破滅

Hametsu

Ventos que invadiam as frestas do casebre de madeira, situado nas áreas abandonadas de Konohagakure no Sato, lar dos desamparados pela casta shinobi. O inverno não dava brechas para o conforto, nossas vidas existiam mantidas como reféns pelas condições instáveis. Quer dizer, a vida dos pobres inocentes, a minha escolha era estar entre eles e cavar meus acessos por suas mentes, penetrar em suas ideias e conquistar a força que desmoronaria a Folha. Ninjas feitos de escada por mim, meros degraus manipulados para meu poder e prazer. A vingança estava tão perto que seu aroma já possuía minhas narinas, me fazia suspirar em alivio, me fazia ouvir o grito de desespero, relembrando o delicioso caos das mentes em colapso barbárie. Daqueles que detestavam missões, estar entre elas era o tédio necessário para a confiança ninja ser conquistada e massacrada por dentro. — Parece brincadeira de criança... não julgo, deve ser realmente divertido. — Sorri lendo o conteúdo naquele pergaminho amarelado, provavelmente havia passado por muitas mãos até chegar em mim. Geb estava distante a um bom tempo, precisava refrescar minha mente e apreciar um pouco da floresta. Deixei o casebre com um trago de fumo entre os meus lábios, partindo pelos portões até a rota onde os novos pássaros mensageiros seriam enviados como isca.

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破滅

Hametsu

A travessia pelos corredores do vilarejo era um deleite para observar minhas vítimas, viviam como formigas em um padrão de servos, construtores, presos no sistema que os agarra pelas canelas com bolas de ferro. Prisioneiros de suas próprias vidas, do ego inflado da trupe salvadora, portadora de bandanas ridículas em suas vestes. Carregava aquela vergonha, presa na cintura, mantida escondida pelos tecidos do quimono. Com o pergaminho em mãos, traguei o fumo permitindo que o guarda dos portões verificasse minha passagem pelo mesmo. - É bem provável que eu não volte... — Pisquei o olho direito enquanto deixei a fumaça do cigarro percorrer o rosto do mais velho, que assoprou preenchido pela expressão de raiva. Rumando pelas estradas de terra, meus ares eram cobertos pelo movimento dos pássaros mensageiros, guiando meu destino ao encontro do rebelde assassino de aves. O fumo em minha boca já havia sido substituído algumas vezes, deixando um rastro de cinzas e bitucas, até ser necessário deixar a rota das estradas e ultrapassar as cercas dos arbustos, entrando na mata onde as aves voavam com suas mensagens. O cigarro se apagou e me atentei a seguir o voo dos animais, observando caso o procurado pelas mortes desse as caras pelos arbustos ou galhos maiores nas árvores.

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Hametsu

De pontos em pontos, a missão estava parecendo uma perda de tempo sem precedentes. As aves voavam sem risco de serem mortas em sua trajetória, e minha presença naquele local era tediosa. -  Malditos, estou perdendo meu precioso tempo... hunf, merecem morrer como os vermes que são... Desabafei em um sussurro para meus próprios ouvidos. Entre meus momentos de angústia, o primeiro sinal do assassino surgia com o grunhido sufocado da ave. Graças a sua morte e agonia, pude me guiar pela dor de seu sofrimento até o ponto onde seu corpo restava morto. A marca de sangue em sua cabeça não parecia um corte comum de lâminas, mas um impacto preciso. Subsequente, a segunda ave caiu com os mesmos sons, me levando ao novo defunto, mas dessa vez ainda mais próximo do alvo final. – Hahaha, acertei, lá vai mais uma e... aaaah, essa foi quase. – A diversão no tom de voz infantil vinha a poucos metros acima da minha cabeça. Pude sentir um sorriso se formando em meus lábios, bastando alguns saltos para chegar no mesmo galho do garoto. A criança se divertia com os pássaros e pouco se importava se eram mensageiros ou não. – Ta divertido ai, garoto? – Aproximei para um sussurro, chamando a atenção do pequeno. Assustado, seu equilíbrio se foi, caindo da galho com a bunda no chão. O armamento lançador de pedras caia também, fazendo o jovem se arrastar para buscá-lo, de tal forma que fazia aquilo parecer importante. No instante em que suas pequenas mãos tocavam o instrumento de madeira e couro, a sola da minha sandália pressionou seus pequenos dedos contra a terra, ouvindo estalos que deixavam a duvida do que havia se quebrado: os dedos ou o estilingue? – Você é bem burro, garoto. Podia matar todos os pássaros, mas logo os mensageiros? Olha o que me fez fazer. Por sorte estou bem humorado... vou precisar só te ensinar modos... – Deixei meu peso terminar o trabalho, desta vez garantindo que os dedos fossem quebrados. Choroso, a criança sumiu da minha vista quando a deixei ir. Ao menos o objetivo estava completo. Retornei, acendendo um cigarro para o caminho.

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