RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Aysa Kyōkan



Estou no chão, a chuva caindo sobre meu rosto pálido, cada vez mais frio. Sinto a lama correr sob minhas costas e o respingar das gotas de chuva baterem como bombas nucleares microscópicas sobre meu rosto, braços e pernas. O sangue escorre do meu nariz, que está quebrado, meu olho esquerdo pulsa, rodeado por uma borda roxa que se estende até a maçã do meu rosto, cadavérico. Não tenho forças para levantar e a mera tentativa de respirar revela que minhas costelas estão quebradas. 


Naquele momento eu desisti, fechei os olhos, deixei o frio tomar conta do meu corpo. Irei ter com os anjos, talvez, meus braços abertos, esperando o abraço da morte, a força rindo de mim, as lágrimas se confundindo com a chuva e fazendo coro com ela. Minha alma desprende-se de meu corpo. Um passo, depois outro, afundando naquela lama, sinto algo me envolver. 


— Achamos uma sobrevivente


Gritou a voz. 


Eu estou viva. 


Já não queria estar. 


Dois dias atrás...


Amanhã irradiava o sol para dentro de casa com algumas nuvens formando-se a sul dali, a uns poucos quilômetros no fim de tarde, assim, como é do saber popular, choveria. Naquele dia estavam todos em casa, eu pensando deitada, um pouco chorosa, no pedido de Gilgamesh e do meu Pai. Ambos não confiavam em mim e, por causa disso, nem eu confiava. Segurava minha bandana, analisando os detalhes dela, passando a mão sobre o símbolo da Aldeia cravada sobre o metal. Aquela identidade boba que me identificava no campo de batalha como uma ninja de Kumogakure. 


A bandana refletia a luz do sol quarto a fora, e o gatinho sem nome que Gen tinha adotado pulava de um lado a outro atrás daquela luz. De certa forma parecia comigo, talvez com todos os ninjas, atrás de uma luz vinda de um mundo ninja que talvez nós nunca alcançaremos, dói pensar nisso, mas é a verdade. Nada de bom pode vim da luta, da briga, do poder e do fogo. Estou amaldiçoada pelo caminho do fogo… aliás, o mesmo fogo que mata também não aquece? Sem o fogo não seríamos nada, sem os ninjas seríamos alguma coisa. O ninja corrompeu o fogo, corrompeu a sociedade e criou um mundo de violência, de absurdos, ansiedades e depressões. E se o ninja é o problema, porque eu sou uma? Gilgamesh e Papai estão certos, não é esse o caminho em direção a luz, para encontrarmos temos que olhar para sua fonte, não para aquilo que reflete a toscamente. Joguei a bandana contra a parede ao lado da minha cama, senti ela rebater no chão e depois girar por um tempo. 


— Maninha, o que aconteceu?


— Nada Hayami, estou indo ajudar mamãe e você com o almoço, só isso. 


Sai do quarto, Hayami ficou, ela já sabia de tudo, maldita hora que fui ter uma irmã tão inteligente. Ela segurou minha mão enquanto eu atravessava o corredor em direção a sala, e disse:


— Do que você tá com medo? 


Sorri, coloquei a mão sobre o topo da cabeça da menina, afaguei-a, tentando esconder a insegurança, sabendo que seria em vão e respondi:


— Sua irmã não tem medo de nada Hayami, não seja boba… é só que tive uma semana cansativa, não se preocupe, ok? 


O olhar dela, sobre mim, não mudou, mas tão excelente atriz quanto eu, ela sorriu, depois disse:


— Sabe que a gente é cúmplice né, mesmo que eu seja menor, a gente pode contar uma com a outra, certo? 


Que patético, minha irmãzinha me consolando! Me agachei para ficar próximo a altura dela, grata por tê-la na minha vida, e a abracei. Gen, meu irmão mais novo, que corria pelo corredor, viu tudo aquilo, correu até nossa direção e nos abraçou também. Aquele foi o melhor momento do meu ano em dias. 


Você luta por eles. 


Memória de algo que foi dito: 


Você não luta por você, você luta por eles. 


Eles quem? 


Por eles. 


Meus pais não vieram à memória.


(...)


A tarde chegou, dormi grande parte dela e quando acordei o crepúsculo projetavam sobre meu quarto uma luz vermelha. Olhei de um lado para o outro, apenas um terrível silêncio. Eu digeri aquele silêncio com gosto amargo, meu rosto suando, mesmo que o frio fizesse companhia constante naquela aldeia montanhosa. 


— Hay! 


Chamei, nada. 


— Papai!


As janelas abriram-se com o vento, corri pra fechar. 


— Mãe! 


O céu começou a chorar.


— Gen!


Um relâmpago.


— Onde estão vocês? 


Você sabe.


Sei?


Apenas ande Aysa, ande. 


Caminhei, andei alguns metros, abri a porta, depois sai, fui caminhando pelas ruas tortuosas da vila debaixo daquela chuva. Lembrei! Minha mãe, parada na casa de alguém, alguns minutos dali, corri, corri loucamente enquanto me lembrava, aquela cena grotesca, minha mãe, a assassina, o monstro, o demônio. Ela mataria meus irmãos e meu pai! 


Mataria? 


Não é essa a resposta? Não é por isso que minhas pernas correm sozinhas pra um lugar que só fui uma vez? Não é por isso que fiz da chuva meu escudo, meu amigo e meu cobertor? Senão, por que então estou correndo? 


Por eles Aysa, por eles… 


(...)


Cheguei naquela casa, pulei o muro e quebrei a janela com um soco. Minha mão escorreu sangue que jorrou quente pelo meu braço. Entrei pela janela, a casa estava escura, não conseguia ver nada. Mas ouvi murmúrios, pequenos murmúrios, andei até uma escadaria que levava ao subsolo da casa, deixei minha mão correr pelo corrimão, escorregando dentro das profundezas da escuridão, aquela escuridão opressiva, demoníaca, a ausência total da luz. Ao descer uma tocha que mais parecia um fogo fátuo pairando no ar. Caminhei em direção aquela luz, aquele portal em direção a verdade. Direção, eis a palavra, até então eu estava indo em direção oposta ao da verdade, não mais. 


— Então você veio, Aysa, todo nosso esforço para esconder isso de você… seu pai e eu não somos nada pra você? 


Minha mãe vestia um capuz escuro e segurava a perna esquerda de Gen enquanto meu pai segurava a perna direita. Hayami estava encolhida no chão com feridas no rosto, possivelmente de socos, estava com o olhar fixo no infinito, ela resistiu, mas perdeu a luta contra aqueles dois. 


— Hayami… era meu dever, meu dever protegê-la. 


— Não se preocupe com a sua irmã, ela vai ficar bem —  disse Kazama. 


— Bem!? Ela… ela sequer reage! Vocês fizeram com ela o que fizeram comigo?


— Sim — respondeu secamente Mei — por quê? Porque nós, os Kyōkan, não podemos perder tempo com algo tão trivial quanto o medo, a dor e o sentimentalismo barato que enfraquece a maldita raça humana. 


Gen estava desacordado, seus olhos começaram a se mexer escondidos pela pálpebra. 


— Temos que nos apressar, Mei, ele está acordando. 


Ela tirou uma kunai da mão, ao fazer isso fiz algumas posições de mão e lancei em direção a ela uma massa de fogo em forma de dragão, que recuou em alta velocidade para trás, desviando da técnica. Kazama agora segurava Gen, abraçando-o. Quando voltei meu olhar para minha mãe ela estava na minha frente e desferiu um soco com o pinho direito direto no meu nariz. Senti o osso deslocar dentro do meu crânio, minha respiração ofegante. Ajoelhada, subjugada por aquele demônio que chamei de mãe. 


— Desisti? Você sempre foi patética Aysa, é por isso que seu pai não queria que você se arriscasse nesse mundo maluco de ninjas. 


Não consegui responder, levantei mais uma vez e corri em direção a Gen, estava desesperada. Antes que pudesse alcançar minha mãe desferiu um pontapé na minha costela. A respiração se foi, cai no chão em posição fetal. 


— So… socorro…


— Pobrezinha, tá pedindo ajuda pra quem Aysa? 


Mei começou a me chutar no estômago, sangue saindo da minha boca como um pequeno rio.


— Pare com isso, Mei, pode acabar matando-a. 


— Você realmente se apaixonou pelas crianças, né Kazama, elas pertencem a família Kyōkan, mas se são tão fracos não nos servem de nada. 


— Ela vai servir, deixei-a viver, vamos continuar o sacrifício. 


Ela desferiu mais um chute e voltou à posição inicial, segurando uma perna de Gen e Kazama na outra. Não vou descrever aqui o que aconteceu a seguir pois não quero chocar ninguém, prefiro guardar pra mim, o que vi. Hayami vomitou, foi a primeira vez que vi ela daquele jeito, eu desmaiei pouco tempo depois. 


Você não pôde fazer nada Aysa. 


Aysa você é fraca. 


Não conseguiu curar as suas feridas e continuar a lutar. 


Gen morreu na sua frente. 


Hayami desapareceu.


Era por eles. 


Para eles. 


(...)


Estou nesse chão lamacento, uma gente vestida de branco, seriam anjos? Ah, são médicos! Que droga, quer dizer que vão me tirar das garras da morte?


Pois agora eu, sua anti-aysa, digo: 


Aysa


Hayami


Gen 


Pra sempre.


 
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