RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Aysa



A chuva densa caía sobre Kumo naquele final de tarde gélido. A televisão anunciava a passagem de um tufão, muito poderoso, de maneira que se recomendava que todos ficassem em casa, em especial, os civis. Mas algo, estranhamente, afetava minha mãe pois, tal era a urgência, que mesmo com aquele chuvaréu ela não pôde ficar em casa. Meu pai, indiferente a tudo que ela fazia, apenas assentiu e disse para mamãe tomar cuidado.  Alguns de vocês podem me elogiar, outros vão me julgar, mas tomada por uma cruel dúvida, desde o evento muito recente do sequestro da minha irmã, as coisas não parecem mais as mesmas, assim, a decisão que tomei foi segui-la. Os Kyōkan estão perdidos. 


Saí de casa no rastro dela, vestida apenas com uma capa de chuva cobrindo todo o meu corpo, afinal, devido aos ventos do tufão, tentar sair com um guarda-chuva era impossível. Mamãe também estava com uma capa e andava, assim como eu, cambaleando, subjugada pela força do vento. O poder que a natureza pode exercer sobre nós é impressionante. A depender, ela modifica a nossa escala de percepções do ambiente, seja o som, o cheiro e até mesmo a visão, assim, ao mesmo tempo que eu tinha uma aliada, tinha naquele poderoso conglomerado de nuvens, um inimigo, quanto a minha mãe, idem. 


Ela persistiu nos passos por uns bons minutos, entrou num beco para sair em outro, subiu um morro, desceu e subiu de volta. Todo o percurso em Kumo seguia essa mesma linha sinuosa, mas não no caso da minha mãe, pelo menos não somente, pois as subidas, descidas e viradas, tudo isso exercia sobre seu corpo uma estranha ansiedade como se, naqueles caminhos tortuosos, ela encontrasse o julgamento e a tortura por crimes a muito tempo superados. Não sei porque, mas o medo começou a tomar conta do meu coração, que palpitou ao ritmo das pegadas de minha mãe, a cada passo dela, cada vez que ela repousava sua mão sobre um poste, um muro baixo, eu tinha a certeza que ela se viraria e olharia dentro dos meus olhos, e quando eu a visse eu não a reconheceria pois a máscara que esconde seu rosto se desfez com a chuva… malditas divagações!


Continuamos o percurso, mãe e filha, unidas, mas tão separadas! Ela parou na frente de uma residência, um pouco menor que a nossa mas incrivelmente bonita. A casa estava cercada de um muro pequeno, dava até pra ver a grama verde, agora escura pois estava encharcada com a água, e uma casinha de cachorro, no caso, o cachorro provavelmente estava dentro da casa devido ao perigo da passagem de um tufão. Minha mãe ficou, como eu, parada, analisou a casa detalhe por detalhe, foi até o portão e forçou para que ele abrisse, mas nada aconteceu. Depois começou a espancá-lo, se não fosse o poder de alteração ambiental da chuva, toda vizinhança teria escutado, mas nada aconteceu. Naquele momento achei que mamãe estava louca, surtando, como é típico do pensamento daqueles que não entendem o que os outros fazem, especialmente se quem estiver fazendo for uma mulher. Me preparei para me aproximar dela, contei os passos mentalmente e fui em marcha lenta, a poça de água que formou sob meus pés inundou meus sapatos e eu senti a água gelada  tocar minha pele. Quando estava a uns cem passos dela, minha mãe pulou o muro, mas não me viu.


(...)


Fiquei meia hora olhando para casa, relutante de seguir minha mãe. Vocês devem estar com raiva de mim, não é? Mas… imaginem a minha situação, seguir sua própria mãe numa tempestade nunca antes vista, vê-la pular um muro e agir como um ser de impulsos, longe da razão, e ao mesmo tempo acompanhar essa cena assistida pela passividade de um pai que beirava o medonho, a partir daí, qual seria sua reação? Existe a possibilidade de não se sentir ansiosa frente aquilo que coloca em xeque a visão caseira que você tinha da sua progenitora? 


A porta se abriu e confirmou todos os meus medos. Minha mãe saiu de lá, não lembro como ela estava vestida, só sei que da porta, quase no interior da casa, ela parecia um monstro coberto de sangue e seu olhar incidia, ou pelo menos parecia, diretamente a mim. Engoli a seco e mesmo com a chuva forte eu ouvi o barulho do medo! Me mijaria se ela desse algum passo em minha direção, mas não, ela saiu da casa, pulou o muro e observou, melancólica, o céu, a chuva caindo ao seu rosto dava-lhe um aspecto mais tristonho do que de fato ela merecia. Um sorriso se abriu em seu rosto e ela começou a rir, riu desesperadamente como se estivesse no ápice do prazer humano. Deixou a chuva limpar o sangue de seu corpo que escorreu rua abaixo direto para a boca de lobo, dali partiu em direção a nossa casa. Fiquei parada por um tempo, pensando em me arriscar e entrar na casa, mas não dessa vez, não naquele dia, eu estava com medo, medo demais! Pensei em ir para a casa do Gilgamesh ou da Tohru, mas lembrei que se minha mãe não me encontrasse lá, suspeitaria da minha saída. Assim, tomei um atalho e cheguei em casa uns cinco minutos antes dela, de forma que enquanto eu pulava a janela da cozinha ela cruzava a esquina que dá para a nossa casa. Corri para o meu quarto e tive que aturar, mesmo diante desse sofrimento, uma irmãzinha muito curiosa. Toquei a cabeça dela e disse que ensinaria um jutsu a ela caso guardasse segredo, dito e feito, lar doce lar. 


Aquela noite eu não saí do meu quarto.


(...)


No dia seguinte, levantei com a cabeça latejando, a luz que entrava por uma fresta na cortina foi capaz de me provocar um gemido de dor. Quando acordei, nem Hayami estava mais na cama, já tinha saído para seu primeiro dia na academia, acompanhada de papai e Gen, meu irmão mais novo. Ficamos em casa apenas mamãe e eu. 


Fui até a sala e a televisão estava ligada, embora ninguém estivesse vendo. Da cozinha, mamãe ensaiava escutar algo, e enquanto cortava cenouras como uma obediente e dócil dona de casa, pediu para que eu por gentileza aumentasse o volume da televisão. A maneira que ela agia, outrora tão costumeira, agora me dava medo, daquele tipo de medo mais primitivo, como se eu estivesse vendo uma atuação terrível de um inseto asqueroso. Ela, ao meu ver, parecia uma barata. Sabe quando você vai matar uma barata e ela corre desesperada? Como se sua vida fosse a coisa mais importante do universo? Aquela atuação da mamãe me deu a mesma impressão, aliás, mamãe não, Mei, até que meu medo passe, creio der nunca, não posso me referir a ela com qualquer termo associado à maternidade, pois antes de ser uma figura de proteção ela se tornou uma figura de assombro. Aumentei o volume da televisão e como não tinha nada para fazer naquele dia, assisti, com as mãos no joelho e os pés sobre o sofá, quase numa posição fetal. Vez ou outra, ansiosa, sentia que ela estava se aproximando de mim, disfarçadamente, na tentativa de perfurar meu pescoço… quanto medo Aysa, você não é uma ninja? Sou, mas antes de força física, materializada, eu estava lutando contra o psicológico, com o medo de destruir a minha família, uma força idealizada. 


(...)


O canal de notícias só falou sobre o tufão, a tarde passou lentamente e acabei adormecendo no sofá. Deitada, tive um sonho terrível, e só tenho certeza que é um sonho devido às fumaça que envolvia e a simbologia escondida no plano de fundo. Sonhei que corria, mas que não conseguia sair do lugar, como se minhas pernas fossem penas de um pássaro doente tentando correr do julgamento sem piedade da gravidade. Eu corria de alguma coisa, algo amorfo, sem essência, som ou cheiro, mas que mesmo assim crescia, expandia e, em uma fome insaciável, engolia todas as coisas ao seu redor. Tudo, na realidade, para aquela criatura… que quer que fosse, parecia ter sido feito apenas para seu bel prazer. Acordei e, quando o fiz, a noite já tinha chegado, papai e meus irmãos já estavam de volta em casa, Hayami pulou no meu colo e me mostrou alguns dos itens que ganhou de seu sensei no seu primeiro dia de academia, me abraçou e correu para o quarto. Gen corria ao redor do papai, de todos ele era o mais energético e Mei estava sentada do meu lado! Me levantei num susto, papai, mamãe e Gen olharam de súbito para mim e me encararam, como se estivessem mortos, começaram a derreter como vela e só fui realmente despertada quando um trovão ressoou pela casa. Ainda estava no sofá, ainda estava de tarde. 


Veja Aysa. Ordenou Mei, olhei para a televisão limpando a baba do meu rosto e naquele canal estavam um repórter e um policial na frente da casa que eu estava ontem. A manchete dizia que uma família composta de um homem e mulher e dois filhos menores de idade, ambos civis, tinham sido misteriosamente assassinados, sequer o cachorro foi poupado. 


Voltei meu olhar para Mei, meu rosto tremia, mas a feição dela era impassível, fez alguns comentários condolentes, e depois voltou para cozinha, enquanto se virava vi no rosto dela aquele terrível sorriso assassino, como um demônio, agora já não me restava dúvidas. Corri para meu quarto e chorei e, por fim, perguntei a mim mesma o que fazer? 


 
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Ōkami
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Ōkami
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