Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.
Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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[Timeskip] Até logo, nariz-de-palhaço - Postado Sáb maio 22, 2021 2:51 pm
HP:240/240, CH:240/240, Sta:0/5, Sanidade: 180/180
Do alto daquela colina, o pôr do sol frio era um dos primeiros indícios aos que se propuseram a reparar na mudança da estação que se aproximava. Com o clima mais ameno, ficava cada vez mais fácil aproveitar todos os longos dias de treinamentos intensivos cujo qual eu havia me proposto durante esses meses que se passaram. Ao olhar para minhas roupas sujas e pele oleosa de suor, era fácil perceber que eu estava no fim de mais um desses cansativos dias. Nesse tempo, com a ajuda de um mestre muito inusitado, aprendi a ser melhor como ninja e também como pessoa, creio eu. Não que ele mesmo fosse, mas seus ensinamentos eram tão válidos quanto ele era louco. Por falar nisso, eis que o homem também estava ao meu lado fingindo ser contemplativo, respirando a brisa leve daquele fim de tarde nos arredores de Konoha.
— Que vista, hein? Acho que tá até pintando um clima… — Suas mãos tocaram a minha. Eu retirei logo em seguida e tentei acertá-lo com minha espada, mas seu corpo já não estava mais em minha frente e sim sobre o galho de uma árvore enquanto dava risadas maliciosas. Aquela era sua técnica, a qual ele chamava de Hiraishin — Eu te devolvo o seu nariz de palhaço, o que acha?
— Não, eu levo muito a sério minhas promessas — Disse num tom jocoso, eu já estava acostumado à forma aleatória como Zero se portava. Aquela era uma espécie de código entre aluno e sensei, visto que no dia em que o mercenário armado de katanas veio até mim para propor ensinamentos, a forma que ele achou para provar que eu era realmente um fraco inútil foi roubando o meu nariz de palhaço do meu rosto — Eu vou pegá-lo de você.
Assenti com a cabeça reforçando a promessa feita. Desde aquele dia, treinamos incessantemente o meu controle de chakra, que era uma das minhas maiores preocupações e também de Zero. Como ele mesmo dizia, meu estilo de luta gasta muito chakra e isso não pode ser uma fraqueza de alguém que quer ser forte. “Heróis não lutam por si só, lutam também pelos outros. Isso consome muita energia”, ele dizia, “Aprenda a controlar a saída. Dome o Chakra, dome o seu espírito. Controle seus sentimentos e necessidade de chakra. Fortaleça sua técnica. Imagine uma torneira que sai muita água e controle isso em sua mente, por mais sensual e pornográfico que seja”, dizia Zero, mas eu não estava pensando em nada pornográfico. Com o tempo, havia conseguido me tornar um Mestre no controle, assim como era um mestre em Ninjutsu.
— E depois que conseguir recuperar o seu nariz, você estará pronto para cumprir com o nosso combinado — Zero levantou um pouco a máscara e expôs o queixo deformado, assim como todo o resto de seu rosto, eu imaginava. Acendeu o cigarro e respirou fundo — O Paciente Zero e o Paciente Treze, juntos numa jornada de vingança contra a terrível Igreja do Fogo! Parece um bom filme, o que me diz? Você não é muito carismático, mas eu roubaria a cena de todo jeito.
E aquele era o nosso combinado. Na nossa infância, Zero foi o meu irmão mais velho. O garoto mais forte dentre todos Treze que viveram no laboratório, aquele que mais suportou as constantes aplicações de drogas, químicos e toxinas no corpo. Graças a ele, as doses que eram aplicadas em nós se tornaram menores e apenas nos restava o papel de servir como cobaia inicial antes que os poderosos soros fossem aplicados no Paciente Zero, o prodígio entre nós. Infelizmente, isso o mudou tanto fisicamente quanto psicologicamente. Além de completamente descompensado, todo seu corpo era coberto por uma pele enrugada e com aspecto doente. “Sim, parece que um saco transou com um maracujá murcho e eu sou o filho deles”, ele gostava de dizer sempre que levantava a máscara para fumar. “Ah, eu também vou morrer muito em breve. Graças aos remédios, sabe como é”.
Por mais estranho que seja, a sinergia entre nós dois era leve e resoluta. Havíamos crescido no mesmo lugar, isso fazia com que a presença de Zero me trouxesse um estranho senso de lar e era o mais próximo que eu já tive de família na vida. Ele estava me observando, me seguindo, acompanhado de perto durante alguns momentos enquanto eu crescia. Tinha a intenção de saber se eu resistiria ao processo de ser mais forte, se eu seria capaz de me tornar alguém realmente digno de aprender com ele suas técnicas e seu legado antes que a morte o levasse. “Mas depois que o Hokage morreu em seus braços, amigo, tive certeza que você tinha visto o suficiente na vida para poder mudar”, foi o que ele disse enquanto guardava o meu nariz de palhaço no bolso de seu traje vermelho.
— O caminho que você escolheu percorrer vai te cobrar muitas mudanças.
— Somente os extremamente sábios e os extremamente estúpidos é que não mudam — Respondi.
— Nossa, você usa até frases de efeito agora? Uau — Ele aplaudia, orgulhoso demais para alguém que não estivesse sendo irônico — Acho que você realmente está pronto.
— Apesar da brincadeira, eu também acho. Já se passaram seis meses desde que voltei do País das Ondas e começamos a treinar — Falei, me levantando e deixando que o vento movesse meus cabelos agora bem mais longos — Me sinto completamente em forma com os insetos. Corrigi as falhas de consumo de chakra. Treinamos com a espada todos os dias, assim como meditamos e cuidamos da minha forma de reagir ao mundo. Eu dei duro, Zero. Levantei antes do sol amanhecer e dormi quando a lua ia alta. O que mais preciso provar?
— Sim, talvez essa seja mesmo a hora — Mais uma vez, o mercenário contemplava o céu que tornou-se escuro após a conversa entre nós dois — O mundo está mudando junto com você, Treze.
Ele não estava errado. O mundo estava em guerra e o estado caótico do relacionamento entre as vilas se tornava cada vez mais intenso. Isso pôde ser visto e presenciado pelos meus próprios olhos nas duas missões de rank A que eu fiz nesse período entre os treinamentos. Afinal, meu compromisso com a vila ainda continuava, e embora de alguma forma as pessoas soubessem meu nome pelas ruas, eu não me alegrava em por vezes ser chamado de “o garoto que chegou com o corpo do Hokage”. Era uma lembrança dolorosa, mas a forma como eu havia crescido naquele torneio fez com que tudo valesse a pena. Já não era mais criança, como também começava a me acostumar com o rosto sem o nariz de palhaço. Ele era a representação de sonhos importantes, mas andar por aí trajando-o como se fosse um amuleto da sorte não passava de uma superstição infantil. Era hora de seguir em frente.
Como Tokubetsu Jonin, a forma respeitosa com o qual as outras classes prestavam tratamento era nitidamente diferente. Talvez pela falta do adereço de palhaço, maquiagem, touca e roupas espalhafatosas, ou simplesmente por portar a patente onde de mim eram exigidas muitas responsabilidades. Com o tempo, aprendi a lidar com elas, mas seria um longo processo até que eu realmente me tornasse alguém capaz de superar Uzumaki Shanks e continuar a transmitir a herança do Fogo que queimava dentro do Kage. Parte disso pôde ser visto em minhas primeiras missões como representante da classe, onde eu precisei liderar um esquadrão de Chuunins que se infiltrou numa vila e retirou o poder das mãos de um chefe do crime, capturando-o e trazendo paz ao vilarejo numa empreitada que durou semanas.
Se quer saber um pouco mais dessa missão, vem comigo que eu te conto: Éramos eu e mais três Chuunins, um grupo de usuários de ninjutsu e taijutsu. Nossa infiltração foi difícil graças ao alto carisma do chefe do crime daquela região, afinal ele comprava os moradores com seus presentes e fazia parecer que ele era um avanço pra cidade ao invés de um homem que os extorquia e apenas o roubava como qualquer outro bandido, mas de forma organizada e sobre uma alegoria de bom moço. Ainda assim, conseguimos nos passar por moradores, adentrar o seu covil e capturá-lo, não sem antes uma boa pancadaria, você sabe como é. Para retirá-lo da cidade, foi necessário uma grande operação para que aquele chefe do crime não fosse identificado pela população enquanto era levado, mas no fim as coisas deram certo.
Nessa mesma missão, descobri que os laços que foram amarrados com companheiros cujo o torneio havia se aproximado talvez estivessem prestes a serem cortados graças à tensão entre as vilas. Ou, se feito, deveria ser de forma clandestina. Por vezes, enquanto observava pores do sol como aquele, pensava em Ohkami e Jaina que voltaram para suas Pedras, assim como Warui trilhou caminho para névoa com o corpo da Mizukage em mãos. Yusei, que me acompanhou durante a segunda prova, foi morto naquela batalha e não houveram esforços suficientes para impedir que o pior acontecesse. No entanto, Fuyuki havia se mostrado grande e as Nuvens contariam com ele com toda certeza. Gen e Squall, meus mais próximos companheiros, não foram vistos por mim durante esse tempo e já era hora de mudar isso. Como estavam todos? Que se tornem fortes e brilhantes, para que possamos evitar que outra cena como aquela aconteça sob os nossos olhos impotentes.
Quem sabe a vida se torne ainda mais difícil daqui pra frente, mas lições valiosas são aprendidas em situações extremas, e foram as próprias situações extremas que me mostraram isso. Veja só, eu sempre fui apenas o Paciente Treze. Nunca tive um nome real, considerado uma aberração à mãe que repudiava o uso de chakra e entregue à Igreja do Fogo pra ser usado como cobaia de produtos químicos e drogas entorpecentes. Fui salvo dali por um ninja que se disfarçou de palhaço, e desde então treinei para ser quem sou hoje. Não é que eu me sinta melhor, mas ao menos não deixei de me sentir vivo. Eu já olhei para o abismo e o abismo olhou de volta, mas quem sabe eu encontre o equilíbrio no caminho da paz e calmaria desse um novo eu.
Repentinamente, sobre a colina iluminada pela pequena lua que subia no céu, me vi sozinho. Com a morte de Shanks, Zero havia perdido seu passe livre pela vila, então nossos treinamentos eram feitos nos arredores, mas o inquieto sensei nunca ficava muito tempo no mesmo lugar e por vezes desaparecia logo quando o treinamento chegava ao fim, como agora. Eu não ligava para a falta de despedidas. Afinal, era bom poder voltar pra casa, descansar os pés e ouvir os insetos sentado na cadeira de balanço ,no alpendre de frente ao bosque.
Como o bom e velho Treze de sempre.
Considerações
— Timeskip. 1815 palavras. Escolhendo a opção de 2 missões rank A;
Técnicas
Bolsa da Armas
Kunai: 3 Unidades, Shuriken: 3 Unidades, Katana: 1 Unidade
Warui
Re: [Timeskip] Até logo, nariz-de-palhaço - Postado Sáb maio 22, 2021 3:54 pm
@aprovo demais!