Recapitulando a presepada que havíamos iniciado na parte anterior, nos reencontramos no momento derradeiro do luxuoso casamento entre um imponente magnata de Konoha e sua jovem e bela esposa. Em virtude de acontecimentos recentes entre o casal e o ex-namorado de Hanna, a noiva, fui convocado para vigiar a cerimônia entre os convidados do evento e intervir sobre qualquer tentativa do dito cujo de arruinar aquela união.

And here we go. Como era do conhecimento de todos, eu estava lá, já arrastando aquele miserável ser humano pelo tapete vermelho que antecedia o altar. A medida em que o invasor tentava pronunciar algumas palavras inaudíveis, nos distanciávamos da área cerimonial, rumando em direção ao gigantesco jardim da residência. O fato do desgraçado se debater como uma barata chapada de baygon até o talo dificultava um tanto esse processo. Posso ter levado algumas cotoveladas durante o caminho, mas nada que me fizesse perder a firmeza. Well, pelo menos não nesse parágrafo.

Num movimento inesperado e devidamente apropriado, quando relativamente distantes do altar, o desgraçado atirou a cabeça para trás, afundando meu nariz em meio à minha própria fuça. Ah, filha da puta. Agora você tá fodido. Eu juro que tava tentando ser um pouco empático com a situação de merda daquele maluco, mas agora ele me irritou. Levantei-me com a mão direita no nariz, o semblante de indiferença absolutamente tomado por um espectro sombrio que transparecia pelos meus olhos. Eu ia macetar aquele bosta na porrada, não tem jeito. Eu preparava o botadão quando o sujeito ajoelhou-se e abaixou a cabeça aos meus pés.

- Não me bata, por favor! Você precisa me ouvir! Esse casamento é uma fraude!

INFOS:

Missão
Nome: Convite de casamento, par. II
Recompensa: 35.000 RY. 4 XP
Descrição: O genin fora convocado por um aristocrata de Konoha para infiltrar-se entre os convidados de seu casamento e impedir que a cerimônia seja arruinada por um visitante indesejado. Entretanto, uma reviravolta vem a tona e o jovem Nara precisa adaptar-se a essa nova situação.

Baixei a postura ofensiva ao ouvir a afirmação do delinquente. Eu realmente não sei porquê estava prestes a dar ouvidos a um otário iludido doido pra fazer merda, mas, convenhamos, havia algo naquela história que me descia meio quadrado. Nisso, pelo menos, nós poderíamos concordar. Ainda assim, dada as instruções da minha missão, eu deveria estar pouco me fodendo. Mas que saco, Yoriichi. O invasor levantou a cabeça, ainda de joelhos, justificando suas mágoas.

- Você precisa entender! O tempo passou e eu sofri calado. Não deu pra tirar ela do pensamento. Eu ia dizer que estava apaixonado, recebi o convite do seu casamento. Com letras douradas num papel bonito, chorei de emoção quando acabei de ler. Num cantinho rabiscado no verso, ela disse: meu amor, eu confesso. Estou casando mas o grande amor da minha vid...

E toma-lhe o botadão que estava guardado desde o início daquela justificativa fajuta. O tapaço foi forte o suficiente para fazê-lo tombar para o lado. Empurrei seu dorso com a sola de meus refinados sapatos, prensando o pé direito em seu peito. Agachei-me com todo o ar de indiferença que naturalmente transparecia em meu rosto, encarando-o.

- Toma vergonha nessa cara, seu merda. – As palavras soaram curtas e grossas, literalmente cagando para o desabafo de corno do rapaz. – Um marmanjo desse tamanho, cheio de pelo no rabo, inventando história por uma mulher que tá pouco se fodendo pra sua existência. – Prossegui. Com as poucas forças que lhe restavam, o homem deslocou a mão até os bolsos da calça, retirando a tal carta que havia citado anteriormente.

- Não é invenção! Tome, veja você mesmo!

Observação: Post editado por motivos de: Estava em citação. Usei o atalho no primeiro post para agilizar a edição do template e esqueci de retirar. Desculpe por isso.

INFOS:

Tomei o convite das mãos do sujeito e meti-lhe a sola em seu rosto, permanecendo na posição enquanto iniciava a análise da evidência. A esse ponto, eu já tinha me perdido inteiro. Era só dar uma surra nesse babaca, Yoriichi. Só isso. Mas lá estávamos. Por alguma intuição vinda sabe-se lá de onde caralhos, eu estava metendo o nariz onde não devia. E ainda iria além.

- Tá de sacanagem. – Numa daquelas cenas de alívio cômico que comumente quebram as assinaturas de um personagem, repousei o queixo sob os dedos da mão direita. Meu semblante carrancudo gradativamente transformava-se numa caricatura ridícula, externalizando a evidente surpresa com aquele conteúdo. O babado vai ser forte. Ah, vá. As coisas começavam a fazer sentido. Ou sempre fizeram, mas eu não me dava o trabalho de me importar. As ameaças, os avisos, o desaparecimento e o reaparecimento da noiva com o pescoço e as coxas marcadas. Não fode, né. Retirei a sola do sapato da face do Ricardão, permitindo que o mesmo prosseguisse com a sua justificativa.

- Vê? Há alguns meses nos amávamos em sigilo e em uma semana ela me pediu para esquecê-la. Ela me ama! Não posso deixar que esse amor se acabe por mero interesse. Ela só está manipulando-o! – Concluiu o amante. Puxei-o pela gola e o coloquei de pé. Logo após, dei uma bela bagunçada em meus próprios cabelos e arregacei as mangas daquelas vestes estúpidas.

- Oe, maluco. Vamos acabar com essa putaria.

INFOS:

E assim partimos pelos majestosos jardins de Kitamura, o corno. Imagina aquela cena foda que acontece em câmera lenta de uma duplinha do barulho caminhando para salvar o dia. Isso mesmo. Isso o cacete, onde que eu tava com a cabeça? Eu tava prestes a fazer o que fui convocado para evitar. Eu era uma bosta de ninja, puta que pariu. Na melhor das hipóteses, talvez o baiacu chifrudo saísse agradecido de ter se livrado de uma megera e não ordenasse que a cúpula da aldeia comesse minha borda com farofa.

Nos aproximamos da área onde estava montado o luxuoso altar da cerimônia. Da mesma forma como havia saído daquele perímetro carregando o invasor pelo tapete, agora, caminhávamos em direção aos noivos. Em dado momento, tomei a frente e segui calmamente de encontro aos dois. Kitamura, o tal do noivo balofo e rosado, estava prestes a trocar as alianças quando estapeei violentamente sua mãos rechonchudas.

- Sei que é meio fora de hora, mas eu me oponho a essa união! – Bradei. A multidão, que em dado momento acompanhava curiosamente meu trajeto, horrorizou-se com a intervenção.

- O que pensa que está fazendo, seu moleque?! – Disse a piranha que estava prestes a concluir o seu objetivo. O noivo, um babacão sem atitude alguma, pouco fazia se não observar aquele embate de olhos arregalados. – Retirem-no daqui. Agora!

Prosseguiu Hanna com urgência, deixando transparecer o ódio em sua feição, por mais gatinha que fosse. Alguns homens se aproximavam do altar com o intuito de acatar o ordenado. Olhei fixamente para Kitamura, depois para Hanna, depois para o bendito do Ricardão e então para os convidados.

- A noiva é uma vagabunda e eu posso provar! – Exclamei em alto e bom som, deixando todos com uma cara de tacho que beirava o ridículo. Talvez essa não fosse lá a melhor escolha de palavras, mas o que era um peido pra quem já freou a calça inteira. Retirei o convite que havia sido endereçado ao amante de Hanna e atirei abruptamente na face imensa de Kitamura. – Oe, seu gordola. Tu realmente não desconfiava de uma merda dessa? Essa piranha tá te fazendo de otário pra ficar com a porra do teu dinheiro enquanto escorregava na pica do ex-namorado até ontem! Você é burro? Heim?!

O noivo deu uma bela olhadela nos dizeres escritos no tal do convite. Tudo batia; a letra, o selo, a merda toda. O homem era tão estúpido que tomava uma dessas na cara, no meio do seu casamento, e sequer esboçava uma reação.

- Sim, é isso. É a verdad... – Tentou reafirmar o tal do amante, sendo prontamente interrompido por mais uma dentre as incontáveis soladas que já havia levado na fuça.

- E tu, seu merda, vê se toma jeito nessa tua vida. Não vai ficar correndo atrás dessa cachorra de novo! – Pronunciei para o otário, antes de remover o pé e seguir meu caminho para além da área da cerimônia. Pude ouvir o início de uma calorosa discussão entre Kitamura e Hanna, antes de ouvir um estridente berro da vagabunda.

- Seu moleque de merda! Isso não vai ficar assim! – Pois foda-se ela. Puta que pariu, caralho, desgraça. Que o baiacu chifrudo não preste queixa e reconheça meu valoroso serviço. Prece feita. Eles que se resolvam.

INFOS: