Quando os ventos trouxeram as pétalas carregadas de incertezas para minha aldeia no País do Ferro, um lugar rodeado de árvores que era totalmente decorado por suas cores diversas devido a riqueza em flores distintas umas das outras, mas que apesar de tanta beleza, eu tinha minha flor favorita que eu fazia questão de me acompanhar aonde quer que fosse, não podia imaginar que tais incertezas seriam tão delicadas e cheias de surpresa.

O mais incrível quanto essa minha jornada, era o tempo gasto e o quão influenciável as pessoas eram. Não digo de forma maldosa, mas o povo castigado por seus governantes que usavam a grande massa para ferir o poder um do outro, era completamente abominável.

De um lado, tínhamos todo um poder geopolítico constituído pelos governantes por direito de sangue que pelo o que pude descobrir no decorrer de minhas viagens ouvindo as pessoas que ouviram seu amigo que tinha um primo que namorava uma garota que era filha de um homem que negociava alimentos com um negociante escolhido a dedo pelo feudo que teria um amigo guardião que morreu em um combate contra um mendigo que por acaso era um ninja que estava lá acompanhando o Mizukage em um evento no palácio de cunho político com a princesa e demais pessoas, e que por sua vez tudo isso foi aos ares por causa dos embates ocorridos e a Vila Oculta da Névoa perdeu seu prestígio por todo país, e por isso retalhações começaram por parte de um irmão de sangue real que foi morto por um mero shinobi iniciante, e isso trouxe a tona sua ira que recaiu sobre Kiri, e por isso a vila precisou revidar de algum jeito, gerando atritos em toda parte.

Bem confuso, certo? Enfim, logo que pisei no País da Água, pude confirmar esses manifestos por parte da Aldeia da Névoa que tomou um povoado beira mar em sua posse para extrair suas riquezas.

Do outro lado, havia os detentores do País que sofreram tal abuso por parte dos ninjas de Kirigakure. Os relatos são tão confusos quanto os que eu pude ouvir a respeito de Kirikagure no Sato. As bocas malditas contaram no longo da viagem que o Mizukage sequestrou a princesa, pretendia assassinar o Daimyou, e tomar seu lugar como imperador do País da Água. Já outros contam que não era nada disso, pois nada era que somente uma negociação comuns na qual deu tudo errado por algum motivo.

Especulasse que o príncipe herdeiro conhecido por seu autoritarismo foi a causa de tudo, e o orgulho shinobi falou mais alto, gerando uma comoção entre egos das duas partes.

Todavia, há um relato de que houveram mais de uma cena de batalha, é real e deram-se inicio quase ao mesmo tempo, ou seja, em meu raciocínio rápido eu cheguei a algumas conclusões, como:

1, tudo foi armado por um motivo, ou, 2, foi pura coincidência.

Sinceramente? Não sou habituada a esse mundo shinobi, mas compreendo a perversidade humano e que não há limites para seus feitos. Portanto, a conclusão que tenho é que, sim, foi uma situação criada. Sejam os ninjas da névoa, a realeza, e até quem sabe pessoas não atreladas a tantos boatos.

Seja como for, O País da Água precisava de ajuda, e foi por isso que as correntes marítimas me trouxeram até aqui. No começo da jornada como já disse, pude ver com meus próprios olhos os efeitos de tais problemas ocorridos entre ambos os poderes. Não pude fazer muito por aquele povo, os ninjas mesmo em menor número tinham completo domínio sobre eles. O psicológico já estava comprometido. A massa temia por represálias da Névoa, e mantiveram-se sob as ordens destes homens.

Ainda me lembro da face do taverneiro quando me confrontou por estar cansado de tudo, e pude apaziguar seus sentimentos. Porém, de nada adiantou, pois o mesmo acabou virando as costas para o vilarejo e foi embora com o que podia carregar, se afastando daquilo tudo. Nunca mais o vi.

Tentei confrontar os ninjas que lá estavam, mas ninguém queria conversa, e meu objetivo não era começar mais conflitos. Tratei de pedir a Yuzu, minha amiga e guardiã, que chamasse nossa comitiva e que anunciasse para os civis que desejassem seguir comigo em viagem, que me encontrasse na saída daquele lugar. Os ninjas não poderiam evitar, e eu garantiria que isso acontecesse.

Esperamos até o anoitecer, e lá por 22 horas da noite, algumas pobres almas apareceram fugidos de suas casas. Os shinobis estavam tentando impedir alguns de me seguirem, mas não podiam monitorar uma vila inteira. Quem decidiu me seguir, já estavam comigo, os demais que ficaram tinham medo de seguir adiante. Suas incertezas e relatos de fatos que eu descobriria em viagem, os impediam de se juntar a mim.

Fosse 1 ou milhares, minha missão inicial era poder trazer sob a minha proteção o máximo de pessoas possíveis. A segunda, seria leva-los até um lugar seguro para que eu começasse de fato outros objetivos que afetariam todo o país. "A sacerdotisa foi chamada para isso", portanto, faria jus ao meu chamado levando paz espiritual a quem puder.

Meu primeiro passo foi feito, e com minha comitiva original, mais meus novos seguidores, começamos a rumar para Kirikagure. Queria conversar com o mizukage para entender o que houve. Depois iria tratar dos mesmos assuntos com a família real. Era notável que se em tanto tempo não houveram mudanças, é porque faltava um mediador entre ambos.

Novos dias vinham, a caminhada era exaustiva. Embora fosse um país pequeno, seus trajetos eram complexos e cada vez mais horrendos. Pude ver cenas exóticos e terríveis, coisas que só uma mente perturbada poderia imaginar. Vilas inteiras devastadas, pintadas ao rubro do sangue que tingiram suas estruturas e jamais foram removidas. Corpos putrefatos que foram completamente desonrados. Não pude evitar lágrimas veladas de dentro da carruagem que me transportava, esta que só poderia avançar em alguns terrenos devido minha habilidade em auxiliar nesses momentos.

Apesar dos horrores e das poucas vilas quase inteiras encontradas, pude achar muitas pessoas desamparadas e que viram uma luz no fim do túnel ao nos encontrar. As "árvores" que geravam frutos, nasciam diante seus olhos de forma inacreditável, e assim vossas barrigas eram alimentadas, removendo aquele vazio inalterado por tanto tempo. Às pessoas passaram a confiar mais em mim, mesmo eu não dizendo uma sequer palavra. Minha missão estava indo bem, meu proposito no país se mantinha firme, e me senti mais acolhida e grata como jamais me senti antes.

No entanto, grandes feitos chamam atenção e olhos mal intencionados por vezes nos encontraram. Não imaginei que pudéssemos ser atacados, mas o povo de uma religião estranha tentou nos sacrificar por vezes. No começo era apenas um que conseguiu ferir alguns de nós, mas logo foi impedido pela grande massa. Semanas depois seus aliados foram atrás dele que se mantinha preso em uma prisão feita de madeira que eu fiz. Os inimigos conseguiram assassinar dois homens e causar mais problemas. Entretanto, eu os impedi de causar mais transtorno. A natureza permitia o uso da floresta que enjaulavam eles e os mantinham sob controle, sendo engolidos pela terra, e lá ficando até o fim de seus dias.

Contudo, os números de ataques aumentaram com mais pessoas, e conflitos intensos que obrigavam até mesmo Yuzu e eu nos unirmos para enfrentar tal mal. Nossa felicidade, é que por toda jornada novas pessoas se acumulavam, muitos eram ex militares ou ninjas que viviam de forma desertora ou aposentados. Alguns muitos velhos pra viverem arriscando sua vida, mas ainda com vigor necessário para proteger quem precisava.

Uma grande comitiva se formou, e nossos inimigos já não podiam mais distinguir o que eram civis indefesos de pessoas hábeis que impediriam novas ofensivas. Agora eu conseguia relaxar mais sabendo que havia reunido pessoas capazes e com boas intenções nessa longa jornada que já ia quase fazendo um ano. Nunca pensei que demoraria tanto, tampouco que reunira tantas pessoas ao meu redor para isso. A situação deste país era deveras mais impactante como imaginava. Não lembrava de ter testemunhado nada do tipo entre os samurais que conviviam melhores que este povoado inteiro.

Enfim, mais um mês havia se passado e finalmente alcançamos meu segundo objetivo que era trazer todos que eu pudesse trazer, até um local seguro para começar os próximos passos. Kirikagure estava diante de nós, e de longe eu podia ver os ninjas em suas muralhas notando a movimentação estranha que era realizada a centenas de metros de lá. Tantas pessoas comuns com carroças, roupas velhas, mochilas, mantimentos, etc. A instalação deles por lá de maneira que não temiam por nada vindo da vila da névoa, era algo que estranhava para os shinobis daquela grande vila.

De longe olhei para o lugar e admirei sua imponência. Não era atoa que conseguia se manter sozinha contra um país inteiro. Todavia, agora não era hora pra mim descansar. A noite já estava quase chegando, e eu precisava garantir um teto sob a cabeça de todos com minha técnica, e foi isso que fui fazer por um longo tempo que consumiu todas minhas energias, praticamente.

Entretanto, apesar do cansaço adquirido, não pude evitar de registrar todas essas informações neste diário para computar toda minha experiência nessa viagem.



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- Feitos: salvar civis inocentes