I'm the bad guy

duh

A notícia voava como o vento do inverno, soprando pelos becos do vilarejo, pelas janelas das casas, chegando nos ouvidos das famílias, assustando alguns e enfurecendo outros. Por mais que gostasse dos ricos sentindo na pele o que a plebe passava diariamente, roubar e causar o caos na vila era algo que não poderia perdoar, o perdão do ruivo era algo que poucos teriam a sorte de conquistar. O ladrão desconhecido queria um teatro, queria visibilidade, queria ser visto e reconhecido como um ser de grandes habilidades, onde exibir a data, local e o horário da sua próxima ação não fosse interferir em nada. Ele realmente acreditava que seu sucesso estava garantido. Uma reunião de emergência foi realizada com alguns Genins, a intenção era selecionar o mais preparado para resolver a situação e capturar o inimigo vivo. Benimaru participou da reunião e, mais do que qualquer outro presente naquela sala, era nítida a fúria em seus olhos alaranjados. Seu olhar estava vidrado na imagem do possível suspeito, seus punhos estavam cerrados e havia devorado algumas balas açucaradas para tentar conter o instinto de puni-lo. — Eu vou. Vivo, não é? Vou tentar manter essa condição. — Anunciou apontando para si mesmo com o polegar. O líder daquela reunião reconhecia a vontade do ruivo e o nomeava como responsável para capturar o ladrão.

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Ainda que faltasse um bom tempo para o acontecimento anunciado pelo vilão, Benimaru circulava a área fingindo certa naturalidade, como muitos outros cidadãos de Konohagakure faziam após a notícia correr pelo vilarejo. O local estranhamente era diferente de todos os alvos do gatuno anônimo. O alvo daquele golpe era a joalheria salva pelo genin a pouco tempo, onde uma de suas preciosas joias havia sido mantida nas mãos de uma ricaça da aldeia. Mais um gatilho para os impulsos agressivos do garoto contra o larapio que ousava aborrecer e trazer suas ações caóticas para o solo da Folha, entendia aquela atitude como um desafio pessoal, por mais que pudesse ser, e provavelmente era, uma mera ironia do destino o ‘’campo de batalha’’ escolhido. O furto estava predestinado para a noite, quando as lojas se preparavam para fechar e o movimento nas ruas era baixo, porém, seu aviso para o ato fez com que o movimento aumentasse. A massa de pessoas que rondava o local era enorme, tudo corroborava para uma fuga ou ação repentina do inimigo. Benimaru precisava se preparar corretamente para exercer sua força contra as mãos do gatuno, puni-lo e captura-lo com uma quantia diminuta de ferimentos letais. A noite caia, faltavam apenas alguns minutos para o ato.

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As luzes que davam a iluminação local foram apagadas, gritos eram ouvidos por todos os cantos, em poucos segundos as luzes voltavam a aquela massa aglomerada havia perdido todas as joias que portavam no momento. — Rápido demais... apagar as luzes e roubar toda essa gente em tão pouco tempo... ele não trabalha sozinho, maldito. Benimaru, em um salto rápido, visou atingir o telhado da joalheria e observar os arredores com preocupação, enquanto mascava uma bala de caramelo para ajudar em sua concentração. A população se retirava às pressas do local, entendendo a péssima ideia de aglomerar e atrapalhar a ação das autoridades, que cercavam e começavam a se espalhar pela área. Até mesmo o barulho da multidão atrapalhava na investigação. O que parecia ser apenas mais uma demonstração da força daquele gatuno, na verdade colocava nos olhos populares o quão frágil era a segurança, o quão fácil alguém poderia agir contra a Aldeia da Folha. Aquilo enfurecia o Genin, que serrando os punhos adentrava a joalheria. — Merda, bem na nossa frente... — Precisou se esforçar para não chutar alguma bancada. — Benimaru! Veja! O Fragmento Azul... ele sumiu. Tudo está no seu lugar, mas o Fragmento Azul sumiu. Tantas joias, até mesmo a população lá fora... — O dono da loja, reconhecendo Benimaru por ter salvo sua mais preciosa pedra, alertava o ruivo do desaparecimento da mesma. — Uma distração... aquela mulher! — O ruivo tinha um estalo em sua mente, saia às pressas da joalheria.

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O Fragmento Azul, uma preciosa pedra de valor inestimável. A joia símbolo da loja, retirada de seu local a força. As peças começavam a se conectar, as engrenagens giravam a favor do ninja, que em sua fúria relembrava o momento daquela antiga missão. A pouco o Genin teria resgatado o Fragmento Azul das mãos de uma velha rica, está que não conseguiu aceitar bem a perda da joia. Tudo começava a se conectar, chamar a atenção de todos, trazer o caos para a aldeia, expor a hora e o local do próximo ataque para chamar a atenção de todos para o mesmo ponto e nesse local realizar um roubo em massa, mas com a intenção de distrair para o verdadeiro objetivo. Saltava entre os telhados, abusando da noite para tentar ocultar seus movimentos para se aproximar da mansão azulada onde a velha rica morava. Toda a atenção do vilarejo estava voltada para a joalheira e sua vizinhança, ninguém pensaria que um nobre estaria articulando todo o movimento para reconquistar sua pedra preciosa, como um vício que precisava ser saciado a qualquer custo. Benimaru saltou e pousou com certa graça no chão, observando a porta de entrada da mansão com seus olhos fixos, um olhar letal, o punho canhoto fechado e a destra carregava a lamina que ceifaria aquela situação.

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A casa era seu alvo e por fim seriam aqueles que estivessem ali dentro. Benimaru entrava pela porta principal sem temer o que estava aguardando do outro lado e por isso também acabava surpreendendo dois homens que sentavam próximos do sofá, distribuindo joias na mesa de centro enquanto a madame que morava na casa estava um pouco distante perto da janela, admirando uma incrível pedra azul entre seus dedos da canhota. Benimaru sabia que não restava dúvidas. Aquela mulher havia programado todos os roubos, contratado ladroes profissionais que fariam todas as distrações e no fim resgataria seu Fragmento Azul como recompensa, deixando o restante das joias e um acréscimo em dinheiro para os gatunos. A presença do ruivo foi notada rapidamente por conta de sua brutalidade ao adentrar no local, portando uma kunai que foi lançada na direção da mesa, interrompendo os ladrões que pareciam contar e verificar a pureza das joias que tinham sido roubadas durante toda a semana. — Seus malditos! Não fazem ideia do que causaram nessa aldeia durante esses roubos. E você, sua velha, sua ganancia chegou no limite. — Apontou uma nova kunai para todos ali dentro, observando a expressão de terror que a mulher tinha em seus olhos ao reconhecer o Genin que outrora havia a enganado.

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O Genin rapidamente levou uma de suas balas de caramelo até seus lábios, mordendo-a por inteira até derreter e saciar suas necessidades de açúcar. — P-peguem ele rapazes, ele veio tirar o Fragmento de mim! Peguem esse moleque! — A rica apontava com desespero para o garoto e saia para os fundos da sua casa tentando se esconder. Imediatos a ordem de sua chefe, os dois ladrões avançavam contra o Genin. A agilidade de seus movimentos demonstrava como os roubos eram feitos de maneira tão fácil, mas ao mesmo tempo seus movimentos para o combate eram um pouco previsíveis, bastando alguns ensinamentos da academia para resolver a situação. Mas o Genin não era tal hábil na luta corporal, precisou se afastar até se aproximar da porta, impedindo aqueles socos de atingirem seu rosto e causar um possível nocaute somente com o impacto dos punhos inimigos. Precisava agir em um movimento surpresa, esperando mais uma vez que os dois atacassem. Investiam ao mesmo tempo, acreditando que a força somada dos ataques fosse capaz de deter o ruivo. Com um movimento rápido, ele saltava para evitar os ataques deixando uma imagem copiada de si mesmo no ponto antes do movimento, fazendo os dois gatunos atravessarem a imagem copiada. Sem reação, não sabiam para onde o ruivo havia ido. Os pés de Benimaru canalizavam uma fina camada de chakra e se prendia no teto sem que notassem. Um movimento simples de deixar o corpo cair por cima dos inimigos, com os pés em suas nucas causando um nocaute. Em poucos segundos de confusão, as autoridades foram chamadas por conta dos gritos e logo tomavam conta da situação. — Muito bem, Benimaru. Obrigado por deixá-los vivos... eu acho. Tomaremos conta agora. — O jonin aparecia e entrava na casa. — A verdadeira responsável se escondeu nos fundos, ela quem planejou tudo isso. Espero que apodreça na prisão. — Saia ainda enfurecido, mesmo que a missão estivesse completa.

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