RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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Kaginimaru


Warui
Mizukage




[Rank S] Rebelião Jl9II2N

O CAMINHO DO DEUS SHINOBI

AS CRÔNICAS DA TEMPESTADE
LIVRO CINCO








Capítulo I
Contos da Névoa Sangrenta
嵐は静けさをもたらす



Warui
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I




— Seu nome tem sido falado em todas as Grandes Nações. — a voz cansada de sua velha conselheira Shijima cortava a distância entre os dois no gabinete logo pela manhã. — Os atentados contra a aldeia diminuíram desde que os relatos de que você liderou a batalha contra a besta de dez caudas chegaram ao País da Água.

  — Entenderei como um elogio. — Warui respondeu calmamente, virando um gole de seu café recém passado. Ele sabia que o mais próximo de um comentário decente vindo dela sobre os ocorridos na Nuvem seria aquele. — Sigo aguardando o “porém”.

  — Ainda não estamos livres dos dias sangrentos, Warui-sama. — completou o senhor Watanabi, avô de Haru e outro de seus conselheiros.

  — Na capital, a crença popular permanece sendo de que você e a Senhora Feudal armaram a queda do príncipe e dos antigos senhores. — explicava a mulher, que junto do velho era quem tinha de maior confiança no centro do país. — Evidentemente, seus feitos recentes tiveram impacto, mas ainda temos um problema grande para lidar.

  — Haru veio falar do assunto não faz muito tempo. — disse, apanhando a mesma folha que a ametista havia lhe mostrado e se levantou para leva-la até os anciões. — Ela pontuou uma falha no movimento inimigo: acreditam terem conseguido poder o suficiente para se tornarem imparáveis.

  Mergulhava na lembrança dela bem ali na sua frente, quase podendo ouvir a voz doce dizendo as palavras que repassava. Seu olhar na direção dos conselheiros se afiou. Nas mãos do velho, ele havia notado um pergaminho com a letra “S” em todo seu corpo. O Sexto já imaginava do que se tratava e estendeu a mão direita; senhor Watanabi fez o mesmo e Warui tomou para si o papiro.


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II




  Rompeu o lacre com algum cuidado e pouca pressa, seus olhos estavam presos nele mesmo que ainda enrolado. Entregou a caneca de porcelana e o relatório nas mãos da velha e abriu o papiro o segurando pelas duas pontas, correndo os olhos por cada palavra em preto riscado no branco. O rosto ao fim dos informes detalhados colhidos por seus caçadores não era um velho conhecido seu.

  — Ela desertou no mandato da Quinta, você era novo demais para se lembrar. — era como se o velho Watanabi soubesse exatamente onde seus olhos estavam presos. — Peço que não a subestime quando a encontrar, Sexto.

  O rosto da mulher de um olho cor de âmbar com uma grande cicatriz e um biônico com brilho vermelho era carrancudo, com longos cabelos negros presos num rabo de cavalo. Pode notar o cabo de uma katana preso à anca, ao lado esquerdo e o nome dela estava bem abaixo da imagem.

  — Jūshirō Setsuna.

  Como ele faz isso?, indagou-se ao ouvir o nome pronunciado pela plácida voz do avô da ametista. Warui enrolou o pergaminho e guardou dentro de seu quimono, tomando em mãos outra vez o relatório e seu café antes de dar uma boa golada. Caminhou na direção de sua mesa, onde jogou o papel no meio de tantos outros e parou em frente a janela, apreciando a baforada gélida da brisa que carregava o cheiro de tempestade.

  — Segundo Haru, só precisamos derrubar um dos pilares que se alia contra nós e incutir a dúvida nos fiéis. — disse em bom tom, agora de costas para os velhos, antes de tomar outro tanto de sua amada bebida amarga.

  — Tome cuidado, garoto. — Shijima fora quem o advertira naquele momento.

  A Tempestade os mirou de soslaio.

  — Diga isso a eles. — sua voz rasgou num tom sombrio.


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III




  Os relatórios de movimentações suspeitas entregues pelos caçadores apontavam para um pequeno vilarejo a alguns dias de viagem da Névoa. Desde a conversa com seus conselheiros, encontrou-se com sua mestra – e agora também Conselheira da Água – dando-lhe o comando e os cuidados do vilarejo até que retornasse. Não encontrei Haru e ela também não mencionou nada sobre sair em missão, pensava enquanto se ajeitava na parte do tronco oco que lhe servia de abrigo em que a luz da lua não tocasse. Tenho certeza de que ela está bem, dentre todos na aldeia, a ametista era uma das poucas que confiava cegamente mesmo em um campo de batalha.

  Sua espada repousava sobre a grama umedecida da noite fria e o manto negro cobria seu corpo como em todas as outras vezes em que partia numa missão. A grande capa branca ele reservava para ocasiões de maior formalidade e raramente a vestia em um combate. Nenhuma chama o aquecia para não atrair atenção desnecessária, ele ainda sequer tinha a certeza de que o inimigo estava mesmo aninhado no local para onde rumava; apenas o grosso tecido do abrigo era suficiente.

  Fechou os olhos e manteve as mãos abraçadas enquanto se sentava com uma perna cruzada sobre a outra. Alinhou sua respiração com a corrente que dançava e assobiava entre os galhos, farfalhando as folhas que exibiam o tom verde vivo do verão que mal aquecia a Névoa. Toda a natureza ao seu redor emanava energia e ele era capaz de não apenas sentir, mas unir-se com ela: um aprendizado árduo que tivera em sua última ida ao Reino Sombrio.

  A calmaria daquela noite seria aproveitada ao máximo e a próxima poderia ser a última antes de um assalto solitário a um grupo de renegados com uma líder que fizera o senhor Watanabi alertá-lo. Eu compreendo, teria a mesma preocupação, sua meditação não era interrompida ainda que os pensamentos corressem leves em sua mente. Estava bastante plácido, como se soubesse que dominaria o inimigo não importando quem fosse; deuses não temem homens e mulheres, afinal.


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IV




  Mais um dia e uma noite inteiros foram deixados para trás enquanto o Sexto avançava com pouca pressa saltando por entre os galhos das árvores mais altas, fazendo das copas uma espécie de camuflagem. Os pontos em que havia mais sombra, era onde ele procurava projetar o próximo passo, com o capuz negro cobrindo seu rosto e os longos fios de azeviche.

  A lua cheia já brilhava nos céus de cobalto de novo quando seus olhos avistaram pela primeira vez a chamada Kasengakure no Sato, nome que se justificava pelos córregos que abraçavam a aldeia e o grande rio que a dividia no meio e desaguava no grande mar entre a Água e o Fogo. Warui observava de um ponto mais elevado, que notara que recebia pouca atenção de quem quer que fizesse a vigia do único portão de entrada.

  Perscrutava com frieza cada detalhe: a pobreza nas defesas naturais do local, todas as vielas iluminadas às luzes de tochas que bruxuleavam com os sopros gélidos que nem mesmo no verão davam trégua naquela nação. Os filetes de bruma davam um tom macabro a todo o cenário de casas feitas de madeira e a grande maioria das casas parecia mergulhada na escuridão, com uma fraca chama emanando por uma ou outra janela de vidro embaçado.

  Os renegados podem ter subjugado a população, não seria a primeira vez que estaria diante de uma situação como aquela. Fosse como fosse, precisaria ter cautela; ele não tinha a certeza ainda de que os Rios guardavam sua presa. Ergueu a mão direita num único selo e projetou seu chakra no sino amarrado no cabo de sua espada antes de conectar-se mais uma vez com a natureza. O Sexto encheu os pulmões e prendeu o ar por dez segundos, soltando calmamente em um sopro que liberou de seu corpo qualquer tensão que o rondasse.


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V




  Um único selo em sua mão direita e a energia mesclava-se ao solo para amolecer cada partícula abaixo de seus pés até que pudesse afundar como se a fina crosta de gelo de um lago se rompesse. Se houver algum sensor entre eles, notarão minha presença de todo modo, o Sexto viajava até a parte de trás de uma casa em que via queimar as chamas fracas do que pensara ser uma pequena família de civis, deixando num primeiro momento apenas metade de seu corpo exposta.

  Avaliou cuidadosamente o perímetro com seus olhos da mente, sem descartar a possibilidade de renegados capazes de suprimirem as próprias presenças; mas estava entre a construção e o rio, quem quer que se aproximasse estaria fazendo uso de alguma técnica – e ele notaria. Olhou na direção do centro e percebeu que estava além de seu alcance, teria de se aproximar ainda mais. A aldeia é maior do que parece quando se olha de longe.

  Emergiu como se algo sob si o elevasse até a superfície e o piso endureceu outra vez. Seu rosto permanecia coberto, apenas a lua iluminava aquela parte dos Rios e tomou cuidado para que nem mesmo a cor de seus olhos ficasse em evidência. Seus passos o guiavam num caminhar soturno por entre a bruma fina que adornava o cenário como um véu fantasmagórico, até que o calor das tochas lhe tocasse a pele suavemente no que parecia o centro da aldeia.

  Duas ou três construções estavam mais barulhentas enquanto as outras apenas deixavam escapar a iluminação interna mais forte pelas janelas, não tão embaçadas como as outras. Estão mais aquecidas, ele constatou, correndo calmamente os olhos por onde passava e percebendo as expressões carrancudas que recebia daqueles que notavam sua presença. Fui descoberto, pensou, seguindo despreocupado na direção do que parecia uma estalagem; ou pensam que sou um aldeão andando onde e quando não devo.

  Ele conseguia sentir a podridão no ar que rondava os Rios.


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VI




  — Ei, o que você pensa que está fazendo na rua a essa hora?! — gritou um dos homens que o encarava.

  Havia passado o olho rapidamente naquilo que parecia um bordel com luzes vermelhas do lado de dentro, nenhum letreiro que identificasse o local e o estridente som de risadas mesclando-se com gemidos vindos do segundo andar. Do lado de fora, aqueles que o abordavam vestiam trapos do que um dia fora uma armadura de combate e hoje acumulavam ferrugem, duas katanas presas às ancas de cada e nas mãos ambos tinham uma caneca cheia de cerveja em uma e um grande charuto na outra.

  Warui firmou os pés alinhado aos dois que bradavam em sua direção. Se continuarem, irão atrair atenção desnecessária pra mim, numa varredura rápida, notou que apenas aqueles dois se exaltavam e os demais – não muitos, no máximo quatro – observavam de longe; não buscou detalhes de nenhum outro, mas podia sentir suas presenças.

  O tilintar das espadas roçando no aço velho das armaduras denunciou um movimento mais brusco. Antes que o renegado pudesse abrir a boca mais uma vez, a Tempestade fuzilou ambos com os olhos, afiados e mergulhados em uma placidez perturbadora. Viu a ira e a confiança dos dois se esvair e o desespero tomá-los, transbordando no olhar arregalado e no tremular das pernas. A luz da lua banhou os orbes borgonha que anunciavam em seu silêncio a densa intensão assassina que caia sobre a dupla.

  — Eu só estou de passagem. — o tom de sua voz era suave e frio como o toque da morte. — Espero que não haja problemas. — completada.

  O timbre plácido soava como o ribombo dos primeiros trovões que anunciando a chegada da tempestade. A resposta silenciosa veio com um tombar dos pescoços logo após engolirem seco. Warui seguiu para a grande estalagem e os outros ficaram. Não saberiam quem estava por baixo do manto negro; e quiçá desejariam morrer sem saber.


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VII




  A porta rangeu para o lado de dentro e o som de talheres contra a porcelana dos pratos seguia acompanhado dos murmúrios em mesas aqui e ali, mas sua presença não fora ignorada. Alguns olhares de canto o buscaram enquanto caminhava calmamente para um lugar isolado no canto do que parecia uma velha estalagem. Não havia identificado a mulher que procurava no meio de tanta gente, mas talvez pudesse arrancar informações dos estalajadeiros.

  Viu alguém se aproximar com uma bandeja de alumínio na mão e procurou manter seu rosto sob o capuz, mostrando apenas a linha abaixo do seu nariz. Em seu âmago, sabia que a falsa paz que tomava os Rios estava prestes a ruir e ele era a tempestade que se aproximava. Quase podia ouvir os estouros dos trovões ainda que o céu estivesse limpo e estrelado, adornos prateados para a grande lua de sangue.

  — Vai querer alguma coisa, senhor? — a voz de menina anunciava uma jovem de pouco mais de dez dias de seu nome.

  — Não é muito nova para trabalhar? — indagou, pousando os cotovelos sobre a mesa e cruzando os dedos a frente dos lábios; ele mirava um grupo do outro lado do salão.

  — E-Eu... — a outra relutou e o fizera correr os olhos em sua direção. A via mirando os pés e rangendo levemente os dentes, como se guardasse um segredo contra a sua vontade. — ...não sou tão nova quanto pareço. — as palavras precederam um suspiro pesaroso.

  Definitivamente há algo de errado aqui.

  Sua atenção se voltou para a mesa no outro extremo, ainda que ele soubesse que os quatro que lá se sentavam haviam saído. Ele não precisava dos olhos para enxergar e notara as assinaturas se movendo em sua direção, um deles esbarrando com truculência na pequena para poder se sentar. Todos pousaram as pesadas canecas de cerveja sobre a madeira, eles ostentavam sorrisos sádicos, e estão todos cheirando mal.

  — Traga uma para nosso amigo, pirralha. Nós temos bastante o que conversar. — disse um deles, que tinha a voz rouca e um bafo que exalava álcool.

  — Eu não quero nada. — respondeu, calmo como se a situação estivesse completamente sob seu controle.

  Buscou os olhos azuis celestes da menina que o servia, vestida em trapos brancos encardidos e sobrepostos po um avental preto. Seu semblante estava tomado pelo temor, como se aqueles a sua volta a tirassem todo o conforto. O brilho de seu impassível olhar borgonha alcançaria a vista dela e Warui sabia que havia sido reconhecido quando a luz pareceu tocá-la. Um sorriso bobo brincou naquele rosto antes tristonho e ele sentiu como se a garota tivesse sido preenchida por um raro fio de esperança.

  Ali, ele entendeu tudo.

  — Pode ir, está tudo bem por aqui.


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VIII




  Os sorrisos dos quatro se desfizeram em feições pouco contentes, como se uma sombra os houvesse tomado por dentro e enegrecido seus corações. O cheiro que exalavam deixava claro o quanto já haviam bebido naquela noite, mas pareciam dispostos a não ter aquelas canecas que carregavam como suas últimas companheiras. Os olhares estavam todos postos sobre si, como se buscassem ameaçá-lo simplesmente com a proximidade.

  É claro que não sabem quem está debaixo do capuz, não lhe restava dúvida alguma do que sucederia no momento em que vissem seu rosto. Por ora, ele preferiu deixar como estava, talvez fosse mais fácil arrancar respostas daquela forma. Suas mãos se abraçaram diante dos lábios mais uma vez, enquanto mantinha o olhar baixo para que não pudessem vê-lo e reconhecê-lo.

  — Vamos ser bem diretos, já que é provável que não saia vivo daqui a menos que nos pegue num momento de bom humor. — rosnava o que estava bem a sua frente.

  — Não gostamos de forasteiros e sabemos reconhecer um quando vemos. — emendou o que sentava ao seu lado esquerdo.

  — Estou surpreso. — debochou, ainda guardando seu tom sereno.

  Não viu, mas pode sentir que fisgaram a provocação.

  — O que procura num vilarejo patético como este? — era a voz que vinha da sua direita, carregando o forte cheiro que tantas doses provocavam.

  — Procuro por Jūshirō Setsuna. — aquele nome ele não se permitira esquecer, não antes de cuidar do assunto. — Soube que ela vive por aqui. — blefou.

  Os quatro imediatamente recuaram e seus lábios voltaram a se alargar de orelha a orelha. Cada um deles virou uma boa golada da bebida gelada e arfaram em deleite antes de chocarem o vidro grosso contra a madeira pesada. Podia sentir seu sangue começar a ferver e o clímax se aproximar, algo na reação deles o dizia que a mulher estava por perto.

  — É bastante audacioso vir até aqui sozinho procurar por ela. — disse um, que já não se importava quem era.

  — Está querendo se aliar à rebelião? — completou um outro qualquer.

  — Na verdade, é bastante diferente.

  O sorriso singelo e obscuro se escondia por trás dos dedos que se desvencilharam apanhando o capuz de ambos os lados. Endireitou o corpo e destapou seu rosto, vendo a sobriedade retornar às pressas para os rostos dos quatro que o rondavam. Os dentes que antes se exibiam para emanar a confiança agora rangiam num misto de raiva e temor; os quatro sabiam que ele era.

  — Eu vim para matá-la.


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IX




  Um toque sutil no sino com o indicador da mão esquerda fez o tilintar soar baixo o suficiente para que somente os quatro pudessem ouvir. Como se fossem marionetes, tinha as mentes de cada um deles sob seu amplo domínio, podendo desenhar e redesenhar aquele universo como bem entendesse. Em um primeiro momento, faria com que todos os quatro vissem suas mãos livres desaparecessem de forma indolor, como se esfarelassem ao vento até que apenas o cotovelo estivesse presente. Deixarei que segurem as cervejas, pensava, sentindo-se especialmente caridoso.

  Os gritos desesperados causaram o tumultuo no local, mas os estalajadeiros pareciam aliviados e conduziam seus hóspedes para os quartos a despeito da gritaria iniciada pelos que cercavam o Sexto. Separando o joio do trigo, viajantes e meros civis se recolhiam; os renegados que tramavam contra si optavam por ficar e deixar a vida à própria sorte. Eram apenas mais cinco os que se mantinham de pé enquanto Warui torturava a mente de suas presas.

  — Me digam onde está Setsuna e eu faço parar. — mentiu, fazendo agora os olhos direitos de cada um se desintegrarem.

  — Nós não sabemos! — um deles respondeu, tomado pelo pavor e desespero.

  Correu o borgonha na direção dos que haviam se manifestado para afrontá-lo, todos igualmente relutantes no momento em que viram tratar-se dele. Sua intensão assassina recaia sobre os ombros de suas presas como se pesasse toneladas, via os olhos se arregalarem e os cinco cairem sobre os joelhos ante ao poder avassalador da Tempestade que sequer havia movido um dedo para além do toque no pequeno sino. No brilho afiado de seus orbes carmesim, era quase como se pudessem ouvi-lo dizer “vocês são os próximos”.

  As pernas se desintegravam em seguida dentro do mundo que Warui torcia e distorcia a bel prazer. Estava a sós com os renegados, os estalajadeiros e a pequena haviam compreendido sua mensagem. As súplicas lamurientas de suas presas pareciam aterrorizar aqueles de pé, que tremiam como se enfrentassem uma nevasca e mal conseguiam levar as mãos até a bolsa de equipamentos. Num movimento rápido, sua destra deslizou para apanhar uma kunai e ele se lançou para cima da mesa, girando o corpo no próprio eixo enquanto o aço roçava a fina pele das gargantas de suas vítimas.

  No segundo momento, desapareceu diante dos olhos dos cinco e reapareceu dez metros atrás, já diante da porta. O calor tocaria seus rostos poucos segundos antes da gélida carícia da morte; ele havia deixado quatro kunais com papéis explosivos amarrados aos cabos entre os rostos do quinteto. Sua mão direita segurava a arma banhada em sangue, erguendo o indicador e o dedo médio formando o in que fazia as bombas reagirem com sua energia.

  Os estouros aqueceram o ar que correu mais intenso do lado de dentro e o vermelho do sangue formara poças onde os cadáveres se afogavam. Os rostos deformados e gargantas dilaceradas davam o novo tom do cenário: o primeiro raio da tempestade que havia caido. Do lado de fora, ele sentia a movimentação se intensificar. As assinaturas mais audazes ele julgara pertencer aos renegados enquanto as que se recolhiam eram apenas funcionários – e aldeões comuns.

  Enxugou o sangue de sua pequena lâmina com um movimento brusco do punho e furou a ponta do polegar esquerdo antes de girar a maçaneta da porta. Se Setsuna estava nos Rios, certamente sua atenção seria atraída pelos ruídos do caos. Ele estava disposto a oferecer uma recepção chamativa à espadachim renegada.


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X




  Ele puxou a porta para o lado de dentro quando girou a maçaneta com a mão esquerda. Deu dois passos e o ar gélido da noite se mesclou com o aquecido da estalagem que carregava o cheiro de pólvora a cada corrente que vazava. O grupo devia ter aproximadamente dez homens e mulheres de aparências distintas, mas fardados sob os mesmos trapos enferrujados que suas últimas presas. Um pouco mais afastada, podia sentir uma chama que queimava mais forte, mais intensa; espero que seja ela – do contrário, não estaria fazendo mais que perder seu tempo.

  Posicionou os dedos da mão direita outra vez na forma de um selo e caiu sobre um dos joelhos. Sua canhota tocou o chão úmido sob seus pés e marcas negras se desdobraram sob a palma de sua mão. Uma densa cortina de fumo branca o abraçou, erguendo-se na altura das construções do pequeno vilarejo do Rio. Ele caminhou por entre as três bestas e parou diante deles. Seu corpo reagiu a energia natural que o refez para aquele embate: toda a sua pele tingiu-se em branco pálido como as escamas da serpente de Haru e seu cabelo tomou o mesmo tom; seus olhos brilharam em vermelho sangue, de sua cabeça cresceram dois chifres carmesim e suas orelhas tomaram um formato pontudo.

  Virou-se para os três demônios que trouxera a campo, fitando-lhes com a altivez de um verdadeiro deus. A energia emanada delas era intensa e podia perceber a tropa inimiga com os pés fincados no chão, temendo fazer qualquer movimento. Certamente não esperavam que eu mesmo viesse até aqui, desde que partiu para Nuvem, a Tempestade que voltou não era como a outra e suas histórias correram os cantos das Cinco Grandes Nações.

  — Me ouçam bem. — disse, sem elevar a voz. A mão que empunhava o aço o guardou e sacou a flauta negra como uma sombra. — Não peço que ataquem ainda, esperem o sinal da canção.

  O silêncio dos demônios não diria nada a ninguém a não ser um verdadeiro domador – ele sabia que haviam entendido a mensagem. Eu dominei o senjutsu ensinado pelos mestres deles, ao menos respeito eu sei que tem por mim. Sua intensão era apenas amedrontar a horda de inimigos com a presença dos gigantescos dokis, o resto, eu mesmo farei. Deu-lhes as costas outra vez e caminhou na direção de suas presas que se aglutinavam. A distância de cinquenta metros diminuía a cada passo desapressado seu.

  — Não precisam temer. — bradou na direção dos dez. — Basta que me digam onde está Jūshirō Setsuna e posso pensar em deixá-los viver.

  — Uma entrada digna da Tempestade Sombria... — a voz forte de uma mulher ecoou na noite.

  A assinatura mais forte e isolada se aproximava, dando-lhe mais certeza de que era quem procurava. Formou um selo com a mão direita oculta pela grande manga negra de seu abrigo, erguendo o braço esquerdo para os céus. Os estouros na noite estrelada traziam o grande raio negro para a palma da mão do demônio da Névoa. Seus olhos se prendiam na mulher com apenas um olho normal. Aquele traço não tinha como ele não reconhecer.

  — ...Arashi Warui. — a outra completou, exibindo um sorriso confiante nos lábios. — Você me poupou um grande trabalho. Seu cadáver dará uma mensagem e tanto para a Névoa.

  Um único movimento da mão do Sexto e o relâmpago que empunhava caiu sobre os dez que formavam a tropa de Setsuna. O estouro tiraria cada aldeão de seu sono, um anúncio de que a Tempestade estava no Rio. Os corpos tombaram queimados e sem vida, as dez chamas se apagando juntas da existência sem sequer conhecer o verdadeiro poder daquele que pretendiam tramar uma rebelião contra. Eles não conheciam esta versão de mim. Num som menos estridente, os três demônios retornaram ao Reino Sombrio – não precisaria mais deles para entoar sua canção.

  Restavam apenas os dois.


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XI




  — A última tempestade. — a espadachim dizia, com um sorriso sádico brincando em seus lábios. — Devo dizer que estou admirada em ver que um pirralho como você chegou tão longe. — provocava-o como se o conhecesse.

  Warui deu pouca importância. O chakra dos demônios correndo em suas veias atiçava o adormecido instinto assassino dentro de si. Sentia seu sangue frio como uma noite de nevasca e toda intenção de diálogo era deixada de lado. Se eu não matá-la, talvez eu me interesse em saber de onde parece me conhecer, pensava o Sexto, mergulhado num sentimento que o colocava um passo mais perto de ser como suas invocações, mas eu não me sinto tão generoso esta noite.

  Os corpos queimados ao lado de sua caça não pareceram perturbá-la em momento algum, o olhar afiado da outra adornado com os lábios torcidos e dentes amostra pareciam transbordar confiança. As mãos dela tocaram os cabos das espadas e os joelhos flexionaram; ele sabia pouco e menos ainda sobre a forma como a renegada lutava. Eu não estou disposto a deixá-la viver o suficiente para descobrir.

  A mão direita formou um selo enquanto a manga de seu abrigo ainda a cobria. Sutilmente, a destra correu até a bolsa de equipamentos, apanhou uma pequena bomba de luz e infundiu o chakra na esfera marcada com um kanji em tinta negra que passou a guardar entre os dedos da mão esquerda. Encaixou a palma de sua dominante no cabo de sua katana, mantendo a postura ereta.

  O último sopro de calmaria uivou no campo banhado de sangue. As imagens desapareceram dos pontos onde pisavam e as chamas bruxuleantes das tochas que iluminavam o cenário não tocavam mais nada além de cadáveres. O sino prateado tilintou antes do estalo estrondoso de aço beijando aço ecoar na noite e os olhares da presa e do predador estarem frente a frente enfim.

  A luz ofuscante veio de baixo, engolindo as imagens de cada um; o último vislumbre da renegada seria o brilho carmesim dos impassíveis olhos do demônio da Névoa. A claridade abraçaria o cenário em tons de branco como um quadro antes do pincel dar vida à arte. A realidade se curvava agora à sua vontade dentro da mente da espadachim, ajoelhando-se e cedendo o domínio daquele reino a ele como a um verdadeiro deus.

  Xeque.


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Warui
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Mizukage


XII




  O brilho perturbador cedeu a soberania das trevas e a noite se desdobrou diante dos olhos dos dois outra vez, e tudo parecia exatamente igual. As espadas ainda tinham as lâminas empurradas umas contra as outras, o doce som do aço roçando no aço enquanto os corpos forçavam as armas na busca por romper a defesa de seu adversário. O demônio tinha os braços trêmulos e ele via o sorriso no rosto da renegada se alargar.

  Sentiu seu pé esquerdo ser enganchado num movimento rápido que lhe tirou o equilíbrio, o seu peso todo o puxando para trás enquanto as katanas da outra furavam seu bloqueio. O fio rasgava a carne de seu peitoral e garganta, o vermelho vivo respingava nas maçãs do rosto da assassina. O braço perdeu a força e a mão soltou o cabo da espada que rolou para o seu lado direito. Seus olhos tinham o brilho enfraquecido lentamente e a aparência demoníaca se esvaia como se a brisa a levasse.

  — Pensou que uma simples ilusão seria capaz de me ludibriar? — a outra falava, guardando as armas ainda banhadas em sangue. — Eu estudei todos os seus pontos fortes e pontos fracos, Mizukage-sama...

  Ele buscou forças para erguer a mão direita ensanguentada na direção do rosto dela, interrompendo o discurso da falsa vitória com um gesto simples. Os dedos apontavam para as costas da presa, que entendera a mensagem e virara lentamente o pescoço por cima do ombro esquerdo. O tilintar do sino anunciou a vitória; o toque sutil da ponta de sua espada fez a mulher arregalar os olhos. A descarga invisível correria pela espinha da renegada que sentiria os músculos enrijecerem bruscamente até que tombasse sobre os joelhos.

  — Não adianta estudar meus pontos fortes, — o Sexto embainhava a espada ainda limpa. — se não conhecer de fato a maneira como me comporto em campo de batalha.

  O som do corpo tombando contra o piso gélido da pequena aldeia foi o último indício de suas presenças no Rio. Cobriu seu rosto outra vez com o capuz e tomou o corpo imóvel da renegada sobre os ombros. Lançou-se à noite, agora de volta para a Névoa.

(...)

  Era uma madrugada fria quando a Sombra cruzou os imponentes portões marcados pelo símbolo da nação da Água. A viagem lhe tomara mais tempo por conta do peso que carregava. Quando fazia suas pausas para descansar e admirar a beleza peculiar da lua de sangue, disparava outra descarga com sua espada no corpo de Setsuna, a fim de mantê-la inofensiva até que pusesse os pés mais uma vez em seu vilarejo.

  O andar desapressado cruzou as vielas que se enfeitavam com filetes de brumas fantasmagóricas na altura de seus tornozelos, uma beleza típica do verão. Não havia uma alma fora do conforto de suas casas e tudo parecia em paz; uma pequena e merecida porção nos tempos turbulentos que vivia o mundo.

  Sentiu a presença de dois de seus caçadores se aproximando – os dois que mais confiava – e foi tomado pela sensação de alívio. Cão tomou a frente e uniu os dedos antes de aplicar um selo nos lábios da renegada e outro nas mãos enquanto Raposa tomou posse de todas as armas da mulher. Warui anuiu em um agradecimento silencioso e ambos os mascarados desapareceram como se jamais estivessem estado lá. Sentiu-se grato por não ter mais aquele peso sobre seus ombros e finalmente poder ter uma noite decente de repouso, era aquela a sua pequena porção de paz.

  Mudou o curso em direção à sua casa e abriu preguiçosamente a porta, enfim cedendo ao cansaço que o abraçava. Deixou dentro de um jarro com água sobre a mesa umas tantas flores de três cores diferentes que lhe chamaram a atenção enquanto o sono custava a lhe abater no trajeto de volta. Pode ser que sejam úteis à Haru; umas flores tinham as pétalas violeta como os olhos dela, outras em tons roxos escuros quase negros e algumas brancas como as escamas da pequena serpente que a Watanabi sempre tinha consigo.

  Despiu-se das vestes da viagem, fechou as venezianas e se deitou.

  A tempestade passou; por enquanto.


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DK
Tá ok. 3 ingredientes para venenos adquiridos.
DK
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