir por clemência de sua irmã. De alguma forma ela queria ser salva, por Keiko, queria ser amada, perdoada pela irmã, queria sentir e estava sentindo, mas isso tudo lhe dava medo.

— Você não é assim, Tomie, você ficou fraca…

— Você? Como é possível! — disse, por fim, a Hokage.

Keiko - Jutsus Usados:

Considerações:

A garota, que a tanto tempo não via aquele espectro flutuante, agora encarava a figura pálida de sua irmã, ou melhor, a memória que tinha dela ainda criança e que, durante toda a sua curta jornada, tinha estado presente ali, mensurando cada um dos seus passos.

— Você é assim, Tomie, igual a elas — dizia a voz.

— Você não pode ser Keiko, ela está lá fora agora, como é possível?

— Eu nunca fui a Keiko, Tomie, eu sempre fui você. Foi você que eles mataram, transformaram e moldaram nessa criatura medrosa e covarde que é agora. Foi você que foi deixada a par de tudo, é você que recebeu um título que não merecia, mesmo sendo ainda fraca demais, apenas para fazer a vontade de outros. Você nunca fez nada por você, Tomie, sempre foi por elas, por eles e por todos, você, como uma ferramenta torta e mal acabada, sempre esteve fadada ao fracasso.

A cabeça da ninja doía, à medida que os socos e pontapés se intensificaram.

— Lembra da mulher de Iwa? Como ela tratou você dentro de sua própria vila? Mesmo assim você não fez nada! Lembra do Danzo? Aquele que você foi como uma cadela no cio servir, e acabou quase morrendo, largada as traças? Você não cansou de ser usada, Tomie? Não quer governar por si própria e para si? Existe um poder aí fora e só você pode pegá-lo.

A Sombra parou por alguns segundos enquanto a voz, mesmo que não fosse fisicamente manifestada, esmaecia. Respirou fundo, e então perfurou sua perda esquerda com uma Kunai. O sangue jorrou no mesmo instante que o genjutsu se foi. Não obstante, seus olhos vermelhos agora ardiam como fogo, enquanto as duas figuras davam passos para atrás.

Keiko - Jutsus Usados:

Jutsus Usado - Tomie:

Considerações:

A projeção de chakra da mulher subitamente aumentou, enquanto ela encarava a moça e o rapaz, sua feição de ódio foi se tornando cada vez mais a manifestação máxima de seu propósito, romper de vez com aquele sentimento de auto comensuração. Ainda ferida e com três cortes espalhados pelo corpo, ela com muita dificuldade se levantou. A moça e o rapaz correram até ela, cada um com uma shuriken em mãos.

— Vocês são patéticos, fui eu que criei vocês! — disse, enquanto projetava aquele chakra contra a mente dos dois que subitamente interromperam seus movimentos. A moça, entretanto, tentava com algum esforço se mexer, mesmo paralisada pela técnica da Sombra.

— Você matou… Meus pais na minha frente, nada vai me fazer parar! — disse a moça à Tomie, com seu corpo tremendo pelo genjutsu obscura da mulher.

O rapaz, entretanto, parecia ter sido completamente nocauteado, não conseguiu realizar qualquer momento. Até aquele momento, Keiko e a Mãe não tinham demonstrado qualquer reação.

— Você… quer saber… por que eu os matei? — ela perguntou, sua voz enfraquecida pelo sangue que ainda caía. — Quer ou não? — insistiu, até que a moça assentiu — eu os matei pelo mesmo motivo que vou matar todos aqui, pelo mesmo motivo que vou levar a ruína para essa vila de merda, simplesmente porque todas as criaturas vivas que existem devem estar debaixo de mim, e você, pecadora imunda, vai pagar por cada golpe que me deu.

Jutsus Usado - Tomie:

Considerações:

Subitamente, enquanto caminhava em direção aos dois alvos que tinha saído em busca, Tomie relembrou o nome da moça corajosa, que com toda sua energia tentava romper aquela constrição, Hayami, a garota que ela tinha deixado viver, apenas para frustrar seus planos de vingança e, embora a menina tenha realmente ficado mais forte, ela ainda não tinha sido capaz de identificar que estava presa numa ilusão.

— Que patético, Hayami, isso é tudo que pode fazer com a mulher que matou seus pais? — ela disse gargalhando. Aproximou-se, quase que se arrastando, próximo da garota e deu-lhe um poderoso golpe com a parte exterior da kunai, Hayami caiu inconsciente. — Você ainda não está pronta…

Depois, aproximou-se do menino, que já tinha desmaiado, dele sequer fez questão de lembrar o nome, embora se lembrasse da história por de trás daquele rosto, apenas perfurou o pescoço dele, que caiu morto, esboçando apenas um leve sinal de reação. Caiu no chão, apoiada por suas mãos, enquanto via seu próprio sangue escorrer. Uma chuva começou a cair imediatamente, enquanto o solo exposto começava a ser penetrado pelas águas da chuva, tendo a suas fendas preenchidas, formando lâminas de água e, consequentemente barro.

Com algum esforço ela se levantou, cortou um pedaço de tecido de sua camisa, expondo sua barriga, e amarrou fortemente em tirar, nas feridas abertas, numa tentativa de estancar o sangue.

— Agora faltam vocês duas… — disse Tomie, olhando para Keiko e para a Mãe, que também estava com o sharingan ativo.

Keiko deu um passo à frente. Enfim a batalha das duas irmãs começaria.

Jutsus Usado - Tomie:

Considerações:

O passado vinha com uma sombra na cabeça das duas meninas, ou melhor, mulheres. Uma reflexo da outra, Keiko, a aleijada, a quebrada, a destruída, a morta viva; Tomie, a fraca, a perversa, a solitária, a psicopata, a decadente. A Mãe observava as duas com um sorriso até que sua risada despertou as duas mulheres.

— Vamos minhas filhas, comecem! — gritava a mulher em êxtase. — Me dêem o poder que eu tanto procuro.

Seria fácil demais para Tomie lançar contra Keiko um papel bomba e explodir o corpo da irmã, porém, não era isso que ela queria, ela tinha que provar que era melhor Keiko e, embora isso a afetasse desde o reencontro das duas, só agora, nesse duelo, teria a certeza.

Keiko realizou algumas posições de mãos e uma imensa bola de fogo começou a cair céu, Tomie, tendo um vasto conhecimento da arte do genjutsu, apenas fez com que a ilusão fosse transmitida para a irmã. Que apenas com um selo de mão cancelou a técnica.

— Não vai ser tão fácil de me derrotar… — disse Tomie.

— É o que espero — respondeu a irmã.

Diversas cópias de Tomie apareceram no campo de batalha, rodeando Keiko.

— Agora me diga, quem é você? — perguntou Tomie a mulher, que parecia não compreender o motivo da pergunta.

— Esses truques baratos são inúteis, irmã — disse —, você sabe muito bem quem eu…

Tomie deu uma risada e lágrimas escorreram de seus olhos. Keiko Uchiha, a única pessoa que ela tinha amado na vida, a única pessoa no mundo que ela tinha se arrependido de matar, estava ali, agora na sua frente, materializando-se na culpa que ela nunca deveria ter que carregar.

Aquele domínio mental, que tão efetivamente a irmã tinha praticado sobre a outra, enfim estava próximo de seu fim.                        

Jutsus Usado - Tomie:

Jutsu usado por Keiko:

Considerações:

Tomie pressionava a kunai contra a sua mão como se fosse aquilo que a agarrasse na terra, a palma de sua mão foi ficando cada vez mais avermelhada, enquanto seu rosto se aquecia de um estranho sentimento de raiva, horror e nostalgia. A irmã permaneceu parada, medindo Tomie, tentando calcular qualquer coisa, porém, não conseguindo mais interpretar o que a Sombra faria.

— Mãe, agora eu entendo — disse Tomie — entendo porque você escolheu ela, não eu.

— O que disse? — perguntou Keiko, tentando virar-se em direção à Mãe.

A mulher mais velha permaneceu em silêncio, quando Tomie projetou na mente de sua irmã uma imagem horrenda e, por mais que ela fosse experiente em genjutsu, tanto quanto a Nona, nada pode fazer a não ser observar o seu corpo ser tomado por um terrível sentimento.

— Keiko, você disse antes de virmos pra cá, que nos tornaremos uma só, bom, eu concordo com os termos, o tal poder que tanto falou, mãe, virá dela, certo?

Mais uma vez a Mãe permaneceu em silêncio, quando a Sombra, tomada por ferimentos, cansada e suja, lançou aos pés da irmã uma kunai anexada a um papel bomba.

A explosão cobriu a área, lançando Tomie alguns metros de distância, porém, sem feri-la gravemente ou com queimaduras. Logo ela estava de pé para presenciar a explosão, porém ainda de olhos fechados, sentiu um estranho poder tomar conta de si, como se seus globos oculares estivessem retorcendo do mais puro ódio. Lágrimas mais uma vez corriam sobre seus olhos e com isso ela lembrava de sua irmã, a face dela ainda pequena, insistindo humildemente para sempre estar do lado de Tomie.

Keiko estava morta e, com ela, morreu o último resquício de humanidade da Nona Hokage.                  

Jutsus Usado - Tomie:

Jutsu usado por Keiko:

Considerações:

— Você despertou, não despertou? Vamos, me mostre, me mostre o poder que eu tanto procurei! — gritava a Mãe, ensandecida, caminhando até Tomie que permanecia com seus olhos fechados.

Tomie abriu seus olhos e então ali estavam, os olhos com três tomoes de seu sharingan, assim como o de sua mãe e o de Keiko, que jazia carbonizada e despedaçada por todos os cantos do que até então tinha sido o mais tenebroso campo de batalha que a Nona pisara.

— O quê? Onde está ele? Onde estão os olhos!? — a senhora parecia desesperada, suas mãos pendiam no ar, como se vissem algo que ninguém mais podia, tentando desesperadamente agarrar aquilo.

— Velha imunda, como pode exigir algo de mim? — dizia Tomie se aproximando da mulher.

— Você… Não machucaria sua mãe, não é?

Tomie começou a rir mais intensamente, até gargalhar, colocou as mãos na barriga e, ao voltar seu olhar sobre a mulher, projetou sobre ela um terrível pesadelo, fazendo com que ela fosse paralisada.

— Mãe? Você me abandonou, fez eu pensar que tinha matado minha própria irmã… Se bem que — deu mais uma risada —, tanto faz, agora eu posso finalmente dar um passo adiante, graças a vocês duas!

A Mãe tentava falar, mas de sua boca nenhum som saía, ela batia boca como um peixe que, fora d’água, tenta encontrar um pouco de oxigênio.

Tomie então, enquanto a Mãe alucinava com sua técnica, começou com muita dificuldade cavar um buraco, usando uma pá que tinha encontrado numa das casas do vilarejo. Primeiro jogou os pedaços que pôde recolher de Keiko, depois, do rapaz e, por fim, jogou sua mãe dentro da vala, que caiu nocauteada, desesperada o bastante, entretanto, para perceber o que a filha planejava.

Aos gritos de desespero da Mãe, Tomie a enterrou viva. Sua voz aos poucos foi sumindo por debaixo da terra, um grito de um porco sendo golpeado por um martelo na cabeça e depois tendo seu pescoço cortado, uma melodia que a Hokage jamais iria esquecer.

Deu de ombros e começou seu trajeto de volta à vila, para trás, só deixou a menina Hayami, que queria que se tornasse mais forte para só então enfrentá-la.

— Konoha… Konoha… Konoha… Eu vou destruir Konoha… — era tudo o que a mulher repetia, macabramente, ela tinha aceitado de vez a sua posição no mundo, estava ali somente para si e destruiria tudo e todos.

Jutsus Usado - Tomie:

Item; Quantidade; Espaço
Kunai; 4; 5
Shuriken; 5; 5
Fios; 25 metros; 5
Kibaku Fuuda; 9; 5
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Considerações: