Devagarzinho, flor em flor.

O dia era de sol com o céu limpo, como de costume em Suna. Shüra estava realizando uma de suas caminhadas que passou a fazer de maneira inconsciente. Recentemente está sendo um período produtivo, se continuar nesse ritmo logo a vila estará em minhas mãos. Assim que isso se concretizar, vou varrer os vermes que andam nas areias de Suna. Seus devaneios foram interrompidos ao passar pela frente do gabinete e ser abordado por um velho conhecido. Ora ora ora. Se não é o odiador de crianças. O cenho do garoto mudou drasticamente mesmo antes de olhar na direção da voz, era impossível esquecer o homem que falava. Crocodile... O que você quer? O gigantesco shinobi passou o charuto de um lado para o outro se aproximou do genin. Olha como fala com um superior. Enfim... Tenho aqui uma tarefa para você, ia pedir para alguém lhe entregar, mas por sorte você passou aqui. Retirou do bolso interior de seu casaco um envelope. Tome, é algo simples, não vai ter problema. Entregou para Shüra o papel contendo as considerações sobre a missão e se virou para retornar para o gabinete. Quase me esqueci, mas mantenha suas mãos longe de alguma criança indefesa por aí.  

Devagarzinho, flor em flor.

As instruções eram claras e diretas: ajudar um floricultista a encontrar uma de suas mudas. Como de costume, Shüra não perdeu tempo e se direcionou para o destino de realização. Chegando no ponto de encontro – um pequeno oásis próximo aos arredores da vila – o garoto pode avistar o contratante de seus serviços o aguardando, aparentava estar impaciente enquanto esperava. Olá senhor, eu s- Shüra não teve oportunidade de terminar a fala, fora rapidamente interrompido pelo homem. Não quero saber de apresentações, vamos ao que interessa. Acho que perdi em alguma rua da parte periférica do leste da vila, minha última lembrança com ela é lá. Quando as ver, vai identificar rápido, tem uma coloração azul celeste e brilham como diamantes. Vá, vá!

O sangue fervia em seu corpo, a vontade era de abandonar a tarefa e deixar o homem apenas se virar para encontrar sua preciosa muda, no entanto a responsabilidade falava mais alto, para sua infelicidade ele precisa se controlar. Releve, Shüra, releve... Ele será um dos primeiros a morrer.

Já no local descrito pelo homem como possível local da perda, o genin passou a vasculhar todos os cantos em busca da muda em questão. A procura estava sendo uma completa perda de tempo, as chances de o garoto encontrar o que precisava a deriva na rua era praticamente nula, no entanto tudo isso mudou quando o jovem avistou algumas crianças conversando enquanto observavam a muda cintilante, algo totalmente fora do comum. E não é que isso realmente brilha?! O problema no momento é como Shüra faria para tomar a muda para si. Isto não é de vocês, eu tenho o dever de tomar de volta e devolver para o respectivo dono, então... preciso que me deem. Os garotos apenas olharam para o genin e começaram a gargalhar, não o viam como uma ameaça e isso enfureceu o jovem de cabelos prateados. Ele sacou uma de suas kunais e a empunhou. Não vou pedir novamente, é vocês que decidem... ou me dão a muda ou eu a tiro de vocês a força. Era possível ver a ira nos olhos de Shüra enquanto ele pronunciava tais atrocidades para um grupo de três crianças que possivelmente não tinha idade para estar na academia ninja. Elas estremeceram diante do olhar do garoto, entregaram a muda e correram para longe enquanto gritavam. Como tirar doce de criança. O jovem soltou um sorriso sarcástico e correu de volta para o homem que aguardava próximo a um pequeno oásis.

Finalmente! O homem já entrou em êxtase ao ver Shüra a uma grande distância vindo em sua direção. E então? Onde está? O jovem retirou a muda de seu bolso e jogou para o cultivador de flores. Estão amassadas! Enfim, não da pra esperar muito de uma criança. Tome o seu papel assinado, e suma da minha frente. O garoto agradeceu e partiu para fazer a devolutiva de missão.

Missão realizada: