Algo incomodava bastante a kunoichi desde seu retorno ao País da Terra, pois não se lembrava de nada desde o seu último encontro com Felícia à véspera da viagem ao País das Ondas. Aquilo lhe era intrigante, mas precisava ser superado. Para tanto, mergulhar no trabalho era, sem dúvidas, o melhor a fazer. Logo cedo, recebera um pergaminho descritivo de sua próxima missão de rank C.

Um homem, comum, tocava seu violino tão mal que parecia mais um choro de um bebê do que música clássica. Ao ler a descrição, Pandora optaria, obviamente, pelo jeito mais direto e simples de resolver o problema bobo. Não tardaria nenhum pouco para ela se dirigir até a casa do violinista.

“Bem, acho que devo fazer isso em silêncio, não é mesmo? É mesmo…” Pensaria, observando em volta a casa do homem, atenta a alguns detalhes necessários: quantas janelas e portas tinham na casa? Quais os horários que o homem deixava sua casa? Anotava mentalmente os horários e os períodos de tempo necessários. Era uma das obrigações do trabalho, observar o local onde o homem tocava o instrumento musical e pode sentir, nos ouvidos, a gastura causada pelo ruído. “Maláka… Que cara mais idiota… Como pode achar que esse barulho pode ser considerado minimamente uma música?” Cerrava os punhos, já decidida a fazer algo em relação àquilo.

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A noite já começava a cair e Pandora já tinha em mente seu plano para agir quando a madrugada chegasse e tudo estivesse silencioso e negro como seus cabelos. “Hmmm… Tenho que pensar em alguma contingência, caso algo dê errado para mim… Precisarei agir rápido caso algo dê errado. Do contrário, meu amigo, acabará dando tudo errado mesmo… Isso é uma droga…”

Os pensamentos, pessimistas, eram claros da kunoichi e estavam diretamente ligados à sua personalidade. Entretanto, não era momento para aquilo, haja vista que seu trabalho era o mais importante a ser feito. Fechava os olhos e se concentrava em sua habilidade sensorial para verificar a localização de quaisquer ninjas na área. De fato, o pretenso violinista era um sujeito comum e, ao menos aparentemente, não possuía capacidades shinobi. Ao final da análise, a garota se colocou em posição de lótus para treinar seu controle de chakra.

Com o avançar do horário e depois de algum tempo desenvolvendo ainda mais sua capacidade de controle de chakra, a jovem kunoichi de cabelos negros se levantou e, utilizou um jutsu de transformação, para se tornar uma gata negra e invadir a casa do sujeito de modo mais sorrateiro e silencioso possível. Não seria muito difícil, pois, com o calor intenso do verão do País da Terra, uma das janelas estavam abertas. No interior da casa, restava procurar o objeto alvo.

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A casa era bem simples e agora o pedido dos vizinhos fazia bastante sentido para a kunoichi. Lembrou de seu parceiro que, certamente, iria por outro caminho, talvez fosse mais sensível da parte dela convencer o homem a buscar aulas de violino. No entanto, o pedido dos clientes foi de roubar o violino e ela cumpriria o pedido feito a qualquer custo. “É… Talvez se fosse o Kaginimaru, realmente, as coisas fossem diferentes… Sendo eu, só lamento para ele…” Pensava, caminhando de maneira silenciosa pela casa. Demorava bastante tempo para localizar a caixa do violino, seu alvo. Com um sorriso no rosto, se transformou novamente em sua forma humana e se aproximou do recipiente, abrindo-o. “Hmmm… Já era sua vida de musicais, meu chapa…”

Ao se virar, veria o homem olhando-a e suplicando para que não levasse o instrumento. Pandora sequer se daria ao trabalho de responder o pedido tão humilde. Apenas balançava a cabeça negativamente enquanto se aproximava dele. — Você não entende… Ninguém quer você tocando essa coisa… Então saia do meu caminho... — Como o homem não saiu, ela aplicou um golpe e sua garganta em velocidade impossível de ser acompanhada por um civil, antes de deixar a residência. O homem, sem ar, não seria mais capaz de impedi-la. Finalmente, depois de encerrar o objetivo daquela simples missão, seguiria até o quartel general, de posse do violino, para fazer seu relatório final.

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Pandora tinha acabado de relatar sua missão anterior quando o pessoal do quartel general lhe deu uma nova missão, de ranqueamento idêntico. A Jönin responsável pelo local informou a ela sobre queixas de mulheres que estavam sendo assediadas por um tarado que as espiava nos banheiros públicos, especialmente em casas de banho. Uma conduta reprovável para qualquer um praticar, realmente irritava a kunoichi, que arqueava a sobrancelha esquerda a pensar. “Eles são doidos, não é? Passar uma missão dessas justamente para mim? Querem que o cara seja morto…” O pensamento da garota foi bruscamente interrompido pela responsável que lhe avisou que não poderia matar o tarado e que apenas uma missão bastaria.

Apenas assentiu com a cabeça, caminhando na direção da saída a passos firmes e, visivelmente, irritada. “Isso é imperdoável e esse cara vai pagar muito caro por fazer algo tão baixo e escroto assim…” Esperava amanhecer o dia totalmente para buscar o cumprimento da próxima missão. A casa de banhos mais movimentada de Iwa ficava a norte do quartel general e era o local para onde Pandora se dirigia para buscar informações sobre o homem espião. “Para uma conduta como essa, ele deve ficar escondido em algum lugar para não ser descoberto… Afinal, nenhuma moça tinha dado descrição do sujeito. “Obviamente, terei que entrar disfarçada para não chamar atenção não é mesmo?” Pensou, escondendo sua bandana para não se destacar entre outras mulheres que estivessem no lugar.

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Já no local com algumas outras mulheres, Pandora ficou lavando o rosto quente pelo Sol forte que brilhava intenso no verão daquele país e pelo fato de estar extremamente irritada, enquanto se focava em suas habilidades especiais de sensoriamento da área. Algumas mulheres ainda comentavam a respeito do tarado que rondava os arredores daquela casa de banho exclusiva. — Eu concordo com você… É mesmo um absurdo... — Comentou com uma delas a respeito do disparate do que estava acontecendo por ali.

Alguns minutos depois, ela pode perceber uma movimentação estranha atrás da alvenaria do cômodo. Realmente era alguém se movimentando sorrateiramente bem próximo do banheiro. “Hmmm… Você demorou não é Senhor Tarado… Está pronto para sua lição de vida inesquecível?” Curvou-se na direção da pia, mais uma vez, e lavou o rosto com um sorriso autêntico no rosto.

Saindo lentamente do banheiro, observou a sua volta e saltou na direção do teto do cômodo ligeiramente afastado dos demais. Caminhando, sem fazer qualquer barulho, já na beira, pode ver o homem espiando o interior por um pequeno buraco feito na parede e que era tampado por um pedaço de madeira de cor similar à parede. “Entendi… por isso é difícil pegá-lo… Esse banheiro é bem afastado do restante da casa de banho e isso facilita para ele chegar até aqui…” Sorrindo, faria um selo de mão, liberando seu chakra para paralisar o homem completamente, antes de saltar atrás dele, já fazendo algum barulho, certa de que um simples tarado não romperia seu jutsu de paralisia.

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O tarado estava completamente dominado pelo ninjutsu de paralisia lançado por Pandora e aquele seria o fim dos dias de espionagem íntima em banheiros públicos e, disso, ele poderia ter certeza. Capturado, ele não teria mais condições de fugir até que a garota lhe desse a lição merecida. — De onde você tirou essa ideia patética de ficar espiando mulheres em um banheiro público?... Enfim, pouco importa… Eu fui mandada aqui para lhe dar uma lição que você jamais esquecerá… — Disse, pegando sua bandana e a colocando no pescoço, como de costume, para mostrar ao homem o que estava enfrentando.

— Tenho pleno conhecimento a respeito da anatomia humana, mesmo sendo tão jovem assim... — Terminava de falar, já tirando a parte inferior das vestes do homem, balançando a cabeça negativamente, depois de olhar para ele com uma expressão bem fria e um sorriso cínico estampado no rosto, em resposta ao olhar de desespero do sujeito. — Hora de acabarmos com isso, Senhor Tarado... — Respirando fundo, sacaria uma kunai e cortaria fora o saco escrotal do homem, na base e com tudo dentro, de uma vez para que a lâmina fria acabasse com aquela situação de uma vez. — Você deve procurar o hospital de Iwa para impedir o sangramento de avançar… Boa sorte na sua vida, Senhor... — Depois de falar, guardaria sua kunai, pegaria as calças dele e levaria, junto com a parte decepada do corpo, para o quartel general como prova do cumprimento daquela missão.

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