Uma jornada solitária, as vezes era o seu destino, viver isolado de um time, do contado sem ser de trabalho ou interesse, como uma amizade, se for considerar como um bom nome. Tengoku nunca teve a chance de ter bons companheiros, o mais perto que chegou foi ao se encontrar com um ninja da folha e um que parecia mordomo, em um tempo muito distante, talvez de meses, mas era algo importante, um encontro com um objetivo que no fim não foi para frente. Matar uma sombra, nada fácil, bastante ambicioso, com inúmeros riscos, talvez o seu quase aliado um dia iria conseguir, não sabia, afinal a distância cortou esses laços.

Sobre o que pensar de cada um daqueles dois, o shinobi da folha e o mordomo, ambos eram de grande utilidade, talvez a Phantom Blood, uma organização que não saiu do papel, seria um grande ato, a união de três grandes homens, sem objetivos mútuos pelo o que parecia, mas ambos eram crias, todos foram criados para buscar se rebelar contra uma sombra ou nação, as vezes ser contrário ao seu progenitor, como um dia Tengoku foi. Dario Brando não foi um bom pai, era abusivo, agressivo e ausente, uma figura corrompida de quem deveria ser seu amigo, um ato que geraria no futuro aquilo, um renegado, sem misericórdia, sua mente não era das melhores, coberta de traumas com seu "papai".

As vezes aquele seria o momento, nivelar a porra do jogo, chegava a hora de não se isolar, buscando por novos conhecidos, ou melhor, por velhos conhecidos, figuras de um encontro passado, mesmo não tendo muitas notícias de nenhum dos dois, no entanto não deveria ser difícil localizar nenhum deles, principalmente Squall, shinobi da folha, uma figura muito mais importante que o mordomo coringa, que deveria ter desaparecido em meio ao vasto mundo shinobi. Era uma ótima ideia, pelo menos era o que sua mente, naquele momento chapada de álcool, estando em um banheiro sujo de um bar nas proximidades do País do Som, local onde um dia houve o encontro dos três, com o loiro estando naquele mesmo bar, mas que foi desgastado pelo tempo.

Aquele banheiro estava bastante sujo, um aspecto nada agradável, um odor forte, nada ali era de muita qualidade, afinal se tratava de uma parte de um bar onde apenas pessoas nada exemplares frequentavam, era como um inferno terreno, com seus demônios, alguns em um busca de uma redenção, outros estavam de acordo sobre ser um diabo na terra. Tengoku estava ali, não vendo problemas em ser visto como um demônio, apenas vivendo, vítima do efeito do álcool enquanto urinava, saindo da cabine após terminar seu ato, indo até uma torneira, frente a frente com um espelho, sujo, bastante espaçoso, refletindo também a imagem de um outro renegado, esse de Konoha, podendo ver por meio da bandana riscada, tendo um ar de inexperiente e frágil, era uma figura de dar pena.

- Fala aí amigo, tudo bem? É novato nessa área? Deu pra ver que é de Konoha, vila legal! - Dizia Tengoku para um jovem renegado, seu tom era de alguém visivelmente embriagado, com um olhar talvez considerado psicótico. - Eu desertei faz pouco tempo, não estava gostando da minha vida ali, o hokage é uma pessoa péssima. Você tem muito tempo como um nukenin? As vezes a gente pode ser uma dupla, o que acha? Sou apenas Rank D, mas tenho meu valor! - Dizia o jovem, era um verdadeiro iniciante ali, enquanto via o renegado se aproximar. - Sério? O hokage fazia o que? Comia essa sua bundinha? Ou ele metia na cadela da sua mãe? - O renegado loiro falava, agarrando aquele novato, jogando contra o chão, pressionando o seu rosto contra aquele chão sujo e fedido.

Mesmo sendo como uma cena estranha aos demais olhos, para os frequentadores do bar era comum, vários casos de assassinatos rolavam ali, aquele não seria novidade. Tengoku estava com seu braço direito pronto para socar o jovem, o que acontecia, começando uma sequência de socos fortes contra o tronco do outro nukenin, uma sessão de sadismo, de um psicopata embriagado, louco como nunca foi antes, tendo flashes de seu pai te agredindo, enquanto punia outra pessoa na realidade, trocando de vítima para o agressor.

Cada soco se tornava mais forte, a sua própria mente mandava naquilo, era como se seu chakra aos poucos ia aumentando todo o poder dos socos, ele via aquilo como um sinal, como se algo avisasse que fosse hora de aumentar o jogo. O chão ao redor do corpo ia se quebrando aos poucos, o sangue começava a formar uma poça, podia ouvir como se os ossos do seu alvo quebrassem, dando prazer para o loiro, que via como um dominante, um verdadeiro rei, julgando o errado.

Em um ato de fúria, com as visões de seu antigo agressor, também seu pai, instigava sua imaginação e sua mente quebrada e sombria, que surtava, obrigando ao Brando usar toda sua força ali, em um último soco, o final, mas poderoso, não era para nivelar o jogo, mas sim para quebrar. Todo seu potencial físico era liberado, em uma potência aprimorada com seu chakra, que em um golpe, terminava de matar um jovem desertor, com seu peito atravessado, formando uma nova piscina de sangue, que tingia um solo todo quebrado, em ruínas após um último ataque, formando um completo caos em uma área de 15 metros, despertando atenções de outros frequentadores, que iam ver a destruição, mesmo de fora, afinal parte das paredes também tinham sido destruídas.

O renegado estava de pé, sujo de sangue, carregando em sua mão a antiga bandana do ninja assassinado, um iniciante de merda, com seu fim ali, em um chiqueiro. - Desculpa pela bagunça, depois eu volto aqui e olho com o dono, tudo bem? Ah, se tiver como vocês fizerem um favor para mim, se vocês verem um shinobi da folha, de nome Squall, fale que estou chamando ele em uma cabana ao sul, vai ter uma bandana de Konoha riscada na porta. Diga que foi um velho amigo dele e do mordomo! - Tengoku dizia com uma certa calma, de forma até sarcástica, indo para fora do resto daquele banheiro, passando por outra parede destruída, rumo ao sul do País das Fontes, uma área de diversas cabanas abandonadas, um antigo vilarejo, agora coberto de fantasmas.

Chegando ali, buscava por uma cabana em bom estado, pregando com um kunai a bandana de sua última vítima. Dentro da cabana, sentava em uma cadeira velha que ali estava, esperando seu possível convidado, com suas mãos e roupas sujas de sangue inocente.

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Seu alvo estaria ali, na sua frente, mas não seria como os outros, era alguém que precisava encontrar para conversar, sem ameaças ou perigos, um reencontro de velhos colegas. - Faz muito tempo mesmo, é uma pena o mordomo mascarado não aparecer, deve está servindo para alguma madame aí ou no circo, como o palhaço que ele é. - Tengoku diria, pegando um copo de saquê servido por Squall, aquele que um dia buscou pelo Brando, um papel que no fim inverteu, sobrando para um renegado buscar pelo shinobi da folha. Seu companheiro não teria mudado muito, estava com o mesmo aspecto sério e sombrio de antes, se tivesse mudanças, deveriam ser poucas, tudo parecia estar no mesmo estado.

Tentava deixar um silêncio naquela sala por alguns minutos, apenas bebendo o seu saquê, com aquela ardência do álcool passando pela sua garganta. - Aí, como tá as coisas? Conseguiu realizar o seu plano de matar o hokage? Acabei de matar um merdinha que ficou todo sentido com esse maluco, era um moleque frouxo, metido de bravo. - O renegado diria em um ato de quebrar o silêncio, sacando o seu maço de cigarro do bolso de sua calça, naquele momento, coberta de sangue, um vermelho que dava um certo estilo para suas vestimentas. - Quer um? Ou vai fraquejar? - O renegado questionava para seu visitante, estendendo sua mão com o maço, oferecendo um cigarro como aquele que estava sob seus lábios, liberando fumaça ao ser acesso, sendo colocado no canto da boca.

Tentava ouvir tudo que era dito pelo seu conhecido da folha, tragando o seu cigarro, com a fumaça liberada tomando formas circulares, sumindo no ar, como tudo um dia será, era o destino das coisas sumir, como foi com o Joker, o seu conhecido mordomo. - Cara, eu tava querendo reunir uns caras aí, sabe como é? Formar um time, não precisa ser nada grandioso, pode ser uns 4 caras, tá tranquilo, todos como a gente, crias de um mundo injusto, entende? Você toparia entrar? Nós seríamos Os Caras! - Apenas terminava de dizer, dando um trago após seu breve discurso, soltando mais fumaça, que dessa vez não iria ajudar nenhuma forma, apenas ficava normal, sumindo no ar.

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Os Caras. Isso podia resumir bem aquele encontro, era algo entre caras, entre crias, as vezes a falta do mordomo era uma coisa boa, ele podia não combinar com tudo aquilo, uma conversa de bar, com álcool e fumaça para todo lado, mas reservadas, sem um público, tendo exclusivamente os dois, que não chegavam a ser amigos, talvez eram aliados, mesmo que tivessem um tempo sem se ver.

Por falar no tempo, ele de fato passou, Squall tinha feito seu objetivo, aquele que levou um primeiro encontro, mas que teve sua conclusão, o que abria um sorriso de canto no renegado, ouvir sobre uma sombra morrer era algo agradável, eram como porcos na sua opinião, seres sujos que viviam escondidos sob chapéus e um edifício importante em uma vila, que mostravam o quão no topo estavam perante a população, eles não representavam o povo, Tengoku teria crescido em meio a pobreza e o crime, a violência fazia parte de sua rotina, era invisível para a sociedade, uma vítima do sistema, mesmo não sendo alguém que se importava com os outros, ele não concordava com pessoas consideradas dignas não importando com o próximo, parecia que um demônio egocêntrico como o renegado tinha mais coração com os necessitados, por isso ele matava, buscava dar um destino digno para cada uma de suas vítimas, que podiam ir para um mundo melhor.

Tengoku apenas escutava tudo que Squall dizia, enquanto tragava um novo cigarro, novamente em seus lábios e formando formas anelares com a fumaça, algo que fazia para sua distração, era como fazer algo bonito vindo de um vício decepcionante, mas parava com a proposta de seu convidado, que não só aceitava uma organização, mas como também já estava criando uma, uma chama naquele mundo, era a Kaen. - Eu não disse nada disso antes, mas parabéns por matar o Danzou, uma pena que não pude ir, mas é a vida, não é? Sobre seu convite, eu aceito, você ia precisar mesmo de alguém do mundo, serei o trunfo dessa chama, nós seremos OS CARAS! Aproveitando, você me disse aquela vez um de seus objetivos, agora vou te falar o que eu desejo, acho que ele é até que simples, mas bastante ambicioso! Meu objetivo é alcançar o céu, o topo, ter poder e influência nos destinos de cada ser vivo, ser o responsável por escolher se irão viver ou não, independente de tudo, só desejo ser alguém que o mundo irá notar, ter o respeito! O céu não tem limites, eu também não quero ter, você entende Squall? Desejo ser maior que uma vila, transcender a humanidade e me tornar uma ideia, com inúmeros seguidores! - Tengoku discursava, até que bastante animado, seus olhos vermelhos brilhavam, era uma sensação nostálgica como tudo naquela conversa, o encontro dos caras parecia ter sua produtividade, mas também seu fim parecia estar próximo, uma hora ou outra deveria sair dali, pelo menos um dos dois.  

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