Noritoshi, acordado a um certo tempo, já tendo feito suas necessidades básicas de higiene e sua refeição matinal, saia da casa onde morava com seus pais, os quais tentavam ter uma boa relação com o jovem, porém os esforços eram inúteis, visto o gênio do garoto. Enquanto começa a caminhar pelas ruas de Suna, um escorpião de uma altura não muito convencional chegava até ele, carregando em suas costas um envelope com o selo do quartel general da vila.
- Para mim? Fico lisonjeado por ser lembrando pelo Quartel General. - Dizia em um tom de deboche, pegando o envelope e fazendo um sinal para que o aracnídeo saísse. - Estão precisando de mim para ir até o posto de guarda no deserto? Vai ver não conseguiram entrar em contato com algum ninja de qualidade duvidosa e resolveram me chamar. - Dizia lendo o que estaria dentro do envelope que acabou de abrir, começando a ir até onde estaria o posto, mais ou menos meia hora de caminhada ao sul.

Embora ainda fosse de manhã, o dia estava quente, com as dunas do deserto esquentando os pés do ninja que caminhava até onde teria tido sua presença solicitada. Como não sabia quais surpresas estavam escondidas naquele ambiente desértico, tomaria um certo cuidado, mesmo tendo em sua mente um pensamento de que daria conta de qualquer problema viesse a lhe atormentar. Pensamento esse que era comum no comportamento de Noritoshi, que sempre se achava superior aos demais

Enquanto caminhava pelo deserto, Noritoshi notava a presença de alguns corvos sobrevoando onde era para ser o posto de segurança. - Talvez deva ter um cadáver de algum animal aqui perto... - Dizia enquanto continuava andando até onde seria seu destino.

Ao entrar dentro da construção onde deveria ser o Posto de Segurança, percebia que o local estava vazio, com marcas de sangue pintando as paredes e o chão, com um buraco médio no teto, onde deixavam o sol iluminar aquele lugar, além de alguns corvos, que alimentavam de um corpo que estaria solitário, jogado em meio aquela carnificina. - Então aqueles que deveriam cuidar da segurança morreram? Cada dia eu me surpreendo com tamanha inferioridade. - Noritoshi, com um sorriso sarcástico estampado em seu rosto, fazia um deboche com aquela cena enquanto caminhava, buscando achar algo que talvez fosse uma explicação para tudo aquilo.

- Acho que meu trabalho acabou, acho que só isso já deve bastar para saber a situação dessa equipe. - Dizia, enquanto via uma nuvem negra formada por vários corvos que estavam sobrevoando ao redor da guarita. Um desses corvos estaria parado naquele buraco no teto, olhando para Noritoshi com seus olhos vermelhos que pareciam duas jóias, com penas muito mais escuras que o convencional, além de ser maior que os demais. Vendo aquilo, o garoto resolvia encarar de volta aquela ave, esperando alguma reação. - O que foi amiguinho? Tá com fome? Eu acho que aquele cadáver ali deve dar para você. - Falava de maneira sarcástica com aquele corvo.

Um grunhido que parecia uma risada assombrosa era ouvido por Noritoshi, que ainda estaria vendo o corvo, que por sua vez, revela ter a capacidade de falar, uma surpresa para o garoto que até aquele momento, nunca teria visto um animal falar, chegando a pensar se aquilo pudesse ser uma miragem, ou até alguma coisa de sua cabeça, porém sua mente era sã, nunca tendo demonstrado algum sinal de problemas mentais ou coisas do tipo.

- Oh, muito legal, você sabe falar? Pensava que fosse igual aos demais pássaros, burros e bobos. - Dizia, em um tom de deboche, ao pássaro. - Bem, eu chorar por um ser inferior igual esse? Não seria louco a esse nível, não é por mim que pessoas iguais a esse infeliz morram, são todos inferiores. Além disso, não queria gastar meu tempo investigando a morte dessa pessoa, depois eu aviso para o Quartel General e eles enviam um ninja de qualidade duvidosa para olhar. Agora, sobre espantar vocês, eu nunca faria isso, alguém tem que limpar a sujeira, não é mesmo? - Dizia, com um sorriso de desprezo ao dizer sobre o ninja morto, além de ter uma certa seriedade em sua fala. - Mas agora, diga de você. Você teria nome? O que você e seus amigos fazem aqui? Tem alguma relação com essa cena? E outra coisa, você não é uma miragem, estou certo? - Perguntava para a ave, aguardando alguma resposta.

O corvo falante revelava que outros corvos também teriam essa capacidade de fala, porém ele teria uma consciência, também dizia sobre a fala de Noritoshi que eles seriam burros e bobos iguais outros pássaros, citando que aves possuem uma certa sabedoria e que fazem parte de algum ciclo da vida, onde um dia o garoto estaria com seu cadáver sendo comido por vermes da terra, o que de certa forma fazia o jovem rir, mesmo que não tivesse sinal de nada cômico na frase. - Aí aí, você é engraçado, sabia? Eu nunca serei igual aquele defunto, sabe por que? Porque eu serei um Deus! Você não acha que as pessoas desperdiçam seus poderes usando para o bem? Eu pretendo obter o poder absoluto e mostrar para esses insetos que é a melhor forma de usar essas habilidades é para o mal! Eu posso ainda ser um homem, porém serei um Deus para um novo mundo, onde aqueles que são contra mim morreram! Eu serei uma idéia a ser espalhada para os demais humanos, que caso se juntem a mim, terão suas vidas poupadas! - Dizia Noritoshi, levantando seus braços, rindo, enquanto dava para ver nos seus pequenos olhos negros uma certa maldade. - Perdão pelo o que acabou de acontecer, acabei saindo do sério ao ouvir essa sua fala. - Dizia, se recompondo, voltando ao estado que estaria antes.

O corvo resolvia pousar perto do chuunin, mostrando ser quase do tamanho do garoto, dando para ver que aqueles olhos tinham uma certa profundidade que parecia lhe atrair para algo, parecendo que o animal não teria uma boa índole. - Olha, parece que alguém andou comendo bastante. - Dizia em um tom de provocação.

O animal contava um pouco sobre ele, dizendo que seria o líder de corvos famintos do deserto, além de já ter tido o nome de Akudama, sendo também no passado um corvo que lutava ao lado de um ninja, também citando algo sobre contrato. - Contrato? Diga-me mais sobre isso, talvez seja de meu interesse. - Dizia, com um olhar de interesse para o corvo.

Akudama contava um pouco por trás sobre a questão de contrato, dizendo que seria um pacto irreversível entre humanos e algum animais, permitindo que o ninja consiga invocar as criaturas através de um jutsu. O corvo de olhos vermelhos também dizia que corvos não são bem vistos pela sociedade, sendo carniceiros e considerados símbolos de mau agoro, sendo chamados de Arautos da Morte, já que quando são vistos, é sinal de que a morte está ali.

Os avisos do pássaro eram pra dizer que caso Noritoshi fizesse um contrato com os corvos, não seria olhado com bons olhos por outras pessoas, perguntando se o garoto seria forte para segurar um fardo pesado de ódio do mundo. Caso o mesmo aceitasse carregar esse fardo, Akudama também questionaria sobre o que daria em troca.

- Eu não me importaria em ser mal visto por esses seres inferiores, afinal, quem seriam eles para me julgarem? Irei mostrar para eles que mereço o respeito, afinal terei ao meu lado os Arautos da Morte, não é mesmo? Então sim, eu aceito carregar esse fardo. - Noritoshi dizia, quebrando um silêncio que duraria por alguns segundos, olhando para o corvo com um sorriso estampado em sua fase. - Sobre o que darei em troca... Talvez alimento, não seria bom? Agora, podemos adiantar as coisas? Quero fechar logo nosso contrato. - Dizia, olhando para os olhos da ave.

- Você me deixou interessado por esse poder. Espero que nós tenhamos uma boa relação. - Noritoshi dizia para Akudama, que saltitava até o corpo do ninja morto, com os corvos menores saindo de perto, deixando apenas o pássaro falante se alimentar. O Noritoshi veria que uma tempestade de areia se aproximava de forma violentas e alcançaria onde estava em pouco tempo.

Noritoshi veria que de alguma forma, Akudama estaria executando uma técnica naquele momento. Os corvos voavam ao redor da casa, como se um casulo negro fosse formado, tanto dentro quanto fora. Dentro daquilo, o ninja estaria em meio a escuridão, não sentindo frio ou calor, estava sozinho em meio a um silêncio que era cortado por bater de asas de Akudama, que com seus olhos vermelhos iluminava aquilo tudo.

O animal, dizia que não tinha interesse por comida, já que era um tipo diferente de corvo, que se alimentava de morte, o que não faltava naquele mundo. O animal dizia também sobre algo que jorrava em sua jugular. - Então entendi, você quer meu sangue? E sobre morte, eu posso dar isso para você, Akudama. - Dizia Noritoshi, que estava calmo, olhando para aqueles olhos vermelhos. Um brilho acontecia e revelava um pergaminho com um espaço para nome e uma digital, a tinta seria aquilo que o corvo queria, que talvez seria o sangue do Chuunin.

Caso fosse de fato o sangue, o garoto levantava a manga de sua roupa, pegando uma kunai em sua bolsa, fazendo um corte em seu antebraço, escolhendo uma parte que não seria mortal, estendendo seu braço para o alto. - Só escrever aqui, estou certo? - Caso a resposta fosse positiva, Noritoshi escreveria com seu sangue no pergaminho: Noritoshi Kenjaku. E usando outra vez o seu sangue, usava para colocar sua digital. - Está bem para você? - Dizia para Akudama.