O clima estava ensolarado, era possível ouvir os pássaros cantando e o som de algumas pessoas conversando, o lugar era pouco movimentado, com poucas casas, porém em compensação havia mais árvores e plantas em volta.

Eu caminhava a lado de Murata Ishida, meu pai adotivo, enquanto ele me ajudava a carregar meus pertences. Enfim, finalmente havíamos chego no que seria a minha nova casa, então, Murata, deixa abre a porta e entramos.

A casa era bem grande para alguém que aparentemente mora sozinho, ela é cercada de plantas, árvores e coisas do tipo, algo meio incomum, mas, não me importo. Murata me leva ao meu novo quarto, onde já havia uma cama e os móveis básicos, e estava bem limpo, apesar de não ser perfeito.

- Arrume seu quarto do jeito que preferir - O homem fala, deixando meus pertences ali, saindo do cômodo e por fim fechando a porta a deslizando para o lado.

Já havia percebido que Murata não era um poço de simpatia, porém, de alguma forma eu o entendia, além do mais, não tenho direito de julga-lo.

Havia utilizado o "Fūnyū no Jutsu" para guardar e transportar a maioria dos meus itens pessoas em pergaminhos, o que facilitou o transporte. Então, simplesmente, abro o os pergaminhos com os objetos selados, um de cada vez, usando o "Kaifū no Jutsu" e desfazendo os selos, com uma fumaça, os objetos novamente voltam a realidade e eu apenas arrumo, colocando cada item em seu devido lugar.

Demorou vários minutos, todavia, consigo terminar, deixando tudo bonitinho e arrumado, ao estilo que usava antes. Então, me sento na cama e passo a refletir sobre como seria o futuro, a partir de agora, a situação é diferente, eu tenho uma nova casa e uma nova família e eu não sei como progredir, estou ansioso e nervoso, mas talvez eu só devesse interagir um pouco com Murata.

Nesse momento, percebo que ainda estava com meu uniforme ninja, então, o retiro, colocando uma roupa casual e tirando a máscara, por fim, vou no banheiro que não fica muito longe do quarto, assim, tomo um banho e realizo minha higiene pessoal.

Com tudo finalizado, percebo que já está no fim da tarde, quase anoitecendo, assim, visto minha roupa casual e um cheiro bom sobe no ar, me guiando até a cozinha instintivamente. E para a minha não surpresa, era Murata que estava fazendo a comida. Ele logo me vê e volta a se concentrar em sua tarefa, então eu apenas me sento educadamente na mesa.

- Então, como foi a arrumação? - Ele pergunta educadamente, enquanto distribui os pratos na mesa.

- Eu fiz o meu melhor - Respondo tranquilamente.

- Entendi - O homem conclui e me entrega um prato de comida, assentando-se na mesa posteriormente.

O clima era meio estranho, éramos ambos desconhecidos que começaram uma relação familiar do zero. Murata não tinha habilidades sociais muito boas, mas era perceptível que ele estava desconfortável tentando falar algo. Eu decido tomar a iniciativa.

- Eu não perguntei antes, mas você é um shinobi, correto? - Eu pergunto calmamente, foi a única coisa que descobri rapidamente para conversar.

- Um Jounin de Kumo para ser mais exato e pelo que vi, você é um ninja também, genin - Murata responde, me fazendo lembrar involuntariamente do meu pai biológico.

- Percebi que aqui é cheio de plantas e natureza, o senhor gosta? - Novamente, direciono outra questão para tentar nos conhecermos mais.

- Sim, plantar e cuidar delas é o meu hobby, me sinto conectado com a natureza e a terra assim, me deixa mais confortável em utilizar a liberação de terra - Ele responde enquanto come um pouco.

- Interessante, eu utilizo a liberação de relâmpago - Eu digo e logo depois vem uma ideia em minha cabeça e decido por isso a prova. - O senhor é um Jounin, me diga então, é possível aprender outras naturezas elementais? - Pergunto.

- Teoricamente sim, mas é um treinamento bem árduo e raríssimos ninjas conseguem dominar todas, apesar de ser mestre em Doton, domino razoavelmente Suiton e Fuuton - Ele explica sobre seus domínios elementais, me despertando interesse com esse assunto.

- Você poderia em ensinar a liberação de terra algum dia? - Pergunto honestamente para ele e o mesmo olha para mim, com um pequeno sorriso de canto.

- Vejo que tem fome de conhecimento, mas porque resolveu se tornar ninja? - Murata pergunta, inclinando o corpo para cima da mesa.

- O motivo? - Respiro fundo - Eu não gosto de falar sobre isso, mas é necessário, meus pais eram ninjas excepcionais que morreram protegendo essa vila e cabe a mim continuar o legado - Respondo olhando seriamente para o homem.

- Entendo, não precisa me contar mais se não quiser - Ele parecia me entender - Enfim, eu irei ensina-lo a liberação de terra, não se preocupe e antes que pergunte, você não precisa substituir o seu sobrenome, apenas de ouvir isso, percebi o respeito que tem com sua família. - Ele completa.

- Obrigado, aliás, e o senhor, porque resolveu ser um ninja ? - Eu realizava a mesma pergunta que outrora ele fez a mim.

- É simples, eu sempre quis ajudar o máximo de pessoas possíveis, sei que pode parecer coisa de criança, mas foi uma promessa que fiz a mim mesmo no passado - Murata parece responder honestamente as minhas perguntas e eu realmente estranho alguém meio sombrio como ele ser assim, porém, é possível ver que tem um bom coração, entretanto, ele ainda esconde algo.

Depois dessa pequena conversa, terminamos de jantar e já escureceu, então, resolvo voltar ao meu quarto para descansar, então, enquanto procuro um livro para ler, acabo derrubando um antigo, da estante e de dentro dele, cai uma pequena foto, mostrando eu pequeno e meus pais, felizes e sorrindo.

Isso me causa um sentimento de saudade e nostalgia tão grande. Eu pego a foto e a observo por algum tempo, lembrando de todos os momentos felizes de antigamente. Assim, coloco a foto perto da minha tantõ, uma combinação bonita, as duas lembranças mais fortes que tinha deles, então, fico em frente a foto e a espada.

- Pai, mãe, obrigado pelo que fizeram, ainda sinto falta de vocês e dos antigos dias, mas sei que vocês se sacrificaram pelo certo e eu prometo continuar o legado de vocês, protegendo essa vila e as pessoas ao redor com todas as minhas forças e quem sabe, um dia me tornar o Raikage - Paro e respiro fundo - Em homenagem a vocês, irei passar essa tantõ para meus filhos, e estes passarão aos seus, para que nossa história de luta e o vosso sacrifício nunca sejam esquecidos. - Realizo um pequeno monólogo em voz alta, como se estivesse conversando com eles. Eu jurei passar a nossa história adiante, então, não posso morrer tão cedo, devo me tornar forte, para não só proteger os outros, mas a mim mesmo também.

Depois disso, guardo a foto em um lugar seguro, planejando emoldurar depois e finalmente, deito na minha cama, encarnado o teto e pensando em como seria o futuro a partir de agora.

Considerações: