Quando se é mãe, você não tem tempo para ficar sozinha, e é claro, isso faz parte dos ossos do ofício de uma matriarca e apesar de ser jovem, já estava habituada, além disso, de certa forma elas faziam parte do que eu sou, então, estava adaptada aquela vida, no entanto, o que não estava adaptada eram trabalhar ao lado de outras pessoas. Minha vida tem sido um âmbito de morar sozinha, cuidar de minhas filhas e trabalhar, não havia espaços para conhecer novas pessoas e isso só aprofundou ainda mais a minha capacidade de me ligar às outras pessoas.

Mas não podia ter medo, tinha tudo ali para aquela missão, minha bolsa de armas, uma cesta com comida, minha mochila de areia e a determinação para receber por o salario pela missão, visto que, eu matava um leão por dia para poder dar o melhor pelas minhas filhas, e aquela grana seria gasto especialmente em presentes para as duas, o aniversario delas estava chegando e não podia me dar ao luxo e nem podia esquecer, já que elas me lembravam o tempo todo desse fato.

--Espero que ele não seja do tipo gritão… espero que ele também não seja do tipo quieto… espero que não fale muito também…----

Meus desejos eram conflitantes, eu queria e invejava as pessoas que tinham a grande capacidade de diálogo e carisma, mas não sei se seria bom em trabalhar com alguém que fosse extremamente alegre.

A missão era simples, descobrir o que estava ocorrendo em uma fazenda nas proximidades de Sunagakure, e é nesse ponto queria diário que você se assusta e pergunta “no deserto tem fazendas?” e a resposta é óbvia, sim, temos nas proximidades oasis que permitem a vida aqui e a plantação, embora a capacidade de plantar e o trabalho seja árduo e difícil, nada que a gente não esteja acostumada, viver sob o jugo do deserto era uma escolha do nosso povo, poderíamos migrar para áreas melhores? Sim. Mas faríamos isso? Não, o deserto faz parte do que nós somos.

Havia decorado a frase um milhão de vezes em minha cabeça quando ele chegasse faria uma curvatura basica.

---meu… meu… meu nome é… Ogata Aoi… pr… prazer… em…. conhecê-lo… ---

O resto das palavras não vieram, ficaram travadas em minha garganta, o que eu queria dizer era algo bem simples “meu nome é Ogata Aoi prazer em conhecê-lo espero que possamos nos dar bem” malditas palavras que ficaram encurraladas em minha garganta, eu apenas olharia para o chão, por tempo indeterminado, situações incomodas e abstratas o unico homem que conseguia conversar sem desviar o olhar havia morrido eu estava só.

---Te…. temos um…. uma missão juntos…… mas… eu… não sou… se puder ir n...a fren..te--

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O lobo e a Ovelha

Ele era alto, forte e aparentemente impositivo, mas nada que me incomodava, estava adaptada a pessoas daquele tipo, na realidade parecia ser algo comum no meio militar, sua pergunta sobre a areia me fizeram pensar o que de fato era aquilo, poderia dizer que era apenas areia, mas não era, tinha algo vivo ali, algo que se mesclava a ela, quase como uma entidade que vivia em simbiose comigo, mas como explicar isso a alguem? Era como tentar explicar o barulho do som a um surdo ou a classificação de cores para um cego, não fazia sentido. E nesse meio tempo, como era de se esperar, demorei demais para responder e preferi apenas ajeitar minha bolsa e caminhar ao lado dele.

--é… areia… especial…--- Murmurei quase engolindo as palavras para dentro. -- Consigo… ela me… protege…---

O caminho seria longo, não pela distância em si, mas pelo vácuo que sentia entre nós dois, naquele momento desejei de coração que ele fosse tagarela, ao menos poderia rir um pouco dele, mas não era o caso, ele era… estranho, mas quem sou eu para dizer algo sobre estranheza? Sou a menina que começa o diálogo hoje e termina amanhã, e depois fico me martirizando por isso.
Finalmente chegamos a um dos oásis na redondeza, era um lago relativamente grande para a região, e ninguém sabia ao certo como um oásis daquele existia visto que não havia afluentes na região, a fazenda era conhecida por boa parte das pessoas, pois era um dos principais pontos de alimentação, sendo referência no plantio de comida e de animais como porcos e ovelhas.

O homem que estava a frente era um fazendeiro chamado Hisoka ele logo mostrou toda a sua fazenda e explicou os motivos de ter chamado a gente ali, aparentemente alguém estava roubando os animais e não deixando rastro de como havia feito isso, mas que o preço da carne já havia subido por causa do desaparecimento e desabastecimento. Não era de minha índole tomar a dianteira, mas a carne era um dos alimentos prediletos de minhas meninas, e era o que eu mais havia visto subir nos últimos dias… eu tinha que achar o culpado… ele tinha que ser responsabilizado pelo preço absurdo que estava pagando no alimento.

Tomei coragem, para mim estava gritando, mas era apenas coisa da minha cabeça visto que as palavras sairam arrastadas e baixas.

--Nós… iremos… dar um jeito nisso…----

Após aquilo seríamos deixados nos locais do sumiço, eles ocorriam à noite, então tinhamos que esperar, e nada melhor do que esperar do que fazer o que mais gostava de fazer, croche, sim eu particularmente gostava de criar bonecas para minhas filhas, e estava me esforçando bastante para criar chapéus de sombreiro, no verão o calor em suna deixava pessoas como eu e elas em enrascadas visto que nossas peles eram sensíveis ao calor e ao sol era nesses momentos em que minha mente estava distante com as agulhas em mãos que esquecia completamente das pessoas ao meu redor.

--Isso vai ficar lindo nelas, tenho que por alguns detalhes em rosa e flores… --- Falei em tom alto enquanto continuava a bordar.

A noite se expandia e o sol desaparecia sobre as dunas do deserto, as temperaturas em suna eram extremistas, em um momento estava um calor estridente, de noite o frio era congelante, tremi um pouco e aqueci as mãos com o pulover.
Até que escutamos movimentações estranhas em uma das dunas, dois homens, pareciam ser pessoas comuns, se escondendo enquanto caminhava para os fundos da fazenda.

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Ladrões