[Rank B] — Por uma Taça de Sangue

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[Rank B] — Por uma Taça de Sangue - Postado Ter Mar 09, 2021 4:10 am

|野郎

— Porra, você tem noção do quanto eu esperei pelo fim de semana? — Carregava uma mochila preta nas costas e puxava as alças com os dedões, jogando o corpo pra frente preguiçosamente naquela jornada noturna — Isso é injusto. Cadê o Kio e o Squall? Eu só queria descansar um pouco, Amiyo-sens…

Quase dormi ao final da frase, ali mesmo em pé em meio a floresta, deixando um pequeno filete de saliva escorrer. A experiente Jounin com o tapa-olho também vestia suas indumentárias resistentes ao frio da floresta, embora no meio daquela neblina não fosse o clima o maior problema, mas sim a visibilidade por entre as brumas. Ela me deu dois cutucões com o cotovelo para trazer minha atenção de volta para a terra.

— Acorda, patético — Após me chamar, minha tutora piscou por um segundo e tenho certeza que seus olhos se tornaram iguais aos de um felino enquanto ela lia aquele mapa no meio da noite — Estamos quase chegando no local marcado. Vamos repassar a missão. Você se lembra ou tava dormindo no briefing também, seu merdinha?

— Hm, quem me dera — Bocejei, claramente só pra irritá-la, mas não demorei a falar — Informações sobre desaparecimentos de pessoas numa área rural próximo aos arredores do vilarejo coincidem com um estranho avistamento de um castelo no meio da floresta mais próxima. Ninguém notou sua construção e também não houve comoção de carroças e trabalhad…

Droga, dormi de novo? Era melhor continuar, afinal minha sensei apenas deu de ombros revirando os olhos e continuou a caminhar.

HP:220/220 | CH:220/220 | Sta:0/4 | Sanidade: 170/170

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Re: [Rank B] — Por uma Taça de Sangue - Postado Qua Mar 10, 2021 10:27 am

|野郎

— É aqui onde eu preciso de você.

A mulher se agachou entre dois arbustos altos e afastou algumas folhas com o dedo só para que conseguisse olhar melhor mais adiante. Parecia cuidadosa, atenta, e se eu não estivesse falando sobre Amiyo-sensei, diria que até com medo. Eu a acompanhei, me colocando de cócoras ao seu lado e tentando olhar pela fresta entre as folhas. Já andávamos há horas e o movimento fez minhas pernas descansarem.

— E o que exatamente você quer que eu faça?

— Preciso que convoque os insetos nojentos dessa região para que a gente entenda melhor sobre o castelo mais ali à frente — A figura com tapa-olho apontou para uma direção e eu até levantei as sobrancelhas, surpreso ao entender do que ela falava — Vamos tentar entender sobre sua construção. Dá pra ser?

A direção indicada pela Jounin era exatamente onde, agora, o grande castelo de pedras se postava imponente e sobre uma elevação natural, sendo iluminado pela fraca luz da lua. O lugar era feito com pedras polidas e não se diferencia em nada daquelas construções medievais que eu já vi em algum livro na academia, tenho certeza, mas em contrapartida ele passava a sensação de que estava abandonado. E estava? Precisaria realmente interrogar os insetos dali para descobrir mais sobre o assunto, assim como a outra ninja havia me solicitado.

HP:220/220 | CH:220/220 | Sta:0/4 | Sanidade: 170/170

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Re: [Rank B] — Por uma Taça de Sangue - Postado Qua Mar 10, 2021 12:19 pm

|野郎

Em silêncio, abaixei minha palma esquerda e toquei o solo, sentindo a fria terra umedecida e fofa sob a camada de folhas secas caídas. Da ponta dos meus dedos, linhas de chakra finais e quase imperceptíveis se espalharam em formato de teia pela área oferecendo um brilho azul ao ambiente. Essa era minha famigerada técnica conhecida como Mushiyose, e foi através dela que eu atraí os insetos regionais - que não demoraram a chegar - para poder fazer algumas perguntas.

Nossa comunicação era telepática, quase como se apenas expressarmos nossas intenções fosse o suficiente para que nos entendêssemos bem. Lidar com insetos era algo sutil, as perguntas deveriam ser simples e eu não poderia esperar que eles elaborassem textos esclarecedores, mas sua ajuda seria de grande valia. Durante um tempo, permaneci olhando para o chão repleto de pequenos seres rastejantes, de várias patas ou voadores, concordando com a cabeça e dizendo “aham”, ou “hm, entendo”. A sensei do meu time, porém, parecia impaciente.

— Vai demorar muito? Eu posso fazer um café pra te esperar.

— Na verdade, já acabei — Os insetos voltaram a se mover como espectadores de um show que acabou de se finalizar, partindo para suas respectivas atividades naturais — É estranho. Quase como se... o castelo não tivesse sido construído, mas simplesmente “surgido” do nada, entende? Uma energia muito ruim emana de lá, segundo eles. E todos que entraram não foram mais vistos saindo.

— Entendi — Ela coçou o queixo, pensativa — Então vamos ao próximo passo: Infiltração.

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|野郎

Nossa tática de infiltração consistia em uma dupla invasão visando pontos diferentes do castelo. Amiyo, mais experiente e confiante de que conseguiria ocultar totalmente sua presença, tentaria passar pelas defesas de forma furtiva e prometeu tentar evitar o combate a qualquer custo até que nós encontrássemos indícios das pessoas desaparecidas. Para cobrir uma área maior de busca, por outro lado, eu seguiria pelos esgotos. Não é como se eu tivesse preferido ir por ali, mas devia obediência às ordens de minha superior e por mais que sua escolha pudesse ter sido tendenciosa apenas pra que ela risse de mim no futuro, seu plano ainda assim fazia sentido.

Pra minha surpresa, o esgoto do Castelo era um tubo simples ligado a um sistema de latrinas e felizmente não estava tão sujo assim, quase como se apenas poucas pessoas usassem o banheiro diariamente. Por um lado, isso me deixava tranquilo, já que pensando bem se não haviam muitas pessoas circulando e vivendo pelo castelo, talvez nossa missão se tornasse mais simples dessa forma. De toda forma, andei sorrateiramente através da tubulação após passar pela grade que fazia proteção sem muita dificuldade, diminuindo o meu tamanho pra caber nas frestas. O que eu não esperava é que houvesse uma armadilha por ali, acionada após eu pisar numa pedra falsa que ativava um sistema de lançamento de dardos venenosos...

HP:220/220 | CH:220/220 | Sta:0/4 | Sanidade: 170/170

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|野郎

A sensação repentina de ter sido espetado por uma agulha era inconfundível. De fato, não demorou pra que eu logo me sentisse entorpecido e com uma pequena parcela do meu corpo dormente - como as pontas dos dedos e lábios. Quando olhei para baixo, reparei que havia pisado numa pedra que não deveria, e por reflexo retirei o dardo sutil que havia penetrado na carne da minha escápula. Os besouros que viviam em simbiose no meu corpo estavam alvoroçados, eu podia sentir. Trabalhavam para retirar o veneno, mas nada eles poderiam fazer para me ajudar no momento.

“Que merda. Se eles tem armadilhas até no esgoto, Amiyo-sensei vai ter muito trabalho pra passar furtivamente pelas defesas do castelo” concluí de forma óbvia. Ter sido pego pelo veneno daquele dardo queria dizer que agora eu precisaria buscar um antídoto e parte dos meus planos para a missão haviam mudado. Quem sabe aquele tipo de peçonha fosse produzido ali mesmo e, com isso, também o remédio. Se não fosse o caso, restaria me tornar mais uma vítima daquele lugar.

Eu não tinha tempo a perder, então subi por um dos tubos que se ligava a uma latrina e reparei estar em uma espécie de banheiro com o pé direito alto e todo feito em pedras cinzas. Não havia mais ninguém no cômodo: uma suíte vazia onde nem mesmo móveis foram colocados no quarto, visto que no centro do ambiente havia apenas uma espécie de... é isso mesmo? Um caixão?

HP:220/220 | CH:220/220 | Sta:0/4 | Sanidade: 170/170

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|野郎

Um estrondo fez a estrutura de pedras que formava o chão abaixo de mim estremecer. Não havia mais o que ser visto naquele cômodo, nem mesmo sinal de um antídoto. Graças a isso, corri porta afora para checar de onde veio o barulho, mas confesso que o movimento brusco fez meu coração acelerar e o veneno se espalhar mais rápido.

Os corredores do castelo eram estreitos e escuros. As paredes cheias de quadros com rostos de pessoas que sustentavam feições assustadoras tingidos em cores ainda mais sombrias. Até mesmo o clima ali parecia mais frio do que do lado de fora, ainda que a floresta estivesse repleta de brumas graças à madrugada que já seguia alta.

Meus passos me levaram até o topo de uma escadaria que interligava-se ao hall central, um lugar espaçoso, mas que trazia uma sensação de vazio ao peito. No salão principal abaixo das escadas estavam alguns seres estranhos, esbranquiçados, magros e sem pêlo no corpo, todos deitados de formas canhestras e sem vida. Sobre os estranhos cadáveres, lá estava minha sensei. Amiyo emanava uma aura que eu nunca havia presenciado antes, muito parecida com aquela do avaliador do meu exame Chuunin. Eu a atrapalharia se descesse? Quis observar melhor a situação antes de tomar alguma providência: ou, ao menos, foi o que eu pensei em fazer, já que minha presença havia sido notada e uma voz taciturna alcançou meus ouvidos.

— Pode descer, garoto. Junte-se a nós. O veneno deve estar fazendo efeito por agora, não?

HP:220/220 | CH:220/220 | Sta:0/4 | Sanidade: 170/170

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|野郎

— Eu sou o próprio Castelo.

Como a voz poderia saber sobre o veneno? Pensei estar sozinho naquele esgoto quando ativei a armadilha, mas guardaria aquela dúvida só para mim. Sem demora, desci as escadas me apoiando no corrimão e dando os passos da forma mais prudente possível, afinal sempre que sentia meu coração bater mais forte a dormência nas extremidades dos membros ganhavam mais espaço. No momento, já começava a ficar difícil raciocinar de forma clara. Minhas pernas já não tinham a mesma força e eu tinha pouca certeza se conseguiria realizar selos. Era melhor economizar a fadiga.

Descendo as escadas, vi que atrás de Amiyo havia uma criança escondida agachada atrás de um móvel de madeira. A jounin, embora emanasse uma aura poderosa, parecia machucada. Ao lado das escadas, já no térreo, um homem com chapéu de abas grandes, adornado com uma pena e de cores carmesim, estava parado de braços cruzados. Ao que parecia, aqueles seres magros e estranhos eram obra dele, talvez seus guerreiros ou minions. Isso queria dizer que ele era o chefão? Merda… Eu tinha uma escolha a fazer: protegeria a mim mesmo me mantendo mais quieto e apenas observando aquela batalha, ou meteria o louco e partiria pra cima daquele desgraçado pra ensiná-lo a não sequestrar criancinhas. O que você acha que eu fiz?

HP:220/220 | CH:220/220 | Sta:0/4 | Sanidade: 170/170

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|野郎

Tudo aconteceu de forma extremamente rápida. O homem que possuía uma grande espada nas costas a retirou num só instante, mas foi tempo suficiente para que eu tecesse selos e, após mordiscar o polegar e levar a palma até o chão, invocar um pequeno bando de gatos mal encarados que portavam algumas armas, tapa-olhos e escudos. O miado exercido por eles indicava sua chegada após o sumiço da pequena nuvem de fumaça, então eu esbocei um sorriso e eles entenderam que estavam numa batalha, partindo para cima do anfitrião daquele castelo numa voracidade digna de canções em tavernas.

Aproveitando o momento, enquanto aquele homem estava ocupado se defendendo das investidas, corri até onde Amiyo estava com a criança e me posicionei em frente a elas, indicando que eu havia chegado pra ajudá-las.

— Seu idiota, você foi envenenado. Não faça esforço — Ela também parecia sentir uma dor na lombar onde apoiava a mão para estancar a ferida do corte — Leve a criança para fora daqui, ela é a única sobrevivente. Depois você vai voltar aqui e procurar o antídoto.

— E você? — Perguntei, e ela ainda com os olhos focados no inimigo não respondeu a minha pergunta — Nem fodendo. Fica tranquila, sensei. Você sabe que não sou mais aquela criança inexperiente que você começou a treinar. Me deixe provar que sou capaz.

— Se você lutar, não vai ter tempo de procurar uma cura. Você quer morrer?

Com os olhos focados no inimigo, dessa vez eu é que deixei a pergunta se perder no silêncio daquele hall. “Eu não quero o antídoto, sensei. Eu quero salvar vocês”.

HP:220/220 | CH:200/220 | Sta:0/4 | Sanidade: 170/170

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|野郎

Não demorou muito tempo para que o homem com traços vampirescos se aproximasse com sua espada através de um dash, diminuindo a distância num piscar de olhos e desferindo o corte com poderosa pressão, tanto que até fez sua lâmina brilhar. Entretanto, eu ainda fui capaz de acompanhá-lo: após o selos, executei uma técnica que consistia em formar uma cúpula de insetos que giravam em alta velocidade em torno de mim. O movimento dos insetos se chocou com a grande espada e ambos se anularam. Embora a cúpula tenha sido destruída, ao menos havia sido defendido do ataque e agora poderia fazer do momento a minha vez de golpeá-lo.

Mais uma vez, executei selos rápidos e o olhei bem nos olhos enquanto ele parecia surpreso por me ver defendendo sua lâmina. Eu estava disposto a deixá-lo ainda mais atônito, colocando toda minha vontade no Mushitatsumaki, um tornado de insetos que chegou até o meu adversário e começou a fazê-lo perder força, visto que os insetos sugaram seu chakra bem como causavam dano ao corpo pelo movimento rápido em que colidiam com o homem. Dito isso, é importante ressaltar que meu coração começou a doer para bater dentro do peito, e mesmo com o sangue quente sentia uma vontade imensa de vomitar. “Ele deve ter ficado mais lento após lutar com Amiyo-sensei. Pela dormência em meus braços… eu tenho mais um movimento de selos para utilizar meu chakra. Após isso…” Era melhor me concentrar na batalha.

HP:220/220 | CH:110/220 | Sta:1/4 | Sanidade: 170/170

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|野郎

Não havia outro caminho: Precisava aproveitar do momento de fraqueza do meu inimigo para tentar entrar com o próximo golpe. Era minha última carta, já que o primeiro tornado não havia sido forte o suficiente para fazer com que o homem se tornasse inapto a continuar aquela batalha. Sendo assim, eu tive poucos segundos para formar selos em minhas mãos e levar o chakra até o meu cabelo. Após isso, vários fios foram disparados em forma de agulhas na direção do homem que nada pôde fazer, pressionado após tantos embates. Ele tentou cortar as primeiras agulhas com êxito, até que o golpe se tornou rápido demais para que fosse evitado, tornando-o uma almofada de alfinetes e sendo levado ao chão, incapacitado. Não fazia ideia se ele havia morrido, afinal o castelo também se desfez quando ele caiu.

Do lado de fora, rodeado apenas pelas árvores e brumas da floresta, eu, Amiyo e a criança nos olhamos. Eu caí no chão, espumando um tipo de líquido amarelado e revirando os olhos. Minha sensei se preparava para me colocar no ombro e partir o mais rápido que conseguiria para o vilarejo, visto que nada entende de venenos, entretanto a garota tomou a frente e com uma kunai retirada da minha própria bolsa ela cortou a mão e deixou que o próprio sangue pingasse na minha boca. De repente, me senti melhor, mas ao abrir os olhos, vi que a criança era cega e muda, e mesmo que eu tenha feito todo o caminho de volta perguntando a ela como havia feito aquilo, talvez eu nunca soubesse a resposta. Por outro lado, Amiyo-sensei começava a me olhar quase como um semelhante, e isso fazia com que todo o resto valesse a pena.

HP:220/220 | CH:120/220 | Sta:2/4 | Sanidade: 170/170

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@

Vou usar "acorda patético" pra me acorda a partir de agr.

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