RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
Últimos assuntos
Publicado Ter Out 22, 2024 2:19 am
Hanami

Publicado Sex Set 27, 2024 2:06 pm
Gerald

Publicado Sex Jul 26, 2024 3:06 pm
samoel

Publicado Qui Nov 02, 2023 8:25 am
Haru

Publicado Ter Out 31, 2023 7:10 pm
Yume

Publicado Ter Out 31, 2023 1:32 am
JungYukiko

Publicado Sáb Out 21, 2023 4:44 pm
Kaginimaru

Publicado Sex Out 20, 2023 2:45 pm
Pandora

Publicado Qui Out 19, 2023 9:08 pm
Tomie

Publicado Ter Out 17, 2023 8:57 pm
Kaginimaru


Convidado
Convidado


Aysa Kyōkan


Tudo está escuro, uma poça de lama e o gotejar de um gota cristalina reverberam por toda a escuridão. A cada gota uma frequência diferente, a cada frequência uma cor, uma luz. Gen está correndo ao entorno dessa poça, seus pés ansiosos seguram a minha mão, materializada, em direção a Hayami. Eu corro até ela e a abraço, sinto seu cheiro, escuto sua respiração. Gen sumiu.

(...)

Despertei em um hospital com meu corpo quase completamente enfaixado. Tentei levantar mas não pude, uma força maior, a dor, que como a gravidade, me puxava para o centro de sei lá o quê, restringia meus movimentos. Sozinha naquele quarto branco, com uma janela aberta e um vento frio, seco, entrando e farfalhando  uma árvore retorcida lá fora, compunha a paisagem do que eu conseguia perceber. Aquele abraço mórbido do silêncio, das dores e da vida me tiraram algumas lágrimas, nada do que vivi era um pesadelo, estava presa naquela realidade terrível.

A porta abre lentamente, um homem alto, cabelos escuros e roupas brancas entra no quarto com passos comedidos. "Você acordou, Aysa!", ele pareceu contente com aquele sopro de vida, maldade dele, pois acordar e dormir é o mesmo inferno, a morte, pensei, naquele momento, seria um golpe de misericórdia. Abri minha boca, empurrei o ar dos meus pulmões, mas nenhum som saiu, além de um grunhido terrível. Coloquei a mão na minha cabeça que reverberou uma dor aguda. "Tente não falar", ele ordenou, "o trauma ainda é grande, você precisa descansar". Vi o rosto de piedade no rosto dele, coloquei as mãos nos olhos e nenhuma lágrima desceu, mesmo que meus olhos estivessem ardendo com a possibilidade. Hayami… eu precisava ir atrás dela, tentei levantar, mas cai. "O que foi?", ele perguntou gentilmente, mas eu não consegui responder. Estava presa aquele silêncio. Ele pegou uma folha e uma caneta na qual eu escrevi "irmã". Ele me olhou sério, colocou a mão no meu ombro, delicadamente e disse:

"Ela está bem, não se preocupe, encontramos ela na sua casa, em breve vocês duas vão se ver, mas pra isso você precisa descansar, certo?"

Eu sorri e disse o nome da minha irmã, a voz um pouco rouca, mas estava lá, a minha voz tinha retornado, por mais que a tristeza de perder Gen tenha consumido metade do meu coração, da minha felicidade, aquela outra metade era o suficiente para me permitir aquele regozijo.

"Como ela está?", foi tudo o que consegui perguntar, minhas energias naquele dia já tinham sido consumidas com aquele simples ato, patético. "Ela está bem", ele respondeu, se aproximou de mim, fez uma série de exames e depois saiu, dizendo que me deixaria com uma companhia. Gilgamesh entrou, seu rosto estava iluminado ao me ver. Ele se aproximou, passo a passo, tão cuidadoso quanto de um assaltante, me abraçou delicadamente e sentou na minha cama. "Desculpa por não te proteger; eu nunca pensei que isso aconteceria; pobre Gen; e os médicos salvaram sua irmã" apenas confirmei essas palavras com um sorriso, um sorriso austero, que não quer ceder ao vazio que eram aquelas frases. Mas, por favor, caro leitor, não se engane, Gilgamesh estava realmente ressentido, estava preocupado e pelo seu rosto tinha chorado tanto por minha causa, mesmo sendo um ninja. Eu não tenho dúvidas de seu amor por mim, mas veja, como eu posso aceitar aquelas palavras, naquele momento? Afinal, tudo que me importava eram a Hayami e o Gen. Mas a companhia dele era bem vinda, de fato, apesar de tudo tínhamos nos reconciliado, precisou uma tragédia acontecer para isso, aliás, isso não torna as coisas ainda mais insuportáveis?

A noite passou e eu comi uma sopa quente e bebi água. Tomei banho numa banheira com ajuda de uma enfermeira. A água estava quente e produziu um poderoso efeito sobre meu ânimo. Voltei para a cama e dormi com os olhos de Gilgamesh sobre mim. Ele me protegeria, eu senti isso, fiquei mais confiante…

(...)

O dia seguinte, assim que chegou, muito mais iluminado, com as dores indo fazer companhia para outros enfermos, me deu também a ansiedade da visita do doutor, que entrou arrastando, numa cadeira de rodas, a pequena Hayami. Levantei, mesmo com o médico dizendo para não fazer, abaixei e abracei a menina, a minha irmã. Ela estava viva, na minha frente, mas ela não falou, seu olhar estava vidrado num ponto do vazio e sua cabeça pendeu como de uma boneca para o lado esquerdo. O desespero bombardeou meu coração, aquela ansiedade da expectativa, se tornou a ansiedade do medo. Voltei para a cama e sentei nos pés dela, as dores lembravam que elas não iriam embora, não agora. Encarei o médico, minha voz mais uma vez relutante, e perguntei a ele o que aconteceu.

"O trauma do que aconteceu lá a deixou assim, não sabemos ao certo o que vocês viram, mas chegamos a temer que o mesmo aconteceria com você, mas sua voz está voltando. Faremos o máximo para que sua irmã melhore, é uma promessa!"

Retornei meu olhar para minha irmã. Um ódio terrível queimando por todo meu corpo, tamanho era aquele sentimento que senti uma terrível vontade de vomitar. Estava presa numa gaiola, mais uma vez eu não pude fazer nada, mais uma vez eles brincaram comigo. Eu não pude salvar Gen e não posso salvar Hayami. Estou perdida, puxei toda aquela parafernália médica do meu corpo, estava decidida, sairia dali e os mataria ou morreria nas mãos deles, seja lá onde eles estivessem. Assim que me levantei o doutor segurou meu braço. Aprisionada, mais uma vez, mais uma vez uma pessoa se coloca na minha frente, mas eu não deixaria, não!

"Aysa, seja lá onde estiver indo isso não vai ajudar você, muito menos a sua irmã, veja, ela pode não falar, porque ela está acorrentada nesse trauma, mas ela ainda pode te sentir, ouvir sua voz, seu toque e seu cheiro. O que ela mais precisa agora não é, sei lá, de vingança, mas da sua companhia, sozinho eu não vou conseguir salvá-la, para isso vou precisar da sua ajuda."

Contive-me, sentei novamente na cama, o doutor saiu, eu fiquei ali segurando a mão de Hayami, a tarde até a hora de irmos dormir. Agora, quase caindo no sono, me lembrei do nome do médico, Dr. Jiyū, que Deus queira, é nosso anjo da guarda.

(...)

Passados três dias tive alta, mas passei a maior parte desses dias iniciais fazendo companhia com Hayami junto a Gilgamesh. Num desses dias, quando eu estava indo para casa pela primeira vez, afinal precisava trocar de roupa e outras coisas mais, encontrei-me com o Dr. Jiyū que me disse:

"Sei que você está um pouco relutante Aysa, mas existe muitos caminhos para uma ninja e, se me permitir, quero ensinar você um desses caminhos futuramente, pois sei, afinal como você já fui uma alma errante, das trevas que inunda seu coração diante de toda essa violência. Com o que vou te ensinar será a vida e não a morte, sua principal companheira. E será com essa arma que você salvará não só sua irmã, como também, muitas outras pessoas."

Pela primeira vez me senti livre e aquelas palavras eram um incentivo a mais, seja lá o que fosse aquela arma que não mata, mas cura. Respondi, tirando aquele terrível peso de mim:

"Sim".

Que se abra os leques das possibilidades e que Hayami volte a ser aquela menina iluminada que sempre foi, até lá, viverei para salvá-la.


 
Palavras: ~1240



avatar
Ōkami
Mestres de RPG
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
ok
Ōkami
Ficha de Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com
Criações do Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com
  • Resposta Rápida

    Área para escrever mensagem