Bola. Se tinha algo que Uraku adorava, era jogar bola. Caminhando pela vila da Areia, ele caminhava com as mãos nos bolsos. Enquanto dava seus passos, um chute era desferido contra a bola, fazendo com que ela subisse aos céus. Então ela voltava para si, caindo na ponds do seu pé após fazer um mínimo movimento com a perna, forte o suficiente para parar a mesma ainda que chutasse com força. Algumas pessoas observavam perplexas enquanto o garoto andejava por aí fazendo manobra como se não fossem nada. O olhar alaranjado do garoto estava pensativo enquanto ele deixava seu corpo se mover sozinho.

Então, em troca do seu propósito de servir a justiça, havia sido manipulado pelo Kazekage para seu próprio propósito, a fim de que ele servisse a seus próprios interesses? Isso não parecia ser o que se enquadraria com "Estão dispostos a fazer tudo pela Areia?" Isso seria mais como "Está disposto a fazer tudo pela minha vontade?" E convenhamos, Hokage e Aldeia eram coisas totalmente diferentes, de modo que não deveriam ser considerados a mesma coisa, e se dependesse de um, poderia dar muito certo ou muito errado, assim, acabaria por autodestruir a si mesmos. Que coisa chata do caralho.

Continuou andando, até que parou para beber um pouco de água. Estava calor. Tirando uma pequena garrafa de água enquanto mantinha um pé sobre a bola, o garoto ergueu a cabeça para deixar o líquido sair em direção aos seus lábios. Depois, apenas atirou o objeto no lixo, voltando a andar novamente. A expressão de Shura naquele dia, na reunião. Ele não estava soando nada bem, se parando pra pensar, aquela vez, o modo como ele havia chamado todos ali… Até mesmo quando Uraku não havia chego no horário, sendo que aquilo não era sua culpa e sim, pelo fato de simplesmente os protocolos médicos não estavam o liberando por conta de seus ferimentos graves.

— Droga! — Gritou, chutando a bola com toda força. Essa disparou tão firmemente contra uma árvore, que causou uma onda de destruição, derrubando a árvore por completo e abrindo um buraco perto do parque. A bala voou pelos ares e caiu em sua mão novamente. — Ah… — Uraku respirou fundo, cerrando os dentes. — Foda-se. — Falou.

Observando a figura que se aproximava de maneira rápida enquanto estava com uma mão segurando a bola, Uraku primeiro olhou para a fumaça que se abria perante o golpe deferido anteriormente. Ali, era possível ver o prejuízo causado. Colocou a bola debaixo do braço e finalmente fitou aquele cara de cabelos brancos. Era o mesmo que havia pego a missão do Kazekage, e aquilo só serviu para deixar o garoto ainda mais irritado. Com a mão sendo direcionada em direção ao seu ombro, rapidamente a segurou, afastando a mão. — Foi aquela merda da missão que o cara passou pra mim. — Revelou finalmente. Estava com raiva ao ponto de cerrar os dentes. — Ele manipulou-me como um fantoche. — Falava.

— Aquele merda do Kazekage. Ele não nos disse qual prisoneiro eu e o cabelo de mostarda íamos resgatar, e acabamos por descobrir, depois de lutarmos, que era Slam. Ela é um monstro. — Uraku chutou a bola com mais força após larga ela do braço, e chutou com tanta força que esta se chocou com a árvore, abrindo um buraco enquanto voltava para si ao ar. Erguendo a mão, a bola rapidamente entrou no alcance da palma de Uraku, que com o atrito, começava a fumegar.

— E agora, tem um demônio preso na prisão até que precisemos, nós dois, eu e Cabeça de Mijo, levar Slam até o Kazekage quando ele estiver disponível. — Novamente deixou a bola cair, e em seguida chutou com toda força. Nesse momento, a bola explodiu devido a força. Colocando as mãos nos bolsos, desviou o olhar para longe enquanto o vermelho e o laranja da tarde caíam sobre o mundo da Areia. Com isso, observou que tinha um banquinho e foi caminhando até ele. — Estou muito irritado por ter sido manipulado assim, nunca mais deixarei que algo assim aconteça. Nunca. — Falou, se sentando sobre o banco, os olhos azuis fitavam o chão. "Agora eu entendi porque o Cabeça de Mijo estava tão preocupado. Agora, eu entendo. A situação não era nada boa e fomos mesmo assim, mas eu queria proteger aqueles que precisam de proteção, assim como minha mãe… Não tô errado em fazer isso… De uma outra ótica." Refletia.

Após todo o falatório, apenas a expressão estática do garoto permaneceu. Devido ao ajuste da sombra sobre seus olhos, junto dos fios loiros caído entre os mesmos, faziam com que a sua completude fosse diferente. — Que merda você está dizendo?! — Questionou em um tom bruto, tomado de um movimento veloz e rápido que segurou a gola do Uzumaki, o levantando do chão como se ele fosse um saco de farinha leve. — Escute aqui, todo mundo conhece a Slan! — Falou o garoto, direcionando seu olhar irritado para o Tokubetsu Jonnin. — Eu posso ser burro pra caralho, mas saiba que eu não sou bobo, eu sei o que Slan representa! Pessoas da Academia sabem e aprendem sobre ela desde o início, então, você também deve saber, Uzumaki Aru! — Falava em um tom firme e convicto.

— Se nenhum tipo de pensamento te vem à mente, significa que você é muito ignorante. Será que não é capaz de raciocinar um pouco sobre isso?! O Kazekage pode estar te omitindo informações para o próprio interesse, isso significa que você pode estar sendo uma cadelinha dele e nem mesmo está percebendo isso. Slan é um perigo, e eu nem mesmo sabia que era ela que eu tinha que resgatar! Pense sobre que tipo de pessoa você está servindo, ou você não é qualificado para ser um Ninja se não tiver sua própria visão sobre o mundo sem precisar subjugado a alguém. — Soltou a gola do mais velho com força. Respirando fundo, Uraku fechou os olhos.

— Eu vou indo. Pode vir a ANBU e o caralho que for atrás de mim. — Falou baixo. — Mas eu tenho minha opinião sobre as coisas erradas e certas. Não irão me calar. Pense no que eu disse, e não seja um bonobo ou seja o que lá que você é. — Deu meia volta, colocando as mãos nos bolsos. — Ademais, cuidarei das plantas, tome cuidado por aí, Uzumaki Aru. — E tornou a caminhar, deixando Aru para trás. A brisa fazia com que seus fios loiros dançassem ao vento junto com suas roupas. O sol já havia se pondo, e agora, só restava a noite.