Aquele modo retraído de agir da garota já estava sendo um incômodo as pessoas ao seu redor, mas isso não era notado por Cassyana, já que ela não fazia de propósito, era a forma que ela arrumou para se defender do outro. A confiança nas pessoas para ela era difícil, principalmente adultos. Por isso ela não pronunciava uma única palavra na presença deles. Como se conhecerem sua voz lhe tornasse vulnerável a eles e pudessem lhe fazer tudo. Mas, a explicação, estava no trauma vivido quando mais nova, seu pai lhe abusando e também levando homens estranhos para seu quarto e sua mãe, ao invés de lhe ajudar, preocupou-se em tirá-la da Vila e lhe abandonar em um país estranho próximo à fronteira de outro país.
Aquele treinamento era importante, Cassyana podia ser pobre, mas não lhe faltava inteligência. E por não ter nada, se agarrou com tudo aos estudos durante os anos na academia da Vila, então ela conseguiu aprender bastante, porém, sem ter quem consultar, não pode ir além do que seu conhecimento lhe permitia interpretar. Isso não era suficiente para atingir o máximo com sua habilidade nata, que estava em seu corpo desde seu nascimento. E suas emoções sempre abalavam seu chakra e deixando assim o magnetismo de seu corpo descontrolado.
Eram quatro horas, Cassy dormiu pouco, mas foi o suficiente para seu corpo descansar, talvez não sua mente. Afinal, tudo aquilo era novo, o que a deixava mais desconfortável por não conseguir falar. Aquilo estava mais no seu subconsciente, que só em momentos muitos extremos a garota deixava sua voz sair. Enfrentando mais aquele dia, ela tinha como meta o treinamento mesmo, por isso não se importou e já estava no quintal da casa de Pandora no horário marcado por ela, quatro e meia.
A mulher era tão misteriosa quanto ela, não mostrava muita coisa como Cassyana tinha se acostumado com as professoras na escola, ela era uma mulher que falava pouco e parecia pensar mais consigo mesma que ficar externando seus sentimentos. Isso provocava medo na garota ruiva, mas também um pouco de conforto por saber que não teria uma conversa invasiva sobre seu passado e nenhum ato sentimental por parte dela. Se Cassy não conseguia nem falar com adultos, ser tocada era ainda pior.

Considerações:

Características da Personagem:

Jutsus:

Bolsas de Armas:

A garota olhava para a mulher caminhando com um misto de admiração e medo, resolveu olhar para o chão logo de imediato, porém observando a região que a mulher havia se colocado de pé. Mas, quando a ação dela foi pegar uma pedra, Cassy tinha que prestar atenção no que ela faria, ergueu seus olhos para lhe encarar. Os comentários sobre o que havia aprendido na academia foi confirmado com um leve aceno de cabeça somente.
Observando o que a mulher faz com a pedra, a garota ruiva não questiona, afinal não fala com adultos, mas sabia que não iria conseguir de primeira, já que nem sabia como fazer seu chakra fixar uma pedra em sua testa. O conceito citado sobre andar para subir em árvores ou sobre a água, Cassy compreendia, executava por poucos minutos tais feitos, mas era após várias tentativas.
Recebendo a pedra, ela olhava para a mesma, não tinha nada de especial nela, porém não era plana e isso iria dificultar ainda mais o exercício. Cassy olhou para a mulher, ela provavelmente não ficaria ali o tempo todo, mas também não sabia como ela reagiria à falta de habilidade da garota.
A ruiva colocou a pedra na testa, ainda que olhava reto para frente, a mesma não ficou, quando Cassy soltou caiu de imediato no chão, ainda passou batendo em seu nariz. Ela suspirou e tentou aplicar a mesma ideia de concentração de chakra na testa, como fazia nos pés para executar as outras tarefas, porém, ela não queria andar com a testa né, ela queria fixar a pedra ali e não sabia como fazer.
Ela sentia a movimentação de chakra em seu corpo quando executava o ato do treino, não estava de má vontade, porém não era nada fácil de executar. Suspirando, ela pegava novamente a pedra do chão e voltava a fixar na testa, Cassy nem percebia o tempo passando e só executava aquela movimentação, abaixar, pegar a pedra, tentar de novo. Nem mesmo percebeu a fome que estava ficando e que o clima de verão da cidade trazia um sol forte para o quintal da casa. Foi quando já sentia seu corpo pesado e seu estômago doendo, que a pedra ficou alguns segundos grudada em sua testa e caiu novamente. Cassy acabou sentando no chão também naquele momento.

Considerações:

Características da Personagem:

Jutsus:

Bolsas de Armas:

Cassy levantou os olhos quando ouviu a voz da mulher, um pouco espantada porque ela havia ficado ali, porém com toda a concentração não estava mais prestando atenção no seu entorno. Quando a garota viu o selo, ela percebeu o que estava fazendo de errado, respirando fundo e pegando de volta a pedra do chão, ficou de pé mais uma vez.
Fez o selo de mão, fechou os olhos dando uma respirada forte e longa. Colocou a pedra na testa, o local que estava tentando focalizar seu chakra e também tentando se concentrar no movimento que o mesmo fazia dentro de seu corpo, tinha que fazer com cautela , mas também entender o processo para que ele não ficasse lerdo sempre.
Cassy estava com o corpo relaxado, sua mente visualizando a pedra presa em sua testa e com a respiração lenta podia sentir como seu chakra fluía pelo seu corpo até o ponto que pressionava a pedra. E quando parecia que o objeto estava grudado em sua pele, a ruiva afrouxou os dedos e soltou.
Seus olhos se voltaram para o rosto de Pandora, a curiosidade em saber se estava sendo observada, assim passou cinco segundos, Cassy piscou e a pedra caiu novamente na grama. Ela não sabia porque havia caído tão rápido, mas já sabia como prender, agora era tentar manter por mais tempo.
A garota deu um suspiro longo e novamente abaixou para apanhar a pedra, sua barriga roncou e nesse instante lembrou que ainda não havia tomado seu remédio, estar ocupada e treinando, sua mente não fora ofuscada por seu passado e suas paranoias de perseguição. Antes de tentar novamente, Cassy leva a mão em sua bolsa que estava presa em sua cintura voltada para as suas costas, pegou um frasco de remédio e virou rapidamente. O gosto horrível e amargo fez a menina apertar os lábios no pulso, fechando os olhos e uma respiração para que não houvesse vomito por parte da garota. Sua garganta arranhou nesse momento e ela tossiu, lembrando assim o quanto estava com fome.
Jogando o frasco vazio de volta para a bolsa, ela ergueu os olhos, mesmo sabendo que provavelmente a mulher iria querer ir comer também, já que ambas ainda não havia se alimentado. Tentou avisar com aquele olhar que tentaria mais uma vez antes de pausar o treino para sua alimentação, mesmo que a comida não fosse oferecida ali, Cassy comeria em algum lugar.

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