Poucos não foram os treinamentos a mim designados antes mesmo de eu sequer me formar na Academia. Eu precisava trazer a honra para a família Yokoyama ao me tornar o melhor Yuki da minha geração. Ou ao menos era isso que me era dito, afinal de contas eu não ligava MESMO para essas guerras silenciosas por influência que meus pais se dispunham a participar. De minha parte, eu gostava da minha kekkei genkai e só por isso me esforçava naqueles treinamentos.

Naquela semana, treinamos e aperfeiçoamos a utilização de um jutsu denominado Frozen Capturing Field. Por sua nomenclatura não usual em uma língua não muito comum em Kirigakure, fiquei curioso sobre a origem daquela técnica, mas não o suficiente para perguntar. Quando me foi explicado seu funcionamento e para o que ela era usada, entendi parcialmente qual seria o desafio daquele treinamento.

O jutsu consistia em congelar o chão embaixo do alvo para prender seus pés e com isso limitar seus movimentos. Com um óbvio potencial estratégico, meu pai leu todo aquele pergaminho antigo dos arquivos do clã explicando todos os segredos por trás daquela habilidade. Àquela altura, eu já estava acostumado a unir Suiton e Fuuton para formar o Elemento Gelo, mas aquela acabou sendo a primeira vez moldando aquela liberação em um jutsu.

Foi difícil, levando um bom mês até eu conseguir me acostumar. A parte mais fácil foi memorizar os selos (ainda que eu precisasse fazê-los devagar para não errar). A mais difícil foi canalizar chakra frígido o suficiente na área que eu precisava para fazer o gelo se formar. Nas primeiras tentativas, só uma névoa gelada surgia onde eu me concentrava. Gradualmente, pequenos corpos de gelo começaram a surgir. Treinei primeiro em um ponto vazio e quando percebi já estar conseguindo fazer aquilo, treinei então tentando congelar os pés do meu pai.

O final do treinamento envolveu fazer aquilo cada vez mais rápido, até me acostumar a fazê-lo com naturalidade. Afinal de contas, esse é o mais importante quando se treina qualquer jutsu que seja.

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Seguindo com os treinamentos de técnicas do clã Yuki com o papai, naquele dia ele estava com o pergaminho de outro jutsu de nome estranho. Àquela altura eu fiquei pensando que em alguma parte da história do clã eles acabaram se envolvendo até demais com alguns países estrangeiros, mas não é como se isso fosse realmente relevante. Não faço muito o tipo que anuncia o nome das técnicas em plenos pulmões quando as utiliza, e pensando bem esses nomes estranhos talvez fossem até um fator de surpresa, né?

Segundo o pergaminho e a explicação pessoal do meu pai, o Whirlwind consistia em prender uma pessoa em um turbilhão de gelo. Não era congelamento direto, sendo mais uma limitação de espaço do que uma prisão propriamente dita. O treinamento anterior do Frozen Capturing Field acabou servindo de base para o processo de aplicar o chakra gelado em um jutsu. Naquele caso, o processo era menos de conseguira atingir uma área e mais de conseguir manter o gelo rodopiando de forma constante.

Novamente, levou um bom mês para que eu aperfeiçoasse o método. Não era concentrar o chakra em uma área e então congelá-la como antes. Daquela vez, o gelo se formaria  a partir de mim e então seria manipulado para rodopiar. Consistência era a chave. Depois de decorar os selos, estendi a mão em uma direção e comecei a concentrar meu chakra. No que gelo começou a se formar na palma, eu percebi que o chakra precisava ser expelido para frente para criar o efeito necessário. Quando o fiz e ele começou a se formar na minha mão como uma crosta de gelo, ficou claro que aidna estava errado.

O segredo era ser algo mais forte e fraco alternando. Se fosse fraco demais, formaria apenas uma névoa fria. Se fosse forte demais, formariam as pedras de gelo. Fazendo essa alternância, o gelo ficava menos coeso e nisso poderia ser lançado em uma direção. O segredo do rodopio, descobri depois, era sentir me concentrar no meu próprio chakra naquele gelo expelido e então visualizar seu rodopio. A visualização era importante e precisava de concentração. Ao fim, testamos a técnica usando meu pai com alvo e funcionou. Eu estava indo bem.

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Para o encontro daquele dia, meu pai tinha, como esperado, um pergaminho diferente daquele do mês anterior em mãos. Ainda um dos registros dos arquivos do clã, o pergaminho consistia nos ensinamentos sobre um novo jutsu: Tsubame Fubuki. Daquela vez, a técnica foi nomeada no nosso idioma, então de certa forma me senti mais animado para aprendê-la. Patriotismo que chama?

Segundo meu mentor, essa técnica era um pouco diferente porque usava gelo pré-existente. Aquilo me pegou de surpresa, porque nossa kekkei genkai é capaz de literalmente criar gelo do zero. Não entendi o motivo daquele jutsu em específico funcionar de uma maneira diferente, mas depois de gerações do clã deveria existir um motivo para nunca terem tentado fazer ele diferente, né? Ou assim presumi. Com sua experiência, meu pai começou a esfriar o ar ao nosso redor e com seu chakra formou enormes blocos de gelo em um lado da sala. Seriam os materiais daquele treinamento.

Decorado e praticado os selos, chegou o momento de fazer as primeiras tentativas. Como de praxe, levei dias para conseguir ter o primeiro avanço. Criar algo a partir do meu chakra diretamente se mostrou mais fácil que manipular algo que já existia no cenário. Era um processo completamente do que eu tinha treinado até ali, e eu entendi então o motivo de aquilo estar sendo ensinado: eu precisava compreender todas as nuances de nossa kekkei genkai se quisesse me tornar um mestre dela.

O processo de manifestação do jutsu envolvia arrancar lascas afiadas do gelo e reuni-las na forma de pássaros, para então controlar essas formações em direção do inimigo. Por ser formado por esse conglomerado de gelo afiado, a técnica era excepcional em cortar os atingidos. Com algum esforço, consegui manipular as lascas de gelo flutuando à minha frente. Os dias seguintes foram de aprender a moldá-las na forma dos pássaros, tentando realizar o processo cada vez mais rápido. Depois de um mês, eu já estava apenas aperfeiçoando fazer os passos um atrás do outro de forma natural. Ainda que tivesse sido complicado daquela vez, eu acabei ficando realmente satisfeito em ter aprendido algo completamente novo.

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O novo treinamento conseguiu me arrancar uma risadinha. Eu no começo achei que as técnicas que meu pai escolhia entre os pergaminhos do clã para ensinar eram aleatórias, mas naquele dia percebi que o homem estava bem mais articulado do que imaginei. A nova técnica, Mangehyou, tinha um princípio parecido com a primeira parte do treinamento anterior: envolvia atirar gelo em alguma coisa. Desta vez, parecia ter menos finesse: eram mesmo dardos de gelo sendo arremessados com agressividade em alguém. Sem gelo pré existente, importante citar, porque desta vez seria tudo feito a partir do meu próprio chakra.

Como de costume, tratei logo de memorizar e me acostumar com a sequência de selos do jutsu antes de começar a dispender minha energia nas tentativas de aprendê-lo. O processo criando gelo do zero tinha um fator instintivo que manipular gelo criado anteriormente não tinha. De alguma forma, todas as experiências nos treinamentos anteriores pareciam se juntar para criar rotas de aprendizado únicas para mim. Foi por isso que quando estendi a mão para frente logo na primeira tentativa algumas agulhas surgiram na minha palma. Sem ímpeto e apenas umas quatro ou cinco, mas sem uma falha grave aquilo mostrava que eu estava evoluindo.

As duas semanas seguintes foram de aperfeiçoamento. Primeiro, aperfeiçoar a forma das agulhas e depois aprender a lançá-las com o ímpeto perfurante necessário. Comparada às outras técnicas, consegui dominar esta mais rápido. Poderia ser o fato de eu estar me acostumado àquilo ou simplesmente sem caráter mais simples. Bom, só saberia com o tempo.

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Naquele dia, foi dito logo de manhã que o treinamento não poderia ser desenvolvido na sala de treinamento de casa como os demais. Isso me pegou de surpresa, porque praticamente qualquer coisa podia ser improvisada naquela sala tão bem equipada. Comecei logo a supor que o jutsu que estava por vir era muito mais forte que os anteriores... e eu estava certo. Quando começamos a subir aquela montanha nevada quase no limite do País da Água, fiquei ainda mais assustado. Se não fosse pela roupa naturalmente pesada e de frio que eu sempre estava usando, com certeza estaria reclamando naquele momento. Estar acostumado com o frio também pareceu ajudar, mas definitivamente aquela não parecia ser uma situação comum.

Não fomos até o topo. Em determinada altura, meu pai disse que já deveria ser o suficiente. "Não dá para treinar isso perto da vila", ele disse, e me assustei novamente imaginando o que viria em seguida. E o que veio? Rōga Nadare no Jutsu, uma técnica de nível Jounin.

— Mas já? Eu ainda nem me formei... — questionei sobre estarmos indo rápido demais. Meu pai apenas sorriu. Segundo ele, o nosso treinamento era justamente para aquilo. Meu desenho no aprendizado dos jutsus anteriores mostrou que eu já possuía o controle sobre a kekkei genkai necessário para aqueles jutsus avançados. Não sou de duvidar das minhas habilidades, mas duvidei, sim, de estar pronto para algo de tão alto nível.

O jutsu consistia em utilizar neve pré-existente — o que, novamente, continuava não fazendo muito sentido na minha cabeça — para criar uma avalanche. Mas não só isso: a avalanche deveria ser convertida na forma de lobos para atacar meus inimigos. Me lembrei de imediato do treinamento da técnica Tsubame Fubuki, em que tive que usar gelo do cenário para criar andorinhas cortantes. A forma dos lobos era mais complexa e bem trabalhada, mas de certa forma parecia apenas uma versão mais avançada do que eu já tinha feito antes. Percebendo isso, fiquei mais confiante.

O treinamento durou em torno de três meses de tentativas dia após dia naquela montanha. A primeira dificuldade foi influenciar a avalanche. Ficava nervoso toda vez com medo de extrapolar e acabar nos soterrando. Meu pai garantiu que não permitiria que aquilo acontecesse, mas ainda assim me pareceu por demais perigoso treinar aquilo. Depois, manipular a neve numa forma adequada: existia alguma coisa na neve que a tornava mais difícil de controlar que o gelo. Deduzi depois da primeira semana que sendo mais coeso, o gelo facilitava o processo de estabilizar a forma e dificultava o processo de o moldar em alguma forma. A neve, percebi depois, facilitava a etapa de moldar e dificultava a estabilização. Foi um treinamento ao inverso, precisando de atenção em detalhes que antes não foram necessários.

O aperfeiçoamento do jutsu envolveu criar cada vez mais lobos. Quando conclui o jutsu, pude finalmente apreciar a sua beleza. A herança sanguínea dos Yuki era realmente impressionante.

técnica treinada:

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Depois do treinamento das montanhas, o que veio em seguida visou diminuir o ritmo e por isso estávamos de volta ao salão de treinamento em casa. Mostrando que o arsenal do clã possuía uma grande variedade de técnicas e pergaminhos as registrando, meu pai anunciou que me ensinaria o Hyougan Doumu, uma técnica defensiva. Depois de técnicas completamente ofensivas e uma apenas de suporte, eu estava mesmo começando a me perguntar em que momento a resistência do gelo criado do nosso chakra seria utilizada de forma ativa. Aparentemente, guardaram isso para os jutsus de maior nível e por isso eu estava sabendo da existência de tal jutsu apenas naquele momento.

Durante a explicação, percebi se tratar de algo simples. Nos últimos meses vim moldando o gelo criado do meu chakra (e por vezes até pelo chakra de outros e natureza) em diversas formas mais elaboradas, então considerei que uma simples cúpula não deveria ser problema. Meu pai chamou a atenção para o fato de que, sim, se dominei os outros jutsus também conseguiria dominar a forma daquele, mas que o segredo estava justamente pelo padrão mais defensivo que ainda não tínhamos estudado. Para me ajudar, o homem começou a diminuir a temperatura na sala e quando podíamos ver o ar saindo pelos nossos narizes de forma clara começamos as tentativas.

Dessa vez, demorei dois meses. O primeiro mês envolveu decorar os selos e então aprender a moldar a cúpula. No começo, ela se formava aos poucos. Meu pai queria que eu fizesse aquilo da forma mais instantânea possível, então só prosseguimos quando ele se sentiu satisfeito. Durante o mês seguinte, focamos em aprimorar a resistência do gelo o suficiente para concluir o objetivo do jutsu. Usamos um tipo de parede de aço em que eu podia me esconder atrás e usar o jutsu para cobrir a mim e à parede. Meu pai então nos atacava e se a cúpula cedesse eu estava protegido pela parede.

Primeiro, treinei fazer aquilo no frio, que tornava a kekkei genkai mais propícia a funcionar. Depois, tive que aprender a fazer a mesma coisa em temperatura ambiente, o que se mostrou mais complicado. Ao final daquilo, minha cúpula se mostrou capaz de suportar uma revoada dos pássaros de gelo lançados do meu pai sem sequer se arranhar. A técnica estava completa.

técnica treinada:

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É verdade que a Liberação do Gelo é a habilidade mais incrível da kekkei genkai do clã Yuki, mas não é apenas isso que nossa linhagem nos permite fazer. O Hyouton surge ao unir as naturezas da Água e do Vento, e considerando que somos capazes de criar gelo mesmo que de forma precária ainda como crianças, é de se imaginar que nosso controle sobre esses dois elementos básicos também é acima da média. Ainda que meu chakra possua o alinhamento com Fuuton, sempre foi mais do meu interesse aprimorar o alinhamento com Suiton. Felizmente, o próprio clã Yuki era mais alinhado à água e possuía suas próprias técnicas daquele elemento or entre seu arsenal secreto.

Chamado de Ataque da Água Celestial Gélida ("que nome pomposo!"), meu pai fez questão de me ensinar aquele jutsu quando me formei na academia. Como nos velhos tempos, sabe? Na verdade, ele disse que teria uma surpresa para mim caso conseguisse concluir aquele treinamento. Como é de se imaginar, esse simples comentário foi o suficiente para me motivar pelo restante do treinamento.

Era uma técnica de nível Jounin, então levei um pouco mais de um mês para aperfeiçoá-la. Ainda que meu arsenal de Hyouton já fosse bem diversificado àquela altura, minhas habilidades com Suiton ainda não tinha trabalhadas com afinco. Mas estava no meu sangue, certo? Então só precisei realmente focar naquilo para que começasse a dar certo. A conversão do chakra dentro do corpo para expelir a água era algo novo, já que o gelo era produzido de forma externa a mim ao congelar o ambiente.

Apesar de estranho no começo, a lógica por trás parecia clara. Como eu poderia cuspir um jato poderoso de água? Ora, concentrando o chakra na garganta e o convertendo momentos antes de cuspir. A energia espiritual era responsável tanto pelo ímpeto quanto pela quantidade, mas não foi de primeira que consegui calibrar. Levei uma semana para realmente conseguir cuspir um único fato potente de água. A partir daí, treinamentos aumentar a quantidade de jatos uma vez que a técnica consistia em um movimento múltiplo.

Ouvir o aviso de que eu tinha conseguido depois de vários dias foi empolgante. Estava ansioso para a surpresa que meu pai esteve preparando por tanto tempo.

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A surpresa se revelou o treinamento de uma das minhas técnicas favoritas entre todo o arsenal do clã Yuki. Eu tinha visto um dos membros do clã utilizá-la quando eu era mais novo durante um treinamento amistoso com meu pai. Na ocasião, meu velho conseguiu explorar uma das fraquezas do jutsu e saiu ileso, mas o apelo visual ainda assim me deixou maravilhado: eu um instante, uma poça de água remanescente de um Suiton lhes rodeava, para no outro tomarem a forma de agulhas e descerem com tudo para finalizar a luta.

— Sensatsu Suishō. — falei, antes que meu pai pudesse falar o nome da técnica. Eu conhecia muito bem aquele nome. Satisfeito, o professor me permitiu tomar o pergaminho em mãos para ler os segredos da técnica. Primeiro que se tratava de um Suiton. Aquilo foi uma novidade para mim, que sempre acreditei se tratar de uma técnica de gelo. Mesmo que eu achasse muito mais legal como um Hyouton, em nada diminuiu minha vontade de aprendê-la.

Meu pai providenciou diversas poças de algo pelo chão com um de seus jutsus, bem como me passou os selos necessários para aquela técnica. O um mês de tempo de treinamento que levou não foi por nada. Ainda que eu pudesse utilizar a umidade de ar para conseguir criar algumas das agulhas de água, a dificuldade de usar elementos pré-existentes surgiu de novo quando tive que manipular a água repousada no chão. Para formar as agulhas, as percepções dos treinamentos anteriores em que moldei de andorinhas a lobos ajudou. Comparado a isso, míseras agulhas não eram nada.

Os últimos dias foram de aperfeiçoamento da técnica, como de costume. Ao final, me foi avisado que, enfim, tinha aprendido todas as técnicas que minhas habilidades eram capazes de alcançar àquela altura. Me senti satisfeito.

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É verdade que a Liberação do Gelo é a habilidade mais incrível da kekkei genkai do clã Yuki, mas não é apenas isso que nossa linhagem nos permite fazer. O Hyouton surge ao unir as naturezas da Água e do Vento, e considerando que somos capazes de criar gelo mesmo que de forma precária ainda como crianças, é de se imaginar que nosso controle sobre esses dois elementos básicos também é acima da média. Ainda que meu chakra possua o alinhamento com Fuuton, sempre foi mais do meu interesse aprimorar o alinhamento com Suiton. Felizmente, o próprio clã Yuki era mais alinhado à água e possuía suas próprias técnicas daquele elemento or entre seu arsenal secreto.

Chamado de Ataque da Água Celestial Gélida ("que nome pomposo!"), meu pai fez questão de me ensinar aquele jutsu quando me formei na academia. Como nos velhos tempos, sabe? Na verdade, ele disse que teria uma surpresa para mim caso conseguisse concluir aquele treinamento. Como é de se imaginar, esse simples comentário foi o suficiente para me motivar pelo restante do treinamento.

Era uma técnica de nível Jounin, então levei um pouco mais de um mês para aperfeiçoá-la. Ainda que meu arsenal de Hyouton já fosse bem diversificado àquela altura, minhas habilidades com Suiton ainda não tinham sido trabalhadas com afinco. Mas estava no meu sangue, certo? Então só precisei realmente focar naquilo para que começasse a dar certo. A conversão do chakra dentro do corpo para expelir a água era algo novo, já que o gelo era produzido de forma externa a mim ao congelar o ambiente.

Apesar de estranho no começo, a lógica por trás parecia clara. Como eu poderia cuspir um jato poderoso de água? Ora, concentrando o chakra na garganta e o convertendo momentos antes de cuspir. Os selos de mão tinham muita participação naquilo. O motivo para cada jutsu ter seu "código" na forma dos selos é que eles ajudam a concentrar, moldar e liberar o chakra na forma desejada. O lance é que foi um processo lento. Nas primeiras vezes, o chakra simplesmente se concentrava descontrolado na minha boca e simplesmente me fazia vomitá-lo. Era como se minha boca fosse um rio: não parava de sair água. Os selos ajudaram a refinar isso, facilitaram controlar a quantidade de líquido criado pelo chakra. Quando aprendi a fazer isso, consegui passar para a etapa de liberar os jatos. Nessa parte, além do chakra o próprio ato de soprar importava. Coloca os lábios formando um bico ajudava a afinar o fluxo de água, bem como tornava mais fácil controlar onde eu mirava. Treinei aumentar o número de "tiros" simultâneos gradativamente até estar em uma quantidade adequada.

A parte final se tratou basicamente de tornar a pressão dos jatos mais fortes. Mesmo que eu conseguisse cuspir vários deles àquela altura, eles batiam mais como uma mangueira, ou seja, não tinham força para machucar ninguém. Não teve jeito: me meti em uma maratona de tentativa e erro até me acostumar com aquilo.  Ouvir o aviso de que eu tinha conseguido depois de vários dias foi empolgante. Estava ansioso para a surpresa que meu pai esteve preparando por tanto tempo.

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