A garota ficou quieta com as palavras da morena, não iria discutir era um assunto que não deveria ser discutido mesmo. As ordens dela deixou a ruiva um pouco desconfortável, a ideia de ver novamente seu pai não era das melhores, porém ela não era mais a mesma criança de antes, que não sabia que tinha uma KG e tinha medo do que fazia em momentos de tensão.
A garota pegou o mapa que estava no verso da lista de ingredientes e se levantou da cama assim que acabou seu tratamento. Ela só usaria alguns minutos para poder tirar o sangue, suar e fedor de queimado de seu corpo em um banho e troca de roupas e seguiria para a missão que lhe fora dada.
— Acredito que não vou dormir em casa hoje.
Ela falou para a mulher passando pela porta, obviamente ela sabia disso, já que a missão que lhe foi dada o destino era outro país. Porém, a garota agora não tinha porque protelar, seus afazeres eram mais voltados para sua evolução como ninja já que estava morando em uma casa que tinha praticamente tudo. E seus remédios era algo que teria de repor também em sua bolsa. Ir ao encontro de seu pai biológico poderia lhe fazer deixar perturbada e isso não era algo desejável pela garota.

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Cassyana tirou quem ela encontraria ao chegar seu objetivo e traçou um plano para poder percorrer o trajeto até seu destino, já que seria uma rota diferente de todos os lugares que havia passado até o momento. A garota de longos cabelos vermelhos após prepara seu equipamento e suprimentos foi para o portão da vila estudando o mapa que havia recebido.
Parecia uma viagem longa, provavelmente teria que comprar mais recursos no caminho ou consegui por conta própria nos rios e florestas que fosse cruzar. Isso não era um problema, não para quem havia já vivido o início de sua infância perdida e vagando sozinha em um local desconhecido, tendo que comer até terra para sobreviver.
E outra coisa que Cassy não poderia ficar era de guarda baixa, Pandora havia lhe informado para não ir de máscara, porém, a levou consigo, não sabia o que poderia acontecer no percurso, fora que poderia haver armadilhas, emboscadas e/ou ataques de outros ninjas não esperados. O bom de viajar no país da Terra no período da noite, era que o calor não queimava sua pele, porém, a temperatura fria poderia incomodar os desavisados, Cassyana já estava acostumada com o clima dali, então estava preparada para viajar a noite, provavelmente só pararia na fronteira com o País da Cachoeira, para um breve descanso.

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Viajar sozinha fez a mente de Cassy voltar ao seu passado, talvez pelo fato de estar indo ao encontro do seu pai biológico. O que ela não entendia era ele estar no País do Arroz, será que havia abandonado sua mãe ou feito algo pior? Ela não estava preocupada com a vida deles, mas pensava que nunca mais iria cruzar seu caminho com aquele homem outra vez.
A noite foi avançando e o frio também estava castigando, a garota enfiou a mão em sua bolsa e tirou o vidrinho de remédio, bebeu um gole e jogou o vidro vazio de volta na bolsa. O País da Cachoeira tinha outra vegetação e isso dava um impacto maior na visão de Cassy com aquele cenário, apesar de estar a noite, as árvores mais vibrantes eram bem visíveis.
O barulho de água chamou atenção da garota, que aproveitaria para encher um cantil e beber tudo para poder viajar com água e sem sede. Poderia acontecer de cair em algum lugar que não tivesse acesso ao recurso e isso seria ruim, ninguém vive sem água por mais de três dias. Ela sabia disso? Exatamente não, mas a sua desidratação quando vagava pelo País da Pedra após ser abandonada por seus pais lhe ensinou que não poderia ficar com sede por muito tempo, isso enfraquecia o corpo.

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Cassyana observou o seu entorno quando parou próxima à Cachoeira, seria um bom lugar para descansar, beber água e poder aproveitar o frescor para um bom. Porém, a garota ruiva não queria estender aquela viagem mais do que o necessário. Somente matou sua cede e partiu.
O caminho foi feito por Cassy de forma cautelosa não queria incomodar nenhum outro viajante e menos ainda chamar atenção para si. Porém, tudo deveria ser possível ao andar em terras estrangeiras, talvez o bom de ser desconhecida era que podia se fazer passar despercebida. Até mesmo um sobrecasaco com capuz a menina usava, era necessário para aquele tipo de viagem e Pandora falou sobre a execução de sua missão ela ter que mostrar o rosto e não no caminho até lá.
Porém, a entrada da garota no País do Ferro foi de uma tremenda surpresa, a neve e o frio intenso a fez tremer, parar seria morte na certa, pelo menos ter chegado ali no início da manhã poderia ajudar, já que o sol apareceria. Pelo menos era o que Cassyana esperasse que acontecesse.
Os passos diminuíram em velocidade, a garota estava com os braços envolta do corpo e agora o capuz servia de proteção para poder continuar avançando. Seria mais uma coisa para aprender, como conseguir adaptar-se a temperaturas, será que é possível? A questão pairou na mente da garota por um bom percurso, um alívio já que esqueceu que veria novamente seu pai biológico.

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A garota não conseguiu sair do País do Ferro sem descansar. O frio era muito intenso e se ela não se aquecesse perderia seus membros e ganharia mais que um sermão sobre ter estratégias em batalha. Saber sobreviver em lugares diferentes também deveria ser algo capaz de um membro da ANBU, Cassy não podia e nem queria decepcionar.
Cassyana andou por algumas horas até encontrar um local que poderia ser seu abrigo, parecia um esconderijo abandonado, havia sinais de lutas ali, mas ela não se importou muito, o bom que o local tinha madeira e ela poderia fazer fogo para se aquecer. Comer alguma coisa e descansar. Era o foco dela naquele momento.
— Vamos lá garota. Calor.
De todos os elementos que ela poderia ter afinidade, para seu azar só os que não era útil naquele momento, porém, ela daria um jeito de conseguir fazer uma fogueira e poder continuar sua missão assim que o sol ficasse mais quente lá fora. Parecia que o meio-dia estava longe de chegar.
Com o fogo pegando, a garota olhou os suprimentos que tinha, uma comida rápida estava lá, mas precisaria de água quente para poder se alimentar mesmo, não havia nenhum recipiente visível para isso.

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A garota procurou pelo lugar e achou os vasilhames que iria lhe servir, porém, perderia parte da água que tinha consigo para poder fazer aquela comida, ainda faltava algo que a sustentasse pelo menos até seu destino, então enquanto a água esquentava a garota verificou próximo ao esconderijo se tinha algum lugar ali que ela poderia coletar algo para incrementar sua comida.
— Deveria ter colhido aqueles cogumelos no País da Cachoeira. — a garota resmungou consigo.
Sem nada achado, seguiu com sua comida com os itens que tinha, que não seria suficiente para sustentá-la até seu destino, porém ela não morreria de fome até cumprir a missão.
Cassy terminou sua refeição e dormiu ao lado da fogueira, precisava do descanso para poder continuar a viagem, aquele lugar era cansativo e gelado. Nada parecia aquecer ali. Porém, a viagem estava cansativa, seu corpo não resistiu ao cansaço e ela adormeceu rapidamente.
A garota acordou duas horas depois, disposta para continuar sua viagem, o fogo já estava quase apagando, ela levantou e terminou o serviço de apagá-lo, pegou suas coisas e partiu dali rumo ao País do Arroz. Faltavam alguns quilômetros para chegar ao seu destino e não queria fazer mais longas paradas, descansos curtos seriam suficientes para poder chegar.

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Cassyana percebeu quando chegou há outro país quando o gelo sumiu de debaixo de seus pés, na sua mente ela só queria caminhar para poder ficar mais quente. E para sua infeliz sorte, estava já de noite quando ela chegou ao seu destino, ela olhou o mapa novamente que fora lhe dado, suspirou e olhou novamente os ingredientes que precisava.
A garota iria diretamente para a fazenda, não tinha porque ficar fazendo rodeios, nem tinha onde ficar. Mas fazer um acampamento mais próximo do seu objetivo era o mais sensato a fazer. A ruivinha simplesmente caminhou, seus pés estavam doloridos, mas não era o cansaço e sim o frio havia deixado as articulações duras. A caminhada aquecia o corpo e o clima mais brando daquele país fazia o calor surgir novamente no corpo da garota da Pedra. Ela tirou um frasquinho da bolsa, virou o conteúdo na boca, seus dedos ainda tremiam, mas o frio já estava passando.
Não foi difícil para Cassyana reconhecer a fazenda apontada por Pandora. Ela não estava vendo ninguém do lado de fora, afinal já era noite, não tem como trabalhar naquele escuro em uma fazenda, pelo menos não com cuidados externos. A garota ficou alguns segundos na porteira e partiu. Observar era importante para não fazer nenhum movimento imbecil, o Exame de Graduação lhe ensinara muito, nada de querer ficar ferida atoa. Sentindo ou não dor, se o ferimento fosse grave morreria de qualquer forma.

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Pandora me enviou ali para duas tarefas e não tinha como realizá-las sem confrontar meu passado. Primeiro conseguir os ingredientes pedidos por ela para fazer um remédio para mim, os itens estavam ali escritos bem na frente da garota ruiva, mas ela não saberia buscá-los por conta própria na propriedade. Enquanto descansava e pensava em sua segunda tarefa e nas palavras da mãe adotiva, estava bem ambíguo seu pedido. Era para matar um ninja que iria começar uma revolta e logo acrescentar que o fazendeiro rebelde era seu pai. A garota sabia que seu pai não era nenhuma dessas duas coisas, mas o que ela sabia?
Palavras ditas por um homem que havia lhe violentado e também mesmo que fossem reais, muitos anos haviam passado após seu abandono, podiam ter mudado de vida e livres sem filhos as aventuras eram muitas. A mente da garota, que precisava de seus remédios para se mantar consciente, estava sendo bem racional naquele momento.
— Mato ele e o ninja se for duas pessoas, pode até ser algum filho dele também esse ninja.
As especulações fizeram Cassyana adormecer em seu discreto acampamento, já que somente no raiar do dia a garota abordaria de uma vez por todas seu pai, primeiro para pegar os ingredientes e segundo questionando sobre o ninja rebelde, se ele conhecia Pandora ou já tivesse ouvido falar dela, não demoraria para lhe dar respostas. Estar ela ali e não a mulher de longos cabelos pretos, era até misericordioso para quem quer que fosse que estava vivendo naquela fazenda.

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A garota acordou bem cedo, arrumou suas coisas e saiu do lugar que estava escondida para voltar até a fazenda, agora para chamar seu dono e pedir os ingredientes que fora lhe pedido por Pandora. Só após conseguir os quatro itens que a garota iria cumprir com o segundo pedido de sua mãe adotiva, por motivos óbvios, Cassyana não poderia identificar sozinha os ingredientes pedidos.
Estava com o sobretudo e capuz, quando chegou na porta removeu o capuz de sua cabeça e bateu. Esperava que as mudanças do tempo fizesse que o homem não lhe reconhecesse de imediato e também que ele tivesse lhe esquecido após o abandono.
— Não tenho nada para você, vai embora!
A porta mal abriu e já fechou em sua cara novamente, Cassy ficou um pouco irritada com aquela atitude, realmente o homem não estava se importando muito com ninguém, nem mesmo em saber do que se tratava sua presença ali tão cedo. A garota ruiva bateu mais forte falando:
— A senhora Pandora me mandou vir aqui para pegar itens que ela precisa, não tenho tempo a perder com sua má educação!
A voz da garota estava tremula, mais de raiva do que de medo, principalmente que tinha sido muito difícil voltar a falar novamente, ainda mais com gente adulta e agora estava praticamente berrando com o homem culpado de todos seus traumas.

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Cassyana não viu de imediato como o homem se portou ao ouvir o nome da mulher de longos cabelos negros, mas a porta voltou a abrir imediatamente e palavras de desculpa foram jogadas com justificativas tortas pelo comportamento.
— Só me traga os ingredientes, aqui está a lista.
A garota não olhou muito para a cara do homem, não por medo, mas sim por nojo. Não queria ter aquelas memórias revivida mais uma vez. Já havia sofrido o necessário com aquilo, a garota às vezes pensava se um dia teria realmente paz.
Ela observou o homem já idoso andar para outro lugar da propriedade, o mesmo nem mencionou nada em tê-la reconhecido, isso realmente a deixou um pouco mais aliviada, porém não desatenta, aquela história de ninja rebelde não deveria ser brincadeiras de Pandora.
O velho poderia fazer algum sinal especifico e o ninja lhe atacar, ela estava exposta ali afinal. Mas não despreparada, sua mão foi para a bolsa seus dedos passou nas bases de três kunais que ela possuía e uma shuriken, uma forma de conferir mais uma vez o arsenal e também já deixar preparada a magnetização dos itens.
Cassyana podia ainda observar o velho andando todo troncho para pegar o que ela pediu, nenhum sinal de ataque ainda, algo que ela estava estranho já que o ninja era um rebelde, mas poderia não ter sido autorizado ainda. Ou será que o velho estava com medo de alguma coisa?

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A voz do velho veio um pouco mais alta de algum canto da propriedade na lateral da casa.
— A senhora Pandora está por perto? Um dos ingredientes precisa de cuidado no manejo.
Cassy olhava ainda pela propriedade, se resguardando caso surgisse alguém para atacá-la e respondeu sem dar importância a pergunta do homem e após suas palavras deixar sua boca apareceu o alvo da garota. Cassyana sabia que precisava de seu remédio, já havia sentido os frascos anteriormente, então usou o momento de resposta para o velhote para beber também o líquido de um dos vidrinhos.
— Ela ficou na Vila da Pedra…
A garota ruiva sabia que o homem lhe atacaria, era para aquilo que ele deu as caras, então ela atacou primeiro e pela vantagem de ser desconhecida e seu pai biológico não lembrar de sua cara, ajudou para que no momento que a kunai fosse na direção do ninja, ele a defende-se habilmente.
— Vai precisar mais que isso para me acertar, garotinha.
A voz do cara estava carregada de deboche, Cassyana o encarou e sorriu, pela primeira vez que havia sido abandonada ela conseguiu rir com liberdade, como se não tivesse mais medo.
— SE o velho tivesse lembrado de mim, não teria o chamado OU ele se lembre e não se IMPORTA com sua morte.
O homem mais velho apareceu novamente no campo de visão de Cassyana, o rosto um pouco contorcido e apesar de ter dado sinal para o ninja que estava vivendo por ali, estava também com os ingredientes em mãos, porém tinha uma bolsa consigo, acho que com intuito de ir ele mesmo em viagem para a Vila da Pedra.
— Você? — a voz dele estava tremula.
A garota simplesmente moveu a mão, fazendo o ninja que estava em um canto fosse direto para cima do velho. Talvez agora os dois tivessem suas dúvidas sanadas sobre quem ela era.

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O velho continuava atônito, talvez por lembrar ou por não entender como o ninja foi parar sobre ele.
— Sabe, ‘papai’. O erro seu e da ‘mamãe’ foi não ter me matado, já que queriam se livrar de mim.
A garota sabia que sua mãe que tinha sido quem impediu sua morte, mas as palavras só saíram de sua boca naquele momento para o homem saber de uma vez por todas quem estava ali na sua frente.
A arma que o ninja havia usado para se defender, era uma espada que Cassyana não sabia manejar, mas ela podia manipular para que perfurasse os dois quantas vezes ela quisesse e acesse necessário.
— Os ingredientes, tenho que levar para minha mãe. — Chamar Pandora de mãe era mais para provocar o homem a sua frente do que sentimentos dóceis.
O que Cassyana sentia era bem mais racional em relação aquele casal que sentimental. A garota era totalmente traumatizada, mas sabia ver quando queriam seu bem ou não. E Pandora e Kaginimaru lhe ajudaram bem mais que seus pais biológicos.
O conhecimento deles para com seu poder, talvez a visse mais como aliada que um monstro ou inimiga. Já aquele velho e a mulher dele, não souberam lidar com a situação e livrar-se do problema foi o caminho mais curto e rápido para pegar.
Como havia lhe sido mandado, quando os dois pararam de respirar, Cassyana cortou a cabeça de ambos e colocou na bolsa do velho, jogando as tralhas dele no chão. Levou consigo seus pertences, os ingredientes e as cabeças. Era uma longa caminhada de volta pra casa.

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