Já não era mais tão cedo quando a ave, não familiarizada com o trajeto que o garoto fazia quando tinha como rumo sua residência, encontrou o sujeito galgando solitário pelas vielas sombrias da Vila Oculta da Areia. A mesma efetuou um rasante e subitamente, de modo a surpreender o homem já que foi a primeira vez que ele a viu, rapidamente pousou em seu ombro esquerdo — Desgraç... Nem a pau que no finzinho do dia me arrumaram outra missão! — Apesar de ainda não ter recolhido as escrituras, era fácil de predizer que aquele ato tratava-se, no fim, de uma singela entrega de missão, rotineira na realidade, por mais tarde que fosse. Makoto retirou o pergaminho das costas da ave e contemplou o seu objetivo. Liberando o pássaro para de voltar aos céus, acariciou Tōra e o pediu para ficar quieto, o cachorro estava latindo por causa do passaro, mas aquietou assim que seu dono pediu.

Chegar à Biblioteca do Vilarejo não foi tão difícil, apesar da suas idas até o lugar serem escassas ao ponto daquela ser apenas a segunda vez, quem sabe mais para frente ele precise ir de novo. O inuzuka de ombros largos e de alta estatura adentrou o lugar, rolando os olhos por todo o ambiente, de modo que logo teve a certeza de estar sozinho ali, o que era no mínimo curioso. Nem mesmo os responsáveis pelo lugar se encontravam, makoto notava ser o último ainda trabalhando, talvez, em toda a Vila da Areia. Independente do que poderia achar, tinha uma missão a cumprir e assim a fez. Recolheu uma flanela surrada que encontrou sobre o longo balcão e se pôs a limpar livro por livro, pergaminho por pergaminho. No fim, vislumbrou pela janela no topo da fundação alguns tímidos raios solares — Puta merda! Eu fiquei limpando uma renca de arquivos mortos à noite toda? Vamos embora Tōra! — O menino sequer tinha notado a hora passar. Retirou-se do lugar no momento em que finalizou sua missão, reclamou sua recompensa e correu para casa, na esperança de conseguir alguns minutos de sono antes de ter de sair outra vez em busca de novas missões.