RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Warui
Mizukage






tempos sombrios à luz da primavera


A Névoa via dias mais cheios de cores e luz quando despertavam pela manhã, mas o medo constante os assolava como se despertassem numa madrugada de inverno. O Sexto sabia que seu povo clamava por proteção, o medo consumia homens, mulheres e crianças e o cheiro de sangue se impregnava no ar quase tão forte quanto o de sal que vinha do mar. Ele passava a xícara de café perto do nariz e respirava fundo, o ar quente lhe dava um pequeno deleite em momentos turbulentos.
  Tomou um gole pequeno e pousou a porcelana sobre a madeira antes de cruzar os dedos a frente dos lábios, fitando com frieza sua mestra ao lado da velha Conselheira da Água. Era muito cedo, mal havia terminado de passar sua bebida e já recebia os primeiros golpes na porta de sua sala. Quando viu as duas entrando, sabia que não estariam trazendo boas novas.
  — Perdão pelo incômodo tão cedo, Rokudaime-sama. — Tomoko se curvou numa meia reverência.
  — Deixe disso, sensei. — fez questão de frisar a forma como ele via a mulher Nara.
  — É bom irmos direto ao assunto. — a voz cansada de Shijima soou como música para ele, não é sempre que concordamos.
  — Pois bem. — Warui ajeitou a postura, repousando as costas no encosto da cadeira e tomando a xícara em mãos outra vez.
  Tomoko deu um passo a frente e estendeu dois pergaminhos sobre a mesa da Sombra, que correu os olhos para baixo enquanto tomava outro gole de seu café. Numa varredura rápida, notou que os kanjis pareciam dar informações a respeito de atividades suspeitas dentro da aldeia.
  — Os caçadores relataram o desaparecimento de alguns civis e uma estranha movimentação para além dos portões durante a madrugada já há alguns dias. — a outra começou enquanto apontava para o manuscrito. — As famílias relataram uma mudança sutil no comportamento dos desaparecidos, que começaram a demonstrar uma estranha devoção ao que chamavam de o salvador dias antes de sumirem. — o dedo fino da mulher guiou seu olhar para o outro pergaminho. — Ao mesmo passo, os oinins relataram ouvir em bares e áreas comuns no nome do tal salvador associado a um ataque a... — a voz dela se calou; Warui voltou sua atenção para aqueles grandes olhos de azeviche.
  — A você. — Shijima completou a frase, sem rodeios.
  Viu sua mestra engolir seco, a preocupação estava estampada em todo o semblante costumeiramente brando.
  — Pensamos em enviar Cão e Ichika para resolverem, mas... — a Nara travou mais uma vez.
  — Achamos que enviar o próprio Mizukage para resolver iria pegá-los desprevenidos e criar brechas importantes para as missões. — a velha se encarregou outra vez de soltar as palavras presas.
  — É arriscado. — Tomoko completou.
  — Eu irei. — ele não se alongou e deu um gole mais longo em seu café. — Se sou eu quem eles querem, não vejo por que outros arriscarem suas vidas.
  As palavras velavam as verdadeiras intenções da Tempestade.

(...)

  A madrugada era fria como todo shinobi da Névoa aprecia. Após muito tempo, ele se via coberto por um grosso abrigo negro, com o rosto quase todo tapado por um capuz e espreitava as ruas em um beco qualquer mal iluminado nas vielas a caminho de um dos portões. Raposa havia relatado que fora ali que os movimentos aconteceram nos dias anteriores e em algum outro ponto da vila estaria ela, também embrenhada na escuridão.
  Já estão se movendo, pode ouvir a caçadora falar em sua mente com uma de suas técnicas que a tornam tão boa no que faz. Diferente de si, o alcance de sua habilidade sensorial tinha extensão para cobrir quarteirões inteiros, enquanto Warui se limitava a cerca de cem metros. Aviso quando estiverem ao meu alcance, respondeu, sabendo que a outra poderia ouvir seus pensamentos, bem como Cão também seria capaz de ouvir a Raposa – este estava ao seu lado. A técnica de suprimir chakra do ruivo tornavam ele e a kunoichi uma das duplas mais eficientes dentre todos os caçadores; e quando Warui integrava a equipe, o poder destrutivo fazia do trio uma das forças mais temidas da Névoa.
  As chamas surgiram e seus olhos da mente enfim podiam sentir.
  — São cinco ao todo. — avisou ao Cão, que apenas anuiu. — Dois deles tem as presenças mais intensas, os outros três sequer parecem ninjas.
  Se algum deles fossem sensores, perceberiam apenas a presença do Sexto e poderiam mudar o curso – não o fizeram, porém. Os passos guiaram as presas para além dos portões e o time os seguiu: o Mizukage usando de sua furtividade fora do comum para se esgueirar pelos pontos sem luz, Cão era a própria escuridão e sequer poderia ser notado e Raposa usava seus parceiros como guias, podendo guardar uma distância enorme para acompanhar sem parecer suspeita.
  Os pés esmagaram a grama da floresta que abraçava a aldeia, úmida como ele bem sabia que a encontraria numa noite de céu encoberto. Os filetes de bruma davam um ar fantasmagórico para o lugar onde o canto dos animais era constante e não se ouvia nada além dos próprios passos. Ele buscava não perder os alvos do alcance dos olhos da mente, mantendo cuidadosamente a distância de cem metros para não ser descoberto e nem tampouco deixar de sentí-los.
  Conseguiu ver ao longe, sob a fraca luz da lua que irrompia por entre uma fresta nas nuvens, uma porta do que parecia um porão. Os dois com as energias mais fortes se mantinham do lado de fora, segurando a porta e verificando o perímetro, enquanto os três mais fracos entravam. Não demoraram muito para concluir, erroneamente, que estavam seguros e eles próprios fecharem a porta.
  Ichika rapidamente se aproximou dos dois, o covil havia sido descoberto.
  — Sinto a presença de chakra em toda a porta. — observou o Sexto.
  — É bastante provável que esteja selada. — disse o Cão, aparentemente seguro do que falava. — Não estamos lidando com inimigos quaisquer, Mizukage-sama.
  — Acha que consegue quebrar o selo? — perguntou sem desviar os olhos da entrada do porão, sabendo também qual seria a resposta. Ele certamente está sorrindo por baixo da máscara.
  Ele está, Ichika soou em seus pensamentos, fazendo o time dez surgir ainda que por breves segundos.
  — Farei o meu melhor, senhor.
  Warui observava atentamente seu parceiro, o ruivo precisou de apenas alguns segundos analisando as marcas negras postas sobre o grosso cadeado de bronze antes de unir as mãos em uma sequência rápida. Viu o brilho azul nas pontas dos cinco dedos da mão direita do caçador e o outro pousou-os cuidadosamente sobre cinco símbolos que pareciam chamas de energia representadas em tinta preta. Percebeu a energia de Cão se espalhar por toda a marca antes de girar o punho no sentido horário. O clac do cadeado lhes anunciava a abertura da passagem.
  Mirou um olhar calmo na direção do rapaz e acenou com um tombar do pescoço. Dali em diante, o trio deveria ser silencioso como as próprias sombras. As portas rangeram ao se abrir para eles e o Sexto tomou a dianteira, descendo os degraus feitos de cimento até que estivesse tão escuro que seus olhos mal pudessem enxergar um palmo adiante. No entanto, conseguia sentir muito mais chamas de energia na escuridão dos olhos da mente do que antes de pisarem próximos.
  — São muitos. — Ichika deixou escapar baixinho.
  — E são todos fracos. — completou, também sem elevar a voz.
  — Podem ser os cidadãos desaparecidos. — concluiu o Cão.
  Os passos da Tempestade começaram a acelerar voluntariamente e os estalos contra a pedra dura ecoavam para as profundezas do que parecia o fim de um túnel escuro. Algumas arandelas suspendiam tochas que queimavam fracas, a disposição sem um padrão não permitia iluminar o local de maneira adequada. A todo momento buscava não se distanciar demais dos parceiros, embora já percebesse que estava correndo, confiante de que não haveria armadilhas no caminho. Parece apenas um corredor de uma prisão, ele era capaz de sentir as presenças como se estivessem dentro das paredes; não via ninguém, mas as lamúrias preenchiam as sombras.
  Irrompeu para o meio de um círculo pintado de vermelho em que um homem sob o grosso manto negro empunhava uma katana e uma mulher estava ajoelhada diante de si. Seu aço beijou o do outro, ele não precisaria de uma explicação para o que estava acontecendo, o dialeto que ele buscava não necessitava de palavras. O Sexto caiu a primeira vez com a espada em sua forma pura, a segunda e quando balançou a mão da esquerda para a direita para o terceiro golpe, no exato instante em que o tilintar de outro encontro violento estava prestes a ecoar, um manto elétrico abraçou sua arma.
  Seu oponente reagiu rápido, saltando dez metros para trás. A metade da arma do outro caia ao chão e o rosto se destapou, exibindo um semblante com os dentes rangendo uns contra os outros no que parecia fúria e medo. Notou com o canto do olho Cão e Raposa acudindo a mulher e pode sentir uma segunda presença se aproximando à sua esquerda. Um único movimento foi necessário e sua espada zuniu na direção do adversário, buscando o pescoço no exato instante em que o outro estaria prestes a desferir seu ataque.
  O sangue jorrou e a cabeça rolou no chão. Algumas gotas vermelhas mancharam as maçãs de seu rosto e ao longe, ouviu o som de aplausos ecoando, sugerindo um lugar amplo apesar de fechado. Não havia se dado ao luxo de analisar sua volta em detalhes, mas um está morto e o outro, amedrontado. Um grande lustre iluminava o lugar à luz de grossas velas de cera carmesim, posto exatamente sobre um grande círculo de mesma cor com um triângulo na parte interior. Ao alto, um homem esguio vestido em preto assistia de uma espécie de camarote rústico, cujo acesso parecia se dar numa escadaria de pedra numa das laterais do que se abria como o fundo de uma caverna. O rosto caído no chão tinha olhos vermelhos, cabelos grisalhos e pele enrugada, denotando alguma idade.
  — Não esperava uma visita tão ilustre assim, Kurai no Arashi. — um sorriso sádico se alargou no rosto do mais distante, sua voz ecoava grave, mas não tão plácida.
  Warui respondeu com seu silêncio enquanto voltava seus olhos na direção do que havia atacado primeiro. Parece bem mais jovem que os outros dois, notara um olho com a esclera negra e íris vermelha e outro castanho escuro, além dos mesmos fios de cabelo branco que pudera notar nos outros dois. Seu olhar afiou na direção do rapaz, sua intenção assassina poderia ser sentida intensamente àquela distância, caindo sobre o outro ainda mais feroz que quando os ataques foram físicos. Vira sua presa arregalar os olhos e despir-se do semblante furioso, parecia não conseguir conter o medo que transbordava e caiu de joelhos, abraçando o próprio corpo antes de gritar tomado pelo terror.
  — Recomponha-se, moleque! — repreendia a cabeça que estava separada do corpo. — Pisamos neste país sabendo que nosso objetivo era perturbar a Névoa e sua Sombra!
  Sequer havia notado quando sua atenção havia voltado para o homem que deveria estar morto. A Tempestade parecia não crer no que seus olhos lhe mostravam e cada vez mais pensava que a morte havia se tornado um mero obstáculo para shinobis. Aquele homem que reviveu a Quinta e os outros que morreram no País das Ondas, essa cabeça falante, repaginava rapidamente todas as bizarrices que havia visto no passar dos últimos anos, mas custava a acreditar.
  — Não viemos fazer mal algum, Rokudaime-sama. — a voz grave soava agora mais de perto e ele podia ver um rosto mais jovem e olhos castanhos escuros. — Ao menos, não a você.
  — Não foi o que ouvi.
  Seus passos velozes o tiraram de perto do homem e o puseram atrás do garoto, que poderia ouvir os mil pássaros entoando o grito de guerra ao lado de seu ouvido direito.
  — Quando minha aldeia é atacada, estão atacando a mim também. — a selo se expandiu do pescoço e chamas brilharam em sua pele antes de o branco de seu tom se mesclar ao negro das marcas que faziam seu chakra queimar mais intenso. — Quando ferem homens e mulheres da Água, é a mim que ferem igualmente.
  Sua katana balançou com leveza, o aço rasgando a carne como uma faca corta o queijo. O corpo de sua presa tombou no chão, a cabeça rolando e Warui observou bem nas expressões que continuavam lá.
  — Eu sou a Névoa e a Névoa sou eu.
  Toda a intenção assassina do Sexto passava a ser direcionada ao homem que ainda restava em pé, que pareceu deixar de lado toda a calmaria por alguns segundos, antes de voltar a sorrir conforme a Sombra se aproximava.
  — Você é mesmo formidável. — podia perceber o corpo tremer como se fizesse força para se manter de pé. — Infelizmente, o fim é inevitável.
  A ênfase na palavra o fizera recordar-se da serpente e das manchas de sangue nos muros de Kiri. Será que são todos aliados?, ele encarava o sorriso que fazia força para se manter; como se aquelas palavras fossem tudo que o outro queria dizer e seu propósito tivesse sido cumprido. Num movimento veloz, desapareceu diante dos olhos do alvo e reapareceu à retaguarda. Um único balanço da arma tirou o excesso de sangue da lâmina e então a guardou calmamente na bainha.
 — Pode não ser o suficiente para matá-los, mas ao menos não causarão mais problemas. — por enquanto, em seu âmago, sentia que não seria a última vez que lidaria com aqueles três. Que seja apenas impressão.
  As três cabeças tiveram os olhos e bocas vendados para uma viagem o mais silenciosa possível e a Sombra libertou um por um os civis que se encontravam trancados atrás de grades. A alvorada trazia luz ao lugar e havia cinco homens e cinco mulheres entre os reféns. Sua imagem pareceu trazer alívio a todos eles, que foram escoltados em segurança para dentro dos portões e lá correram de volta para suas famílias.
  No encontro com a velha Shijima e Tomoko, entregou os dois pergaminhos com relatórios completos escritos por ele mesmo horas depois de tudo.
  — Cão identificou todos os dez que resgatamos. Eles relataram situações parecidas: foram atraídos pela promessa de riquezas e vida eterna e que o Salvador os protegeria quando o fim chegasse. Conseguimos interromper antes que fizessem a primeira vítima. — dizia, vendo a mulher Nara analisar os relatórios. — As cabeças dos membros da seita ainda falam e estão sob guarda dos caçadores.
  Neste momento, tanto a velha quanto sua mestra arquearam as sobrancelhas.
  — Explicarei em momento mais oportuno. — era capaz de compreendê-las. — Cão usou uma de suas técnicas de selamento para fechar o lugar. Apenas os oinins e eu teremos acesso. — dizia, ainda calmo.
  — O fim está se tornando um problema ainda mais recorrente. — a Conselheira tinha conhecimento dos acontecimentos nas Ondas; Warui não poderia concordar mais.
  — Teremos de nos fortalecer. — o Sexto foi breve em suas palavras e tomou um longo gole do café na rara manhã nebulosa de primavera.
  Os ventos frios anunciavam a tempestade.


HP: 490/500 // CH: 530/550 // SN: 290/290 // ST: 02/07


Armas (11/19 espaços):
Usados & Ativos:
Missões:
Considerações:
Warui
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Haru
Kirigakure Jōnin
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