Os dias quentes e noites gélidas tornavam o país do vento um dos piores locais para se viver para quem não fosse do vilarejo principal como eu. De fato, eu sentia falta de todo o luxo que me era proporcionado; cama, lençóis limpos, banhos longos e demorados com água morna… tudo aquilo fora substituído por casebres que mal se acabavam em pé, mas por algum milagre, resistiam ao deserto e me serviam de morada. Eu já estava cansado daquela vida pacata, mas ainda precisava reunir mais dinheiro para ir embora, e por isso, sempre pegava um contrato com o chefe da região que eu me localizava.

—— Lutas clandestinas? Não tem outra coisa?—— Suspirei, não estava com saco para brigas àquela hora da noite, não se eu pudesse evitar.... – Não. – respondeu o contratante, seco. Dei de ombros, não havia o que fazer, afinal, era o único contrato disponível até então, portanto, só segui rumo ao desconhecido.

A construção era subterrânea, aparentava ser um palácio que afundou em alguma areia movediça, ou sei lá. Não tinha muito motivo para pensar nisso.

Os arranjos já estavam prontos, e pelo visto, eu já estava sendo cotado para o embate. Os utensílios que eu possua foram desvencilhados de mim e só me restou a roupa; uma blusa branca, uma calça negra e um par de sapatos também negros. O antagonista, porém, era um homem que aparentava ser um pouco mais velho, tendo seus dezoito ou vinte anos. Não liguei muito, afinal, sabia meu objetivo: ganhar a peleja e pegar meu pagamento. Com um apito, iniciou-se então o que seria a luta da noite.

Pus-me em posição de combate, com os punhos erguidos. Felizmente eu sabia um pouco de luta, nada muito avançado, apenas o básico, mas era o suficiente. Meu combatente aparentava ser mais forte, o que me incomodou um pouco. Tenho que tomar cuidado... Enquanto perdido em pensamentos, não o notei avançar, e levei um soco na boca, sendo arremessado para trás. Levantei rapidamente, limpando o filete de sangue que escorria do canto da boca e avancei contra ele: iniciei com um chute na altura da canela, e o homem levantou a mesma, defendendo de meu ataque. Continuei, porém, aumentei a velocidade. Dois socos em seu queixo, e um chute baixo, na altura da cintura. Todos acertaram, levando-o ao chão, mas ele se levantou, e replicou meus movimentos; um dos socos me acertou, e eu cambaleei para trás, esquivando-me com dificuldade do chute no estômago. Avancei mais uma vez, com o máximo que meu corpo permitia; dei golpes em regiões sensíveis do corpo tais como: estômago, entre as pernas, rosto, atingindo-o em cheio em todas essas. Quando parei, o homem caiu de joelhos e a vitória era minha.

Voltei, machucado, para casa, mas com a recompensa em dinheiro nos bolsos.

hp: 105, ck: 120, sanidade: 140, estamina: 0/3

Considerações: