As gotas de chuvas caíam grossas e me atrapalhavam na tarefa de juntar os blocos de pedra; naquele momento, eu apenas conseguia pensar em quem tinha sido o otário que deixou o bendito do cavalo escapar. O animal, que tinha uma espécie de arado preso ao corpo, havia destruído grande parte de uma das ruas da vila e, obviamente, o serviço de arrumá-la acabou ficando a cargo de ninjas menos experientes. Ou seja, eu.

É um trabalho urgente, foi o que me disseram ao entregar o pequeno pergaminho com as instruções. Olhei as letrinhas miúdas, ouvindo o ribombar dos trovões atrás da janela da pequena sala. Ao menos, me deixaram aguardar que os raios cessassem. Porém, assim que as chances de morrer eletrocutada passaram, aconselharam para que eu não perdesse muito tempo.

E foi dessa maneira que fui para ali, na rua parcialmente destruída, com um martelo em mãos, sob a chuva, juntando vários bloquinhos de pedra uns nos outros. Ao menos, eu não vazia isso sozinha; havia um ou outro civis auxiliando na tarefa. Acho que o pagamento pela missão não comportava mais de um gennin. De qualquer forma, era uma atividade fácil, ainda que minhas vestes estivessem arruinadas pelo barro, que o martelo tenha escapado de minhas mãos várias vezes e acertado o meu dedo, no mínimo, três.


Ainda chovia forte quando terminamos; ao menos, a água lavava o suor que eu sabia que escorria por todo o meu corpo. Eu estava exausta; aquele tipo de trabalho era mais pesado do que treinar o dia inteiro. Ao olhar para o que havíamos feito, ao menos, senti um pouquinho de triunfo por ver a rua toda bonitinha mais uma vez.