The Beggar Jounin

O interessante de Kirigakure que mesmo na primavera o frio não abandonava nossas vidas de forma alguma. Era como um elo entre morador e país ou vila que tornava aquilo frequente dia sim e dia sim. Contudo, as coisas estariam a "esquentar", ao menos para meu lado.

Estava na casa de Lizzye como sempre. Ambos começávamos a jantar algo preparado por ela, como: macarrão frito, legumes e carne, acompanhado de suco de pêssegos, uma das minhas bebidas preferidas que não tinha álcool.

— Foi bom ter visitado sua amiga.

— Ah sim, fazia tempo que não via Chi. Quem diria que ela estava morando naquele casarão.

— Alguns sabem como gastar, hehe.

— Ora sua...

— Mas... — Ela ficou pensativa. — E aquele assunto. É realmente verdade?

— Ao que tudo indica... Sim. Sem falar que né... — Gesticulava com as mãos subindo e contornando meu rosto, mostrando certas particularidades que somente ela e eu tínhamos em comum. — Não se vê muitas pessoas como nós por ai. Sendo franco, só havia eu na família com tais características. Provavelmente ela puxou isso de mim.

— Interessante, quem diria que Bercontz seria o culpado por aquela bela menina ter cabelos azuis, haah.

— Nem me fale, Lizzye. Isso é bem estranho. — E tomava um gole de suco.

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Enquanto tomava meu suco, a ventania entrou pela janela que estava aberta, empurrando o pano da mesa e os cabelos longos da mulher. E junto da corrente de ar, um pássaro adentrou no recinto, pousando no canto da mesa ao meu lado.

Observei a ave que somente aguardava minha ação. Olhei bem, e lá estava a missão a ser realizada. Lizzye olhou pra mim, e apressada em ver o bicho sair dali logo, disse:

— Não vai ver o que tem aí, logo?

Encarei ela por dois segundos, e enfim peguei o pergaminho que estava na bolsinha do animal treinado. O mesmo deu um saltinho da mesa para não bagunçar tudo, e abriu voo para fora dali. Coloquei o pergaminho de lado, e continuei a comer minha comida.

— Não vai ver o que é?

— Nada vai estragar meu momento contigo, Lizzye. A missão que espere.

Ela sorriu com minha resposta. Continuamos a jantar, degustando cada elemento no prato.

— O molho está bom, quem te ensinou esse?

— A velhota lá que você come ramen. Desde que virou sensei, ela tem ficado bem orgulhosa de ti.

— Hum... Só não sei a relação com o molho. Mas fico feliz haha.

E íamos terminando de jantar.

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Conforme as últimas mordidas iam sendo feitas, e os pratos e copos ficam vazios, Lyzzie recolhia tudo enquanto eu ficava na mesa. Olhava o pergaminho e sem mais rodeios começava a desenrolar o papel. Havia muita informação dentro do mesmo, até um mapa da região que eu ia e uma do trajeto que devia percorrer.

— Parecem que querem que eu siga por aqui. Por que será?

Lizzye retornava para a copa onde estava a mesa, ficava atrás de mim e tentava ler. Eu baixava o pergaminho impedindo que ela pudesse ler. Virava meu rosto para o lado, e comentava.

— Você sabe que não pode ficar informada de nada que está aqui nessa missão, correto?

— Ah tah seu chato, eu sei. Tudo pela minha própria segurança.

— E da vila, também.

— Mas o que fará dessa vez?

— Espionagem e eliminação. Coisa básica, mas o alvo é de difícil acesso, aparentemente.

— Entendo. Mas vai ter alguma ajuda?

— Parece que devo encontrar um informante. Um tal de Hayato, parece ser um ninja forasteiro ou mercenário. Seja como for, ele tem informações pra auxiliar nessa tarefa.

— Tome cuidado Bercontz, e volte vivo.

— Sem problemas. Temos a noite toda pra curtir um ao outro ainda.

Disse sorrindo, e fui agraciado com outro.

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O final de noite demorou bastante para Lizzye e eu, após deixar as louças na cozinha, puxei a moça para um momento a dois na sala e depois demos seguimentos a nossas carícias até o quarto dela que se estendeu até metade da noite. Eu não tinha hora pra começar minha missão, somente dia, então tanto faz o horário que eu saísse de casa. Entretanto, como um homem que dava certo valor aos horários, eu gostava de começar meu dia entre 8 e 9 horas pra fazer alguma missão. Isso tinha certo valor estratégico e também me deixava regrado pra não virar noites e noites bebendo.

O dia amanhecia e lá ia eu preparar minha bolsa ninja, afiar a lâmina da katana para que estivesse pronta, e separar um pouco de comida ninja. Lizzye reforçava meu café da manhã com coisas que nutriam bem e davam bastante saciedade. Poderia ficar horas caminhando sem sentir fome.

— Já vou indo querida.

— Arrumou tudo?

— Sim, está tudo pronto.

— Certo, se já comeu, tome cuidado então.

— Eu tomarei, sempre tomo.

— Uhun, sei. Não apronte nenhuma loucura. Sei que gosta de agir sozinho e ir até o fim, mas...

— Não se preocupe. Estou mais forte do que nunca.

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Minhas palavras acalmavam Lizzye. Ela confiava e sabia que eu tinha me tornado verdadeiramente forte. Não somente por músculos — que eu nem era meu trunfo em combate — ou técnicas, seja elas quais fossem. Não, eu tinha me tornado forte por além de desenvolver minhas habilidades em um todo, tinha superado muitas adversidades pessoais.

Mas agora não hora e nem lugar para comentar sobre tragédias pessoais. Não. Era hora de levantar a bunda da cadeira pós café da manhã e seguir rumo a missão. Já estava pronto. Dei um beijo de despedida e fui saindo pela porta, virando a esquerda e seguindo rumo ao leste.

Olhei para cima e o sol estava alto. A luz incomodava, mas tudo bem, seria um aliado em um dia como esse. Sentia uma certa tontura, então tomava alguns comprimidos e caminhava para sair do portão. Antes de cruzar com a saída da vila, revisava os papéis e ia memorizando cada informação necessária.

— Hum... Essa missão será longa. Precisarei permanecer alguns dias fora. Será um tédio.

Já no portão, um dos rapazes falava comigo.

— Hey, é o senhor Bercontz?

— Eu mesmo, por que?

— Nada, minha irmã disse que o senhor está dando aula e ela está gostando muito. Queria agradecer.

— Ah sim, tudo bem. Se não se importa, preciso ir.

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— Tudo bem. — Disse o guarda.

— Mande lembranças a sua irmã. Adeus.

Sem mais delongas, cruzei os portões e avancei para o local designado. Refletia sobre quem seria o homem que eu encontraria.

— Hayato hã? Como ele deve ser?

Resposta essa que não seria respondida agora. Precisaria de mais tempo, pois o leste do País da Água estava distante ainda, e nos encontraríamos em um bar.

Guardei minhas coisas e adiantei o passo usando minha velocidade limite sem me cansar. Árvores e mais árvores ficavam para trás. O dia quente evitava névoas que impediam a visão durante o dia, e principalmente a noite.

Levei cerca de dois dias até o vilarejo que ia encontrar meu contato. Parecia um lugar pacato e movimentado. Provavelmente o grande desembarque de navios mercantes naquela região, fossem o motivo de tanta gente.

— Entendo, Hayato não deve ser alguém do País da Água. Aqui ele poderá circular sem chamar atenção como estrangeiro. Esperto.

Nem havia conhecido o homem, e já conseguia admira-lo por sua espertize. Em outra época eu teria amaldiçoado por ter me feito vim até aqui. Que bom que as pessoas evoluem.

— Apesar de ter que ficar com alguém, ao menos não é nenhum estúpido.

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Estava um pouco mais otimista de quem seria meu companheiro nessa jornada, então avancei pela aldeia recheada de estrangeiro. O corre corre era grande, muitas mercadorias chegando e sendo enviadas no porto da cidade. Mas não era pra lá que eu precisava ir. Na verdade, o bar que eu tinha que estar era mais discreto em uma área isolada da cidade.

Depois de alguns minutos caminhando tranquilamente, e pedindo ajuda para um ou outro cidadão que ali vivia, consegui descobrir direito a melhor forma para chegar onde precisava. Logo mais, eu me dirigia para o bar que a primeira vista me parecia bem sútil e humilde. Contudo, o cheiro que vinha do mesmo era bastante convidativo.

— Isso é carne? Parece muito bom, e minha fome está bem grande.

Dei um sorriso e movi minhas pernas para andar. Adentrei no bar me abaixando um pouco, minha altura era considerável. Havia alguns clientes, e um terço deles olhavam para mim. Ninguém dava menção de que seria Hayato, então somente fiz como descrito no papel e fui até uma mesa ao fundo. O taverneiro se aproximou de mim nesse meio tempo.

— O que vai querer? Meu bom.

— Traga-me esse prato de carne que está cheirando tão bem.

— Ah sim, o especial da casa. Um minuto.

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O taverneiro foi mandar o pedido pra cozinha enquanto um homem a duas mesas ao lado começava a me observar. Ele parecia ter 1.76 de altura, pele não muito branca e o rosto um pouco barbado. Suas roupas eram um tanto abatidas e de cores neutras que fazia passar desapercebido por qualquer em na multidão. Aparentava carregar algo longo e afiado que estava meio escondido, mas devia ser alguma espada ou semelhantes. Seus olhos castanhos e firmes, me pareciam ser alguém suspeito.


Entretanto, o rapaz se levantava e se sentava em uma cadeira junto a minha mesa. Olhei calado esperando ele dizer algo.

— Saudações, sou Hayato. Acredito que veio me ver.

— Intrigante, por que acha que eu vim te ver? Sou um mendigo andarilho.

— Alto, olhar perspicaz, guarda sempre levantada, parece um morador de rua, características únicas e traços envelhecidos, além de cicatrizes. Estas são alguma das descrições que tenho do meu contato.

Ele parecia bem informado a meu respeito. Parece temos algumas coisas em comum.

— Entendo. — Respondi sem ter como refutar tantas afirmações. — De fato vim ver um tal de Hayato, é você?

— Sim, sou eu.

— Bom, sejamos objetivos, me informe logo tudo que preciso saber. Quando antes acabar, melhor.

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— Certo, não irei demorar. — Disse prontamente o homem. — Chegará dois homens hoje em um navio cargueiro transportando um tipo de relíquia que pouco importa para nós. Nosso objetivo é tirar um deles de circulação e interrogar o outro. Depois que fizermos isso, poderemos nos infiltrar no local onde eles vão transportar essa relíquia deles.

— Pra que serve esse item que eles levam?

— Não sei ao certo, pra algum tipo de ritual macabro.

— Se for isso, eu acredito.

— Seja lá para o que serve, será nossa forma de entrada.

— E como pretende matar o líder?

— Devemos envenenar o homem sem que ele perceba.

— Espere, eu não sou a pessoa certa para isso. Nem anda por aí com venenos.

— Não se preocupe, minha companheira preparou algo especial que age ao toque. É extremamente perigoso, por isso tem que evitar contato direto com a pele, ou a mesma irá necrosar em poucos segundos.

Me espantei com aquilo.

— É uma substância deveras perigosa. Mas ainda fica a pergunta, como faremos?

— Bom, quem está trazendo a relíquia, também deve entregar para o dono e talvez farão algo além. Com isso vamos improvisar.

— Tudo bem, não parece muito complicado. O problema vai ser se descobrirem a gente.

— Assim como em toda missão arriscada, hehe.

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Terminamos nossa pequena reunião na taverna e partimos após comermos o especial da casa. Aguardamos no porto a chegada dos suspeitos, até que dois homens pareciam aguardar algo ser descarregado em uma carroça. Ao que tudo indicava, a tal relíquia era um pouco grande e pesada pra ser carregada facilmente.

De longe acompanhamos a dupla que guiava a carroça com uma mula puxando a estrutura de madeira. Em dado momento atacamos os homens. Hayato esperou minha deixa, e eu fui diretamente destruindo uma roda com um poderoso corte. Os dois se assustaram e se voltaram para mim.

— Ora seu, como ousa.

Foram as únicas palavras que ouviram, pois Hayato agiu assim que deram as costas, cortando a garganta daquele que tinha falado. Quanto ao outro que foi ver seu companheiro caindo da carroça, imediatamente foi atordoado por mim que avancei após ação de Hayato. Fazíamos uma bela dupla de shinobis ágeis.

— Deixo a interrogação com você.

Saímos dali, e fomos pra dentro de uma caverna dentro da floresta. Amarramos o homem e esperamos ele acordar.

Seus olhos finalmente abriram depois de 45 minutos. Ao notar, joguei a cabeça degolada do aliado morto.

— Este é teu amigo, se não quiser acabar como ele, sugiro que abra a boca.

— SEUS INFIEIS MALDITOS. NÃO VÃO ME ASSUS...

Hayato lançava uma kunai a frente de sua boca, fazendo-o calar.

— Não ouviu o homem? — Disse intimidando. A raiva era notória.

Neste instante o sujeito começou a abrir o bico.

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Hayato havia usado sua persuasão, mas também foi necessário usar de suas técnicas particulares de extração de informação. Parecia que habilidade corporal não era a única cartada do ninja forasteiro.

Foi então que resolvi me aproximar do sujeito, e questionei.

— Vocês por acaso estão relacionados com aqueles malditos que estão criando pilhas e mais pilhas de cadáveres?

O sujeito se olhava um tanto confuso.

— Não sei do que está falando.

— NÃO MINTA PARA MIM!

— Ahh. Não estou mentido. Eu juro. — Contava escondendo o rosto.

— A anos vocês vem fazendo pilhas de pessoas por diversos vilarejos. E agora surge uma nova seita de lunáticos. É isso mesmo?

— Não me entenda mal, somos cidadãos vindo do País do Ferro. Acreditamos na entidade de Yuki O'nna. Há lendas dela ter nascido neste país, então viemos cultu-la.

Me virei com um olhar questionador para Hayato.

— Presumo que você seja desse lugar que ele veio.

— Não há como esconder mais isso. Estamos caçando eles por cometerem diversos crimes.

— Entendo, provavelmente querem tirar vantagem das atrocidades que vem ocorrendo por aqui para disfarçar as próprias sem chamar atenção. Uma pena. NOS MOSTRE O CAMINHO! — Disse sacudindo.

No mesmo instante caia um mapa de suas vestes. Olhei aquilo atentamente, visualizando e mostrando para Hayato.

— Aqui está nosso "passe".

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Eu teria encontrado um informativo para o pessoa se reunir. Aparentemente em algum tipo de casa muito grande dentro da própria aldeia. Havia um endereço.

— Vamos levar a relíquia deles e nos infiltrar.

— Certo, vamos usar as roupas deles. Será mais fácil.

— Oh merda. Tem certeza disso? Não parecem caber em nós.

— Não se preocupe, aprendi uma coisa ou outra pra se disfarçar bem com uma companheira, irei ajuda-lo.

E durante cerca de 15 minutos nos preparamos para sair dali e ir até o ponto de encontro dos inimigos. Deixamos os reféns presos e adormecidos, e fomos até o local. Enquanto a carroça se movia, olhava bem aos arredores e sempre bem atendo. O endereço era fácil, e quando a concentração de esquisitões com batinas apareciam cada vez mais, pude ter noção de que estava no lugar certo.

— Parece que chegamos. — Comentou Hayato.

— É, vamos se misturar na multidão. Acho que teremos certa atenção por carregarmos o troço deles.

— De fato, devem estar ansiosos.

Como previsto, assim que viramos a esquina e seguimos até a casa, muitos malucos se aproximaram nas laterais e nos seguira em volta dela, mas sem ultrapassar. Dessa forma lideramos os fanáticos e fomos adentrando no local.

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A multidão logo atrás parecia ansiosa por entrar na mansão que abriam seus portões para nós. Juntamente de Hayato, adentramos com a carroça e posicionamos onde três sujeitos nos recebiam, sendo um deles o líder que precisávamos dar cabo.

— Oh honrados fiéis, vejo que trouxeram nossa relíquia sagrada. Que as benções sejam derramadas sob vossas cabeças.

Não tínhamos muito o que dizer, então fizemos o mais sensato, ficamos quietos e entregamos aquela porcaria para o líder. Ele recebia e se retirava com os homens puxando a carroça, pois a relíquia era pesada e não era 2 ou 3 pares de mãos que levariam para dentro.

Enquanto isso Hayato dava um aviso discreto.

— Muito bem, primeira parte do objetivo foi completa com sucesso. Agora precisamos dar um jeito de envenenar o líder.

— Por que já não misturamos na relíquia?

— A substância age rapidamente e perde seu efeito igualmente. Se em 5 minutos ele não entrar em contato com o líquido, não adianta, os componentes perdem efeito.

— Entendo, vamos conseguir informação de como conseguir se aproximar do mesmo.

Ambos partíamos em busca de informação. Eu perambulei por ali, ouvindo todo tipo de conversa e história, já Hayato adentrava visando seguir o líder. Informações começavam a ser adquiridas rapidamente.

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Depois de tanto correr atrás de informações, eis que em algum momento eu ouvi uma conversa entre dois supostos sacerdotes. Suas roupas eram diferentes das dos demais. Depois disso fui atrás de Hayato para compartilhar o que eu descobri.

Alguns minutos atrás do shinobi, e eis que nos encontramos.

— Alguma novidade?

— Sim, a cerimônia vai começar em breve e terá um ritual de adoração. O líder parece que vai precisar se purificar com água despejada sob ele por dois sacerdotes.

— Isso é o que precisávamos. Onde estão esses dois?

— Venha, eu mostro o caminho.

Mostrei pra onde devíamos ir, e eis que encontrávamos ambos.

— São eles? — Questionou Hayato.

— Sim.

— Façamos como da outra vez, então.

— Fechado.

Fui até os dois sacerdotes e comecei um diálogo com eles. Escolhi um local adequado para atrai-los e comecei a enrolação.

— Desculpe o incomodo senhores, mas meus irmãos e eu estamos ansiosos em saber que horas começará o ritual.

— Oh fiel impaciente, em breve na próxima hora estaremos juntos adorando a energia mística. E... Grrrra!

Foi quando Hayato tampou sua boca e levou para dentro. O homem a seu lado se virou assustado, ficando a minha mercê. Apliquei um estrangulamento em seu pescoço, virando-me de costa para a passagem até eles para que olhos curiosos não nos vissem. Ele adormeceu, e puxamos eles para outro canto, pegando agora suas roupas e se disfarçando de sacerdotes.

— Ficou curta, tcs... — Resmunguei.

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Apesar de estar me achando ridículo com aquela roupa, era necessário usá-la. Escondemos os corpos e aplicamos sonífero de Hayato neles.

Logo mais alguém nos levou para o grande momento. Hayato me entregou o veneno em formato de pipula e disse para despejar dentro do recipiente de água para dissolver que seria rápido.

Eu fiz como pedido, só não sabia como aquela coisa funcionaria. Uma jarra dourada foi nos dada, e nela havia água. Não demorei e contaminei a mesma com o comprimido que fiz questão de jogar logo no recipiente.

O ritual começou, e não perdemos tempo, assim que nos chamaram, adentramos e o líder pedia para que purificassem ele com a água. Contive o sorriso de quão patético ele parecia com aquilo. Mas fiz como pediu e joguei a água sob ele. O veneno já começou a agir, e Hayato e eu saíamos de cena imediatamente como parte do ritual.

— Vamos cair fora daqui o quanto antes. — Apressou Hayato.

— Pode apostar que sim. — Confirmei.

O líder continuou por mais dois minutos o ritual, até começar a ter dores agudas e falta de ar. Sua pele ficou vermelha e seus olhos esbugalhados. Sem muito o que fazer, ele começava a morrer facilmente e muitos dos que entravam em contato com ele, também se contaminavam e entravam em contagem regressiva pra morte.

Enquanto isso, meu companheiro e eu já estávamos longe ouvindo a gritaria.

— Parece que funcionou. Que porcaria era aquela?

— Um veneno próprio de um clã shinobi do País do Ferro. Enfim, parece que tivemos sucesso. Foi bom trabalhar contigo, Bercontz. Até uma próxima oportunidade.

— Devo dizer que não foi ruim ter sua companhia. Nos vemos por aí.

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Iamos nos despedindo com um sentimento recíproco de companherismo. Mesmo eu sendo um solitário, havia encontrado naquele sujeito, um cara igual que aparentemente também vivia sozinho em seu próprio mundinho e bolha.

Quando finalizamos a conversa, eu realmente que aquilo fosse o fim de tudo. Mas não poderíamos prever que em algum momento deixaríamos de ter alvos para Ser os alvos.

— Você escutou isso? — Disse Hayato com uma audição aguçada fora do comum.

— Isso o quê? — Perguntei sem entender.

O zunido de uma flecha passando por mim, me obrigando a recuar pro lado o pescoço — ou perderia a cabeça — me fez entender do que se tratava.

— Que merda. Fomos descobertos. Será que aqueles caras já acordaram?

— Droga, não era pra isso acontecer. Provavelmente eles tenham uma boa resistência a entorpecentes.

— Isso é ruim.

Mais e mais flechas voavam contra nós em busca de nos acertar.

— Bercontz, vamos nos separar por enquanto, Nos encontramos rumo ao oeste. Precisamos despistar alguns grupos de busca e confundi-los.

— Bem pensado. Irei por aqui. — Indicava minha direção.

— E eu por aqui. — Mostrou ele.

— Nos vemos daqui a pouco.

Os inimigos começaram a nos perseguir e nós a fugir daquela aldeia que virava um mar de fanáticos religiosos.

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A perseguição começava um tanto intensa. Muitas flechas voavam. Parecia que eu tinha entrado dentro de um castelo e estava tentando escapar dele, mas não era bem isso. O estranho é que eu não me lembro de ter visto arma alguma naquele lugar cheio de malucos.

— Seguirei por aqui.

Comecei minha fuga a 19 m/s para ver se haveria alguém capaz. Eu era veloz e seriam poucos que superariam isso. Entretanto, alguns daqueles malucos superavam minhas expectativas ao saírem voando literalmente de onde estava, como se alguém arremessassem eles. Eles viam violentamente e gritando.

— VOLTE AQUI ASSASSINO!

— NÃO IRÁ ESCAPAR!

Eles tentavam me pegar no ar, porém eu desviava sem maiores interrupções. Era uma direção reta do alto até o chão, e a única coisa que eu ouvia, era o estatelar deles no chão. O sangue espirrava e até acabava por me atingir.

— Seus loucos! Querem se matar tanto assim?

Apesar das minhas falas, outro veio e fiz como sempre. Mas ao contrário dos outros dois que explodiram em carne e sangue, este tinha uma técnica própria de inflar algo e usar como mola que o fazia retornar até mim. Ele se segurava nas minhas costas e contava vantagem.

— ESTÁ PRESO AGORA, AHAHAH!

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O debiloide me agarrava. Podia sentir o cheiro de óleo e incenso vindo dele. Que coisa bizarra aquele homem.

— Me largue desgraçado. — Disse irritado.

Sem perder tempo, segurei firme em seu braço e puxei forte para frente, dando um leve impulso com meu quadril, forçando ele a subir mais. Finalizava o movimento levando ele contra o chão com suas costas. Pude ver ele baqueando e ficando sem ar pelo péssimo modo que bateu as costelas no chão.

— Repense o que tentou, idiota.

Infelizmente, não dava para relaxar. Um novo oponente aparecia com duas kunais, desferindo diversos golpes sequências. Meus olhos atentamente se moviam em busca deles, mas acabei levando os dois primeiros ataques com cortes leves nos braços. O último eu pude aparar o ataque e impedir o movimento.

— Safado!

Usando minha força, torci seu braço e comecei a empurrar a adaga contra ele, fincando em seu estômago. Depois que entrou um pouco e causou certa dor, dei uma rasteira no sujeito, e um soco no centro do nariz que quebrou o mesmo, permitindo sair sangue.

Saltei para trás de uma casa na qual havia outro fanática me recebendo com uma voadora pelas costas. Meu corpo não resistia e era jogado contra o chão.

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Caído sem jeito no chão, levei alguns instantes pra me recuperar. A dor nas costas era real. Fiquei com uma perna flexionada e outra ajoelhada, tentando me levantar.

— Maldito, me pegou de jeito. Tcs...

Aquilo não podia ficar assim, precisava retribuir o favor que havia me dado, mas sem deixar de criar alguma brecha pra mim tentar fugir.

Encarei o adversário que me atacou, e então avancei já sacando minha espada tão rápido que os olhos dele mal podiam ver a lâmina brilhar com a luz que batia nela e refletia em algum canto.

Corri em zingue e sague, confundindo o inimigo que se perdia em minha velocidade. Pra completar a melhor parte do drama, saltei sob sua cabeça e desci rasgando seu corpo com um golpe no trapézio que foi parar no centro do tórax.

A lâmina ficou grudada em seu corpo desfalecido, e era difícil arrancar a espada dali.

— Droga... Grr!

Ficando impaciente por perder tempo, usei a perna para empurrar seu corpo enquanto puxava a espada pelo cabo. O corpo foi ao chão e eu pude libertar minha arma.

— Finalmente, er...

Assim que achava que estava bem, me enganava. Ao redor me via cercado por inimigos. Parece que ia ficar sério.

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Olhando todas aquelas faces sérias que devolviam seus olhares enfurecidos para mim, notava que precisaria ser mais habilidoso do que nunca e criar uma comoção pra mim escapar.

Os inimigos começavam a avançar, e eu estava no centro de tudo aquilo. Me reposicionava mudando meu foco de visão, e virando a cabeça logo em seguida com cuidado para voltar a enxergar o que estaria as minhas costas, procurando sempre evitar o máximo possível de dar alguma chance pra eles.

O número assustava um pouco, mas me mantinha frio.

— Sem pressa... Livre como um Espírito.

Os fanáticos avançaram com suas coisas em mãos. Alguns com pedaços de madeiras ou pedras, mas haviam aqueles com kunais, facas e até uma ou duas espadas. O primeiro era um dos espadachins que vinha com tudo. E também outro rapaz ágil com um martelo e pregos. Ta achando que sou o que pra me pregar com aquilo?

Assim que a maioria se aproximou de mim por volta de 2 metros, liberei uma descarga elétrica por todo meu corpo, ativando o raiton no yoroi. Minha velocidade se tornava fantástica, e em um movimento sublime balancei a lâmina em uma espiral que ia retalhando todos em um só movimento.

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De tantos números que haviam me cercado, poucos foram os que estavam aptos ainda a continuar uma luta verdadeiramente desafiadora. Aquele mais apto, disparou. Veloz como o demônio. Não tive reação e levei um chute na dobra do joelho, abrindo minha guarda e recebendo um soco no maxilar, a seguir.

Cuspi o sangue imediatamente. Porém, não tentei voltar a olhar pra ele. Do jeito que estava, me apoie no chão e lancei minhas pernas contra as dele, entrelaçando elas e as virando de lado, causando um ajoelhar forçado. Me empurrei pra cima dele, e peguei suas cotas, cruzando minhas pernas ao abraçar seu quadril. Começava a aplicar ali mesmo uma posição básica de taijutsu que fazia o sujeito desmaiar.

Sem circulação no cérebro, ele "apagou". Empurrei pro lado e me soltei dele.

— Uff, esse luta bem.

Foi então que eu receberia uma quantia significativa de shurikens. Elas foram lançadas até mim, porém, o imprevisto acontecia. Hayato surgia conjurando uma barreira de pedra nas minhas costas. Assustei com aquilo e me virei pra ver o que era e me dar de cara com o pedregulho. Contornei a mesma, e quando o fiz, me deparei com o shinobi forasteiro finalizando o oponente autor das shurikens.

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Fiquei um pouco surpreso por rever Hayato aparecendo do nada e salvando minha pele.

— Você...

Um novo inimigo surgiu, me obrigando a interromper a frase e desferir um corte agressivo em sua goela.

— Cacete, tantos imprestáveis. Enfim... Acho que fico devendo essa pra ti.

— Não há dívida, caro Bercontz. Não tive o azar de ter tantos inimigos no meu encalço, foi fácil despista-los. Porém, notei que estava tendo problemas.

Estreitei os olhos. Como ele sabia?

— De que maneira soube?

— Bom, estouros, movimentação, e um alarde de ter alguém em tal local. Eles se concentraram vir pra cá. Imagino que existam mais.

— Entendo, acho que agora é hora de cairmos, fora, certo?

— Pode apostar que sim. Vamos, conheço um atalho.

Olhei para trás, não vinha ninguém. Restava seguir em frente. Dessa vez aceitei a sugestão do aliado, e fui seguindo seus passos ágeis. Seguimos pelos telhados e saímos em uma rua deserta. A saída da cidade estava próxima, e partimos para lá. Encontramos seguindo em frente, uma bifurcação. Lá paramos por alguns instantes.

— Bom, eu irei por aqui. Foi bom trabalhar com você, Kaguya.

— Digo o mesmo, Hayato. Não acho que vá acontecer, mas seria bom se colaborassemos novamente.

— Certamente. Enfim, adeus!

Ele seguiu seu caminho, e eu o meu.

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Hayato teria conseguido me salvar quando eu mais precisava. Por mais que ele achasse que não precisasse de retribuição, em meu âmago eu queria poder retribuir isso por ele algum dia.

Entretanto, nossos caminhos finalmente se dividiam. Eu agora seguia pela bifurcação que me levaria até a Vila Oculta da Névoa. No entanto, após alguns minutos caminhando pelo lugar, senti que algo de errado não estava certo. O caminho parecia sempre o mesmo, e estranho. Cada passo me lembrava o mesmo lugar que eu estava momentos antes.

— Que merda, o que está acontecendo? — Me questionei.

Foi então que notei que podia se tratar de uma ilusão. Os insistentes inimigos novamente surgiam escondidos em algum lugar e me pegaram de jeito. Dessa vez eu não teria ajuda, então aparentemente eu estava na merda e precisava bolar um plano rápido. Porém, antes de tudo eu necessitava de me livrar da armadilha que eu cair sem notar. Deixava meu chakra fluir e me concentrava em dissipar o genjutsu imposto a mim.

— KAI! — Disse com vigor.

A ilusão era quebrada. Minha experiência de vida e de shinobi me ajudava com aquele momento tão arriscado. Olhei ao redor em busca dos inimigos, mas não encontrava nada.

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Parecia que esses novos oponentes eram mais sábios e evitavam contato direto. Provavelmente, um bando de covarde — certamente não — mas se eu não pensasse isso, não seria eu mesmo.

— Vamos, saiam daí logo. Sei que estão se escondendo.

Um ou outro arbusto se mexia após eu falar minhas palavras. Observei se alguém sairia de lá, mas não. Era somente algum tipo de distração. Aguardei pacientemente.

— Por que não conversamos? Há algo que eu gostaria de saber. — O silêncio ficava atona, mas de alguma forma aquilo prendia meus oponentes em me ouvirem. — Serei franco com vocês. Não ligo a mínima para o que fiz ao ritual de vocês e seus membros. Foi confirmado que vocês faziam sacrifícios humanos e estavam cometendo outros crimes. Entretanto, vocês podem agora evitar uma acusação mais grave.

Aquelas palavras foi o estopim para um homem tomar coragem e se expor.

— Do que está falando, impostor?

— Eu falo do fato de haverem pessoas sendo massacradas em suas vilas. Pilhas de corpos putrefatos em algum tipo de ritual insano. Eu quero saber se vocês fazem parte disso, ou não. E eu saberei se estão mentido.

— Como acha que vai saber que estou dizendo a verdade? Tens uma bola de cristal?

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— Não, eu não tenho uma bola de cristal. Contudo, sei identificar mentirosos. Além disso. — Dei uma pausa para respirar. — Os criminosos desses massacres não se importam em esconder seus feitos. Pelo contrário, gostam de chamar atenção. Causar problemas e muito mais.

O sujeito me encarava atentamente. Parecia pensativo sobre algo.

— Posso estar errado, mas algo que me diz que vocês não estão ligados a isso. Vocês agem sorrateiramente e de maneira organizada em grande grupo. Conseguiram evitar muita coisa desde que encontrei a vasta multidão de seus fanáticos religiosos. Mas ainda preciso ouvir da boca de vocês se sabem de algo.

Novamente aquele homem ficava quieto. Talvez ele soubesse de algo, mas...

— Entendo o que quer dizer. Para ser franco, já encontramos vilas devastadas e manchadas com tanto pecado. Porém, nossa crença não aceita matança exasperada, manchando a terra imaculada onde queremos fazer nossa devoção.

— Está me dizendo que embora sacrificam pessoas, não estão envolvidos com esses indivíduos?

— Exatamente. Como falei, há sim sacrifícios em nossos rituais. Mas nem sempre é um civil. Normalmente é um crente devoto que se oferece. Nada podemos fazer, a não ser aceitar sua própria carne em nome de nosso senhor.

Aquilo me colocava para pensar.

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Depois de refletir um como, chegava a conclusão que eram grupos diferente. Então minha preocupação adicional não precisava ser aplicada por hora.

— Entendo, então são grupos diferentes.

— Obviamente. Aproveito para deixar claro que nossa religião não simpatiza com os atos desses criminosos. Para nós, isso não passa de massacre feito por mentes perturbadas.

Olha quem fala em mente perturbada. Mas não estou aqui pra julgar a ideologia de ninguém, só executar minha missão que já foi concluída.

— Certo, agora vamos resolver isso aqui. — Deixei ele pensar um pouco. — Eu já terminei o que precisava fazer. Mas não me importo nenhum pouco de matar mais tolos que acreditam conseguir me superar. Te pergunto, vai arriscar a sorte por vingança? Não há mais o que se possa fazer.

O sujeito fechou a cara, pois aquilo mexia diretamente com seu ego e o orgulho da religião. Mas ele respondeu.

— Deu pra notar que não é um ninja qualquer. Acho que o melhor é encerrar por aqui essa luta sem sentido.

— Agradeço o reconhecimento e o bom senso. Melhor cada um seguir nossos caminhos. E sugiro parar com mais mortes, ou alguém como eu retornará.

O aviso foi dado, mesmo que mal recebido, o sujeito acatava, e ele e seus homens recuavam e eu retornava para Kiri.

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