Não fazia tanto tempo desde a última vez em que nos vimos. Enquanto caminhava pelo País da Grama em sentido ao País da Terra, observava o escuro céu, banhado de estrelas por todos os lados. Meus passos eram apressados; não queria me demorar mais do que o necessário. Até por que, sempre que estava sozinho, sentia os clamores da marca em meu braço.

Novamente, os mesmos efeitos. Desejos carnais, instintos assassinos, sede por sangue, o impulso pela violência.

Como gritos ezquizofrênicos em minha mente, aquelas sensação pulsavam em minhas veias como o vício da dopamina. N]ao faltava muito para chegar ao objetivo; só esperava ser capaz de encontrar a garota dos cabelos negros. O casaco aberto na parte da frente baçançava ao vento enquanto lembrava-me de nosso último encontro. Quando meus olhos correram por seu corpo e repousaram sobre o que nos tornava semelhantes; a sua própria marca.

De algum modo, aquilo era a prova de que algo nos conectava, de algum modo. E haviam mais por aí. Em breve começaria minha viagem em busca do primeiro, na Névoa. Seja lá quais fossem os planos que aquele tal grupo tinha para nós, àquela altura, nada mais fazia diferença. Estava tão imerso nos efeitos daquele símbolo que tudo não passava de um jogo.

E agora, estava indo para um capítulo no mínimo interessante. A tal visista descompromissada.

A identificação da fronteira sinalizou que estava perto. Uma vez no país da terra, procurei pelo primeiro posto de descanso que pudesse encontrar. Naquela noite, em especial, estava sem minha bandana na testa; viajar em paises vizinhos ilegamente e com identificação de origem poderia ser uma péssima ideia. Meus cableos balançavam ao vento enquanto via uma única pessoa tomando conta do local de descanso para viajantes. Senti meu braço vibrar e a marca berrar em meus ouvidos, e não precisava de legendas para entender.

Ela queria sangue.

Poucos minutos depois, estava de pé, no interior do local, estralando meu pescoço. Ao menos uma das necessidades daquela coisa estava saciada. Por um lado, no íntimo, ainda ficava surpreso com o quanto ela havia me mudado, mas no geral, era como se outra consciência estivesse na superfície, e já não ligava. A calmaria e paz que sentia ao satisfazer seus instintos primitivos era indescritível. Alguns deles, ao menos. Olhei em volta, em procura de qualquer coisa que pudesse satisfazer minha fome; viajar tanto a pé costumava cansar, e ainda precisava encontrar a garota da lingerie preta.

Inesquecível.

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Considerações:

A penumbra era infestada pelo cheiro de sangue espalhado em volta. Satisfazer aquela marca se tornava cada vez mais difícil, visto que sua sede só aumentava a cada vez. A Morte tinha sede de todos os tipos. Seu corpo e rosto estavam completamente ocultos no breu da escuridão, quando a voz familiar que lhe despertava os instintos - de todos os tipos -, lhe chamou. Um sorriso se formou, e foi lentamente surgindo para fora, deixando seu corpo tomar forma enquanto deixava as sombras. As manchas de sangue em seu casaco eram incômodas para o encontro, bem como as luvas, por isso mesmo, os retirou.

- Desculpe a recepção. Como disse da última vez, preciso satisfazer essa coisa, e sua sede é cada vez maior. É bom lhe ver novamente. - Falou, se aproximando.

Sabia que seu convite para falar do que iria acontecer envolvia a última conversa que tiveram. Àquela altura estava tão mudado e transformado que nem fazia mais diferença. Desejos e instintos de diferentes tipos e naturezas lhe atravessam os pensamentos, e com o bom cheiro da garota que sentia no ar, deixava a influência da marca aflorar, enquanto lembrava da última ocasião.

- Veio falar deles, não é? - Questionou, referindo-se às sombras. O brilho vívido da marca em meu antebraço se fazia mais intenso, como se ansiando pela hora de cobrar o sangue das mãos da Sombra interina da Folha.

Ele se aproximou um pouco mais da garota, parando próximo à seu rosto. Se inclinou para frente, mas passando ao lado de sua cabeça e sussurrando em seu ouvido.

- Apenas me diga quando e onde. Vá para lá algumas horas depois para recolher o cadáver de seu Kage. - Falou, se afastando novamente. - Ou o que restar dele. - Deu de ombros, já planejando o golpe final. - Mas vamos lá... me diga, não foi apenas isso que a trouxe aqui, foi? Se bem me lembro, ainda temos uma... visita descompromissada para acertar. - Dizia, dando de ombros e sorrindo.

Seus olhos subiram para o céu estrelado, enquanto a luz do luar iluminava o local. A lua estava cheia, com um brilho intenso e diferente do habitual.

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Considerações:

Como em cada situação que a encontrou, a garota se demonstrava difícil e bem resolvida quando à seus interesses, os quais colocava antes de tudo.

O que só despertava mais desejos no rapaz.

Ele sorriu ao ouvir sobre os demais que deveriam buscar. Sabia que a marca em seu braço o compelia à isso, ouvir aquilo não era novidade. Já havia sido alertado sobre, nos sussurros que compreendia da marca tribal que carregava. Observou a silhueta dela se movendo de costas, impossibilitado de não se recordar do dia em que viu não apenas sua roupa íntima, mas também o que lhe deixou maluco de verdade.

A sua própria marca.

O mero pousar de seus olhos sobre ela lhe fez sentir atraído, de uma forma estranha, que envolvia, sim, o corpóreo, mas não apenas isso. Uma ligação mais profunda, uma harmonização entre sua própria maldição e a dela.

- Já encontrei com o ninja do País do Relâmpago. Levarei ele comigo até a Névoa. - Mencionou, olhando para o lado. - Apesar de saber que não teria problemas indo sozinho. Mas a pergunta permanece. O que acontece quando nós cinco estivermos reunidos? - Questionou, voltando a observá-la de costas.

A distração dela era clara em alguns momentos, como se ela se desconecta-se da realidade. Efeitos da marca, talvez? De qualquer modo, não precisa pensar muito para o rapaz se recordar de sempre a ver em volta de um shinobi de sua própria Vila.

- E quanto aos seus amigos? O que acontece se eles interferirem quando chegar a hora da Sombra da sua vila ser morta? Não estamos falando exatamente de um passeio no parque. Uma luta contra um Kage certamente irá render um belo estrago na paisagem, e se tiver mais envolvidos, isso pode ser um problema.

Matar, para ele, nunca foi um problema. Começou quando seu Mangekyo despertou, e só caiu como uma luva quando recebeu aquela marca. Pensava em fazer com ele o que fez com o velho no País das Ondas, ou quem sabe pior. De qualquer modo, antes disso, ainda teria que lidar com sua própria Sombra, o que já prometia diversão o bastante por ora. Ao ouvir a última atestação da garota, sorriu novamente, olhando-a.

- Seu desejo é uma ordem.

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