De certa forma, embora eu carregasse agora o novo rank de Chuunin, não era assim que eu me sentia. Sabe como é, ontem ainda eu estava enfrentando aquele cara maluco em busca de suas cartas, esperando que elas não explodissem no meu rosto pra que eu pudesse completar o teste. Só que, ainda que eu e Squall tivéssemos passado, esse novo dia amanheceu como só mais outro qualquer, ou quem sabe até mais trabalhoso: No momento, eu me encontrava no quartel general em busca do meu famigerado colete verde-oliva que tanto desejei.

— Sim, malandro. É “Treze”, com z, procura direito aí — Apontava para a prancheta do outro Chuunin que não conseguia encontrar a confirmação de que eu havia subido de patente, mas sua resposta não foi positiva — Você só pode estar me achando com cara de palhaço, bro.

Aquilo retirou meu ânimo por completo. Parece que eu precisaria preencher uma papelada e cumprir com outras burocracias de documentos ninjas pra conseguir o que queria. Sem falar que o valor do colete é descontado do meu salário, é mole?

Já me retirava da sala quando o Chuunin com cara de figurante me chamou novamente,  dizendo que se eu estivesse disponível poderia pegar uma missão de rank D para contar minha experiência como ninja na Academia Ninja. Aquilo parecia muito interessante, pra ser sincero. Começava a me sentir experiente o suficiente pra ter algo a dizer para aquelas crianças. Logo, não demorei a partir rumo à missão.

Considerações:

informações complementares:

Bolsa de armas:

—… E a chuva daquela floresta roubava todo meu chakra. Eu não podia usar os meus insetos! Eles eram consumidos logo quando eu os lançava, e o Jounin que me acompanhava estava apanhando pra um vilão que lutava com uma foice! — A turma me olhava sem piscar por um segundo. Meu tom era como o de um bardo contando uma história na taverna — Eu era um Genin na época, e era minha primeira missão de rank C. O vilão estava protegendo uma máquina que gerava a chuva… Mas eu usei toda minha velocidade e coloquei uma tarja explosiva na máquina e a destruí! A chuva parou e o vilão olhou pra mim com muita raiva, já tendo vencido o Jounin. Foi aí que eu usei a fumaça da explosão pra criar um clone com outra tarja dentro dele, que saiu correndo floresta adentro. O homem foi atrás do clone e a tarja explodiu na cara dele, destruindo a foice. E sabe o que eu fiz? Peguei o Jounin e saí correndo dali!

A turma começou a aplaudir, impressionada. Algumas crianças subiram na cadeira e diziam coisas engraçadas sobre um dia quererem fazer algo parecido. No fim dessa missão, o vilão ceifou a vida de Hayate, deixando apenas a mim como sobrevivente, mas aqueles meninos de oito anos de idade não precisavam saber dessa parte. A verdade é que a vida de ninja pode ser uma merda às vezes, mas usar sua força para ajudar as pessoas era um pagamento melhor do que dinheiro.  

— Sabe, garotada, nem sempre a gente vai conseguir salvar todo mundo… Mas é muito importante dar o nosso melhor pra ajudarmos o máximo de pessoas possíveis — Eu já estava terminando de contar minha pequena experiência de missão, trazendo um pouco de aventura para a classe, mas senti que era hora de aconselhá-los — Como ninja, é possível ajudar muita gente. Por isso é importante se tornar cada vez mais forte! Pra proteger Konoha, nossa casa e nossas famílias.

Eles concordaram em uníssino. Alguém no meio perguntou como foi o teste para Chuunin.

— Vocês não vão acreditar… Sabia que no meu exame Chuunin, o instrutor se transformou num monstro com chakra vermelho e saiu do controle? Bom, eu e meu parceiro quebramos a cara dele, no fim. Tudo começou quando ele nos chamou para o teste no campo de treinamento…

Considerações:

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