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O ano passou rápido e estava prestes a chegar ao fim, como de costume as ruas de Konoha estavam enfeitadas para o festival anual, as pessoas nas ruas andavam com roupas enfeitadas e característica para a data, geralmente quimonos coloridos bem longos e não era diferente comigo, estava vestindo um belo quimono azul marinho, meu pai utilizava um verde acinzentado e minha mãe um azul mais claro com alguns adornos em amarelo. - Você não adora esses festivais? A vila fica sempre tão viva e cheia de cor! - Meu pai, Daigo, estava animado como de costume, mas hoje parecia mais do que de costume e isso claro devido ao festival que ele tanto amava.

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- Você realmente adora esses festivais, não é? - Minha mãe o cutucou com o cotovelo sorrindo levemente. Aqueles momentos eram raros, momentos onde saímos nós três juntos já que geralmente meus pais estavam ocupados com suas respectivas funções na aldeia, porém hoje podíamos aproveitar como uma família. - E como vai a academia, Kain? - Questionou minha mãe. - Chaaaaata. - Coloquei as mãos para trás da nuca enquanto andava olhando as luzes e barracas pela rua. - Você devia levar ela mais a sério ou vai terminar na polícia como seu pai. -Meu pai a essa altura estava mordiscando alguns espetinhos de carne. - Hum? Como assim? - Ele olhou em nossa direção com uma das sobrancelhas erguida e nós caímos na risada.

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As ruas estavam completamente enfeitadas com balões e fitas coloridas, existiam barracas de comida e alguns jogos para qualquer lado que se olhasse, as iguarias iam desde o tradicional lamen até churrasco feito na hora, frutas carameladas e diversos tipos de coisas fritas e empanadas. - “Eu acho que eles empanam qualquer coisa viva.” - Tombei a cabeça de lado quando vi uma figura que sequer conseguia reconhecer empanadas.

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Continuamos caminhando até chegar em uma pracinha que dava vista ao monte com as faces dos antigos e atual Hokage, bem como o local onde aconteceria uma queima de fogos. - Os monumentos dos Hokages.- Meu pai olhou na direção dos monumentos enquanto comia outro empanado de procedência duvidosa. - Eu nunca entendi porque eles fazem isso aqui em Konoha. Em Suna onde nasci eles tinham uma salinha em homenagem aos Kazekages antigos, era algo bem discreto e íntimo até, eu mesmo nunca cheguei a ver e apenas ouvi de outras pessoas. - Era estranho ouvir meu pai falando da sua terra natal já que raramente ele tocava no assunto, mesmo que possuísse raízes no país do Vento, foi no país do Fogo que ele construiu sua família e criou seu legado.

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- Eu também não sei ao certo porque fazem isso. - Minha mãe era originaria de Konoha e entrou na conversa enquanto aproveitava uma bebida colorida que eu não fazia ideia do que se tratava. - Mas provavelmente tem algo a ver com esperança. - Um leve sorriso se formou em seu rosto. - Esperança? - Questionei sem entender direito o que ela queria dizer, como cabeças de pedra gigantes podiam significar esperança? Parecia um pouco narcisista pra mim. - Sim veja, todos aqueles rostos esculpidos nas montanhas foram ninjas extremamente importantes para o futuro da vila, se hoje estamos aqui foi por culpa de suas contribuição. - Ela parou por um momento, olhou em minha direção e bagunçou meus cabelos com sua mão. - E como se eles ainda estivessem olhando pela vila, você não acha? - Virei novamente em direção aos monumentos e tive de concordar, até que fazia algum sentido isso eu acho.

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- Esperança? - Meu pai parou de comer por um instante e focou seu olhar nos monumentos. - Acho que sim, mas ao mesmo tempo trás um pouco de… Medo? - Ele deu de ombros e voltou a comer. - Medo? Por quê? - Perguntei um puco confuso, o que ele queria dizer com aquilo exatamente? Quer dizer, aqueles rostos gigantes eram meio assustadores mesmo, mas ainda assim. - Huuuum, você sabe, toda a história envolvendo a lua vermelha, o primeiro Hokage, os movimentos rebeldes que vem crescendo com o passar do tempo e toda essa troca de Hokage que acontece com uma frequência até anormal, as pessoas comentam essas coisas. - Ele olhou em direção a minha mãe que fez uma careta e depois voltou a mordiscar seu empanado. - Mas você não precisa se preocupar com isso. - Deu de ombros como se nada tivesse acontecido.

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Eu sabia bem o que ele queria dizer com essa história, vez e outra eu me pegava pensando sobre a tal lua vermelha, inclusive agora ela estava sobre nossas cabeças, imponente, uma figura que transmitia um sentimento de medo e incerteza, o que era aquela rachadura? Por que Shin, o primeiro Hokage tinha feito isso? Qual era seu verdadeiro objetivo? Todas essas perguntas assolavam não apenas a aldeia da folha, mas o mundo todo, provavelmente não havia uma única pessoa que olhasse o céu noturno e não se fizesse essas perguntas.  

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De qualquer forma não era o momento para esses tipos de pensamentos já que estávamos em um festival. - Os fogos vão começar em breve, você não quer nada para comer ou beber, Kain? - Minha mãe olhou em minha direção com seu sorriso caloroso, diferente do meu pai que estava sempre animado, minha mãe era uma pessoa mais zelosa e eu sempre me sentia protegido ao seu lado, o que era estranho já teoricamente eu estava protegido a todo momento pela areia de ferro que me cobria. - Não, eu estou bem. - Respondi mantendo um leve sorriso.

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Após alguns minutos a tradicional queima de fogos teve início, o céu antes dominado pelo carmesim da lua de sangue ficou iluminado por diversas cores! Era um evento único onde podíamos esquecer de toda tragédia que aquele céu vermelho escondia. - Olhe aquele, parece com um uma estrela. - Meu pai apontou na direção de uma das figuras que se formou no céu, quase se engasgando com o palito do seu churrasco. - Você realmente não aprende, não é mesmo? Falar de boca cheia ainda vai te matar. - Minha mãe foi ao seu socorro, batendo em suas costas para ajudá-lo a se recuperar.

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Aquele com certeza foi um dos melhores dias do meu ano, mesmo que não houvesse qualquer grande emoção envolvida, não havia inimigo algum para enfrentar ou um desafio para me testar, era apenas um dia festivo com minha família, um momento que certamente eu guardaria no meu peito em um lugar especial.