Chega um ponto na vida que não da mais para você ser medíocre. Por mais que a própria pessoa deseja continuar com o conforto que seu estado atual lhe proporciona, ainda sim haverá oportunidades de evolução e melhora.

Eu seguia muito bem como uma mercenária atuando como agente duplo de Elaika que poupou minha vida para que eu espionasse seu rival que fora meus primeiros clientes, e de certa forma ainda são, já que continuo convivendo com esses criminosos que fazem parte de uma organização mafiosa que visa o domínio do País do Chá.

Já o pessoa liderado por Elaika tem outros propósitos das quais eu não faço ideia ainda. A cautela por parte da loira Yamanaka, era justificável, uma vez que eu poderia trair eles também e ganhar alguns pontos com o pessoal que eu espionava. No entanto, apesar de minha real vontade ser matar todo mundo, aquela mulher conseguia me proporcionar experiências interessantes com o crime que possivelmente eu nunca teria chance sendo somente uma garota sem influência alguma no ramo criminoso — ao menos não tão rápido — pois se eu trilhar este caminho mercenário e nukenin, sei que acabarei tendo meus méritos como uma temida inimiga daquelas regiões que eu atacar.

Favores de Cima

Elaika quer avançar os planos contra o pessoal que me infiltrei, hora de começar a festa e provar que já é gente grande.

Acho que eu precisava começar algum tipo de coisa bem chamativa como se aquilo nunca pudesse ocorrer dentro daquele estabelecimento. Foi então que tive a brilhante má ideia de...

— JÁ SEI!!! VOU COMEÇAR ASSASSINATOS EM SÉRIE. HAAHHA

Aquilo era tão maravilhoso na minha mente. Nunca tinha feito nada do tipo.

— Como eu deveria atuar? Não posso ser impulsiva ou vou me foder facilmente. Tenho que ser mais esperta que meus inimigos sem deixar pistas. Hum... — Levava minha mão até o queixo de forma bem pensativa. O que eu poderia fazer pra ser realmente boa e não ser pega? — Se eu agir durante a noite, não serei vista com facilidade. Mas a guarda vai aumentar conforme as mortes ocorrem. Então devo começar minha série fora dos alojamentos. Assassinatos comuns, típicos de brigas. Preciso deixar uma marca, algo que seja uma assinatura. Hum...

Olhava minha sombra, e de um olhar simples, surgiu um sorriso, e desse sorriso, uma faceta diabólica brotava na face, o sorriso ficava ainda mais assustador, e eis que tinha minha ideia que me fazia rir, até começar a ficar ansiosa de graça e gargalhar como uma louca dentro do quarto.

— Ahahahah, eu não consigo segurar kakaka. Esperem por esperar!

Primeiramente teria que selecionar meu alvo. Precisava começar com um qualquer que ninguém sentiria falta.

— Um porteiro, não, esses merdas conhecem todo mundo. Um zelador? Nah, sempre tem um tiozão amigo de lixo que limpa lixo. Então hum...

Enquanto pensava, observava fora da janela. Um rapaz passando. Cara de idiota e virgem, novato que ninguém faria falta pela inexperiência.

— Vai ser esse mané.

Desde aquele momento comecei a seguir ele com os olhos. Era um recruta marginalzinho que teria mostrado grande agressividade com uns caras que a organização não gostava. Se ele tinha coragem, talvez poderia ser alguém promissor. Mas não comigo aqui, hehe.

Me aproximei do rapaz para tentar um inicio de diálogo.

— Olá... — Disse passando e dando um sorriso convidativo.

Ele olhou meio bobo e depois que se sentiu atraído por mim devido algum motivo, sentiu a necessidade de vir falar comigo. Eu já tinha seguido até um jardim que havia dentro da organização, e fiquei lá "apreciando" o chafariz.

— Hey, já nos vimos alguma vez?

Aquela clássica cantada horrível.

— Hum... Acho que não, porque?

— Então provavelmente foi em meus sonhos.

— Ah eh? — Meu deeeeeus. — E o que você viu no seu sonho? — Precisei inventar algo pra não estampar uma expressão de "cai fora idiota.

— Bom... Nele — no sonho — Eu vi que você falava comigo em um lugar público. E depois que eu te respondia e te perguntava seu nome.

— Tem interesse em meu nome, então?

— Acredito que eu deva ter. Ao menos em meu sonho.

— Somente no seu sonho? — Tentava deixar ele desconcertado.

— Não, eu quero sim saber seu nome. — Dizia mais confiante.

Sai de onde estava, andando pro lado inverso a ele, rodeando o chafariz enquanto pensava no que dizer, mas fazia aquele charme feminino com requinte de mistério que atormentava os pensamentos do menino brigão.

— E o que fará com meu nome, senhor sonhador?

— Er... — Ele não esperava por essa. — Bom, poderei saber quem você é.

— E você acha que pra saber quem sou, um nome basta? Digo, sou somente o que meu nome diz?

A coisa ficava complicada pro rapaz que não sabia responder. Estava sendo manipulado de diversas formas, como uma pressa fácil de abater.

— Não, não. As pessoas são mais que nomes. Mas concordemos que entre nós humanos, bem... Tudo começa com um nome ou ato.

Até que ele dizia alguma coisa inteligente pra variar.

— É, devo concordar nisso. Até que não é tão tapado. Hihi.

— Hã? Você me acha tapado?

— Só um pouco. Enfim, prazer... Aiko..

Os olhos do idiota até brilharam quando ouviu meu nome. Como era fácil seduzir homens jovens, e principalmente virjões. Deixavam-se levar por seus hormônios e esqueciam de confiar em seus instintos. Por isso não se fazem mais shinobis e criminosos como antes.

— Prazer, Aiko-san, eu sou Jin. Cheguei a uma semana na organização. E você? Eu não fazia ideia de que teriam moças tão novas.

— Não te culpo por imaginar isso, não é comum mulheres se envolverem com isso.

— E que área você atua aqui na organização?

— De tudo um pouco, mas nada muito perigoso. E você.

— Por hora sou garoto de recado de um dos líderes menores.

— Garoto de recado é?

Aquilo me dava uma ideia. Era perfeito para meu plano inicial.

— Olha, por que não saímos hoje a noite? Vai ter umas barraquinhas de comida na cidade durante anoite.

— Parece bom pra mim. Onde você ta ficado aqui?

— No alojamento dos novatos, no quarto 15. Mas não prefere que eu vá te buscar.

— Não precisa, nos vemos na saída da organização às 19:00. Não se atrase, entendeu?

— Tudo bem, farei como pedido.

Depois disso cada um seguiu seu caminho fazer seus afazeres da organização até que anoitecesse.

Parecia que o dia tinha ido bem devagar para noite chegar. O rapaz estava um pouco ansioso em me ver, já eu tava cagando e andando pra ele. Só queria ter o prazer e fazer o que bem entendesse, hihi. Sua alma seria minha e daria inicio a um belo caso de horror pela aldeia.

Na saída da organização ele me aguardou. Cheguei 5 minutos atrasada sem me importar muito.

— Olá Aiko-san. Está bonita.

Passei por ele calada, e continuei andando sem me importar com o elogio. Nem sequer me arrumei de fato, estava com as roupas que costumava usar.

Durante o passeio, ele parecia inquieto e ficava falando que nem o homem da cobra.

— Sabe, estive pensando. Somos novatos, podíamos nos ajudar. Iríamos crescer na máfia como nenhum outro se colaborarmos. Seria incrível te ter ao meu lado.

— Me meter? — Perguntei brincando, fingindo que confundi as palavras dele.

O rapaz ficou vermelho e com os olhos arregalados.

— N-na-não!!! Não foi isso que eu disso. TE TER, não meter. — Ele respirava fundo.

— Ah tah, entendi, hihi. — E continuei o caminho.

O passeio se desenrolou, e depois de umas duas horas de "tortura", retornamos para casa. Eu tinha o que precisava.

O encontro foi somente uma desculpa para mim poder ter conhecimento do local que ele dormia. Queria atrair ele para fora da mansão da máfia e criar um crime bárbaro dentro da vila usando ele e mais uma outra pessoa. Seria um homicídio duplo qualificado que futuramente se enquadraria como primeira sequência de mortes feita por mim. Como eu ficaria conhecida, não sei dizer. Também não me importava.

No dia seguinte, quer dizer, quando voltamos, aproveitei que passamos por seu alojamento antes do meu e quando adentrou em seu quarto, deixei um recado falso com ordens inexistentes para o rapaz que instruía ele a ir até um endereço qualquer para fazer um acerto de contas com algum sujeito. Enfim, um lenga lenga todo pra fazer ele sair da mansão e ir até um beco para que eu possa realizar minha arte insana.

Mas quando ele acordou no outro dia e viu que tinha novas ordens, manteve em sigilo como estava escrito.

Assim que escureceu, vi ele saindo para executar o plano que fora lhe dado. Era hora de eu agir, também. Como já estava preparada só aguardando ele, segui até o ponto que eu desejava. Em breve tudo iria começar e ter um fim.

Eu era esperta, e me espreitava no escuro pro menino tapado não me ver. Ele seguia até o local que eu teria instruído falsamente pra ele com o pretexto de um trabalho criminoso. Porém, o que se sucedeu foi que ele não encontrava nada, só um beco escuro.

Enquanto eu perseguia ele, usei minha sombra em um rapaz qualquer que teria meio que a idade dele. Sem entender nada, ele seguiu se questionando o que tava acontecendo e nem pediu ajuda.

No beco, eu tentava fazer uma piada.

— Vejo que encontrou o mapa do tesouro.

— Hã? Foi você que me fez vir até aqui, Aiko-san?

— Pimpooom! Certa resposta.

— Mas pra quê? E quem é esse aí atrás de ti.

— Que bom que pergunto, ele é a razão de você estar aqui.

Fiz com que o guri ficasse a frente, e sem muita destreza, eu golpeava por meio do rapaz paralisado, o bandidinho.

— Que porra foi essa?

Como era de se esperar, o esquentado partiu pra agressão e começou a espancar o civil inocente.

— Kakakaka!

Eu caia de tanto ri. Ele não entendia nada, mas era a vez dele apanhar. Prendi com minha sombra, e falei pro outro.

— Vai deixar que ele te mate? Use isso. — Joguei uma kunai pra ele. — Acabe com a vida dele antes que ele acabe com a sua.

Assim como dito, ele foi persuadido e começou a esfaquear o delinquente. Quando sua vida estava por um fio, liberei da sombra e ele pôde revidar tomando a kunai e apunhalando o civil fraco.

Contudo, ele estava fraco e o civil não aguentaria também. Levo somente alguns minutos pra eu ver a vida desaparecer de seus olhos e meu primeiro assassinato em série ter sido concretizado. Uma luta pela vida na qual a assassina não usou as próprias mãos. Que bela obra de arte. Estava encantada!