The Beggar Jounin


Às vezes me pego refletindo como seria a primavera em outros países. Kirigakure sempre foi meu universo, e todas viagens que fiz foi geralmente a trabalho como shinobi. Houveram os tempos que eu dava meu jeitinho e fugia da vila pra perambular por aí, beber todas, conhecer pequenas novas vilas, ir em bordéis famosos, mas que acabavam me expulsando por não estar devidamente trajado, tampouco higienizado. Tempos sombrios, devo dizer.

Embora não estivesse refletindo nada nos dias atuais, a surpresa de uma missão longe do País da Água me era bem vinda. Ficar um pouco longe dos problemas do país e da vila, pode ser um jeito de ter férias, mesmo que o motivo seja uma caçada a um criminoso tão antigo quanto eu mesmo.

Eu lia o relatório sobre meu alvo. Era alguém perigoso e que eu não estava acostumado a enfrentar.

— Usuário de genjutsu, hã? Isso será um desafio. Terei que lidar com ele antes que me note, ou posso ter problemas. Francamente falando, isso era um trabalho para um esquadrão anbu realizar. Mas tudo bem, a vila anda passando por muitos problemas, e ainda há as diversas mortes e massacres por toda parte. Prefiro cuidar de um cara por hora do que ter que voltar encoberto de vísceras de novo.

Eu me aprontava para viajar. Me despedia de Lizzye com um beijo e engolia meus comprimidos antes de partir.

Para chegar até o meu destino, precisei de um navio até lá. Quando desembarquei no país curvado, peguei novamente minhas informações e as revisei.

— Por onde começo?

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Acho que eu tinha chegado naquele país em um momento estranho, embora não me passasse nenhum desconforto. Era um mendigo, e o máximo de infortúnios possíveis, já não poderia chamar mais de algo tão ruim, afinal, a vida é dura pra quem vive na rua.

Caminhei pelo trecho que me guiava para algum lugar. Uma floresta cercava boa área da qual eu tinha que percorrer, e logo mais a frente era possível notar uma "bifurcação" que daria para vila se seguisse adiante, ou a floresta em si que era o local na qual eu devia investigar, caçar e finalizar a missão em si.

Todavia, estava escuro e eu não conhecia a região. Havia cansaço da viagem, e eu desejava forrar a pança com algo quente, além de molhar a garganta com sake. O foragido não iria sair da floresta, porque justo hoje eu apareci por aqui.

Segui em direção a vila como um viajante qualquer, usando a espada como uma bengala por ter sua bainha e cabo amadeirado. Uma vez que conseguisse chegar na aldeia predestinada, andarilharia por ela em busca de algum restaurante ou bar que servissem algo gostoso para comer e refrescante para beber. Isso por si só seria um aprendizado dos habitantes locais.

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Saber aproveitar a viagem durante as missões, era algo que havia reaprendido com os anos após retomar o caminho shinobi. Quando novo, eu era muito afoito e focado até demais em realizar as missões de forma totalmente profissional. Porém, quanto mais tarefas se realiza e viagens se faz, mas voce entende de que não precisa de tanta cautela, e que todo percurso pode ser aproveitado.

Felizmente, não fui atacado por ninguém ou algum animal da mata. Já era possível obter alguma informação indiretamente da floresta por causa dessa tranquilidade toda ao perambular pela noite.

A primeira impressão minha da vila na qual chegava, era agradável. Um lugar movimentado, muitos lugares abertos e gente para lá e para cá. Uma verdadeira mina de informações. Provavelmente, se eu ficasse dormindo algumas noites nas ruas, conseguiria adquirir bastante coisa.

"Acho que preciso conhecer os mendigos locais..."

Um pensamento que só morador de rua teria.

Entretanto, o momento não era para se largar na rua com excluídos da sociedade, e sim excluir a fome da barriga. Andando pelo setor comercial, procurava por algum lugar aconchegante e simples. Não era um homem de grandes luxos, aprendi a conviver com a pobreza e simplicidade.

Uma árvore em particular me chamava atenção. Lembrava-me do dojo na qual eu dava aula. A cerejeira de lá era grande e antiga. Seu casco parecia envelhecido e ainda sim, forte.

— Parece um bom lugar.

A sombra daquele gigante da natureza mesmo sob a luz da lua, era revigorante. O ambiente também me lembrava a barraquinha da oba-chan da Névoa. Segui para ela, e me sentei no banco disponível.

— Por favor, o cardápio e um copo com água.

Assim que recebe-se o copo, pegaria seus comprimidos e jogaria boca a dentro, ingerindo-os com ajuda da água bebida. a seguir.

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Como um bom beberrão que virava garrafas de álcool em um gole, o copo não parecia sequer um desafio. Em um segundo o comprimido foi ingerido junto da água. Por fim, repousava o recipiente com satisfação no balcão enquanto a mulher educadamente fazia uma sugestão.

— Hum... Ramen, hã? — Ficava pensativo em relação a sua recomendação.

O perfume daquele prato me vinha nas narinas, olhei para o lado e notava que os outros dois homens se fartavam daquele prato.

"Talvez vale a pena experimentar. Mas estou longe de matar a fome somente com um pouco de massa, ovos e pedaços pequenos de carne com molho de miso."

Tratei de olhar o cardápio. Enquanto analisava tudo atentamente, ouvia os dois conversarem algo que me interessava. Minha atenção agora se dividia em bisbilhotar a conversa alheia e procurar algo gostoso que saciaria minha fome por completo.

— Estou decidido. Vou sim querer o ramen, mas com porção dupla de carne de porco. Me veja uma garrafa média de sake acompanhado de quatro rolinhos primavera, por favor. E uma porção de tenpura. Por fim, irei querer um desses doce de banana caramelizada, mas deixe isso para o final da refeição, sim? — Olhava se queria mais algo, e me satisfazia com aquilo. — É só isso.

Entregava o cardápio para a mulher e olhava em direção aos homens. O assunto entre eles dois me interessava por motivos óbvios.

— Desculpe atrapalhar o jantar de vocês. Mas acabei ouvindo a conversa, e queria perguntar. A floresta na qual citaram, é naquela direção? — Apontava pro local da qual eu tinha vindo.

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Recuei os braços para facilitar o trabalho da moça, agilizando também a preparação do meu próprio pedido.

Os civis na qual abordei, olhavam para mim curiosos e suas falas não poderiam ser outras, respondiam o que eu queria e ficavam intrigados qual meu interesse naquilo.

— Ahahaah. — Soltava uma gargalhada aleatória. — É que eu acabei de vim daquela direção. Cheguei de viagem agora na vila, então ter ouvido o que ouvi de vocês, me deixou preocupado. — Dizia com a mão atrás da nuca e os olhos cerrados, mantendo os dentes amostra.

Contudo, o sujeito dos óculos levantava um ponto importante, e sem nem eu precisar perguntar muito, ele já deixava claro sobre a existência de moradores da região. Aquilo seria útil para mim que usaria aquilo para realizar minha missão.

— Bom... Eu gosto de nadar e o País da Lua é ensolarado. Se eu estiver certo, devo encontrar algum rio ou lago na floresta. Então sim, pretendia explorar a mata e cair na água, heh. Mas depois do que me disse, acho arriscado.

Era bom se mostrar aberto a conversas levianas, e demonstrar ser um qualquer que não se colocaria em risco atoa.

Enfim, o ramen chegou. O vapor subia e aquecia meu rosto. Seu perfume adentrava por minhas narinas e o estômago fazia um ruído baixo. Puxei o hashi e descolei um do outro, me servindo do macarrão com caldo bem quente.

— Muito bom!

O rolinho vinha a seguir, e peguei o primeiro dando uma mordida e depois outra, finalizando ele facilmente. Não deixava de mastigar bastante, porém, o desespero em degustar, estava um pouco além da conta. Um dos tenpura foi pego por outra mão e diferente do rolinho, este eu comia mais devagar por não ser fácil morder tudo de uma vez. Entretanto, a cereja do bolo chegava. O Sake!

— Glug! Ahhh! Revigorante!

Meu humor mudava bastante. Bastava um buxo cheio e sake na mão para meu dia melhorar.

Os homens iam saindo pouco a pouco, e não deixava de agradece-los e desejar uma boa noite. Todavia, um detalhe que eu não deixava de fazer em momento algum, era analisar todos os presentes, incluindo a própria mulher. Ambos desconhecidos para mim, o inimigo poderia estar ao meu lado e eu não saberia.

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Os dois homens sumiam pelas ruas do vilarejo, e o silêncio se instaurava naquela barraquinha. Somente o som da madeira batendo na cerâmica da tigela soava em conjunto da sinfonia da louça sendo lavada e outros objetos fazendo ruídos característicos.

Não demorou muito, e todos rolinhos tinham sido devorados e o ramen estava no final. O caldo ainda estava quente e suculento, e quando fico difícil de pegar com o hashi os pequenos pedaços, os joguei fora na lixeira disposta fora do restaurante e ergui a tigela bebendo todo líquido e engolindo o restante do ramen.

— Ah, pode trazer quando quiser, falta somente alguns tenpura. — Contei já mordiscando uma das unidades restantes.

Nesse meio tempo, a moça sugeria algo, eu acabei exibindo um sorriso.

— Eu aposto que ele adoraria realmente. — Como todo empresário, ter clientes é fundamental. — E qual nome do lugar? Irei dar uma olhada. Não posso exagerar nos gastos, hehe.

Apesar de controlar meu financeiro, eu poderia esbanjar que não gastaria nem 5% das minhas economias. No fundo eu desejava que toda aquela poupança rendesse algo importante, como de alguma forma ser útil pra minha filha que não sabia aonde estava nesse mundo.

Enquanto aguardava sua resposta, ia comendo os tenpura restante e limpando os dedos.

"Preciso comer bem, ou vai que fico doente..."

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