RPG ROLEPLAY AMBIENTADO NO UNIVERSO DE NARUTO
Shinobi World
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Lua Sangrenta
Arco 5 - Ano 785
Com a interrupção durante o Torneio Shinobi, Shin mostrou ao mundo seus verdadeiros poderes. O revelado Primeiro Hokage liberou sobre a Nuvem uma gigantesca besta de dez caudas que destruiu grande parte da Vila, se mostrando uma antagonista capaz de se opôr mesmo à quatro das cinco Sombras unidas. Com a união de todos os ninjas das cinco nações e alguns renegados, a besta foi finalmente derrotada.

Mas, para a surpresa de todos, o verdadeiro caos veio quando Shin liberou seu verdadeiro poder — Shinra Tensei —, assolando Kumogakure praticamente inteira. E, com o fim da batalha na Nuvem, um olhar sanguinário brilhou no céu, com a revelação da Lua Sangrenta.Um ano após os acontecimentos no País do Relâmpago, uma grande fissura surgiu na superfície da Lua Sangrenta, causando especulações de todos os tipos. As Nações, mais uma vez banhadas na incerteza e insegurança política, se vêem em uma tensão que pode eclodir em uma guerra à qualquer instante, entre qualquer uma delas. O ciclo, outra vez, se inicia.
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|野郎




— Ei, Treze, fiquei sabendo que você é maluco. Que escuta vozes vindas debaixo do assoalho.

— Deixa ele em paz, Quatro. Você é só um merdinha esquecido nesse lugar do mesmo jeito que todo mundo.

— Ah, vejam só! A mais maluca de todas. Me diz, Sete, pra quê esse tique? —
Quatro maldosamente a imitou, atuando de forma canhestra as várias piscadelas que minha amiga dava com o olho esquerdo, ainda mais intensas quando se irritava. Oito e nove, seus pequenos capangas, riram do disparate junto com o amigo, incentivando-o. Ele também se aproximou do ouvido da garotinha para cochichar, sabia bem que aquela não era a única fraqueza dela — Cuidado… Não vai sair dizendo por aí que o Bispo é um viadinho, vai?

— O BISPO É UM VIADINHO! — Ela gritou, mas depois tapou a boca, já quase aos prantos — O BISPO GOSTA É DE DAR O CU! NÃO… POR FAVOR, DESCULPA! NÃO! NÃO!

Enquanto ela oscilava entre insultar o bispo e pedir desculpas por isso, dois homens vestidos de branco apareceram sem nenhuma demora para contê-la. Um deles a segurou, não tardando em aplicá-la uma injeção com líquido viscoso azul no pescoço. Obviamente, não antes que o outro homem distribuísse um soco no rosto da menina digno de efeitos sonoros. Segundos depois, Sete, com seus cacheados cabelos loiros caiu num sono profundo - sabe-se lá se pela injeção ou pelo golpe - e foi levada até o seu quarto onde várias freiras já se aprontavam para mais uma sessão de oração e exorcismos. A Garota do Número da Sorte parecia não ser tão sortuda, repleta de demônios internos.

Quatro, ao lado de Oito e Nove, davam gargalhadas. Éramos todos Pacientes - nosso primeiro nome, como nunca nos deixavam esquecer, mas por algum motivo eles se sentiam superiores naquele sistema de convivência dos habitantes daquele laboratório financiado pela Igreja que abrigava apenas as cobaias mais pecaminosas. De qualquer forma, os corpos daqueles três pareciam reagir bem aos testes das drogas que os médicos aplicavam. Logo, embora fôssemos da mesma idade, Quatro já parecia mais imponente e bestial.

— Ouvi dizer também que sua mãe te deixou aqui porque tinha medo de você. Que ela transou com um demônio e por isso, como castigo, você atraía pragas pra sua casa — Ele esticou os dois indicadores próximos à mandíbula, mimetizando as presas de um inseto — Você bota ovos quando tenta cagar, Treze?

— Aí, eu sei o que você quer. Acha que eu não entendo seu jogo? Não é que eu não queira meter a mão nessa sua cara mal parida —
Me aproximei pra poder continuar falando mais baixo, levantando de repente do banco que eu estava. Ao ficar de pé, percebi o quanto ele devia ter crescido em dois meses. Talvez estivesse quarenta centímetros mais alto que eu — Você não vale a pena. Não vou ouvir aquelas velhas rezarem por dez horas no meu quarto ou levar agulhada na garganta por cair na pilha das suas ofensas. Diferente de vocês aí, eu não curto que me droguem.

Dei uma pequena piscada após o sorriso de deboche, mas ele também sorriu de volta.

— Eu sou um Escolhido do Deus do Fogo, diferente de você que foi amaldiçoado por ele, moleque-inseto — Por algum motivo, o garoto forçou o bíceps que pareceu mais musculoso do que deveria — O Bispo diz que sou especial. Ele sempre fala que meu corpo é forte e que vai poder ser usado para sua vontade divina.

— Isso é estranho de tantas formas...

— Eu sou como um filho para aquele Santo Homem.

— Ah, é? Pois eu fiquei sabendo que o bispo só não é seu pai porque sua mãe não tinha troco pra dez —
Oito soltou uma risada de garganta, daquelas que escapam quando tentamos segurá-la. Quatro imediatamente o repreendeu com o olhar enquanto Nove o cutucava com o cotovelo — Nós somos todos uns fodidos, Quatro. Você não percebe? Isso aqui não é um orfanato. É um laboratório, e você é uma cobaia também.

— Cala a boca, moleque. Você não sabe nada sobre a vontade divina —
Seu jeito de falar era totalmente prepotente — Um dia eu vou passar por aquela Porta Vermelha. Eu vou ser o guerreiro mais forte de Deus.

Foi o que ele disse, até que passou e nunca mais foi visto.


[...]


— Era pra ter uma porta bem aqui.

— Você tem certeza?

— Essa porta… Passar por ela era a meta de alguns de nós.


Eu estava parado em frente a uma grande parede no cômodo central daquele laboratório abandonado. Antigamente, o lugar costumava funcionar como área social para os raros momentos em que não estávamos sendo utilizados em testes com centenas de fios plugados na cabeça ou recebendo substâncias em nosso corpo através das injeções. Graças a isso, essa parte da minha vida possui uma camada enevoada quando tento me lembrar, mas agora que eu me encontrava ali pela primeira vez em anos desde a minha fuga, minha mente parecia congestionada de memórias.

O lugar era só uma sombra do que já foi um dia; Estava escuro, com grandes poças provenientes de infiltrações gotejando no chão e algumas poucas luzes piscando. A atmosfera continuava opressora, mas agora de uma forma um pouco mais macabra - por incrível que pareça.

— Parece a nossa melhor pista até agora — Disse Aburame Nobu, meu tutor e o responsável por encontrar o local desativado onde cresci minha primeira infância a fim de investigar o que a Igreja tramava em suas pesquisas. O homem se aproximou da parede e a analisou — No dia em que Kagure se infiltrou aqui e resgatou alguns de vocês… Provavelmente eles não tiveram tempo de sumir com tudo. Então, esconderam a passagem com uma técnica Doton, preenchendo os corredores de terra e fazendo parecer que não existe mais nada além das áreas que Konoha já investigou cinco anos atrás. Isso quer dizer que…

— As respostas que precisamos estão atrás dessa parede, mas como faremos pra atravessar pro outro lado?  

O Aburame mais velho encostou sua mão direita na parede, concentrado. Segundos depois, insetos microscópicos começaram a comer toda aquela terra. Em questão de segundos um túnel foi escavado pelos besouros, formando um longo corredor. Com cautela, o atravessamos até que finalmente chegamos ao outro cômodo: Um lugar mais parecido com uma caverna, com o pé direito altíssimo e um intenso cheiro de podre.

No centro do lugar, grandes tubos de vidros onde antes as crianças eram mantidas para estudo estavam quebrados e o sistema não parecia mais ser funcional. Ainda haviam arquivos nas gavetas das mesas com dados dos pacientes, registros de testes e informações gerais. Nunca antes eu tive acesso a informações tão pertinentes no que tangia a Igreja e minha própria infância.

— “Clã Yabai. Portadora de Síndrome de Tourette” — Analisei a ficha de Sete. Ver sua foto naquele arquivo fez meu coração doer como uma apunhalada, mas eu escondi minha lágrima. Ao virar algumas páginas, percebi que ali estavam as fichas de todos os Pacientes, até mesmo a minha — “Clã Aburame, habilidade com insetos”, filhos da puta. Sabiam o tempo todo minha origem, mas deixavam parecer que eu era um maluco repleto de demônios dentro do corpo.

De repente, a voz preocupada de Nobu chegou até mim.

— Treze, tome cuidado. Tem mais alguém aqui — Ele estava agachado em outro canto da caverna, segurando um rato parcialmente dilacerado por mordidas — Tem fezes humanas recentes ali e ali.

É aqui onde eu preciso dizer que as coisas aconteceram muito rápido. Um vulto saltou de uma elevação sombria na caverna, como se nos observasse há algum tempo. A figura estava suja e magra. Seus cabelos desgrenhados estavam tão longos que quase alcançavam o chão e as unhas dos pés pareciam com a de um animal.

— ...Quatro? — Eu não tinha dúvidas.  

— Ah, Treze… Que bom te encontrar, amigão. Viu o Nove por aí? Guardei um rato pra ele — Seu olhar era delirante. Olhava-me como se eu fosse um fantasma, uma ilusão criada pela sua cabeça — Hoje é dia de cantigas. A gente pode cantar enquanto espera o bispo voltar.

— Ei, Quatro… Eles foram embora, cara. Ninguém mais vai voltar — Tentei manter um tom calmo como quem conversa com uma besta — A gente pode te ajudar.

Segundo os registros, Quatro era um garoto órfão. Teve seu espírito quebrado tantas vezes por adultos que sua mente surtou como forma de proteção, encontrando amparo na ideia de Deus.

— O bispo não me abandonaria aqui! Você sempre disse coisas demoníacas… — Ele começava a me olhar de forma ameaçadora. Nobu pediu para que eu tomasse cuidado, afastando-se vagarosamente para não irritar o animal. Eu não me afastei, continuei de pé ouvindo suas palavras — Ardiloso! Hoje, farei um favor pra Deus e finalmente darei um fim na sua vida.

Sabe, eu sempre fui extremamente confiante em minhas habilidades. Ultimamente, percebi que esse detalhe já havia prejudicado-me incontáveis vezes. Talvez dessa vez fosse a última: Apesar dos avisos de Nobu, preparei-me para o combate com Quatro. A besta era rápida, se aproximou como um javali e me golpeou no estômago antes que eu pudesse reagir. Eu, cuspindo todo ar, caí no chão. As garras do meu antigo conhecido quase alcançaram meu rosto, bloqueadas pela espada de Nobu que havia entrado na briga.

— Eu vou atrasá-lo. Reúna os arquivos e vamos embora, rápido! — Foi a ordem do meu sensei, mas toda raiva e angústia no meu peito haviam deixado-me surdo. Então, avancei contra Quatro, formando selos e invocando uma proteção corporal feita de insetos.

Foi nesse momento que eu perdi a oportunidade de reunir o máximo de informações possíveis para análise. Todos aqueles arquivos, tudo se perdeu. Se eu tivesse tempo, poderia ter lido na ficha do Quatro que sua linhagem envolve explosões, e que os remédios fizeram com que ele se tornasse instável demais. Isso fazia com que o garoto se tornasse uma bomba relógio ambulante e eu pude perceber o fato da pior forma possível.

Após um último olhar de loucura, Quatro explodiu-se, levando consigo toda estrutura, seja daquela caverna ou do laboratório. Antes que desse por mim, Nobu carregava-me nos braços em alta velocidade, já do lado de fora, de volta à entrada escondida naquela montanha.

Dos meus olhos escorriam lágrimas, atormentado por tantas memórias e acontecimentos. A dor lacerante na minha barriga fez com que eu caísse de joelhos e desmaiasse, mas sabia que ao acordar, não poderia mais ser o mesmo.






Considerações:


Bardo
Ficha de Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t2851-o-deus-inseto#23920
Criações do Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t992-cj-bardo#6561
Yusei
Konohagakure Anbu
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
Cargo Especial : Sem Cargo Especial
Títulos : Sem título
Aprovado
Yusei
Ficha de Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com/t3211-ficha-tengoku
Criações do Personagem : https://narutoshinobiworld.forumeiros.com
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