RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Gin
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Rebeldia em vermelho

Chikage pensava que seus deveres como ninja finalmente a afastariam das tramas internas e problemas de conservadorismo de seu clã, mas a verdade era de que o efeito acabou sendo justamente o contrário do que esperava. As portas do salão principal abriram em calmaria, mas o ar ambiente pareceu tornar-se mais pesado assim que a presença de Eisen, o líder da família principal e pai da kunoichi, se deu por dada. — Sentem-se, vamos começar. — O som das cadeiras sendo arrastadas ecoou em uníssono pela sala assim que a ordem foi declarada. A garota, conforme dizia a tradição, sentou-se ao lado esquerdo de seu progenitor, frente à todos aqueles outros taxados como 'inferiores' — mesmo que compartilhassem do mesmo sangue —.

Acredito que todos os presentes saibam o porquê de estarmos aqui hoje, mas não me abstenho de repetir. — Eisen foi o último a se sentar, no extremo norte da mesa. — Não é segredo para ninguém, nem mesmo para aqueles do outro lado de nossos muros, que nossa linhagem é extremamente quista por aqueles que buscam meios de ampliar seu próprio poder. — O líder tomou uma pausa, permitindo que todos tivessem tempo de sentir o gélido ar do inverno percorrer seu corpo. — No entanto, tentativas de furto de nosso sagrado poder têm-se tornado cada vez mais frequentes, e não sabemos o motivo específico de tal calúnia. — Chikage mantinha-se em silêncio, imóvel, ao lado do pai: mas internamente, seus instintos diziam-na para vomitar.

Toda aquela ladainha, todo aquela boa postura e palavras articuladas, tratando os membros do clã como seres superiores, quase divinos, lhe enojava. Sua única dúvida era se aquelas atitude egoístas para com seus próprios companheiros se restringia somente aos Hyūga. — Não podemos permitir que o Byakugan caia na mão do inimigo, e por conta disso, estaremos iniciando hoje uma nova estratégia para lidar com essa questão. — Eisen pôs-se em pé novamente, e com as mãos unidas na parte de trás da cintura, passou a circular ao redor da mesa central. — É inviável que ponhamos os membros da Casa Principal em risco, portanto, qualquer missão que contenha algum tipo de alto risco em potencial à nossa integridade será repassada para alguém da Casa Secundária.

Então vamos usá-los como peões? — Em todas as reuniões que já havia participado, Chikage nunca havia conseguido reunir coragem suficiente para se manifestar. Naquele momento, no entanto, algo pareceu diferente, algo pareceu errado. — Você tem alguma objeção, minha filha? — Questionou Eisen, mantendo sempre sua inabalável postura. — S-sim, eu tenho. A Casa Secundária sequer está presente nessa reunião. Na verdade, ela nunca está presente em nenhuma. C-como podemos nos dar o direito de decidir algo por eles? — A kunoichi pôs-se em pé, tentando manter a mesma posição de autoridade que seu pai.

A verdade, no entanto, era de que suas pernas e mãos tremiam.

Você, mais do que qualquer um nessa sala, devia saber que todos nós nascemos com um propósito sob nossas cabeças: a Casa Principal com o de governar e a Secundária com o de servir. Este é o destino, e é assim que nós o seguimos. — Mais uma vez, a tradição sobrepujava o raciocínio lógico e bom-senso, cumprindo com a tipicidade dos Hyūga. O semblante da kunoichi tendeu-se a baixar, e como sempre o fizera, faria com que apenas ouvisse aqueles absurdos de bico calado. Algo, contudo, lhe fez manter-se erguida. — Enquanto continuarmos nos dividindo entre si, não vamos para frente. Tratar nossos irmãos como servos serve apenas para instigar uma guerra interna, e quando ela acontecer, não vamos ter nenhum aliado para nos ajudar. — Ela virou-se de costas e deixou o local sem deixar tempo para qualquer resposta ou olhar de desaprovação: estava cada vez mais cheia de tudo aquilo.

Seus dedos abriram o frasco e a tintura vermelha repousou sob suas madeixas negras. Chikage não sabia ao certo o porque de pintar seus cabelos, mas simplesmente o fez. Talvez subconscientemente quisesse de alguma forma se afastar de suas origens, da vergonha que sentia das atitudes que presenciava todos os dias. Ou talvez, não tivesse significado algum. A capa branca cobriu-lhe o corpo e seus pés lhe levaram porta afora, na direção do mercado comunitário.

Uma maçã parecia cair bem depois de todo aquele fuzuê.


Chikage; 220/220 220/220 180/180 00/04

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Passado

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A escura noite era marcada pelas poucas luzes dos comércios ainda abertos. O tempo passou e mudou muita coisas minhas noites de insônia já não eram naquele túmulo improvisado que a pedra memorial da Folha havia se tornado, agora eram lembrando das broncas que Arushi me dava. Os suspiros eram constantes e inevitáveis, mas traziam uma certa graça à situação. Olhei outra vez para cima, na direção das faces de pedra, com o estômao embrulhado. As muitas dúvidas vindas de lá me deixavam cada dia mais duvidoso sobre o que realmente significava ser um shinobi, no fim das contas.

As ruas vazias me levram até o mercado mais próximo, totalmente distraído. Os corredores com poucas pessoas eram o charme do pequeno mercadinho, o único que ainda estava aberto àquela hora da noite. Parei em frente ao balcão de café, estendendo a mão para pegar o copo do líquido recém pronto, quando vi outra figura nos corredores além de mim. A única outra pessoa ali dentro. Os olhos albinos eram inconfundíveis, mas havia algo diferente no olhar dessa vez. Engoli um gole da bebida quente, deixando a cafeína correr pelo corpo causando seu efeito natural enquant observava de longe. E com isso, as palavras de Amyio-sensei rodaram em minha cabeça como uma música sincronizada e bem ritmada.

"Já passou da hora de você encontrar um time pra treinar. Assim como eu ensinei você e os outros, não acha que é hora de você trabalhar para preparar a próxima geração de shinbis moleque?"

Suspirei, deixando o vapor sair por minha boca, fechando os olhos por um breve instante. Parece que as pessoas realmente gostam de me dar sermões, mais do que nos outros. Dei alguns passos em frente, em sua direção, mas olhando para os lados, sem querer chamar atenção. Parei não muito distante dela, irritado por ter que fazer aquele tipo de coisa, e fiquei em silêncio por alguns segundos ate que finalmente botei para fora.

- Boa noite.

Incrível. Dezessete anos na cara, e ainda enfrentava uma guerra interior para falar duas palavras. Que grande mestre iria me tornar, sensei. Lutar contra a natureza do silêncio era pior que enfrentar um batalhão de inimigos.



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O mercado vazio lhe deu a oportunidade de visitar a sessão proibida de todos os mercados: a área de doces. Manter uma alimentação balanceada e saudável certamente era importante, mas a Casa Principal tinha o costume de levar tudo aos extremos. Guloseimas eram raras na mesa de jantar, e depois de tanto tempo e confusão demais para uma só noite, Chikage decidiu que merecia um doce. Ou quem sabe alguns. Ou mais que alguns.

Talvez a maçã fosse sua comida preferida por um motivo bem claro: era a mais doce das frutas. A pequena cesta que carregava consigo foi aos poucos se enchendo de barras de chocolate, balas, biscoitos e tudo do mais variado daquele mundo incrível de guloseimas inexplorado por ela. Aos poucos, e talvez até de forma subconsciente, a kunoichi percebia que a vida fora dos muros dos Hyuga era definitivamente incerta, mas paradoxalmente também muito mais acolhedora, divertida. Todos aqueles anos cumprindo para com as tradições do clã pareciam se enevoar quando estava do lado de fora, longe daquelas 'responsabilidades'. Uma verdadeira válvula de escape.

A única questão que restava era se estava fazendo o certo. Por muito tempo, seu objetivo era tomar a liderança do próprio clã e finalmente dar início à mudanças drásticas em prol da quebra de tradições já ultrapassadas. No entanto, cada vez mais se tornava claro que ajudar aqueles que não queriam ser ajudados era uma tarefa impossível. Sua responsabilidade devia ser consigo mesma e aqueles que amava, ou também para com aqueles que lutariam contra ela? Salvar a própria família lhe parecia cada vez mais distante.

Com a pequena cesta já cheia, Chikage caminhou em passos lentos na direção da entrada, ambas as mãos ocupadas mexendo na sua pequena bolsa de dinheiro, na esperança que tivesse o suficiente para levar consigo tudo aquilo. — Boa noite. — Respondeu ao homem, sem muita cerimônia. Seus pés continuariam a leva-la para fora do mercado, não fosse o respingo de uma memória longínqua que tocou-lhe a mente. — Eu te conheço de algum lugar, não? — Indagou. Seus olhos azulados, quase albinos, tentavam decifrar onde que ela já havia visto aquela peculiar cicatriz no rosto.


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Legado Uchiha

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O pequeno e vazio mercado rapidamente pareceu ficar pequeno, minúsculo. Quando o simples "boa noite" saiu, já era tarde para se arrepender e ir embora. A conversa estava iniciada. A menina parecia curiosa, e até um pouco sem jeito com a abordagem; quem não ficaria? Suspirei, procurando em meu mundo interior as forças para continuar a conversa, em oposto ao flerte com a ideia de simplesmente sair que tive.

- Nos conhecemos na outra noite, na rua.

Levei uma das mãos à cintura, como de hábito. Talvez fossem aqueles pequenos hábitos de gatilho que me fizessem continuar. Olhei em volta, sem encontrar nenhuma alma viva em meu campo de visão senão a pequena garota dos olhos brancos, enquanto me lembrava do sermão que levei na noite anterior.

- Você disse ser Chunin, não é?

E parei por ai. Falar demais era uma dificuldade que sempre tive, e parecia ser mais difícil do que enfrentar um campo de batalha cheio de inimigos. Treze, Gen e Amiyo-sensei estariam gargalhando de rir da minha cara se pudessem me ver agora.

Olhei para uma das prateleiras, ao meu lado, e estendi a mão até ela, alcançando uma fruta qualquer que sequer fiz questão de saber qual era. Caso ela me respondesse, iria até o caixa, para pagar pela fruta, e começaria a comê-la ali mesmo.

- Squall - lembrei-a de meu nome - Seus olhos... você é de algum clã? - questionei, lembrando dos mesmos olhos de uma antiga amiga.

Pelo que lembrava do que ela me disse, aqueles olhos pertenciam à uma família nobre de Konoha, tão antiga quanto os fundadores do local. E sua linhagem carregava um traço semelhante à minha própria família; um doujutsu especial. Talvez fosse por isso que tinham olhos tão diferentes do comum. Uma vez do lado de fora, olhei para cima, analisando a luz brilhante das estrelas, e as imagens dos Hokages na distância. E a imagem que faltava, do Hokage interino, que se desenhava por conta própria em minha cabeça. Se aquela ideia de time fosse realmente acontecer, ia acabar tendo que ter o desprazer de falar com auqele homem outra vez, muito em breve.

Procurei, entretanto, tirar os pensamentos aleatórios da cabeça e dar espaço para a garota falar e poder prestar atenção nas respostas.



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Eu sabia que não era a primeira vez que via essa cicatriz. — Respondeu a garota, animada pelo fato de ter sido reconhecida por alguém. Suas mãos juntaram-se acima da sua cabeça e suas pernas se esticaram, deixando que a ninja deixasse escapar um descontraído, porém contagiante, bocejo. — É, eu fui promovida a Chunnin há algumas semanas. — Respondeu enquanto observava curiosamente Squall pegar um abacaxi inteiro de uma das prateleiras. — Com essa postura malvada eu diria que você é um Jonin ou coisa do tipo, né? — Os ensinamentos de seu clã lhe diriam para jamais tomar uma posição tão casual diante de um superior, mas Chikage já não queria mais ouvir falar de sua suposta 'família', muito menos de suas tradições.

Enquanto passava suas compras pelo caixa, ouviu o questionamento de seu novo conhecido. Visivelmente pega de surpresa, a kunoichi balbuciou e demorou alguns segundos para formular uma resposta, mesmo que fosse simples. — Hyuuga. Me chamo Hyuuga Chikage. — Olhos ainda fixos, ocupada demais afundada em seus pensamentos e questionamentos a respeito de seu cada vez mais odiado clã. O dom concedido pelo Byakugan não era algo à se reclamar, todavia, toda a convivência de anos sofridas pela jovem lhe faziam questionar se mesmo assim valia a pena: e sua conclusão era de que, se pudesse, arrancaria os próprios olhos para deletar seu passado. — E você, também é de algum super clã famoso? — Indagou, claramente ironizando todo o quesito de "sangue nobre" que circundava os Hyuuga, tentando disfarçar o incômodo que a sua linhagem lhe trazia. 

Seus passos lhe guiaram para fora do mercado. Um pequeno vislumbre do céu foi o suficiente para lembra-la de que já estava na hora de voltar para casa: seu pequeno momento de liberdade estava prestes a terminar. — A gente se vê por ai, Squall-san. Depois me conta se esse abacaxi estava bom. — Sorriu, repousando o capuz por cima dos cabelos avermelhados. Ela não era capaz de enxergar o futuro, mas se pudesse, certamente ficaria surpresa ao descobrir que aquele era apenas a primeira de muitas outras situações que envolveriam aquele homem e outras figuras da Folha.


Chikage; 220/220 220/220 190/190 00/04

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Algumas charadas desta vida são indecifráveis, não importa o quanto se tente entendê-las ou olhá-las de pontos de vista diferentes. E aquela, naquela noite, era uma dessas. Afinal...

Quem diabos pega um abacaxi inteiro da prateleira e sai comendo?

Era uma questão à ser estudada, e a repsosta nã oseria de fácil compreensão. Quando me dei por conta do que raios estava fazendo, joguei a fruta para o alto, lançando um kunai logo atrás que penetrou no centro da fruta, estourando-a no ar, deixando as sobras voarem por todo lado. Suspirei, tentnado entender que merda foi aquela, mas não insisti; sabia que não entenderia, nem que quisesse. Voltei a dar atenção para a pequena garota, que agora se apresentava revelando ser do grande clã Hyuga, um dos nobres da Folha. Quando ela questionou sobre o meu, fechei meus olhos por um momento, mentalizando todo o drama envolvendo aquele nome e todas as coisas que aconteceram com a família ao longo dos anos, que acabou por desaparecer.

- Uchiha
- deixei o nome soar. Sabia que para alguns, não era um nome muito bem visto, então não me surpreenderia um olhar torto ou algo do tipo. Olhei para cima outra vez, deixando suas palavras preencherem o silêncio daquela noite atípica. Parecia que os caminhos de ambos se cruzavam mais internamente do que apenas encontros esporádicos e inesperados pela Vila; ambos sabiam o que era carregar um nome pesado como aqueles citados. É o tipo de coisa que parece birra de criança mimada, mas não é. As vezes, o fardo é insuportávelmente pesado.

Os olhos brancos dela, opostos aos vermelhos meus, eram símbolo de mais uma igualdade que tínhamos. Além da família, a grande espectativa que havia nos "gênios", como eram chamados aqueles que vinham de famílias daquele tipo. Suspirei, lançando fora os devaneios que circulavam meus pensamentos e voltando para a realidade. Era hora de ir. Assim que a despedida partiu por parte dela, acenei com a cabeça, fazendo daquele o meu "até mais", motivado em especial pelo comentário do maldito abacaxi. Ja havia dado muito o que falar. Segui mej caminho, com o rosto voltado para cima. O caminho ainda era incerto, mas aquela noite não precisava ser outra guerra.



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Eu já tinha aprovado isso.

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