Um jovem adulto portando um janela que quase não cabia nele fazia algumas marcações no mapa que havia em seu bagunçado laboratório, após analisar alguns documentos e livros antigos, ele começa a ri histericamente.

- Encontrei! Só pode ser este o local, eles vão se dar mal... - Mas ele se acalma e começa a murmurar - Não não não... Mesmo se eu mostrar vão achar que eu inventei ou pior roubar minha rara a amostra, eu mesmo preciso ir lá... Mas como? - O homem anda de um lado para o outro tentando pensar em uma solução.

- É ISSO! NINJAS, não tenho muito dinheiro, mas deve dar - Contando cada moeda da sua carteira relativamente vazia por ser um cientista pouco financiado, conseguiu o possível e saiu correndo para a agência de missão com objetivo de solicitar uma. Porém, enquanto isso, um indivíduo desconhecido estava observando tudo pela janela, inclusive o mapa montado pelo cientista hiperativo e o provável modo de usar o que procurava.

- Parece que ele não é tão idiota assim... - Comenta baixinho enquanto se afasta dali com destino desconhecido e intenções mais ainda.


Logo de manhã cedo, no quartel ninja, mais precisamente onde ficam as missões disponíveis, havia pouco movimento e estranhamente poucas missões disponíveis, a maior parte dos ninjas dali pegavam as tarefas restantes, sobrando apenas as mais chatas e outra que era deixada de lado.

Um homem com seu característico jaleco branco de cientista ficava ao lado do pergaminho, contendo uma missão rank B. Ele esperava alguma alma daquele lugar se compadecer e pegar a missão que de longe, parecia ser apenas delírio de um homem louco em busca de atenção para uma pesquisa mais louca ainda. Além do mais, a megalomania na fala dele não ajudava nenhum pouco em chamar atenção positiva.

- Vamos, alguém se voluntária para ter o prazer de ajudar o maior cientista de toda Kirigakure, Eu, Hiroshi Suzuki, escolhido pelos deuses da sabedoria e do Conhecimento para trazer a tecnologia e a ciência para vocês meros mortais, se me ajudarem com minha pesquisa, posso trazer maravilhas ao mundo com ela - Ditava o homem, fazendo poses ridículas e vergonha alheia, porém, embaixo de todo esse peculiar teatro, parecia ter um pingo de verdade, principalmente se alguém tivesse a ideia de ler o que estava no pedido.

"Escoltar o cientista até o lugar que ele propõe durante no máximo 48 horas para ele extrair uma planta cujo mitos dizem curar qualquer coisa" - Pareciam muito bom, de fato, mas a palavra mito e a personalidade do homem afastavam os outros, logo logo, sua missão será retirada caso ninguém a pegue. Talvez aquele cientista tenha mais a oferecer do que parece.

Considerações:

A pequena apresentação de Hiroshi é interrompida pela aproximação repentina de Haru.

- Huh? O que? V-Você se interessou? - Ele parece ter ficado genuinamente supresso, mas tosse e se recompõe voltando a falar daquele jeito esquisito - Hmm... Vejo que se interessou pela minha missão lendária, não se preocupe, nós vamos atravessar os mais revoltosos mares, enfrentar os perigos mais mortais e fazer uma jornada fenomenal, mas tudo em prol do bem e da ciência - hiroshi faz um pose apontando para o céu, cheio de ambição e logo depois começa a sair do local, pegando uma mochila cheia lotada e segurando desajeitadamente um livro cheio de rabiscos, frases cientificas, teorias, recortes de jornais e livros antigos, além desenhos de uma belíssima rosa azul - Vamos minha recém companheira Haru, me siga, vou te dizendo a situação no caminho - O cientista megalomaníaco pede a kunoichi para segui-lo depois que a mesma perguntou sobre o local.

Com passos largos e rápidos, Hiroshi atravessa a fria Kirigakure quase toda até um dos portos enquanto vai falando algumas coisas para a Kunoichi da Névoa, se mostrando animado e hiperativo, era como se fosse o melhor dia da vida dele, prestes a realizar um sonho. Ele era uma pessoa facilmente identificavel na multidão e era possivel ver o desprezo e estranheza dos outros por causa de sua excentrica presença, se afastando ou murmurando coisas quando ele passava, mas, ele não parecia se importar nenhum pouco.

- Infelizmente, o local da busca fica em uma isolada ilha em algum lugar do país da água, mas eu encontrei depois de muito tempo, a possível localização da planta, então, nós no meu próprio, grandioso e poderoso barco que era de meu falecido avô e um dos sues bens mais preciosos - Ele se vangloria do tal meio de transporte e quando chegam no caís, de fato, um enorme navio está atracado, sua decoração era incrível com enfeites de ouro, um tripulação com uniforme extremamente limpos e organizados, todos a espera do seu capitão, um navio digno de um rei. Entretanto Hiroshi passa reto da chamativa entrada da bela embarcação e apontando para outra amarrada ali perto.

- Aqui, vamos no bom e velho Beethoven - O cientista aponta para um barquinho bem pequeno e velho de pesca que mal boiava direito, colocando sua mochila cuidadosamente nele, entrando e preparando para zarpar - Não se preocupe, o Beethoven é o barco mais confiável que conheço, meu avô dizia que conseguiu matar um tubarão enorme com ele - Hiroshi convida Haru para entrar e volta a analisar seu livro juntamente da bussola, traçando um complicado caminho em um mapa desenhado por ele mesmo.

- Não sei se você gosta do assunto, então vou resumir para compreender o incrível estudo que eu segui - O homem respira fundo - Nós vamos em busca de uma épica planta chamada nos mitos como Azaléia-Azul, ou pelo nome cientifico, "Symphyotrichum anthurium alstroemeria andraeanum tradescantii", esse ultimo eu mesmo dei, mas como pode ter percebido pelo que deixei escrito, existe a lenda que está planta pode curar qualquer tipo de coisa, todos me chamam de louco, mas provarei que estão errados... Enfim, avante Beethoven! - O jovem Hiroshi finaliza sua explicação, pega os remos apoiados nos barcos e começa a remar para longe, mesmo não tendo tanta força nos braços, sua determinação parecia compensar isso, pelo visto, seria uma longa viagem naquele pobre e cansado barco.

Considerações:

Com o visível interesse de Haru na planta de Hiroshi, o mesmo se protifica imediatamente para explicar.

- Claro minha querida companheira, mas preste bem atenção, veja o quanto de conhecimento eu adquiri - Com uma curta pausa, ele inicia - A Symphyotrichum anthurium alstroemeria andraeanum tradescantii é uma planta semelhante a uma rosa, como mostra nesses desenhos... A muito tempo atrás, existia uma minuscula ilha que os seus nativos detinham conhecimento de curar qualquer coisa atraves de um ritual alquimico, sem doenças, sem ferimentos, tudo se curava perfeitamente depois do ritual, porém, essa ilha foi inundada não muito tempo pela subida das marés e eles se perderam na historia - Conta Hiroshi que não parava de remar - Um aventureiro que teve seu navio naufragado, escreveu um livro sobre suas aventuras, nele diz que quase morreu, mas foi salvo por uma misteriosa pessoa que usou um estranha planta azul... O assunto virou lenda na comunidade ciencifica anos atrás, mas assim como a ilha, caiu no esquecimento... Podem falar o que quiser, eu vou provar que ela existe, fiz pesquisas e testes hipotéticos de como ela funcionaria e algumas misturas biológicas de plantas existentes, mas nunca cheguei muito perto do efeito conta do, apenas encontrando-a vou tirar a prova real - cientista parecia cada vez mias concetrado, determinado e sério conforme se aprofundava, parecia haver mais motivos além de simples reconhecimento. Enquanto remava, diminuia um pouco ritmo para focar na história, porém, percebe o pequeno animal de Haru acordando.

- Oh, isso por acaso é um serpente? Interessante, nunca havia visto uma com esse tipo de pele ou especie, seria um poderoso animal com grandes poderes especiais? - Ele pergunta parecendo uma criança curiosa.

Foram horas de navegação a fio, já estava quase no fim tarde e o clima mais frio, consequentimente as ondas mais agitadas. Além do nevoeiro causado pelo jutsu de Haru, um natural parecia o sobrepujar, piorando ainda mais as condições de vista, mas Hiroshi não se intimidava com isso, na verdade, ele parecia ter cada vez mais certeza que estava no lugar certo, porém com certeza não era apenas feito dele, como também da boa navegação de Haru, talvez se enão fosse por sua ajuda, eles estivesse enfiados no meio do nada.

De repente, o som das fortes ondas quebrando no pequeno barco era substituido por um silencio insurdecedor, somado a baixa visibilidade, dava um clima arrepiante. Com o passar do tempo e das remadas de Hiroshi, a nevoa natural vai se dissipando e devolvendo a visibilidade, já sendo possivel ver a maré abaixando e a costa, finalmente, chegando em terra firme depois de tanto tempo. Era uma ilha pequena, mas a floresta a dentro era bem densa.

- Chegamos na terra prometida, vamos companheira, um incrivel jornada nos aguarda e não se preocupe, com certeza os deuses estão conosco... E Beethoven, meu amigo, fique aqui e descanse - Comemora o homem, descendo do barco e pegando suas coisas para a viagem. Pondo a mochila nas costas e portando um excelente sorriso, ele começa a andar floresta a dentro - Procure pequenas fendas, a Azaléia-Azul tende a crescer nesses lugares - Alerta o cientista, porém, ali perto do rio, uma planta peculiar roxa crescia sozinha naquele canto, atraindo rapidamente a atenção do homem.

- Hmmm... Essa planta de coloração roxa... Se não me engano é Acônito, bem venenosa, não é o que estou procurando, vamos seguir e cuidado para não encostar nela - Explica Hirosi, descatando a planta para focar no seu objetivo e se Haru também analisasse-a, chegaria na mesma conclusão. No fim, restava a Kunoichi escoltar o jovem cientista na sua jornada.

Considerações:

Haru consegue colher o Acônito e Hiroshi ficava cada vez mais sentindo que ela não era uma pessoa comum de fato, não o julgou descaradamente ou fez qualquer expressão de desprezo, mas como também genuinamente se interessava em sua busca e conhecimentos, respondendo até mesmo suas perguntas mais infantis. Assim, quando

- A natureza desse lugar é simplesmente esplêndida, um espaço perdido pelo homem, cujo apenas os mais assíduos exploradores e corajosos humanos se atreveriam a pisar, graças ao meu incrível conhecimento que todos subestimaram, eu cheguei aqui - Ele vangloria novamente enquanto observa e desenha a paisagem que vê. Foram mais algumas horas de caminhada e o por do sol já era visível, logo, a noite cairia e tudo ficaria extremamente escuro, algo que passou desapercebido pelo cientista empolgado. A viagem apesar de tudo fora bem tranquila, nenhum animal selvagem tentou ataca-los ou tiveram problemas com recursos e afins. Até que Hiroshi se agita completamente ao ver alguns sinais em um local no meio da pequena ilha com algumas fendas do tamanho que ele procurava. Era possível ver toda empolgação subindo aos poucos e a esperança pegando fogo em seu coração correndo até o local. E então, observando de lado, lá estava, um bela flor, exatamente como nos desenhos, como se tivesse sido feita pelas mãos dos deuses.

- Ai... Ai está ela - Ele murmura, com seus olhos brilhando ao comparar a planta dos desenhos com - EU CONSEGUI! EU CONSEGUI! EU CONSEGUI MÃE - Ele grita comemorando com todas as suas forças, saltitando e pulando de felicidade com sua descoberta e já de imediato, inicia o processo de pegar o rara planta, tendo o maior cuidado possível, uma destreza incrível com suas ferramentas, o máximo possível para não a danificar de maneira alguma. Ao terminar, Hiroshi o coloca em um pote de vidro, fechando logo em seguida.

De repente, enquanto o cientista comemorava e guardava sua aquisição apropriadamente, Haru tem um mal pressentimento, porém, o tempo que restava não foi gentil com ela. Dois desconhecidos portando máscaras de gás e uniformes semelhantes saem da terra, um da esquerda e outro da direita, ambos usando afiadas kunais, tentando acertar a jovem kunoichi aspirante a cientista, era complicado prestar muita atenção na hora, sem uma resposta quase imediata o ataque seria certeiro.

Como reação instintiva, Susuki se agarra ao porte de vidro contando a planta e dá vários passos para trás, acabando caindo no chão, observando o perigo com seus olhos assustados.

Considerações:

Assim que o enxame de borboletas avança e começa a circular os alvos, atrapalhando suas ações dos indivíduos extremamente semelhantes e logo depois, sendo atingidos por diversas agulhas de água, mas simplesmente desaparecem em uma fumaça branca, deixando um agoniante silêncio no ar. Após cerca de alguns segundos, um homem, com a exata mesma aparência daqueles clones que foram desfeitos pelo ataque, caminha lentamente até Haru e Hiroshi, parando a dez metros da Kunoichi, ajeitando um pouco a sua máscara de gás com lentes escuras.

- Realmente impressionante Kunoichi de Kiri... Parece melhor que a maioria, vou testar sua resiliência - Comenta friamente, dessa vez, puxando a base das luvas para deixa-las mais confortáveis.

- E você - O mascarado aponta para Hiroshi - Você mesmo esquisitão, é melhor você ficar bem quietinho ai enquanto eu cuido da mocinha aqui... E bom... No contrato não dizia nada que você precisava ficar vivo, então seja bonzinho - Assim que termina essa frase, uma pressão considerável de chakra, não é o suficiente para causar efeito em Haru, mas atinge o cientista acuado e sem as habilidades ou experiência de um ninja, cede ao medo de morrer e desespero, ficando paralisado de pavor com uma face amedrontrada enquanto segurava o pote o quanto podia, se agarrando a uma das coisas que mais considerava importante.

O inimigo não parecia emitir emoção, apenas uma enorme frieza.

Sem hesitar, com apenas um selo de mão, ele cria cinco clones dele mesmo nas laterais de sua localização. Todos eles puxam kunais e correm em direção a Haru, estes que chegarião em poucos segundos para realizar uma perfuração direta nela.

Ao mesmo tempo, o único indivíduo que ficou para trás, certamente o original, já que ele nem se deu o trabalho de se misturar entre seus clones, com um simples arremesso de shuriken a uma direção aparentemente aleatória, corta um fino fio que por conta da leve névoa e da má iluminação do sol no local, este que ia se pondo cada vez mais, deixando o ambiente mais sombrio aos poucos.

De repente, cinco senbons pequenas são ejetadas de trás das árvores cuja a trajetória ia de encontro com a posição da menina, juntamente com os cinco clones.

Considerações:

O papel em chamas é deixado para trás na substituição. O som do papel queimado junto com o baixo ruído das Senbons se colidindo sem cumprir sua função. Com a substituição tendo sido um sucesso, Haru ativa o papel bomba e explode aquela porção junta de clones sem nem mesmo que eles tivessem a oportunidade de reagir, levantando uma grande quantidade de fumaça que obstruia a visão.

Quando todo o fumo queimado abaixa, os cinco clones ainda estavam lá, com seus corpos destruídos e a cabeça completamente desfigurada, mas ao poucos, eles se regeneram, sendo formados por um tipo de lama preta. Por decisão do próprio mascarado, ele desfez os clones que desfaleceram até desaparecerem.

A investida de Haru ainda não havia acabado, com uma de suas técnicas de suiton, tenta prender o ninja. Todavia, ele sabia dos mesmos truques que ela, assim que a técnica parece ter acertado, prendendo-o, o corpo se revela apenas um tronco no lugar.

- Me prender... É muita ingenuidade - O homem comenta, com sua voz ecoando de sua nova localização e primeiramente, sem perder tempo, ele cria um clone das sombras com o selo de clonagem e o verdadeiro inicia outra sequência de selos.

- Doton: Ganban Kyū - O Inimigo realiza alguns selos de mão e quase que na mesma hora, a terra em volta dos pés de Haru começa a se moldar, tentando fechar a garota, iniciando seu movimento debaixo para cima, com objetivo de logo em seguida, esmaga-la.

O mascarado pega mais shurikens de seus bolsos, sendo duas delas e posicionando entre os dedos como se fossem garras, esperando para atirar caso a Kunoichi conseguisse fugir antes da técnica se completar.

Tinha passado cerca de dois minutos desde o primeiro ataque feito no inicio da batalha, Hiroshi nem sequer conseguir processar o que acontecia, apenas que sua vida dependia da vitória da Kunoichi.

A noite anunciava sua chegada e o sol ia embora, em um piscar de olhos, tudo estaria um completo breu naquela ilha no meio do mar e o perigo da batalha só aumentava.

Considerações:

As agulhas metálicas da Kunoichi rapidamente atravessam o campo em uma velocidade surpreendente, acertando os alvos pretendidos que estavam sem planos de desvio no momento. O clone se desfaz e as quatro senbons cravam na carne do mascarado que geme de dor ao ser atingido em ponto não agradáveis e sendo surpreendido pelo movimento ágil de Haru.

- Argh... Mas que inferno - Ele faz uma breve reclamação vendo que fora acertado pelas senbons de Haru, colocando a mão direita nas feridas e analisando tais machucados, decidindo não retira-los no momento. Ele tinha noção que havia sido o primeiro a ser alvejado naquela batalha e olhando para os lados, observava que Haru também detinha controle da iluminação da área com suas borboletas de chakra já que a noite havia caído. A desvantagem era extremamente visível e como um bom analista percebeu isso e tinha que tomar cuidado para não ser eliminado.

- Tsc... - Seus olhos passam novamente no ambiente e então, percebe a sua grande oportunidade, sua maior chance de vencer aquela batalha. Superando sua própria dor, o mascarado levanta seus braços e com uma simples e curta sequência de selos.

- Doton: Doryō Dango! - O homem grita, levantando uma massa consideravelmente grande de terra, mas seus braços, mesmo musculosos e definidos não tinham tanta força armazenada neles, somado aos ferimentos, o próprio levou seu corpo ao limite, arremessando a grande rocha em direção a Hiroshi.

O cientista que ainda estava no chão agarrado no pote, temendo pela vida, vê uma gigantesca rocha indo para cima dele e certamente o esmagaria por completo. Hiroshi tenta correr, mas com suas pernas bambas, travam e ele grita por socorro.

- É melhor salva-lo - O mascarado fala ofegante com sangue escorrendo de seus braços e outros ferimentos, caminhando para trás vagarosamente. Se Haru virasse para ir ajudar o cientista, quando olhasse de novo, o mascarado haveria se afastado consideravelmente, realizando uma nova sequencia de selos e com o raciocínio da Kunoichi, percebia que ele preparava um jutsu de substituição.

Considerações:

Usar a agulha junto do jutsu não fora suficiente, um objeto tão pequeno com uma técnica de baixo rank não tiveram força para empurrar ambos para fora da área da rocha, por sorte do destino, o impulso dado pela corrida de Haru salvou ambos de virarem papel, com a consequência dos sendo os dois acertados pelo ataque e arremessados pelo impacto, caindo alguns poucos metro para o trás.

Hiroshi ainda abraçado com o pote sofreu bem menos danos que Haru, mas ainda assim, ficou se contorcendo no chão, arfando um pouco de dor.

O inimigo ferido se aproxima um poucos, andando com dificuldade, sendo possível ver um pouco do seu sangue das feridas pingar no chão por conta da iluminação das borboletas. Vendo que ambos estavam feridos, mas que a Kunoichi provavelmente teria forças para se levantar e continuar o combate até a eventual morte de um dos lados, o mascarado se mostra um tanto pensativo, se lembrando de uma memoria importante e então, levanta sua voz.

- Garota... Eu proponho um acordo... Entregue-me a planta e poderemos poupar um ao outro, tenho certeza que sairemos ganhando assim - O homem propõe uma espécie de negociação com uma voz grave e que era um pouco arranhada pelos filtros da máscara, ficando aberto para dialogo, parando a dez metros de Haru e Hiroshi, trocando o filtro esquerdo de sua máscara de gás.

- O-O que? Não escute ele, não deixarei levar minha preciosidade - Retruca o cientista que parecia ter recuperado um pouco da sua coragem para defender sua planta, ainda com os braços envolvidos no pote de vidro.

- Estranho... Ficou valente de repente - O mascarado dispara um olhar ameaçador para Hiroshi e faz o mesmo lembrar da posição miserável em que estava, dando uns passos para trás todo arrepiado - Não torne as coisas mais difíceis... Eu só preciso dela para terminar o trabalho, me dê e eu vou embora... O que me diz Kunoichi? Se quiser, posso entregar uma amostra dela no futuro - Ele pergunta mais uma vez tentando convence-la, dessa vez, parecia estar com a voz cansada, suspirando e coçando sua cabeça, parecendo que toda aquele frieza e ameaça anterior havia diminuído, porém, ainda existia determinação em conseguir o que queria.

Caberia a chunin de Kiri decidir se aceitaria a troca do mascarado ou se continuaria aquela luta até um dos dois inevitavelmente morrer ou fugir com o rabo entre as pernas.

Considerações:

Os olhos de Hiroshi arregalam com a concordância da kunoichi, já o mascarado não demonstra nenhuma emoção, a não ser uma espécie de alívio.

- Fez a escolha certa - Ele suspira olhando para ela - Finalmente vou acabar essa merda e voltar - Comenta rapidamente com um tom meio baixo, em um tipo de murmuro solitário. Porém, nem tudo eram flores, ainda tinha mais uma exigência por parte da kunoichi, retirar sua máscara de gás.

- Por favor... Não faça isso - Implora Hiroshi, mas seu pedido não é acatado por Haru que gostaria de seguir com o plano.

Inicialmente fica indeciso e desconfiado, revelar seu rosto parecia perigoso, porém, se pudesse sair dali de maneira mais fácil, poderia ser uma troca justa, mesmo que a muito contragosto.

- Tsc... Eu odeio ter que confiar em shinobis, mas não tem jeito - Ele começa a mexer na máscara cuidadosamente, como se fosse algo importante, retirando-a como solicitado, mas não jogando fora por um motivo que preferiu não dizer, deixando-a pendurada em sua cintura através de um pequeno gancho próprio para aquela ação.

O rosto que fora revelado não era agradável aos olhos, uma face parcialmente queimada, principalmente na região da bochecha esquerda, cheia de cicatrizes feitas por lâminas e machucados de contusão. Um rosto marcado por batalhas e traumas de seu passado, portador de dois olhos vazios e cansados, uma imagem que causava repulsa na maior parte das pessoas.

- Feito... - Diz friamente, virando levemente o rosto para a esquerda, ocultando um pouco sua aparência, andando para pegar a flor. Sua desconfiança ainda não havia cessado, aparentemente não pela garota em si, mas pela bandana que a mesma carregava.

Se agacha vagarosamente, sem tirar os olhos de Haru, envolvendo suas mãos com delicadeza e fechando seus dedos. Quando enfim pega na planta, Haru libera sua armadilha com um selo de mão. O homem percebe o movimento de mãos feito pela kunoichi, mas era tarde, ela já havia liberando uma toxina ar que adentra como um jato os pulmões daquele inimigo.

- Sua... Cobra... - É a única coisa que ele consegue dizer antes de começar a sufocar naquele veneno gasoso que obstruía suas vias aéreas e destruía seu interior. Como consequência, acaba largando a planta e caindo pesadamente de joelhos no chão sem forças nos membros, tossindo de forma seca e constante contando até mesmo sangue. O desespero tomava conta de sua mente, vendo a morte se aproximando mais e mais, a coordenação motora desaparecia aos poucos, sentindo o pulmão arder como se estivesse em brasas. Suas mãos tampavam a boca e rasgaram seu peito em uma fútil e irracional tentativa de conseguir respirar e escapar.

Não era possível dizer o que passava na cabeça do homem naquele momento ou em que pensava o tempo todo, apenas que era o fim. Ele cai completamente no chão e se debate em uma cena que choca Hiroshi, que observava assustado aquela cena que atingiria qualquer civil. Todavia, de alguma forma, num lapso de racionalidade e força de vontade em meio ao desespero e morte certa, o indivíduo reúne suas ultimas forças para pegar a máscara de gás e enfiar em seu rosto enquanto se debatia violentamente. Ativando o mecanismo acoplado em suas costas que faz com que o tanque de oxigênio circular por dentre os tubos. Uma longa e pesada puxada de ar é emitida com os pulmões dele sendo preenchidos novamente com ar limpo e a nuvem de toxina lentamente se dispersando no ar.

O mascarado fica com o corpo virado para cima, deitado e sem forças, pois apesar de ter conseguido sobreviver e recolocar a máscara a tempo, grande parte do seu sistema respiratório e outras partes do corpo foram comprometidas, mal conseguia se mexer. Com certeza, nunca mais seria o mesmo se saísse vivo, mas sua preocupação não parecia estar voltada ao seu contrato ou algo assim.

- Aika... - Era única coisa que balbuciava entre as longas respirações que realizava, um nome específico de alguém, com sua voz grave, porém quase inaudível nessa situação.

Como um mal perdedor, aquele homem não aceitava sua morte, olhando para o céu estrelado e tentando se mexer, contorcendo-se, entretanto, seu corpo apenas lhe dava forças para ficar vivo. Era irônico uma pessoa com os olhos vazios, ainda querer se agarrar a esse mundo.

- Miserável, você nunca pode contra o grande Hiroshi, enviado pelos deuses e sua parceira talentosa, o universo e o destino sempre esteve ao nosso lado e você é apenas um zé ninguém que ninguém se importa, irei revolucionar o mundo com minha descoberta - O cientista passa a ofender o mascarado, rindo um pouco, vendo que aquele que o ameaçava anteriormente estava quase morto, se vangloria da vitória, voltando com todo aquele orgulho e prepotência, pegando um novo pote e guardando a sua querida planta, jogando tudo que viu para o fundo mais escuro da sua consciência e voltando-se a sua salvadora. - Por alguns segundos achei que iria me trair... Agradeço... Vamos embora - Ele fala, ajeitando seu jaleco e esperando Haru vir para ambos voltarem ao barco.

Considerações:

Os dois vão embora e deixam o mascarado lutando pela sua sobrevivência ali no chão, sozinho, no frio e no escuro e para ele, apenas restava a opção de observar as estrelas brilhantes no céu enquanto pensava na coisa mais importante de sua vida, refletindo sobre suas ações, até se recuperar o suficiente ou morrer.

- Não se preocupe comigo companheira Haru, eu estou perfeitamente bem, trate suas feridas ao invés disso - O cientista diz se aproximando do barco lentamente - E preciso que deixe essas borboletinhas brilhantes acesas, vai facilitar o caminho - Ele pede, colocando suas coisas de volta no Beethoven com delicadeza e guardando o pote com sua preciosa planta milagrosa. Sentando-se, Hiroshi esperaria Haru entrar e se assentar no barco para finalmente desatracar e partir viagem no escuro oceano.

Todo o clímax da batalha tinha acabado e no caminho de volta, só era possível escutar a lentas remadas do orgulhoso cientista usando da bússola e do mapa para não se perder. A viagem levou bastante tempo, quase a noite todo, muito mais que o caminho de ida, pois quando o porto de Kirigakure já era visível, o sol já estava prestes a nascer.

Ajeitando suas coisas, Hiroshi sai de seu querido Beethoven e coloca a mochila nas costas, virando-se para Haru e em um ato de agradecimento, abaixa sua cabeça para ela.

- Muito obrigado por ter acreditado em mim e me protegido... Irei para minha casa agora e estudar sobre a planta... - Hiroshi agradece de forma humilde, algo estranho da parte dele, assinando no pergaminho da missão com seu nome.

- Bom, se quiser, pode passar no meu laboratório majestoso para ajudar em alguns estudos ou tiver algo interessante para pesquisar, é como posso retribuir e... Creio que é aqui que nos separamos companheira - Ele fala o endereço de seu laboratório e dá uns pulinhos para trás, terminado em uma pose bem vergonhosa - Adeus - Se despede, indo embora dali e restava para Haru, se apresentar ao quartel para reportar a missão cumprida e receber a devida recompensa.

Considerações: