“acorde Ookami-sama… acorde… Anzem-san esta te esperando...acorde…”

Eu abri meus olhos e vislumbrei um pequeno feixe de luz que atravessava as persianas de meu quarto, inicialmente eu olhei para ouvir quem tentava me despertar, e meus olhos se encheram de lagrimas ao ver que era Tatsumaki Nara, a menina pela qual havia me apaixonado, a menina pela qual eu havia deixado adentrar entre as grades que permeiam meu coração, ela estava na minha frente, sorrindo gentilmente como costumava fazer todas as manhas. Eu engoli em seco, minha primeira reação foi saltar da cama e abraça-la, chorando como uma menina que de fato eu era, ou tinha sido em um passado distante, sendo sincera, ja não me lembro mais de quando foi a ultima vez que me desarmei daquela maneira.

--Tat-chan…. eu senti tanta sua falta… eu não queria… eu … eu queria ter protegido vocês duas… --- Sentia o nariz escorrer, e os olhos marejados por sentimentos que estavam contidos, mas não suprimidos dentro de minha alma pecadora.

--Eu sei… mas… porque? Porque escolheu salva-la ao inves de mim…você… você ME MATOU OOKAMI UCHIHA… É TUDO CULPA SUA...---

Senti minha garganta se fechar a medida que ela, minha antiga amiga e namorada apertava seus dedos finos sobre minha garganta, me sufocando, e eles estavam frios, naquele momento me lembrei… minha namorada havia morrido por minhas desastrosas escolhas que fiz, salvei Megumi a tatsumaki.

Com sempre, acordei gritando em puro desespero, meu corpo se moveu mais rápido do que minha mente para um canto entre o guarda roupa e a parede, havia feito xixi na cama, minhas unhas estavam tão incrustadas em meus braços senti o sangue escorrer pelas minhas pernas, mais um dia de cólica e da maldita dor deprimente que acompanha a espécie humana, o que era irônico, meu antigo mestre havia retirado qualquer tipo de orgão que não tivesse utilidade, sendo o reprodutivo o principal, em tese eu era estéril, então porque raios tinha que sentir as mesmas dores que uma humana comum e passar pelos mesmos sofrimentos e incômodos do gênero feminino, isso não fazia sentido, mas sendo sincera isso era o menor dos problemas.

A parte da manha foi em me preocupar de cuidar de minha propria sujeira, apesar de termos empregadas me incomodava o fato delas cuidarem de assuntos tão particulares, alem disso, havia percebido o olhar de pena em uma delas e sendo sincera, odiava aquele olhar mais do que me odiava.
Cuidei de tomar um banho rápido, meu irmão havia me mandado uma mensagem para se encontrar no campo de treinamento, e sendo sincera, havia esquecido completamente disso, e bom, ele teria que esperar um pouco, havia ainda a maquiagem, o cabelo, as roupas certas tudo tinha que estar combinando para encontrar uma das pessoas que mais amava naquela casa, Anzen oniisama, a proposito, sera que o motivo da conversa era porque aquele maldito rato de laboratorio contou os meus planos para com o papai e a mamãe? Se foi ele mereceria umas boas pancadas na cara assim que voltasse.

Dedilhei minha bolsa de armas e as guardei junto a uma bolsa feminina pequena, mas deixei minha espada curta, guardada, aquilo com certeza estragaria o look que minha irmã mary havia feito para mim, mas ao me olhar no espelho, apesar de maquiagem, do sorriso falsificado e copiado de uma das empregadas, eles ainda estavam frios, não havia sentimentos genuinos nele, no fundo, eu poderia disfarçar o exterior, mas no interior apenas uma palavras guiava minha alma.

“Mate...Mate...Mate… corte.. corte… corte… torture… torture… torture… arranque … arranque… arranque.”

---Acho que dá pra disfarçar as olheiras… -- Murmurei.

O passeio até o local de treinamento foi tranquilo, exceto por duas coisas, uma das empregadas da família havia me acompanhado, aparentemente o papai e a mamãe estavam preocupados com o fato de eu ter lutado contra um jounin na noite passada, e que eu estava instável demais para ficar sozinha.

O vento quente assolou minhas bochechas rosadas, brincando com os fios de cabelos brancos que teimam a se voltar à sua forma original mesmo com eu usando os mais diversos cremes para mantê-lo “controlado”.

Ao meu lado estava Yuki, uma das empregadas que ficou de cuidar de mim, ela era uns dois anos mais velha que eu, e estava sendo treinada para se tornar uma empregada dos Zoldyck, assim que completasse dezesseis anos de idade.

---Anzen Oniisama ---gritei enquanto corria em sua direção e inclinava meu corpo para saltar em seu pescoço como sempre costumava fazer. --Faz tempo que não te vejo…---

Palavras:

Roupas:

Jutsus Ativos:
Jutsus Passivos:
Tecnicas oculares:


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Eu olhei para Yuki que não parecia se quer ver Anzem, na realidade, senti um breve sorriso de deboche por parte dela na direção dele, algo que me incomodou, mas preferi resguardar esses sentimentos dentro de mim, ela continuou a ignorar as palavras de Anzem e sabia bem o motivo, ele não era mais considerado um dos herdeiros, logo suas palavras para ela eram vazias e apenas mamteve-se seguindo como uma verdadeira sombra segue a pessoa sobre a luz do sol.

--Não se preocupe, estou bem protegida, meu irmão estara comigo e se eu criar problemas é só você voltar, por enquanto poderia fazer um favor para mim? Preciso de alguns remedios---

Estendi minha mão com alguns remedios que costumava tomar, a maioria para tentar manter minha mente descontrolada sobre controle, a outra parte, logicamente era para poder cortar as colicas que eram comuns para uma menina de minha idade.
Assim que ela se distanciou senti-me presa pelas mãos de meu irmão, inicialmente ele começou a relembrar sobre o passado, o treinamento desastroso que tivemos com aquela dupla de figurantes a ninjas e logo em seguida sobre o ocorrido no laboratorio, era um sentimento que preferia esconder dentro de meu amago, parte porque nada daquilo foi de fato real, tudo havia sido bem armado e arquitetado por Yoroichi.

Foi quando ele iniciou sua proposta, pedindo-me para se tornar aliada dele em troca de ajudar resolver meus problemas pessoais, mas quais deles ele se referiria, a unica coisa que movia minha alma era o desejo sanguinario de caçar a todos que estavam envolvidos na morte de Tatsumaki, no entanto, adiciona-los a equação seria uma sentença de morte e outra coisa, talvez fosse por meras expressões de figura de linguagem, mas não gostei nenhum pouco da ideia dele querer aliados, ao inves de familia, ele e meus outros irmãos não precisariam de aliados quando eles tem a mim como uma pessoa que se importa com eles, um milagre, que nem eu sabia explicar, no fundo, eles eram apenas carne morta que seria digerida pelas minhas laminas, segundo papai, apenas haveria um lider, e não era idiota o suficiente para acreditar que uma luta justa e sem mortes ocorreria.

Ainda focada em seus olhos eu sorri, inicialmente porque os olhos dele eram iguais aos do papai, com algumas pequenas características que lembravam as bochechas da mamãe, Anzem era uma das pessoas que eu mais amava e sentia inveja ao mesmo tempo.

--Você… está falando igualzinho ele, seus olhos, suas sobrancelhas semi fechadas em um arco  e até mesmos os cílios, são iguais aos do papai, mas as bochechas e as da mamãe, fico feliz em ver que o plano deles funcionou…--- procurei sorrir e então acariciar o topo de seu cabelo, estranhamente fazer isso era algo que me acalmava e me remetia. ---Yoshi...Yoshi… foi como me disseram, você só precisava de um empurrão em direção ao precipicio para saber que pode voar…---

Fiquei em silencio, e voltei meus olhos para minha bolsa, primeiro para retocar a maquiagem, segundo para poder pegar um cigarro e fumar, oferecendo logo em seguida ao meu irmão.--Vamos, dar um trago… isso e bom pra relaxar…--- Minha voz mudou de tom à medida que meus lábios se colavam sobre meus batom vermelho. ---Me explique melhor o que você tem em mente, somente assim posso dizer se concordo ou não.---

Palavras:

Roupas:

Jutsus Ativos:
Jutsus Passivos:
Tecnicas oculares:


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--Finalmente um elogio…-- Murmurei pegando o cigarro e aproveitando para dar um novo trago.

As palavras de Anzen Oniisama eram como a de todas as pessoas que ela conheceu antes e depois, cheias de virtudes mascaradas por uma chacina iminente, mudar a família, ter uma família, ser uma família, senti meu estômago revirar uma ou duas vezes com sentimentos conflitantes, havia escutado isso de ifan na noite passada, de seus pais, de seus amigos mais próximos e até mesmo do homem que a molestou quando ainda era menor, todos eles se enchiam de orgulho ao falar sobre mudanças e sobre como a família era importante… Anzen onii sama o homem que talvez eu mais admirava havia passado tempo demais com a cabeça baixa e não percebia que o que ele desejava era impossível.

Os humanos tendiam a sempre voltar ao padrão antigo, a cultura humana era feita e mescladas ao que as pessoas faziam e davam certo e no caso dos Zoldycks aquele padrão de servidão era o mais próximo de algo funcional dentro dos limites e se os três grupos viviam em certa harmonia, quem era ele para decidir mudar tudo? No fundo ele era tão radical quanto aqueles que se assentavam no "Trono da família" ele era um Zoldyck que havia vivido tanto tempo dentro daquela casa de cabeça baixa, olhando o mundo ao seu redor através do assoalho que só decidiu mudar quando ele ficou na posição indesejada e incômoda dos outros, mas quem poderia dizer que ele estava errado? O egoísmo era sem sombra de dúvidas o melhor dos sentimentos.

Ele continuou sua bravata revelando parte dos seus desejos, mas nada de um plano concreto, o que ele esperava afinal? Que todos pegassem as mãos e cantassem “Um mundo feliz” e por fim a família estaria reunida? Sangue era o que unia os clãs, e era o sangue o preço da moeda que ele iria pagar para fazer as mudanças desejadas, talvez no fundo ele fosse tão louco quanto eu.

-Uma vez meu mestre decidiu que eu e minha irmã deveríamos buscar recém nascidos para os seus experimentos, assim que voltamos eu perguntei a ele o que o motivava a continuar a fazer aquilo, porque abrir recém nascidos, ou injetar doses letais de substâncias estranhas nas pessoas? Apenas para verem ela morrendo das piores formas possíveis…--- Eu segurei o cigarro em minhas mãos e baforei mais um pouco, estava nervosa.--- Ele disse que a esposa dele estava com câncer e que morreria… ele estava fazendo aquilo pela família… por amor… Anzen… Silvia não parece que vai morrer tão cedo, muito menos Yoruichi esse seu projeto de família feliz… e distópico… Mas eu irei ajudar…---

Assim que ele se distanciou e desapareceu de minhas vistas  a empregada retornou, ela parecia preocupada e não era de menos, eu estava com aquele sorriso distópico de sempre.

--Vamos para a casa… preciso conversar com a mamãe sobre algumas coisas…---

Palavras:

Roupas:

Jutsus Ativos:
Jutsus Passivos:
Tecnicas oculares:


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