Devido a volta das ocorrências em que a Fênix conseguia tomar conta do corpo de Pandora e agir por conta própria, Kaginimaru se via na urgência de descobrir como fazer para que pudesse acabar com tudo isso. Mesmo após muito refletir e pensar em diversos nomes, não conseguia chegar em nenhuma situação onde perguntar diretamente para a própria Pandora não seria a melhor opção. Embora parecesse ligeiramente tolo até para si mesmo — pois se ela soubesse, certamente já teria resolvido por conta própria — qualquer informação que lhe fosse repassada seria útil, talvez até mesmo poderiam trabalhar juntos para por fim nisto; Kaginimaru estava mais do que disposto a fazer de tudo que estivesse ao seu alcance e além dele também.

Já era tarde da noite quando o mesmo se dirigia ao hospital para interromper o plantão da líder médica. Precisava de respostas naquele instante, portanto, não poderia deixar para depois; além disso, o momento de paz, com baixa demanda hospitalar, tornava a situação ainda mais aceitável, pois não estaria distraindo-a durante um momento em que a mesma estaria salvando alguma vida. Ao chegar no edifício, optava por não adentrar diretamente pela porta da frente, ao invés disso, escalava o prédio com chakra concentrado em seus pés até a janela exata do escritório da Heinstein. Daria duas leves batidas no vidro para chamar a atenção da amada e, em seguida, aparecia com a face, entregando quem era o autor do incômodo.

Sorrindo, mesmo que não fosse convidado a entrar, adentraria pela janela com um sorriso no rosto. — Pandora!! Que bom que está aqui. — Proferia enquanto restituía uma posição aceitável para que pudesse ir direto ao assunto. Sem perder tempo, buscaria pela mão da dama para que pudesse dar-lhe um beijo como cumprimento. — Preciso te perguntar uma coisa urgente... a Fênix está assumindo o controle durante muito mais vezes do que o comum, você sabe o motivo disso? Indo além, não existe alguma forma de acabarmos com ela que você já saiba?!  — Ia direto ao ponto, a olhando nos olhos e bem próximo dela. Encontrava-se ansioso por respostas e tinha fé de que a mesma poderia saber de algo.


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As respostas diretas não o agradavam da forma que esperava — o que contraditoriamente já era esperado. A maneira com que Pandora dizia ser uma só em fusão com a Fênix beirava ao absurdo! Uma existência que havia tirado a paz por completo do jovem Hanma, que o fazia viver cercado de indecisões e receios, além de o forçar diariamente a ser cada vez mais forte na mais pura ilusão de que poderia combatê-la não podia ser a mesma mulher que tanto amava. Sabia claramente que o envolvimento mor se dava pela marca, assim como a besta de cauda que habitava dentro de si. Certamente não se tratavam de seres iguais, mas o conceito parecido o fazia não ter resquícios de dúvidas de que algum dia poderia separá-las. Mas mesmo que descobrisse como fazer, possuía seus medos. Sabia que, ao menos quando o assunto era Bijuu's, uma vez extraída, seu Jinchuuriki sempre acabaria morto. Não podia fazer nada além de torcer para que não fosse o mesmo caso, mas não tinha como descobrir sem testar, e não tinha disposição de correr um risco deste patamar.

Seria inevitável esconder o semblante de revolta que dominava sua feição. — Eu não acredito que você está se rendendo pra isso! Não me diga que vai se conformar em viver dessa forma!? — Expressava de maneira tão direta quanto ela. Mesmo que sempre acreditasse nas palavras dela, não podia aceitar que a Pandora que conhecia simplesmente desistiria e se conformaria tão fácil assim. A emotividade do momento o impedia de refletir e prosseguir de maneira cautelosa como deveria. Conhecendo-a bem, sabia que a mesma não mudaria de ideia ou revelaria seus pensamentos internos diante de simples pressão.

Assim como a morena continuava seu trabalho, Kagi virava-se para a janela e passava a observar o breu e a solidão dos céus. Não queria se estender muito e atrapalhar o trabalho dela, mas ainda necessitava ouvir o que ela teria a dizer e descobrir se o seu verdadeiro desejo seria mesmo o de disputar seu próprio corpo com uma entidade sem compaixão e ameaçadora, vivendo no risco de perder o controle para sempre.

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