RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Kaginimaru


Haru
Kirigakure Jōnin
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o ciclo

Com a primavera, a terra tentava cultivar a vida. O sol estava mais livre, sutilmente acalentava as nações. Porém, em contraste com a vontade vívida da natureza, os homens, uma vez mais, pareciam cultuar a morte. Início e fim, ocupando o mesmo espaço. Um evento que não é inédito; é cíclico. Um vício.

A Névoa amanhecia com sua nébula manchada de vermelho. A cor era como um longo véu translúcido pendurado: acortinava os arredores da vila. Os muros serviram de quadro na noite anterior, recebendo a obra prima do egoísmo humano: sangue e carnificina.

Ichika sentiu sua mão tremer quando segurou a máscara. A alvorada ainda estava para acontecer quando ela encarou o reflexo no espelho, deparando-se com um semblante de medo. Não, ainda não, negou o próprio sentimento. A feição se enrijeceu, a máscara subiu à altura da face e a imagem de raposa sobrepujou o medo.

Os habitantes, civis e shinobis, estavam agitados, intimidados pelo clima de tensão que havia se instalado. A Sombra daquela nação deveria agir, o mais breve possível, para tranquilizar a Névoa. E Ichika não só entendia a situação, como trazia parte dessa responsabilidade para si. Ela mal dormiu, fazendo a escolta durante a madrugada para que nada cruzasse os portões da vila.

Os dedos da mulher teceram o selo do confronto. Então os pensamentos da Raposa foram transportados. Urgência nos portões do Sul, disse ela diretamente para a Sombra da Névoa.

Onde quer que ele esteja, receberia a mensagem de sua oficial. Caberia a ele chegar ao local apontado por ela.


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Haru
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Criações do Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t1347-c-j-haru#9821
Warui
Mizukage






I


O longo inverno que pareceu se arrastar por tanto tempo havia cedido a dias que pareciam ter sido cuidadosamente pintados em um quadro. O céu azul límpido permitia que o sol iluminasse todo o vilarejo encoberto por um fino véu de bruma que dava nome a maior força do País da Água. O Sexto pousava a xícara de café sobre a mesa, um tanto longe de toda a papelada que se estendia por cada centímetro diante dos seus olhos quase o impedindo de ver a madeira por baixo do branco das folhas.
  A janela se abria atrás de si, jorrando luz para todo o ambiente e permitindo que as brisas salgadas o refrescassem enquanto trabalhava, balançando suavemente a capa marcada pelos kanjis azuis que o identificavam por onde passava, agora deitada sobre o encosto de sua cadeira. Desde o seu retorno da incursão no País das Ondas, as coisas nos arredores se mostraram bastante diferentes de quando haviam partido. Uma recepção calorosa com direito a uma coroa de flores entregue por uma das crianças da Névoa foi um ponto de esperança e um contraste com seu último regresso do mesmo lugar com o corpo da Sombra anterior o acompanhando.
  A simples lembrança do dia em que ele e seus escolhidos cruzaram os portões quase o fizera esquecer do que de fato representou a viagem a Namigakure no Sato. A sensação de que era apenas o começo de um novo problema me toma desde então, o brilho da marca se agarrando a Haru e o sorriso da serpente eram como um mau presságio para Warui, um pesadelo com o qual ele tinha de conviver, um mergulho em incertezas.
  Urgência nos portões do sul; sozinho em seu gabinete, ouviu em sua mente uma voz conhecida chamar como se estivesse ao seu lado enquanto analisava um documento qualquer. O chamado da Raposa não precisaria de mais palavras para ser compreendido e se a caçadora chamava por ele, não restava dúvidas de que a situação estaria longe de ser simples. Tomou sua identidade nas mãos e a prendeu sobre os ombros, puxando o chapéu que estava pousado em uma mesa ao lado esquerdo da porta de entrada. Girou a maçaneta e passou calmamente pelos homens que guardavam a sala.
  — Fechem as janelas e avisem a Tomoko que estarei fora. — sua voz soou calma e ele sequer olhou para nenhum dos ninjas. — Peçam que ela cuide de tudo, não pretendo demorar.
  Seus passos o fizeram desaparecer como se jamais tivesse estado lá, o hai uníssono de resposta fora ouvido enquanto partia pelos corredores. Tão logo ele já rasgava a aldeia com passos velozes sobre as construções, seguindo na direção sul até que pudesse enxergar a assinatura de Ichika com os olhos da mente. Tudo e todos foram ignorados pelo Sexto até que seus pés pousaram ao lado da caçadora e o vislumbre da cena de um pesadelo o atingiu como um soco no estômago.
  Os olhos borgonha não demonstraram emoção alguma, ali estava o Mizukage diante de uma de suas kunoichis de confiança e civis perturbados, sua imagem deveria representar um alento para quem o visse lá. Correu os olhos dos corpos dilacerados nas proximidades do portão para os muros, quase ignorando as cabeças e membros soltos e os cadáveres afogados em poças do próprio sangue, e a escrita em rubro manchando o branco o fizeram lembrar outra vez dos lábios da serpente curvados em um sorriso sádico. Fim, ele lia e recordava das vezes em que ouviu o homem que violou o descanso da Quinta dizer aquela mesma palavra com ênfase.
  Havia quatro corpos sem vida em uma passagem da Névoa com significante movimento e a ele quase não restava dúvida de que a serpente rastejara por lá, ainda que enviando suas marionetes como o quatro olhos que comandava o Quartel General das Ondas. É apenas uma possibilidade, na verdade, Warui sabia que não poderia afirmar nada ainda, era cedo demais.
  — Ordene que os caçadores retirem os corpos e que isolem o perímetro. — disse, sem desviar as atenções dos corpos sem vida e sabendo que sua palavra não seria questionada. — E diga-me em detalhes tudo o que sabemos sobre isso. — enfim, fitou as frestas escuras na máscara de Raposa. — Eu mesmo me encarregarei de resolver.


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a marca

A Raposa estava de postura aprumada, observando a chacina da noite anterior, quando recebeu a Sombra.

Warui foi rápido, não só em seu trajeto, mas também em suas decisões. Era como se ele já estivesse preparado para lidar com aquela situação. O gabinete ficou sob os comandos da assistente. Os guardas continuaram firmes em suas posições dentro da vila. E, ali nos portões, ele observaria o balançar da cabeça de sua kunoichi denotando um sim.

Outra vez o selo do confronto foi formado por aqueles dedos, repassando a ordem do Mizukage para os caçadores leais à Névoa. Não demoraria muito para que eles chegassem ali, quase tão rápidos quanto Warui.

Nesse ínterim, a kunoichi se colocou a relatar o que sabia.

Não se sabe muito, Mizukage-sama, — Ichika o tratou com o devido respeito, pois não era ela ali, mas sim a Raposa. — Eu pude sentir inúmeras energias nessa madrugada... — ela hesitou. — As dos nossos guardas se apagando, enquanto havia assinaturas desconhecidas. Duas de enorme poder.

Os caçadores chegaram. Eles carregavam um enorme rolo com muitos metros de tecido preto. Alguns começavam a usar o tecido para ensacar os corpos. Outros começavam a delimitar o perímetro. Eles seguiam as ordens da Sombra.

E a Raposa continuou com os relatos. — Ocorreram outros ataques, ao mesmo tempo, nos outros portões, — ela continuou. — Mas aqui foi o pior. Aqui onde estavam as duas energias mais vibrantes. E aqui onde deixaram isso, — o dedo de Ichika apontava para a marca deixada na muralha.

O fim escrito à sangue. Sangue da Névoa.

Infelizmente não consigo mais senti-las. Ou estão ocultas ou saíram do meu alcance, — ela imaginava que a primeira opção era mais provável, já que seu alcance era enorme. — Mas peço que me siga ao portão do Oeste.

Chegando à outra parte da muralha da Névoa, Warui veria uma cena caótica semelhante a que viu no portão do sul. Porém, era em menor escala. E não havia apenas  os corpos de oficiais da névoa. Havia também o cadáver de centenas, talvez milhares, de serpentes albinas.


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II


  Nem mesmo o tratamento usado por sua amiga o fizera mudar a feição, por mais que fizesse pouca questão qualquer tipo de mesura ou formalidade. Conhecia bem a garota por trás da máscara, sabia que para Ichika não estava sendo fácil sequer olhar para toda a retaliação e o que menos precisava era de repreensão pelo uso de sama consigo. Ele se lembrava e muito bem do dia em que Tomoko convocou Raposa, Cão e ao Sexto para se tornarem caçadores, os alertando que seus corações conheceriam a verdadeira escuridão ao andar nas sombras do mundo shinobi, e no final de contas, não tivemos destinos tão diferentes.
  Viu o selo formado pelos dedos finos da Yamanaka e sabia que suas ordens estavam sendo repassadas para os oinins antes de seguir com as informações que ele havia pedido; e a resposta era esperada. Sabiam pouco e menos ainda, mas o fato de a outra ter relatado duas presenças mais poderosas o fizeram remeter de imediato a serpente e seu lacaio. Seus homens da escuridão não demoraram a pousar perto dos cadáveres, esconderem parte da cena e delimitar a área como proibida até que as manchas de sangue fossem removidas.
  — Entendo. — foi tudo que conseguiu responder ante ao mar de perguntas que se abria.
  A marca do fim tingida em rubro nos muros alvos de seu vilarejo logo seria extinta, mas Warui sabia que era apenas uma pequena parte dos seus problemas. Outra madrugada de assassinatos está fora de cogitação, o Sexto estava determinado, mas faltavam perímetros para analisar antes de tomar qualquer decisão. Ataques simultâneos a mais de um portão eram um claro aviso, ou um prenúncio de guerra. O fim que eles falam é apenas mais um capítulo manchado de sangue em nossa história, ele seguiu em silêncio os passos da caçadora. A cada dia que passa, eu tenho mais certeza de que este mundo está podre.
  O portão oeste fora o segundo ponto em que encontrou a névoa manchada de sangue. O Sexto apertou os olhos e a imagem de tantas serpentes de escamas brancas como a neve o fizeram ligar pontos rapidamente. Ou ele próprio está aqui ou enviou alguma cobaia. Dois eram os ninjas que jaziam sem vida, incontáveis eram as cobras. Analisava a cena com mais frieza do que no momento em que bateu os olhos nas primeiras poças vermelhas.
  — Dê a mesma ordem a outros caçadores e diga a todos que identifiquem os corpos e os guardem, darei a cada um deles um enterro digno. — as palavras contrastavam com o semblante gélido como uma tempestade soprando brisas mais fortes antes do primeiro trovão estourar. — No País das Ondas, enfrentei um homem com a pele idêntica a cada uma destas serpentes, traiçoeiro como o próprio animal, ele me fez enfrentar a Quinta ressuscitada com uma técnica estranha. — contou para a Raposa, sabendo que Ichika o estaria ouvindo também. — Ele falava sobre o fim e se identificou como o responsável pela queda das Sombras, pelas invasões à cada uma das vilas, então é provável que seja obra dele. — concluía, sabendo que a parceira imaginaria suas próximas palavras.
  Ele virou-se de frente para ela outra vez.
  — Se estivermos lidando com ele diretamente, precisarei de toda a aldeia trancada em suas casas para que eu possa lutar sem interferências, mas um homem que declara guerra às cinco nações não se colocaria em risco facilmente. — pensou alto, compartilhando com a kunoichi a forma como analisava o cenário. — É possível que haja outro ataque nesta madrugada. Peça a Tomoko-sensei que ordene dois caçadores reforçando a segurança nos portões. Quero você e Cão comigo no gabinete esta noite, consegue sentir a energia de toda a Névoa de lá, não consegue? — a pergunta não era retórica: conhecia as habilidades dela, mas não sabia a extensão precisa. — No momento em que identificarmos assinaturas estranhas ou algum caçador fizer contato, iremos atrás das presenças mais fracas. — deu ênfase nas últimas palavras, sabendo que não precisaria entrar em mais detalhes para que Ichika compreendesse suas intenções.
  A Névoa faria seus primeiros movimentos na dança.


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o sangue

Ichika estava prestes a seguir as ordens de Warui. Seus dedos já se articulavam para a formação do selo, quando sentiu seus músculos adormecerem. A força requisitada para erguer as mãos desaparecera, assim como a força necessária para que as pernas sustentassem o próprio corpo. E a Raposa foi de joelhos ao chão. Ela não seria a única a experimentar tal sensação, porém. A Sombra logo cairia, assim como sua kunoichi.

Ambos prostrados de joelhos e de frente para o caos.

O que restava era movimentar os glóbulos oculares, que instintivamente correriam pela cena. Todavia, eles não enxergariam nada além das cadavéricas serpentes albinas e do sangue escuro derramado. E nada fora captado pelo kanchi dos dois, nem mesmo no apurado sensor da Yamanaka. Não havia ninguém ali além da Sombra e a Raposa. Nem mesmo os resquícios de energia de alguma técnica. Um nada amedrontador.

Você está bem?, embora sem o selo, Ichika estabelecera o link telepático com Warui havia pouco tempo, o que lhe permitiu a conexão. Eu não sinto na—.

Uma risada, feminina e melódica, soou pela cena.

No meio daquele oceano de cobras amontoadas umas sobre as outras, um movimento se iniciou. Os cadáveres flexuosos começaram a se contorcer e inchar. No epicentro, duas cobras incharam mais que as outras. Elas engordaram como se tivessem engolido um ser humano por inteiro. As bocas abriram, pondo a mostra as presas venenosas. As glândulas ainda salivavam a ponto de jorrar e empapuçar o que estava por baixo. Então aconteceu.

Duas figuras emergiram dos cadáveres pintados de sangue, vomitadas pelas duas carcaças que desincharam assim que os novos corpos se puseram de pé.

— Veja só, nem tivemos o trabalho de entrar na vila para encontrá-lo, — disse uma das figuras. Uma garota que aparentava ser jovem. Ela trajava poucas vestes, quase seminua, porém com longas mangas de um quimono cuja cor era a mesma de seus olhos e cabelos curtos: um roxo intenso. Presa em sua lombar, havia uma cabaça branca com detalhes azuis.

A outra riu. — Incrível. O seu veneno mesclado ao sangue dos cadáveres foi realmente útil, evaporou conforme o prazo, — completou a que parecia ser um pouco mais velha, porém ainda jovem. Seus cabelos eram dourados e longos. Suas vestes, de mesma cor que os olhos e cabelos, cobriam mais do corpo do que as de sua companheira. Suas mãos e pés eram como patas de uma besta feroz, de grandes garras.

Apesar de demonstrarem certo contraste em suas imagens, ambas possuíam longos e finos chifres projetados da testa, e marcas como de fūinjutsu espalhadas por toda a pele.

Duas chamas se tornavam visíveis aos olhos da mente dos representantes da Névoa. São elas!, a Raposa falou consigo e com a Sombra, com os olhos arregalados atrás da máscara. Enfim elas se revelaram.

— Apesar de ser muito tentador tê-los aqui, não temos tempo para brincar, — a de roxo falou.

— É verdade. Não viemos atrás de você, — completou a de dourado, e ambas fitaram Warui. — E não pense que somos misericordiosas. É que ele não gostaria de perder a diversão de te matar.

Elas caminharam em direção à vila. Logo que cruzaram os portões da Névoa, as chamas desapareceram novamente, assim como suas imagens.


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III


  O cheiro do sangue era mais forte, ele pode sentir no momento em que pisou diante da cena no portão oeste. Não era a morte que sentia, havia algo mais. Ichika estava prestes a cumprir as ordens que ele dera quando seu corpo vacilou e pode notar que a caçadora também não estava bem. O Sexto tombou sobre um dos joelhos, sentindo cada um de seus músculos ficando mais dormentes a cada segundo.
  A voz da parceira ecoou em sua mente, ao menos um pouco de sua força a outra havia conseguido recobrar. Estou, respondeu, espalhando sua energia por cada centímetro do corpo quando a risada de outra mulher rasgou o ar até seus ouvidos. Ainda sobre os joelhos, seus olhos correram na direção onde estavam as carcaças dos animais.
  Toda a cena o teria feito revirar o estômago se não tivesse problemas maiores para lidar. Pouco a pouco fazia a energia elétrica correr em seu corpo, pinçando os músculos e cérebro para que as trocas de informações se acelerassem e pudesse voltar a ter liberdade em seus movimentos através do princípio de funcionamento da técnica. Naturalmente, serviria para deixar meu corpo mais veloz. Nessa condição adversa, espero recobrar a normalidade. Tivera pouco tempo para matutar enquanto as serpentes regurgitavam duas garotas.
  Uma delas tinha os fios de cabelo violeta cortados na altura do maxilar, com olhos do mesmo tom e seu quimono a vestia da cintura para cima apenas. O Sexto reparou na estranha cabaça que carrega a junto a lombar, talvez aquilo a torne lenta, ele já a via como uma presa mais fácil para um momento mais oportuno.
  A outra vestia-se de forma mais espalhafatosa, sob um grosso quimino dourado como seus longos fios de cabelo e olhos. Notou, em ambas, chifres que se projetavam das testas e marcas negras espalhadas por todo o corpo. Selos amaldiçoados?, se perguntou, esperando que Ichika pudesse ouví-lo, enquanto as duas se vangloriavam do sucesso de seu veneno.
  São elas!, o brado silencioso da caçadora alcançou a Sombra e, então, a forma como ele olhava para as duas mudaria drasticamente. Seu corpo poderia não estar respondendo perfeitamente, ele não tinha a convicção de que sua técnica o atenderia, mas seu chakra o respondia da maneira como ele desejava. Era como se a energia rugisse em contato com seu instinto assassino, quase podendo ver as cabeças das duas desprendidas de seus pescoços.
  Seria impensado atacar agora, não sabia nada sobre elas e haviam mencionado um terceiro alguém. Warui estava convicto de que deveria esperar, seu corpo poderia não ajudá-lo se tentasse entrar em combate e o prejuízo poderia custar-lhe a vida. As duas desapareceram vilarejo adentro e as chamas de suas presenças se apagaram.
  No caso de conseguir recuperar os movimentos, uniria as mãos em uma rápida sequência de selos, então levando a esquerda até o meio das costas da loira. Isso pode doer um pouco, avisaria antes de fazer uma corrente elétrica correr por seu corpo e, em seguida, pelo de Ichika, até que atingisse o solo e se espalhasse. Se a eletricidade é capaz de acelerar meus reflexos, espero que em doses menores possa recobrar os movimentos dela também.
  Tendo sucesso nos tratamentos de choque, ajudaria a mascarada a se levantar. O veneno, as marcas, Warui não conseguia deixar de pensar no inimigo que o marcou no passado.
  — O homem que me marcou evaporava um veneno nas feridas que fazia o selo amaldiçoado me consumir mais rápido. — disse, mais uma vez pensando alto, lembrando que a caçadora sabia em detalhes de toda a história. — Aquelas marcas no corpo delas, os chakras mais volumosos que o normal, alguém que queira pessoalmente me matar... Vai ser a segunda vez que me engano achando que o matei, se for quem eu penso.
  A adrenalina o havia agarrado, suas presas eram perigosas e estavam soltas em seu território. Deveria caçá-las o quanto antes, desta vez armando uma emboscada para ambas. Preciso me colocar um passo a frente das duas, uma ele mataria por puro prazer; a outra ele usaria para arrancar informações.
  — Ordene que dois caçadores reforcem cada portão. Se conseguir sentí-las, guie o caminho. Do contrário, vamos para o gabinete. — sua voz era firme, mas a garota poderia facilmente perceber que havia um anseio nas intenções dele. — Chame o Cão.


HP: 500/500 // CH: 470/500 // SN: 290/290 // ST: 01/07


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o brilhantismo

A substância anestésica que havia contaminado o ar e subjugado os representantes da Névoa persistia em seus corpos: os músculos intoxicados. Mas o Sexto provava sua expertise a cada momento, desde o início. Ele buscava habilmente uma maneira de se livrar das amarras do veneno.

Depois que as duas figuras bizarras atravessaram os portões e sumiram de vista, Warui já conseguia sentir seus músculos voltando a trabalhar. Um formigamento acometeria todo seu corpo, suscitado pelo tratamento de choque que ele proporcionava a si mesmo.

E a Sombra se libertou.

Usando da mesma estratégia, ele posicionou a mão sobre as costas de Ichika, dando uma descarga elétrica no corpo da companheira. Apesar da dor, ela aguentou firme, segurando um gemido ao morder os lábios atrás da máscara. Enfim, a Raposa também se veria livre.

Warui não deixava que o tempo passasse batido. Portanto, suas decisões seguiam ligeiras e afiadas. E, na mesma velocidade, Ichika apanhava todas as ordens da Sombra e as repassava para os caçadores por intermédio de sua telepatia.

Entre as ordens, havia uma especial: chamar o Cão. Essa a Yamanaka tratou com exclusividade. Jiro, precisamos de você. Nos encontre a caminho do Gabinete. E cuidado, as chamas de ontem adentraram a vila e sumiram de novo, disse ela ao Uzumaki.

[...]

Do lado de dentro da Névoa, o Cão se encontrava patrulhando junto aos demais caçadores quando, repentinamente, recebeu o chamado da Raposa. Logo nas primeiras palavras ouvidas diretamente de sua mente, o rapaz começou a se mover rapidamente na direção sul, onde sentia seus companheiros se mexendo.

Estou indo, respondeu ele prontamente. Um pensamento que Warui também poderia ouvir.

Jiro se distanciou dos outros Anbu, correndo sobre os telhados da vila. No entanto, enquanto seus pés pisavam firmes sobre as estruturas, uma das telhas vacilou. Ele se viu prestes a cair, mas agilmente reouve o equilíbrio. Porém, durante os milésimos de segundos em que ajustava seu corpo, algo se enroscou no tornozelo do caçador.

E ele despencou, tombando dos telhados ao chão.

O Cão tentou se recuperar o mais rápido possível. Ele sentia uma dor imensa na perna que tropeçou. Quando olhou para seus pés, viu uma serpente albina estrangulando seu tornozelo. E essa serpente cuspiu outra, e mais outra, e outra... até que ele se veria cercado por um ninho de cobras lívidas.

Pessoal, preciso de ajuda aqui!, ele falou consigo mesmo, com a intenção de que seu pensamento fosse captado pela Raposa.

— Um caçador solitário, que conveniente, — uma voz feminina veio das sombras. E as figuras vieram à tona novamente. — Que gracinha. Espero que você sirva para as informações que precisamos.

A de roxo estendeu o braço. Dentre a manga de seu quimono, saiu mais uma cobra branca. Essa parecia especial, era uma pouco maior e mais encorpada do que as outras. Ela foi serpenteando na direção do Uzumaki e cravou suas presas no pescoço do rapaz. Ele estava quase para desmaiar, sentindo-se sugado pela víbora.

[...]

Em outro canto da Névoa, Warui e Ichika sentiam a assinatura de Jiro se movimento para perto, além de receberem a mensagem de que ele estava a caminho.

Não demoraria muito para que chegassem ao destino: o Gabinete. Porém, notar que a chama do Cão havia parado, fez com que a Raposa também interrompesse seu trajeto. Logo veio o pedido de socorro.

— Jiro está em apuros! — ela exclamou, olhando para Warui, esperando suas ordens.

Apesar de imaginar o que poderia ter acontecido, era estranho para ambos não conseguir sentir nenhum chakra além do de seu companheiro. Como se as inimigas fossem capazes de atacar, pelo menos por hora, sem a necessidade de técnicas. O que não seria uma grande surpresa, já que eles experimentaram um pouco disso nos portões.

Mas a energia de Jiro estava diminuindo. — Ele está enfraquecendo, — a Raposa constatou.

A chama do Cão sumia lentamente. Sorte que ele era um Uzumaki.


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Warui
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IV.


  Os movimentos do corpo eram recobrados segundo a segundo, precedidos por um intenso formigamento em cada um de seus músculos. Observou os movimentos das presas até que se perdessem dentro do vilarejo, sabendo que haveria melhor oportunidade para atacar – e também tendo ciência de que o relógio corria a favor delas. Não demorou a liberar uma leve descarga de eletricidade na caçadora, que conteve um gemido de dor abafado pela máscara, mas que ainda assim conseguiu ouvir.
  — Me desculpe por isso, Raposa. — disse, pouco antes de dar as ordens.
  Conseguiu escutar em sua mente o chamado prontamente feito em resposta ao seu último comando e logo em seguida a voz de Jiro também ecoou; o reunir do time dez da Névoa era apenas questão de tempo. Warui e Ichika partiam o quanto antes na direção do que seria o ponto de encontro, acompanhando o ruivo se deslocar com suas técnicas sensoriais. No meio do caminho, ele estranhou o fato da chama de seu parceiro ter parado de se mover e quase podia dizer que, sob a porcelana que lhe cobria o rosto, Ichika também franzia o cenho.
  — Jiro está em apuros. — de soslaio, notou o rosto dela virado para si. — Ele está enfraquecendo.
  O alcance dela era muito maior que o seu, mais apurado, saberia dizer com precisão que algo estava errado. Sua resposta seria silenciosa, mudando os rumos para a direção onde Cão estava, apertando os passos ao máximo que sua velocidade iria permitir. A eletricidade havia acelerado ainda mais a troca de informações entre cérebro e músculos, fazendo a Tempestade avançar com ainda mais agilidade por sobre as construções da aldeia.
  Vislumbrar o Sexto em movimento seria como olhar para um vulto e sequer ter certeza de que algo passou diante dos olhos. Ele sabia que as duas garotas o tinham diretamente como um alvo, mas se questionava se estavam cientes de que era um tipo sensor. Pode ser uma carta ao meu favor. Uniu ambas as mãos em selos e um estouro de fumo branco aconteceu antes de chegar ao local de onde a energia do caçador Uzumaki emanava. Uma réplica perfeita de si surgiu e tomou a dianteira. O original uniu ambas as mãos mais uma vez e usou o chakra para fazer cada detalhe em si tomar os traços de Raposa.
  Assim que notasse o telhado com um grande buraco onde teria a certeza de que estava seu parceiro, deixaria seu falso eu seguir adiante. Fique mais afastada e me dê cobertura avisou a loira no silêncio de seus pensamentos. Em seguida, pousaria ao lado do clone, observando a cena de cima: o mascarado cercado de serpentes brancas como as outras que encontrou e uma com as presas em seu pescoço. Disfarçado na pele de Ichika, o Mizukage se manteria imóvel enquanto o clone desapareceria do seu lado e reapareceria atrás da garota de cabelos roxos, tão rápido que sequer teriam tempo de piscar os olhos. Desembainhando a espada, a fincaria na altura do peito, num assalto por trás, com a parte da lâmina voltada para cima.
  — Pensei que quisessem a mim. — provocaria o falso Warui se tivesse sucesso.
  Não sentir as presenças das duas deixava a suposição de que pudessem partilhar da mesma técnica de Cão, e sei bem que quando ele esconde sua presença, não consegue usar outros jutsu. Neste momento, o tempo estaria ao seu lado e sua velocidade não permitiria que uma reação da presa escolhida fosse rápida o bastante para conter o primeiro ataque, ao menos assim pensava. Se houvesse um contragolpe, o clone iria se desfazer numa grande descarga elétrica que paralisaria quem ou o quê o atingisse ou estivesse dois metros distante e por isso buscaria ficar o mais próximo possível da garota de pernas expostas.
  Talvez elas fiquem mais focadas em atacar meu clone, pensaria enquanto os mil pássaros rugissem em sua mão direita, usando em favor de seu disfarce o fato de as antagonistas não conhecerem as habilidades da caçadora. Ajude o Cão agora seria a ordem do líder, enquanto apontasse na direção da cabeça da invasora em roupas douradas. Sabia que ela poderia tanto ficar parada quanto ir ao auxílio de sua companheira, mas não importaria a decisão tomada, a lâmina elétrica correria buscando qualquer ponto no crânio. Se conseguisse atingi-la, faria seu chakra se abrir como um ouriço, rasgando a carne da presa de dentro para fora em vários pontos.
  Esperaria pelo desfecho de suas ações e pela movimentação de sua parceira, guardando a distância da altura do teto para o chão enquanto seu clone partisse para tentar causar o caos. A certeza do sucesso ele não tinha, mas seu objetivo maior estava velado em assaltos violentos e impiedosos: salvar Uzumaki Jiro. Se eu conseguir matar alguma delas no processo, ficarei ainda mais satisfeito; por baixo da máscara que não lhe pertencia, a Tempestade Sombria sorria.


HP: 500/500 // CH: 375/450 // SN: 290/290 // ST: 02/07
Clone: 50/50


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Warui
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as presas

— Você está contando com a volta dele, não está? — a de dourado questionou.

— Infelizmente, sim. Se não fosse a demora para drenar a energia desse garoto... — a de roxo respondeu, referindo-se ao Cão.

A mais volumosa das serpentes albinas permanecia com suas presas cravadas no Uzumaki, engordando conforme a energia do garoto era drenada. Já estava com tanto peso que não mais se pendia entre o quimono da figura roxa e o pescoço da vítima, agora apoiava seu corpo no chão.

A de roxo mordeu os lábios. E disse: — Espero que ele tenha memórias valiosas a respeito da Névoa.

[...]

Warui rasgou a neblina de sua vila, avançando como o lampejo de um relâmpago. Um relâmpago que não era sucedido de trovoadas, pois singrava em quase absoluto silêncio naquela noite. Logo atrás, Ichika corria como podia para acompanha-lo. Ambos estavam convictos da missão de resgatar Jiro, pois já conseguiam imaginar o que estava acontecendo.

No meio do caminho, a Sombra se multiplicou, fazendo surgir um clone a seu lado. Em seguida, ele decidiu por mimetizar a imagem da Raposa. Momentos antes de alcançar a chama do Cão, Warui aparentava já possuir uma estratégia bem elaborada em sua mente.

Depois dos avanços, o Sexto se deparou com o telhado onde ocorreu a queda do Cão. Observando o buraco, rapidamente ele deduziu o que havia acontecido. O rapaz, agilmente, posicionou-se junto ao clone próximo das telhas quebradas. Lá de cima puderam observar a cena: as figuras, o Cão e o ninho de cobras.

Então o clone avançou.

Tão rápido quanto o original, ele apareceu atrás da de roxo num piscar de olhos. Porém, quando a lâmina de sua espada estava prestes a fincar-se no coração da garota, ele teve seus braços restringidos. Se olhasse para baixo, poderia ver uma serpente enrolada em seus membros, saindo diretamente daquela cabaça branca. De súbito, a cabeça de fios roxos fez um giro de 180º, permitindo-a fitar o clone de Warui nos olhos. Vendo que não havia mais por que se esconder, as chamas das duas figuras acenderam novamente.

Havia um semblante sombrio estampado na face da mulher-serpente. — Então você conseguiu se livrar? Mas que impertin...

A sua fala, de repente, foi interrompida pela intensa descarga elétrica que se sucedeu assim que o clone se dissipou. A figura de dourado se mostrou ágil, saindo da área de alcance a tempo de não ser atingida. Com o choque, a garota de poucas vestes entrou num estado de paralisia que a fez cair de joelhos no chão. Porém, a descarga não parou nela, a energia percorreu pela serpente mais corpulenta, atingindo o Cão e paralisando as presas da víbora ainda fincadas na carne do garoto, assim como todo o ninho de cobras que se enroscava nele.

Warui aproveitaria a oportunidade criada pelo clone para reunir suas forças num segundo ataque. Dessa vez prometia ser letal. Cruzou o caminho que havia entre ele e sua presa, para acertá-la com o relâmpago vivo que segurava na palma de sua mão.

No meio do trajeto, porém, ele seria pego por um golpe feroz da figura dourada. Ela não só demonstraria imensa velocidade, como também a capacidade de interceptar o poder dos mil pássaros com sua força monstruosa. Segurando-o pelo punho, ela giraria sobre os calcanhares e o arremessaria para longe.

Se Warui não tiver outra carta na manga, a força da mulher-fera o fará atravessar duas paredes antes de cair no chão com o desabamento que restava da estrutura da casa de telhado quebrado sobre ele.

Nesse ínterim, a Raposa enfrentaria dificuldades para seguir as ordens do Sexto. Embora as serpentes e a sua criadora estivessem paralisadas, o Cão ainda estava rodeado de corpos compridos enroscados em seus membros, além da víbora corpulenta agarrada em seu pescoço. O que a Yamanaka poderia fazer frente a essa situação?


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Warui
Mizukage






V


  Consigo senti-las, o Sexto pensou consigo sabendo que Ichika iria ouvi-lo enquanto seu clone avançava. Observando tudo de cima do telhado, percebeu que seu primeiro assalto havia sido interceptado pela garota que parecia ser a mestra das serpentes; seu sorriso, no entanto, não se desfez. A presa de joelhos no chão se mostrava indefesa e seu instinto assassino parecia consumi-lo de dentro para fora. A transformação fora desfeita, não havia mais porquê se esconder. O selo em seu pescoço se expandia por todo o corpo o tingindo com as marcas negras de sua maldição.
  A garota em vestes de ouro veio em sua direção em uma velocidade surpreendente, ele sequer teve tempo de puxar o próprio pulso para evitar que fosse agarrado. No entanto, a Sombra sorriu outra vez, tomado por um sadismo ainda maior. A reação fora imediata: o toque em sua pele fez o chakra elétrico em sua mão se espalhar por cada centímetro de si. Quando a outra girasse nos calcanhares ainda o apertando, de todo o seu corpo seriam disparadas descargas elétricas.
  O brado dos mil pássaros ecoaria na forma de serpentes azuis e violentas que nasciam de Warui. Se tivesse sucesso, à queima roupa, conseguiria paralisar mais uma das presas que lhe causavam problemas e, somente então, voltaria suas atenções para a garota que estava no piso inferior.
  Nos olhos borgonha, brilhava a sede de sangue de um predador diante de sua vítima em um estado de completa vulnerabilidade. Como fizera seu bunshin, o corpo tomado pelas marcas negras desapareceu em uma velocidade ainda maior na direção de sua presa, desembainhando a espada no caminho, fazendo o corpo do cabo à ponta do aço ser envolto pelo raiton, mirando um golpe horizontal na altura do pescoço. Seu objetivo era decapitá-la, um único ataque mortal que não daria margem à contragolpe, a vítima dificilmente sobreviveria se fosse atingida. A Tempestade parecia sentir prazer toda vez que o fio banhado em eletricidade tocava a carne do pescoço e deslizava como se fosse uma faca quente na manteiga; a assinatura que lhe dera a fama de sombrio. Ele certamente alargaria o sorriso se derramasse o sangue da garota ali.
  Mas havia mais do que o simples deleite com uma vida ceifada por sua espada. Cobriria as narinas e boca com o cachecol vermelho em seu pescoço, temendo outra vez que fosse surpreendido por veneno, e não seria a primeira a emanar substâncias do próprio sangue.
  Ele olharia em sua volta se conseguisse dar cabo a mestra das serpentes, analisando as criaturas todas paralisadas e o corpo de seu parceiro igualmente estático. A explosão do clone o alcançou. Raposa estava ao seu lado e poderia ouvir perfeitamente os pensamentos do Sexto. Tome a mente dela para que não tente gracinhas, ele daria a ordem a loira, que prontamente uniria as mãos formando o selo característico da técnica única dos Yamanaka, trocando a mente com a outra loira apenas se estivesse de fato paralisada.
  Se moveria para apanhar o corpo da oinin com cuidado para que não tocasse sua espada, pousando-o longe das criaturas albinas enquanto Ichika, se estivesse no corpo da invasora, a manteria presa no lugar caso conseguisse se desvencilhar da paralisia. Com um balanço da katana, Warui tentaria separar a cabeça da grande cobra, que mordia o pescoço do ruivo, do restante de seu corpo, com a atenção redobrqda para não acertar seu parceiro. Logo em seguida, passaria a lâmina através do corpo de cada criatura que se enrolava no Uzumaki, as partindo como se fosse uma tesoura cortando papel.
  Tendo conseguido libertar Jiro, se deslocaria para o alto do telhado, outra vez como se desaparecesse de um ponto e ressurgisse no outro, agora ao lado do novo corpo de Ichika. A espada havia retornado à bainha tão rápida quanto ele haveria se movido. Colaria um papel explosivo em cada junta do joelho dela e uma em cada mão, dando alguns passos para trás para manter-se a distância segura de dez metros.
  — Pode sair. — ordenou a caçadora, que prontamente desfez sua técnica, deixando o corpo alvo com apenas uma mente.
  Ele uniria os dedos num único selo e os explosivos reagiriam ao seu chakra. As explosões atingiriam partes do corpo da garota demônio cuidadosamente escolhidas se tudo corresse como planejava: as mãos para que ela não pudesse fazer selos com os dedos quebrados ou estourados; e na junção dos joelhos para que não fosse mais capaz de se mover. Somente após o desfecho, ele seguiria com as ordens.
  Seria um erro subestimar esses demônios.


HP: 490/500 // CH: 510/550 // SN: 290/290 // ST: 03/07


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o veneno


Faltava pouco para que Warui fosse brutalmente arremessado pela figura de vestes douradas. No ínterim da manobra, ela sentiu um formigamento tomar posse de seu corpo, milésimos de segundos antes de experimentar a fúria de um relâmpago correr por todo seu esqueleto e a fuzilar como se fosse de dentro para fora. O Chidori Nagashi impediu que a ação da mulher fosse concluída, permitindo que a Sombra da Névoa escapasse dos dedos bestiais.

Paralisada, agora a de dourado também ia de joelhos à superfície, quebrando mais uma porção de telhas com o cair de suas pernas.

Tomado por marcas escuras que serpenteavam na sua pele, o Sexto demonstrava prazer em atacar as invasoras de sua vila. Não era um simples sentimento de justiça. Ele saciava uma sede por sangue que aparentemente se encontrava adormecida em seu interior, sob os deveres morais exigidos em sua posição de Mizukage, e que há muito não vinham à tona.

Apesar da cabeça de fios dourados estar prostrada a sua frente, Warui mantinha seu foco vidrado na mulher-serpente. Essa que ainda recobrava os movimentos que antes foram acorrentados pela descarga elétrica. Dessa vez, a Tempestade de Kirigakure fez seu nome refletir em suas ações. Num rápido lampejo de energias violetas e azuis, o corpo franzino e descoberto da garota teve a cabeça cortada fora pela lâmina do representante da Névoa.

Sangue escuro espirrou do pescoço degolado, manchando as vestes do seu carrasco. Ele foi esperto em cobrir o rosto, precavendo-se do veneno que certamente lhe traria complicações.

Após o avanço cheio de uma insanidade repentina, a Sombra reouve sua sobriedade para voltar seus esforços ao Cão que continuava cercado pelas serpentes albinas. Mais algumas ordens foram proferidas por pensamento, acatadas pela Raposa que usou sua própria mente como gaiola para a invasora ferina. Logo, o corpo adormecido da caçadora foi cuidadosamente posicionado em segurança pelos braços determinados de Warui.

Restava, nesse momento, resgatar Jiro do ninho de cobras.

Quando o Sexto fez menção de se aproximar, as serpentes começaram a se contorcer. O estado de paralisia estava acabando. No momento em que, de fato, aproximou-se, as víboras que continuaram ali tiveram um fim parecido com a de sua mestra: foram decapitadas. Incluindo a mais gorda de todas, que não conseguia se desgarrar das energias do Uzumaki, devorando-o com muita sede. No entanto, algumas escaparam antes do seu fim chegar, espalhando-se pelo cenário, correndo para as sombras.

Embora a paralisia estivesse passado e não houvesse mais serpentes para lhe prender, o Cão estava a beira da morte, sem forças para sequer abrir os olhos. Dada a situação, era quase certeza de que algum veneno contaminava seu organismo, drenando sua vida lentamente. Afinal, não era interesse das invasoras que ele morresse, não antes de conseguirem o que queriam.

A próxima ação do rapaz era dar cabo da figura restante: a de vestes douradas. Warui colou selos explosivos nas articulações das mãos e joelhos da mulher e, depois da Yamanaka desabitar a mente da vítima, acionou-os remotamente. A explosão se fez ouvir e fumaça se levantou naquele lugar. O telhado não resistiu a tanto, cedendo com o advento dos explosivos. Para dentro da casa e sob os escombros da estrutura, a figura dourada mergulhou.

Todavia, contrariando as expectativas do Mizukage, aquela explosão não seria o suficiente para romper os ligamentos do corpo de sua vítima. Pelo contrário, a resistência da mulher-besta era tamanha que as explosões apenas mancharam sua pele com o rubor de queimaduras de primeiro grau. O que, para ela, não significava nada.

No meio dos escombros, uma das serpentes albinas rastejou-se. Uma bem pequena e ágil. Ela se aproximou do corpo paralisado e vestido de dourado, então perfurou-o com suas presas minúsculas. Um jato de veneno entrou na mulher. Ela sentiu uma súbita onda de calor, o suficiente para aquecer toda a sua musculatura e lhe devolver os movimentos.

Warui, que permanecia sobre os telhados, provavelmente já virando para se reunir com seus companheiros, poderia escutar um urro aterrador.

De dentro do buraco do telhado, a figura de dourado emergiu com uma fúria descomunal. Ela surgiu com um salto. Sua imagem estava a frente do brilho da lua que já se estendia cheia no céu daquele momento. Num movimento rasante de punho cerrado, ela desceria do alto com um golpe que devastaria todo o cenário; uma parte considerável da vila. Bastava que conseguisse tocar o solo.


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Warui
Mizukage






VI


  As descargas elétricas devoraram a mulher em dourado quando esta agarrou seu punho. Correu seus olhos lentamente para admirar, ainda que por alguns instantes, o semblante de desespero que a tomaria àquela altura. Se desvencilhou com um único movimento após os mil pássaros apanharem a presa e em seu olhar a outra quase poderia ler o aviso: o brilho nos afiados olhos borgonha parecia dizer “você é a próxima”.
  E então, ele desceu como um raio negro em noite que anunciava a tempestade, riscando os céus à companhia de brisas gélidas como um sopro de morte, antes mesmo dos deuses chorarem. Os pés do Sexto fincaram no chão diante da antagonista de cabelos lilases e a troca de olhares fizeram o sorriso torcer-se singelamente quando percebeu na outra o medo. Sua espada zuniu tão rápida que, quiçá, sua presa sequer saberia dizer quando fora seu último suspiro.
  Menos uma, e o sorriso se alargou.
  O pulsar da loucura o tomava e o sangue de sua primeira vítima jorrava em jatos quando a cabeça se desprendeu do corpo violentamente. Algumas gotas respingaram em seu rosto parcialmente coberto pelo pano do cachecol e nas vestes negras; o corpo sem vida tombou para trás, mergulhando numa poça vermelha escura. A imagem daqueles olhos agora sem brilho eram como admirar uma obra de arte feita por si, esta de aço e morte. O golpe fora por cada vida que ela levou ao insultar a Névoa, mas também para satisfazer os instintos mais obscuros daquele Warui que se guardava adormecido quase sempre.
  Uma Tempestade nunca perde sua essência, repetia para na quietude dos pensamentos uma frase que costumava ouvir de seu pai quando menino. O corpo de sua parceira pousava cuidadosamente no chão enquanto ela assumia o controle da última presa, mas Jiro ainda não estava livre de suas amarras vivas. Podia sentir a chama do caçador cada vez mais fraca, como se sua vida estivesse se esvaindo a cada segundo que perdiam. Sequer precisou balançar a espada e as cobras albinas começaram a se contorcer antes de terem o mesmo fim da mestra, os corpos se desvencilharem das cabeças como tivessem sido cortadas. Poucas delas haviam sobrevivido e fugiram, porém a maior delas estava morta e era isso que importava.
  Warui moveu-se para cima do telhado e preparou o fim daquela que julgou ser a mais problemática. As quatro explosões ergueram uma cortina de fumo quente e escura, uma lufada de ar espalhou o cheiro de pólvora pela Névoa e o estouro ecoou pelas vielas adormecidas. O silêncio pairou enquanto seus olhos buscavam qualquer sinal da invasora no manto de trevas que a cobria outra vez dentro da construção em que lutavam. Precisamos levar o Cão, avisou à Raposa, vendo-a se levantar lentamente. Ele está em seu limite....
  Um brado irrompeu de onde a garota em dourado havia caído, mais animalesco e demoníaco que humano, um grito de guerra de uma criatura enfurecida. O timbre era tão intenso que ele quase sentiu a terra tremer. O vulto da mulher passou diante de seus olhos, pairando por alguns segundos diante da lua cheia que brilhava para dar um pouco de vida ao combate mortal. Os dedos do Sexto se uniram rapidamente enquanto sentia todo o chakra dela se agitar.
  O semblante da Sombra era calmo, ele não sorria com o mesmo sadismo e se concentrava para que a margem de erro em cada movimento fosse zero. A vida de Jiro está em jogo agora. De todo seu corpo, uma forte luz ofuscante emanou e no segundo que alcançasse os olhos cor de âmbar da invasora, Warui moldaria a realidade dela, a manipulando como um titereiro e sua marionete. Embaralhando a energia que flui a partir do cérebro, a intenção era impedir que a antagonista seguisse com qualquer que fosse a técnica que preparava ao causar a intensa perturbação no fluxo de chakra. Faria com que ela acreditasse no sucesso de seu assalto, acertando o golpe violento contra a estrutura e antes disso podendo sentir o estralo dos ossos do Mizukage na ponta de seu punho.
  A realidade, no entanto, pode ser um pouco mais cruel. Uma vez tendo sua presa apanhada na ilusão, desembainharia a espada uma última vez, projetando um golpe direto na garganta com a ponta da lâmina. Ele usaria o peso do corpo da presa em queda para fazer a katana deslizar ainda mais rápida pela garganta, tirando-lhe a vida sem que ao menos soubesse o que ou quem a tivesse atingido. Uma pena, pensaria consigo, se tivesse aquele cadáver em seu aço. Queria poder ver o medo em seu olhar.
  Se tudo saíssem como planejara, deixaria o corpo de lado movendo sua espada para a direita e fazendo a carne deslizar para baixo. Não perderia um segundo sequer admirando esta se afogar no próprio sangue, mas não deixaria de tomar aqueles dois cadáveres para a Névoa. As marcas negras em si seriam recolhidas à vontade da Sombra da Água, que embainhava o aço ainda manchado de sangue e voltava seus olhos para a caçadora antes de, enfim, reunir o time dez.
  — Ajude-me com o Cão. — diria, o pegando por baixo do ombro esquerdo enquanto Ichika faria o mesmo à direita do ruivo. — Sei quem pode ajudá-lo, mas antes precisamos levá-lo até o hospital.
  Em sua mente, o nome dela vinha acompanhado do brilho violeta naqueles grandes olhos e a lembrança da marca do País das Ondas. Seria a primeira vez que a veria desde o retorno à Névoa, é a única que conheço que pode salvar Jiro e eu preciso saber como ela está. Ele sabia que a parceira o estava ouvindo.
  — Ordene aos caçadores que recolham os corpos delas, avise-os que cubram bem as bocas e narizes para não serem envenenados. — daria a ordem, antes de partirem para o hospital da aldeia.


HP: 500/500 // CH: 530/550 // SN: 290/290 // ST: 04/07


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o demônio dourado


Um brilho ofuscou os olhos amarelos.

O estrondo da terra se estilhaçando como um espelho quebrado. O romper do solo. Fissuras de pedra se formando. Montanhas se erguendo. Poeira subia aos céus e ocupava o lugar conhecido pela neblina. As casas e edifícios ruíam, desabando, reduzidas a pó. Centenas de vidas ceifadas de uma só vez; num único piscar de olhos. A Vila Oculta da Névoa perdia uma parcela considerável de sua extensão. Esse era o resultado do toque daquele punho cerrado: o punho do demônio que envergava vestes douradas.

A Névoa não seria mais a mesma. Pelo menos não na mente ludibriada da figura de dourado.

Quando a besta abriu os olhos, retornando à realidade, foi justo no momento em que a lâmina da Tempestade Sombria atravessava sua garganta. O tempo pausou naquele instante. A fera saboreou um gosto de ferro. O sangue inundava sua garganta, transbordando por sua boca, escorrendo entre os dentes.

Os olhos amarelos tremeluziram. A arcada manchada de vermelho e de caninos pontiagudos como lanças rangeu. O semblante se desfigurou com a ferocidade de um demônio.

A espada, que ainda estava estocada no pescoço da fera, foi agarrada pela mão de unhas tão afiadas quanto lâminas; ela sangrava, mas mantinha a lâmina firme sob os dedos e palma cerrados. Então aqueles olhos amarelos, de pupilas miúdas e riscadas, fitaram a Sombra da Névoa. Uma infusão descomunal de medo chegava em Warui com uma força violenta.

Os olhos borgonha não mais veriam uma mulher; neles seria refletida a imagem de uma criatura colossal, semelhante a um tigre, mas de longos chifres, cujas listras da pelagem finalizavam em longas labaredas bufantes.

Logo, aquele mesmo punho que poria a Névoa abaixo, agora tocava no ombro que sustentava o braço da lâmina. Num golpe que carregava a última chama de vida daquela criatura dourada, o Sexto seria arremessado ao nível inferior, colidindo no solo que se abriria com o choque de seu corpo. O ombro, de ossos esfarelados, perderia o movimento. E o demônio de vestes douradas, após condensar o que restava de suas energias naquele momento, tombaria com a espada fincada em sua garganta.

A cena seria finalizada por um grito agudo e desesperador. Esse grito não era de nenhuma das invasoras, porém. Era um brado de Ichika, que não conseguiu conter as emoções de ver seus dois amigos deitados no chão e gravemente feridos.

Ela correu na direção de Warui. A imagem da raposa em porcelana foi ao chão. O rosto, livre da máscara, desabava em lágrimas enquanto a garota se debruçava sobre o peito de seu amigo.

— Warui, por favor... não... não... — ela falava com dificuldade. Estava desnorteada.


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Warui
Mizukage






VII.


  O brado de desespero irrompeu pelas ruas caladas, agora em tons mais agudos e delicados. O timbre da voz denunciava que a kunoichi havia se despido da pele de caçadora e deixava Ichika dominá-la. Ele correu os olhos e as lágrimas desciam como córregos do seu olho que ainda enxergava com perfeição, o outro estava coberto pela franja tal como aquela metade do rosto, mas já sabia que não possuía o mesmo brilho. A loira apoiava o rosto sobre seu peito, tomada pelo desespero enquanto ele sentia os níveis de adrenalina abaixarem. A dor em seu ombro gritava mais alto a cada segundo e sentia o braço pesado como se fosse feito de cimento. Seu coração batia a um ritmo acelerado e a respiração ofegava.
  Sentia o sangue quente em seu rosto e também em suas mãos, Warui sabia que a Névoa não tinha mais problemas e era tudo que importava. Acabou, mas ainda lhe restava o mais importante.
  — Eu estou bem, Ichika. — a chamou pelo nome entre alguns gemidos de dor, ali não estava mais o Mizukage e nem a caçadora.
  Ele não tentou se esforçar para levantar e toda a cena repaginava diante de seus olhos como um filme e a lua cheia brilhando acima de si era o projetor em que as imagens dançavam. A lâmina de sua katana rasgara a carne da garota de dourado, àquela altura um verdadeiro demônio. O brilho naqueles olhos, no entanto, ainda não havia se perdido, mas ver aqueles lábios e dentes manchados com o próprio sangue o fizeram sentir-se satisfeito. A Névoa venceu, pensara, antes de ver a mão da presa abatida segurar firme o aço de sua espada.
  A intensão assassina lhe atingiu como um raio e, naquele segundo, se viu paralisado. O medo o tocou sem delicadeza como uma lufada fria de noite de inverno, lhe arrepiando até o último fio de cabelo. Algo em si, no entanto, sentiu prazer. O Sexto foi tomado por aquela sensação sombria que não o permitia esquecer de sua essência, as marcas negras o envolveram num manto de loucura que parecia despertar o outro demônio. Toda a sua pele tingiu-se no tom cinza e seus olhos ganharam a mesma cor de âmbar de sua vítima que lutava em seus últimos instantes em vida.
  A Tempestade Sombria curvou os lábios num sorriso largo e sádico.
  — Vê? A Névoa também é guardada por demônios.
  Naquele momento, sequer sentiu a dor quando seu ombro foi golpeado pela besta dourada. Viu a outra tombar para trás após seu último suspiro e deu-se por satisfeito. As grandes asas se abriram no momento certo, antes que o corpo se chocasse violentamente contra o chão. Fez com que os dois grandes punhos golpeassem firme o solo, mantendo o corpo suspenso e apenas sentindo o solavanco do movimento freado. A poeira levantada envolveu a cena e impediu que Raposa visse a transformação ser desfeita e toda a aparência bestial se guardar na marca em seu pescoço.
  — Me ajude a levantar, temos de levar Jiro ao hospital. — àquela altura, o demônio havia adormecido completamente.
  — Você também precisa de um médico. — a parceira o repreendeu, ajudando-o como pedira.
  — Uns ossos quebrados não irão me matar. — dizia, vez ou outra resmungando a cada pontada mais forte, mas resistia bem a intensa dor que o martelava. — A chama de Jiro está se apagando, ele foi envenenado. Isto é mais urgente. — a firmeza do líder retornava aos poucos.
  Com seu corpo por baixo do ombro direito do ruivo e o de Raposa – agora com a máscara sobre o rosto outra vez – sob o ombro esquerdo, com passos sincronizados com o da parceira, o Sexto pôs de lado sua dor e seu problema pelo de seu caçador. Levariam Cão o mais rápido que seus corpos permitissem para o hospital da aldeia, com a certeza de que médico algum tardaria em atender ordens da Sombra.
  — Quando chegarmos, ordene que os caçadores recolham os corpos das invasoras, minha espada e que chamem por Haru. — a pequena de olhos violeta era em quem ele mais confiava que salvaria Jiro.


HP: 230/500 // CH: 500/500 // SN: 290/290 // ST: 05/07


Armas (11/19 espaços):
Usados & Ativos:
Considerações:
Warui
Ficha de Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t2909-arashi-warui
Criações do Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com
Haru
Kirigakure Jōnin
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Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
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o renascer


O demônio que habitava na obscuridade de Warui assomava a seu corpo. De tez cinzenta e olhos cor de âmbar, ele fitou a figura de dourado ainda viva. Projetando-se das costas, mãos desmedidas surgiram quando ele foi arremessado. Os membros colossais, de palma aberta, acertaram o solo. O dano da queda foi mitigado pelo demônio da Tempestade, que retornou às sombras logo depois.

Escutar as falas de seu amigo e saber que ele estava longe da morte acalmou o coração de Ichika. Ela conseguiu se recompor e, usando o próprio ombro de muleta, ajudou Warui a se erguer. Ele enfrentou bravamente a dor de seus ossos quebrados para, junto de sua parceira, sustentar o corpo de Jiro. Então eles continuaram caminhando, passo a passo, rumo ao hospital da vila.

Enquanto o Time 10 da Névoa ficava cada vez mais distante do local da luta, alguns movimentos se iniciavam por ali.

A cabaça branca e de detalhes azuis começava a, estranhamente, se mexer. O objeto tremia como se alguém estivesse o sacudindo. E, de fato, estava; mas não por fora. Um par de mãos empurrou para fora a rolha que lacrava o receptáculo. Mãos pálidas, de dedos extremamente longos e finos, seguidas de braços com as mesmas características começavam a emergir. A cabaça tombou para o lado, quando uma cabeça de fios escuros forçava para também sair dali.

Logo um corpo comprido e desnudo estava se rastejando para fora do objeto. Ele estava embebido em alguma substância incolor e viscosa. Depois de serpentear até que o pé também estivesse livre, o corpo inflou conforme a boca e as narinas consumiam ar, gemendo como se aquilo lhe causasse dor. E então, novamente erguida, estava ela: a figura de roxo.

Os olhos da demônia analisaram o cenário, e pairaram sobre o corpo decapitado e de mesma aparência.

— A número 5 se foi, — disse ela, observando com desprezo a outra cópia. — E aquela ali também, — constatou, vendo que a figura de dourado também estava morta.

Portando um semblante impassível, ela tomou para si o quimono roxo do cadáver, prendeu a cabaça a sua lombar e deixou o lugar. Ela foi para as sombras; para fora da Névoa.

A essa altura, a Yamanaka já usava sua telepatia para chamar outros caçadores. Esses que rapidamente atenderam o chamado, chegando a passos velozes para cumprir as ordens. Alguns foram para a cena da batalha, onde deram cabo dos corpos e recolheram a espada do Sexto. Enquanto isso, outros foram em busca de Haru.


Considerações:
Haru
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Warui
Mizukage






VIII


  A luz do sol jorrava pela janela aberta e iluminava de forma particularmente bela o rosto emburrado de Ichika. A outra os encarava com os braços cruzados a frente do peito e uma brisa invadia, brincando com aqueles longos fios de cabelo dourados bagunçando delicadamente a franja que lhe cobria um dos olhos. O céu atrás da caçadora estava azul, sem nuvens e podiam ouvir os pássaros entoando suas canções do lado de fora.
  Os cantos da primavera, ele aprendera a chamar daquela forma com sua mãe quando ainda era viva. Seus olhos calmos confrontavam aquele de Ichika que parecia repreendê-lo. Seu braço ferido estava devidamente engessado e com uma tipóia para manter o ombro na posição correta. Ajustar-se na cama com um único braço era difícil, mas o fez para que pudesse ao menos ficar sentado.
  Olhou para o lado e viu seu amigo sorrindo com a expressão mais alegre. Os médicos o haviam salvo, mas ainda precisaria de Haru para livrá-lo completamente do veneno. Esperarei ela chegar para voltar ao gabinete, de fato, ele não precisaria mais ficar lá.
  — Você precisa ser mais responsável. — Ichika parecia brava ainda, como se ele fosse culpado de algo.
  — Eu não ia imaginar que aquela garota ainda teria forças pra me atacar com minha espada na garganta. — explicou, com a voz arrastada de quem havia acordado a pouco tempo. — Os caçadores recolheram os corpos e a minha espada?
  — Sim, eles me avisaram quando chegaram lá. — o cenho dela franziu. — Mas eles relataram algo estranho...
  Esperou em silêncio para que ela continuasse.
  — A garota decapitada estava nua, eles disseram. — o ruivo a atravessou, que parecia ter despertado bastante antes de si. — Não enrole tanto, Ichika. Warui-san dificilmente imaginaria que os problemas teriam acabado ali.
  — Sim. — fez uma pausa, olhando para o teto por alguns instantes, se distraindo com o giro do ventilador. — Elas mencionaram um terceiro elemento, a quem disseram que queria me matar pessoalmente.
  — E você não está preocupado?! — a garota levantou a voz.
  O parceiro deixou escapar uma risada.
  — Até parece que não o conhece.
  — A vila me preocupa. Se viessem diretamente até mim, não haveria problema algum. — ele voltou as atenções pros dois parceiros. — Mas nós sabemos que não será assim. — concluiu, mergulhando nos olhos cristalinos de Cão. — Está melhor?
  — Sim, estou e devo isso a vocês dois. — o sorriso era uma característica marcante no ruivo. — Agora é esperar pela violeta para poder ter alta.
  — Ela já está a caminho. — a kunoichi emendou, torcendo um sorriso provocativo nos lábios. — Como se ela fosse recusar um pedido de seu Warui-san.
  — Claro que não recusaria. — o sorriso do ruivo estava mais largo. — Afinal, estamos falando do Mizukage. — o outro piscou na sua direção com o olho esquerdo.
  O Sexto arqueou uma das sobrancelhas, não entendendo o que quer que estivessem sugerindo. Deu de ombros, suspirando levemente enquanto voltava o olhar para o lado de fora outra vez, agora mirando mais a aldeia que a paisagem. Precisarei me colocar um passo a frente deles, um próximo ataque não é uma dúvida se acontecerá ou não, se guardava agora no silêncio de seus pensamentos. É apenas uma questão de tempo.
  — Pedirei a Tomoko-sensei que mantenha a vigia da vila reforçada pelos caçadores. — avisou os amigos, sabendo que lhes daria mais trabalho. — Nosso problema ainda não acabou.
  — Não está pensando em lutar com um braço só, né, seu idiota?! — as discussões entre os dois eram parte da essência do time dez.
  — Se for necessário...
  — O que eu falei sobre ser mais responsável?! O que a Névoa não precisa é de sua Sombra morta!
  A gargalhada de Jiro era o complemento de uma cena que se repetia sempre que o time se reunia. Se Tomoko estivesse ali, certamente tentaria acalmar os ânimos de Warui e Ichika, que quase nunca debatiam sem que saíssem faíscas. Para os três, eles sabiam que aquele era um dos raros momentos de paz que a vida de um shinobi os poderia proporcionar.
  E por isso, os três aproveitavam.


HP: 308/500 // CH: 500/500 // SN: 290/290 // ST: 04/07


Armas (11/19 espaços):
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Considerações:
Warui
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Haru
Kirigakure Jōnin
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Missão Rank S aprovada!


Recompensas:
• 400.000 RY;
• 60 Exp;
• 30 YP.

Bonificações:
• 20 YP por resgatar Jiro;
• 30 YP por salvar as pessoas da vila.

Espero que tenha se divertido tanto quanto eu!
Haru
Ficha de Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t2857-f-haru
Criações do Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t1347-c-j-haru#9821
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